terça-feira, 29 de novembro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


"A intimidade de Deus Pai com os pequenos..."
Minha equipe de "Teólogos" da comunidade veio me ajudar nessa reflexão, primeiro a Dona Rita, Feirante que madruga todos os dias, veio com uma pergunta provocadora para o nosso evangelista, nesta mesa redonda
___São Mateus, sou Feirante e não advogado, mas gostaria de saber por que o Pai escondeu essas coisas, que Jesus fala, dos Sábios e inteligentes? Então ele não se revela para todos?
___Em uma primeira olhada no texto parece que é isso mesmo e a senhora tem toda razão, mas a pergunta deve ser outra: "O que levou Deus a esconder essas coisas dessa turma de sabichões? Veja bem Dona Rita, na verdade o Pai não escondeu nada de ninguém, acontece que, os sábios e inteligentes desse mundo, querem compreendê-lo com a lógica humana e isso é impossível... Por isso, se além da razão o homem não se servir do dom da Fé que o próprio Deus lhes concede, as coisas reveladas continuarão fora do alcance dos seus olhos.
___São Lucas, aqui é o Luizão, motorista de ônibus, então a gente não precisa e nem deve estudar, porque Deus se revela aos ignorantes que não têm inteligência nem sabedoria?
___Opa! Sua interpretação está equivocada sêo Luiz, o texto falou em "pequenos" não em ignorantes, o saber e o conhecimento humano é uma bênção de Deus, o problema aqui é outro... Aí no Terceiro Milênio o Ser Humano evoluiu muito e julga-se senhor de todas as coisas, com o direito de fazer de sua vida o que bem quiser, eles evoluíram tanto que se sentem mais poderosos que Deus, se fecharam totalmente á sua graça santificante e operante, não admitem que a sabedoria do alto é mais valiosa e importante do que o conhecimento humano..
___Ah entendi, quer dizer que "se fazer pequeno" é ser sempre aberto á graça de Deus, reconhecendo que sem ele nada somos?
___Certo... Mas não é só isso, tem mais uma coisinha muito importante que nos faz pequenos e sempre receptivos á graça de Deus...
___Ah! Entendi... Seria servir aos irmãos e irmãs, principalmente na comunidade!
___Isso mesmo, quanto mais servimos os outros, mais pequenos nós nos tornamos e mais vamos entendendo o nosso Deus que assim vai se revelando, porque ele foi o primeiro a se fazer pequeno. Nas minhas comunidades naquele tempo, e hoje aí no meio de vocês, há cristãos de nariz empinado, que só porque pensam que sabem alguma coisa, querem logo dominar os pequenos que nada sabem... Pois esses, dificilmente farão a experiência de Deus em Jesus Cristo, e com eles Deus não fica a vontade como no coração dos pequenos que servem os outros...
___Puxa São Lucas, que legal, acho que a minha equipe entendeu direitinho, ser pequeno não é não ter nada a dar, ao contrário, é ter tudo e dar o melhor de si, exatamente como Jesus fez...
___   Isso mesmo, Jesus é pequeno e fala aos pequenos, de um jeito bem simples, sem rodeios e sem formalismo, no meu tempo a Dotorzada da Religião não queriam entender a Verdade que estava em Jesus, e nem poderiam entendê-la pois eram cheios de rodeios, formalismos e determinações,  daí os simples, impuros, pecadores, rejeitados pela Religião oficial, o acolheu e experimentou algo novo que mudaria para sempre suas vidas.
___Bom São Lucas, aqui no terceiro milênio vivemos um mundo onde quem tem vez e voz são os poderosos, os grandes, os que conquistaram poder, fama, prestígio e sucesso. Que recado final o Senhor deixaria para nós?
___Que na comunidade não pode ser assim, os grandes devem se fazer pequenos para servir o outro e não ser servido. Quanto mais pequenos os cristãos se fizerem, mais irão compreender os mistérios que o Pai revelou em Jesus.

 O Pai revela-se aos pequeninos
Temos aqui dois textos de tradição, que circulavam nas primeiras comunidades como unidades autônomas: a exultação de Jesus pela revelação aos pequeninos e a bem-aventurança dos que recebem esta revelação. Mateus (cf. 13 jul, 26 jul) e Lucas as incorporam integralmente em seus evangelhos, em contextos diferentes. Esta exultação de Jesus se dá, no contexto de Lucas, quando os setenta e dois discípulos retornam alegres pelo sucesso obtido na missão na Samaria. Os que participam destes acontecimentos, acolhendo a revelação de Jesus, são bem-aventurados.
A revelação não é compreendida pelos sábios e entendidos, satisfeitos em sua auto-suficiência. O Pai revela-se aos pequeninos, aos pobres e excluídos e neste terreno fértil a palavra de Jesus dá frutos.
Não se encontra Deus por meio de normas morais, doutrinas, ou observâncias religiosas. Chega-se à comunhão de vida com Deus no seguimento de Jesus em sua prática libertadora e amorosa, pois ele é o Filho único que revela o Pai, que a todos dá a vida eterna.
Oração
Pai, dá-me um coração de pobre disposto a acolher a revelação de teu Filho Jesus que tu me fazes. Que eu tenha a felicidade de reconhecê-lo, com a ajuda de tua graça.

 QUEM ACOLHE O SENHOR?
As coisas de Deus seguem uma lógica muito diferente da lógica humana. Em termos humanos, pode-se pensar que o reconhecimento e a acolhida do Senhor sejam mais fáceis para os sábios e os entendidos deste mundo, e que a pessoa, com o próprio esforço e ciência, possa chegar mais rapidamente a conseguir o que espera.
Deus, porém, inverte este esquema, franqueando aos pequeninos a revelação do Filho de Deus. E isto é um dom divino, que não depende do merecimento humano. Ademais tal dom é concedido a quem é desvalorizado pelo mundo e se considera indigno de recebê-lo do Pai.
A atitude correta do discípulo à espera do Senhor consistirá em não supervalorizar suas prerrogativas, esperar ser encontrado digno de receber a revelação e recebê-la com a humildade de quem se sabe indigno. O discípulo deve ter consciência de ser pequenino e carente da ajuda do Senhor, para poder reconhecê-lo. Sua felicidade consistirá em ver e ouvir o que tantos outros ansiaram ver e ouvir, e não puderam. Essa será a recompensa de sua humildade. Afinal, ele será o verdadeiro sábio e entendido, uma vez que sua sabedoria tem origem no Pai.
Oração
Senhor Jesus, concede-me um coração de discípulo, que conta com a sabedoria e o entendimento vindos do Pai e me preparam para reconhecer-te.

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