domingo, 30 de novembro de 2014

Advento


   
     Com o primeiro Domingo do Advento, iniciamos um novo Ano litúrgico. Pela liturgia somos convocados a entrar em clima de vigília, a fim de que nossos corações se voltem mais profundamente para o Mistério da encarnação de Cristo; mistério que culminou com a santificação por meio dos sacramentos. Estamos também em campanha pela Evangelização, com o intuito de fortalecer a Igreja no Brasil e as nossas Dioceses. Façamos, pois, deste tempo sagrado um mergulho no mistério de Cristo e no mistério da Igreja.
 
     É um tempo também para fazermos memória da Virgem Maria, em cujo seio Deus se fez homem. Por isso, Maria é considerada Rainha do Advento e Estrela da Evangelização. Deus vem: na vida humana surge um acontecimento que transtorna tudo, lança por terra todas as nossas seguranças e nossos projetos. Repentinamente ele se aproxima de nós e faz parte de nossa história; reconhece-o presente aquele que tem os olhos abertos, que espera e prepara um mundo novo.
 
     O anúncio profético parte de uma realidade decepcionante: um pequeno povo, sem importância para ninguém, será o centro religioso e espiritual de todos os povos, finalmente em paz. Isso só pode ser obra de Deus, inspirador, norma e termo do caminho da humanidade. E só aos olhos da fé é possível discernir o desígnio que vai se formando através dos acontecimentos banais, obscuros, pouco significativos; um desígnio que Deus revela como proposta sua para o crescimento e o bem de seus filhos, uma realização cujo acabamento não nos é dado conhecer, mas que um dia certamente se completará.
 
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Evangelho do dia - Marcos, 13, 33 - 37


    

“Cuidado! Ficai atentos, pois não sabeis quando chegará o momento. É como um homem que, ao viajar, deixou sua casa e confiou a responsabilidade a seus servos, a cada um sua tarefa, mandando que o porteiro ficasse vigiando. Vigiai, portanto, pois não sabeis quando o senhor da casa volta: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. Não aconteça que, vindo de repente, vos encontre dormindo. O que vos digo, digo a todos: vigiai!”
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Vigiai

 
 
      Eu me lembro do “Vigilante Rodoviário”, seriado dos anos 60, estrelado por Carlos Miranda, que fez grande sucesso, principalmente entre o público juvenil, ele estava sempre a postos pelas estradas do Brasil com seu fiel cão, olhando a distância com aquele binóculo de longo alcance, e ao menor sinal de que havia alguém correndo perigo, entrava em ação. O evangelho desse primeiro domingo do tempo do advento traz essa palavra-chave, tão importante na vida do cristão: Vigiai! Não é para vigiar a vida do próximo, como muitos gostam de fazer, mas para estar sempre atento à presença de Deus em nossa vida, que se manifesta do modo mais inesperado e em horas que nem estamos esperando.
 
      A mística da nossa fé, muitas vezes quer situar Deus no ambiente religioso apenas. É claro que a comunidade é o lugar da manifestação de Deus que faz isso na palavra e nos sacramentos, mas será que Deus não está também nas feiras livres, nas praças e esquinas, nos campos de futebol, nas empresas e escritórios, nos grandes magazines? É claro que sim, mas como nos relacionamos com Ele de maneira sempre tão cerimoniosa, não sabemos como tratá-lo no dia-a-dia, aliás, muitas vezes nem percebemos a Sua presença.
 
      Deus confiou-nos a responsabilidade desta grande casa que é o mundo, onde, como seus empregados, temos tarefas a serem cumpridas. Como Todo Poderoso Criador do céu e da terra, Deus é o dono dessa casa onde nada nos pertence, mas tudo está a nosso serviço para ser trabalhado para que possamos viver bem e ser felizes.
 
      Na empresa onde trabalhei havia um encarregado muito enérgico e rigoroso, quando por alguma razão ele ausentava-se do serviço, os trabalhadores ficavam mais à vontade e alguns até aproveitavam para dar uma paradinha, fumar um cigarro ou simplesmente ficar sentado sem fazer nada, e alguém ironizava a situação afirmando que “na ausência do gato, os ratos aproveitam”. Claro que empregado que só trabalha direto sob vigilância do chefe, não tem responsabilidade e nem é digno de confiança. Parece que o grande problema é esse: o homem quer levar a sua vida como se Deus não existisse. Cada um decide viver como quer, fazendo o que quiser, e a religião é só uma opção que alguns malucos fazem, estes não perceberam que a vida tem um sentido maior do que o simples existir, não se deram conta de que cada ser humano tem uma missão a cumprir nessa vida.
 
      Poderíamos compreender que “casa” pode também ser a comunidade a que pertencemos, é a Igreja de Cristo presente no mundo com a missão primária de evangelizar, os evangelhos afirmam que ele ensinava como quem tem autoridade, vivendo aquilo tudo que ensinava, levando esperança aos tristes, dando pão aos famintos, acolhendo e curando os enfermos, e resgatando a dignidade dos marginalizados e excluídos Se estivermos atentos e vigilantes, fazendo um pouco disso tudo em nosso dia-a-dia, o dono da casa não irá nos surpreender, ao contrário, nos alegraremos com a sua chegada.
 
      O que não podemos fazer é limitar a nossa religião ao culto prestado a Deus na liturgia eucarística ou na celebração da palavra, pois se no ambiente celebrativo ficamos tão abertos para fazer a experiência com Deus, em nosso viver, devemos estar permanentemente sempre atentos para servi-lo na pessoa do nosso próximo, pois é exatamente essa a vigilância ativa que o evangelho nos ensina, para que não sejamos surpreendidos pelo Senhor, pois quem não descobriu que a vocação cristã é o amor traduzido em serviço ao próximo, principalmente aos pequenos, é como se estivesse passando a vida inteira dormindo, vivendo apenas por viver.
 
      A vida sem um ideal não tem sentido, e a vida cristã, sem o ideal do evangelho, menos ainda. Que a qualquer hora da nossa vida, possamos ter esta alegria de acolher o Senhor, sempre vigilantes e servindo com humildade e alegria.
 
Diácono José da Cruz
 
ORAÇÃO
Senhor Jesus, que eu esteja vigilante à tua espera, para ser encontrado perseverante no amor e cheio de esperança de ser acolhido por ti.
 
 

Santo do dia - Santa Margarida da Escócia, intercessora dos pecadores

 

Neste dia lembramos com carinho a vida de mais uma irmã nossa que para a Igreja militante brilha como exemplo e no Céu como intercessora de todos nós pecadores chamados à santidade.
 
     Santa Margarida nasceu na Hungria no ano de 1046, isto quando seu pai Eduardo III (de nobre família inglesa) aí vivia exilado, devido aos conflitos pelo trono da Inglaterra (o rei da Dinamarca ocupara o trono inglês). Em 1054, seu pai retornou à Inglaterra, Margarida tinha portanto oito ou nove anos quando conheceu a pátria inglesa. No entanto, após a morte de seu tio-avô, Santo Eduardo, em 1066, recomeçaram os conflitos: a luta entre Haroldo e Guilherme da Normandia obrigou Edgardo, irmão de Margarida, a refugiar-se novamente na Escócia com a mãe e as irmãs, tendo-lhes o pai morrido alguns anos antes.
 
     Vivendo na Escócia, Margarida casou-se com o rei Malcom III e buscou com os oito filhos (seis príncipes e duas princesas, uma delas chamada Edite, que veio posteriormente a ser rainha da Inglaterra e conhecida com o nome de Santa Matilde) a graça de constituir uma verdadeira Igreja doméstica. Santa Margarida, como rainha da Escócia, procurou cooperar com o rei, tanto no seu aperfeiçoamento humano (pois de rude passou a doce) quanto na administração do reino (porque baniu todas futilidades e aproximou os bens reais das necessidades dos pobres).
 
      Conta-se que a própria Santa Margarida alimentava e servia diariamente mais de cem pobres, ao ponto de lavar os pés e beijar as chagas daqueles que eram vistos e tratados por ela como irmãos e presença de Cristo. Quando infelizmente seu esposo e filho morreram num assalto ao castelo, Margarida que tanto os amava não se desesperou, mas sim aceitou e entregou tudo a Deus rezando: “Agradeço, ó Deus, porque me dás a paciência para suportar tantas desgraças!”
 
      Santa Margarida entrou no Céu a 16 de novembro de 1093. Foi sepultada na igreja da Santíssima Trindade, em Dunfermline, para onde também o corpo do rei Malcom III foi levado mais tarde.
 
Santa Margarida da Escócia, rogai por nós!

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 21, 29 - 33


    


E Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. Quando começam a brotar, basta olhá-las para saber que o verão está perto. Vós, do mesmo modo, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade vos digo: esta geração não passará antes que tudo aconteça. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”.
 
- Palavra de salvação.
- Gloria a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - A lição da figueira

  Vejam o exemplo da figueira ou de qualquer outra árvore. Quando vocês vêem que as suas folhas começam a brotar, vocês já sabem que está chegando o verão. Assim também, quando virem acontecer aquelas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está para chegar. Eu afirmo a vocês que isto é verdade: essas coisas vão acontecer antes de morrerem todos os que agora estão vivos. O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras ficarão para sempre.

 Jesus chama a atenção para um sinal da natureza: uma figueira. Quando esta árvore começa a brotar é sinal de que o verão está chegando. E aponta para alguns sinais do Reino. Tudo pode passar, desaparecer, mas, Jesus garante que suas palavras não passarão. Ficarão para sempre.
 

     Os cristãos são admoestados a se manterem em contínuo estado de vigilância em relação à história, uma vez que ela está sendo fermentada pelas realidades escatológicas. Urge, pois, perceber como nela se manifestam os sinais do fim.
 
     A mensagem de Jesus nada tem a ver com os apocalipses da época, reservados a um grupo restrito de iniciados. Jesus ensina publicamente, sem a preocupação de selecionar seus ouvintes. Embora só os discípulos o compreendam, sua doutrina deve ser anunciada a todos os povos. Basta abrir-se para ele, para entender o conteúdo de seus ensinamentos.
 
     A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Vendo-as frutificar, é possível afirmar, sem perigo de engano, que o verão se aproxima.
 
     Igualmente, pode-se declarar que algo de novo estará acontecendo na história, quando a morte ceder lugar à vida, a escravidão abrir espaço para a liberdade, a injustiça for sobrepujada pela justiça, o ódio e a inimizade forem vencidos pelo amor e pela reconciliação.
 
     Este germinar de esperança é um sinal evidente da presença do Filho do Homem, fazendo a escatologia acontecer. Chegará um tempo de plenitude. Este, porém, está sendo preparado pela aproximação paulatina daquilo que todos esperamos.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Espírito de atento discernimento, dá-me olhos para perceber os sinais da aproximação do Senhor, cuja libertação vai, pouco a pouco, concretizando-se na nossa história.

Santo do dia - São Tiago da Marca, dedicou sua vida para a causa do Evangelho

O santo de hoje morreu dizendo “Jesus, Maria, bendita Paixão de Jesus”, isto porque sua vida toda foi dedicada para a causa do Evangelho.
 
     Tiago da Marca nasceu no ano 1391 numa aldeia da Marca de Ancona, Itália. Recebeu no Batismo o nome de Domingos. Tendo morrido seu pai e sua mãe, ficou aos cuidados de um homem rico que o encaminhou para trabalhos administrativos. Desta forma, São Tiago conheceu a iniquidade do mundo, tomando a decisão de se retirar para um convento.
 
     Quando despertou para a vocação à vida Consagrada, São Tiago pensou em entrar para os Cartuxos, mas ao viajar para Babiena, na Toscana, ficou tão edificado com os diálogos que travou com os franciscanos, que resolveu entrar para a Família de São Francisco de Assis. Recebeu o hábito, tomando o nome de Tiago, no Convento de Nossa Senhora dos Anjos, perto de Assis, onde, pouco tempo depois, fez profissão.
 
     Dormia apenas três horas por noite; e passava o restante da noite na meditação das coisas celestes. Nunca comia carne, jejuava inviolavelmente as sete quaresmas de S. Francisco. Todos os dias se disciplinava com rigor. A única pena que sentia era não poder dedicar-se à pregação, único emprego que desejava na sua Ordem. Para conseguir o que tanto desejava, foi a Nossa Senhora do Loreto, celebrou a Santa Missa e, depois da consagração, a Santíssima Virgem apareceu-lhe a dizer que a sua oração tinha sido ouvida.
 
     Começou a pregar com tanto fervor que nunca subia ao púlpito sem tocar os corações mais endurecidos, fazendo muitas conversões miraculosas. Foi associado a São João Capistrano para pregar a Cruzada contra os turcos que, tendo-se apoderado de Constantinopla, enchiam de terror toda a cristandade. Foi tal o seu zelo por esta ocasião que se lhe pode atribuir em grande parte o sucesso desta gloriosa empreitada.
 
     Como sacerdote dedicou-se nas pregações populares onde, de modo simples, vivo e eficaz, evangelizava e espalhava a Sã Doutrina Católica em diversas regiões da Europa. São Tiago anunciava, mas também denunciava toda opressão social, pois os negociantes e mercadores tiranizavam o povo com empréstimos de juros sem fim, por causa disso o santo fundou os bancos populares que emprestavam com juros mínimos. Por fim, São Tiago se instalou em Nápoles onde teve a revelação que aí terminaria seus dias, como de fato aconteceu a 28 de novembro de 1476, isto depois de ser atingido por uma doença mortal. Foi canonizado em 1726 pelo Papa Bento XIII.
 
São Tiago da Marca, rogai por nós!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 21, 20 - 28


    

“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. Então, os que estiverem na Judéia, devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade, devem afastar-se; os que estiverem no campo, não entrem na cidade. Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. Ai das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá grande angústia na terra e ira contra este povo. Serão abatidos pela espada e levados presos para todas as nações. E Jerusalém será pisada pelos pagãos, até que se complete o tempo marcado para eles. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. Os homens vão desmaiar de medo, só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. Então, verão o Filho do Homem, vindo numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima.”
 
- Palavra de Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Levantem a cabeça!

 
      Na Bíblia, a destruição de certas cidades é apresentada como lição para a humanidade. A ruína de Sodoma e Gomorra simboliza o fim da maldade humana. A queda da Samaria representa o castigo da cidade que trocou Deus pelos ídolos e se deixou contaminar pela injustiça. A queda de Nínive e da Babilônia foram celebradas como o fim de impérios prepotentes, cuja ação nefasta foi causa de sofrimento e morte para muitos povos.
 
     A devastação de Jerusalém foi, também, marcada de simbolismo. Cidade de grande evocação teológica - lugar da habitação de Deus no meio de seu povo - converteu-se em cidade assassinada dos profetas, surda aos apelos dos enviados. Para os cristãos, caracterizou-se como cidade assassina do Filho de Deus, o qual tentou, inutilmente, chamá-la à conversão. 
 
     Tendo perdido sua razão de ser, só lhe restava ser votada à destruição. Ao mesmo tempo em que fala dessa destruição, Jesus abre o coração dos discípulos para a esperança. Por um lado, fala-se em grandes calamidades no país: flagelos, morte, exílio, ruína. Por outro, alude-se ao Filho do Homem "vindo sobre as nuvens, com grande poder e glória". O fim de Jerusalém corresponde ao início de uma realidade nova, à libertação que se aproxima.
 
     Portanto, os discípulos têm motivos para se conservarem esperançosos, banindo todo temor. A proximidade da libertação é motivo de alegria!
 
Jaldemir Vitório
 
Oração
Espírito de alegre esperança, que a perspectiva do fim seja, para mim razão de confiar e esperar no Senhor que veio para nos trazer a libertação.

Santo do dia - Santa Catarina Labouré, priveligiada com a aparição de Nossa Senhora

 

Celebramos neste dia o testemunho de vida cristã e mariana daquela que foi privilegiada com a aparição de Nossa Senhora, a qual deu origem ao título de Nossa Senhora das Graças ou da Medalha Milagrosa.
 
     Santa Catarina de Labouré nasceu em Borgonha (França) a 2 de maio de 1806. Era a nona filha de uma família que, como tantas outras, sofria com as guerras napoleônicas.
 
     Aos 9 anos de idade, com a morte da mãe, Catarina assumiu com empenho e maternidade a educação dos irmãos, até que ao findar desta sua missão, colocou-se a serviço do Bom Mestre, quando consagrou-se a Jesus na Congregação das Filhas da Caridade.
 
     Aconteceu que, em 1830, sua vida se entrelaçou mais intimamente com os mistérios de Deus, pois a Virgem Maria começa a aparecer a Santa Catarina, a fim de enriquecer toda a Igreja e atingir o mundo com sua Imaculada Conceição, por isso descreveu Catarina:
 
     “A Santíssima Virgem apareceu ao lado do altar, de pé, sobre um globo com o semblante de uma senhora de beleza indizível; de veste branca, manto azul, com as mãos elevadas até à cintura, sustentava um globo figurando o mundo encimado por uma cruzinha. A Senhora era toda rodeada de tal esplendor que era impossível fixá-la. O rosto radiante de claridade celestial conservava os olhos elevados ao céu, como para oferecer o globo a Deus. A Santíssima Virgem disse: Eis o símbolo das graças que derramo sobre todas as pessoas que mas pedem”.
 
     Nossa Senhora apareceu por três vezes a Santa Catarina Labouré. Na terceira aparição, Nossa Senhora insiste nos mesmos pedidos e apresenta um modelo da medalha de Nossa Senhora das Graças. Ao final desta aparição, Nossa Senhora diz: “Minha filha, doravante não me tornarás a ver, mas hás-de ouvir a minha voz em tuas orações”.
 
     Somente no fim do ano de 1832, a medalha que Nossa Senhora viera pedir foi cunhada e espalhada aos milhões por todo o mundo.
 
     Como disse Sua Santidade Pio XII, esta prodigiosa medalha “desde o primeiro momento, foi instrumento de tão numerosos favores, tanto espirituais como temporais, de tantas curas, proteções e sobretudo conversões, que a voz unânime do povo a chamou desde logo medalha milagrosa“.
 
     Esta devoção nascida a partir de uma Providência Divina e abertura de coração da simples Catarina, tornou-se escola de santidade para muitos, a começar pela própria Catarina que muito bem soube se relacionar com Jesus por meio da Imaculada Senhora das Graças.
 
     Santa Catarina passou 46 anos de sua vida num convento, onde viveu o Evangelho, principalmente no tocante da humildade, pois ninguém sabia que ela tinha sido o canal desta aprovada devoção que antecedeu e ajudou na proclamação do Dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora em 1854.
 
     Já como cozinheira e porteira, tratando dos velhinhos no hospício de Enghien, em Paris, Santa Catarina assumiu para si o viver no silêncio, no escondimento, na humildade. Enquanto viveu, foi desconhecida.
 
     Santa Catarina Labouré entrou no Céu a 31 de dezembro de 1876, com 70 anos de idade. Foi beatificada em 1933 e canonizada em 1947 pelo Papa Pio XII.
 
Santa Catarina Labouré, rogai por nós!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 21, 5 - 11


      

Algumas pessoas comentavam a respeito do templo, que era enfeitado com belas pedras. Jesus disse: “Admirais essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído”. Mas eles perguntaram: “Mestre, quando será, e qual o sinal de que isso está para acontecer?” Jesus respondeu: “Cuidado para não serdes enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’, e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não sigais essa gente! Quando ouvirdes falar de guerras e revoluções, não fiqueis apavorados. É preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim.' E continuou: “Haverá grandes terremotos, fomes e pestes em vários lugares; acontecerão coisas pavorosas, e haverá grandes sinais no céu”.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Uma frágil beleza

      O discurso sobre o fim do mundo revela a fragilidade das realidades humanas. Nem mesmo o Templo, construído para ser a habitação de Deus no meio do povo, estaria à salvo da destruição.
 
      A constatação de Jesus a respeito da destruição do Templo expressa o destino das realidades humanas: "Não ficará pedra sobre pedra". O fim de tudo é a sua ruína. Experiência dolorosa, que será acompanhada de tentativas de engano: muitos se apresentarão como messias, anunciando a chegada de fim. Guerras e revoluções, terremotos e epidemias, prodígios e sinais no céu revelarão, também, essa chegada. Mas, ao contrário do que diziam os falsos profetas, Jesus afirma que "não será ainda o fim".
 
      O Mestre assegura isso, com a linguagem apocalíptica da época. Não lhe interessa, porém, inculcar em seus ouvintes os sentimentos dos quais esta linguagem estava carregada. Ele quer tão-somente conscientizar a comunidade acerca da importância de dedicar-se às coisas impossíveis de serem destruídas: a fé e o amor. Quando tudo tiver chegado ao fim, apenas estas duas realidades subsistirão. Só elas podem oferecer segurança e levar o discípulo a superar o medo terrificante que o confronto com a escatologia provoca. A beleza sólida da fé e do amor permanecerão, mesmo quando tudo o mais se tiver reduzido a escombros. Isto porque são obras de Deus.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Espírito de fé e de amor, livra-me de centrar minha vida no que é passível de destruição, e faze-me testemunhar a fé e praticar o amor
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Santo do dia - Santa Catarina de Alexandria, protetora do Estado de Santa Catarina

 

Neste dia lembramos a vida desta santa que é inspiradora e protetora de um Estado brasileiro: Santa Catarina. Nascida em Alexandria, recebeu uma ótima formação cristã.
 
     É uma das mais célebres mártires dos primeiros séculos, um dos Santos Auxiliadores. O pai, diz a lenda, era Costes, rei de Alexandria. Ela própria era, aos 17 anos, a mais bonita e a mais sábia das jovens de todo o império; esta sabedoria levou-a a ser muitas vezes invocada pelos estudantes. Anunciou que desejava casar-se, contanto que fosse com um príncipe tão belo e tão sábio como ela. Esta segunda condição embargou que se apresentasse qualquer pretendente.
 
     “Será a Virgem Maria que te procurará o noivo sonhado”, disse-lhe o ermitão Ananias, que tinha revelações. Maria aparece, de fato, a Catarina na noite seguinte, trazendo o Menino Jesus pela mão. “Gostas tu d’Ele?”, perguntou Maria. -“Oh, sim”. -“E tu, Jesus, gostas dela?” -“Não gosto, é muito feia”. Catarina foi logo ter com Ananias: “Ele acha que sou feia”, disse chorando. -“Não é o teu corpo, é a tua alma orgulhosa que Lhe desagrada”, respondeu o eremita. Este instruiu-a sobre as verdades da fé, batizou-a e tornou-a humilde; depois disto, tendo-a Jesus encontrado bela, a Virgem Santíssima meteu aos dois o anel no dedo; foi isto que se ficou chamando desde então o “casamento místico de Santa Catarina”.
 
     Ansiosa de ir ter com o seu Esposo celestial, Catarina ficou pensando unicamente no martírio. Conta-se que ela apresentou-se em nome de Deus, diante do perseguidor, imperador Maxêncio, a fim de repreendê-lo por perseguir aos cristãos e demonstrar a irracionalidade e inutilidade da religião pagã. Santa Catarina, conduzida pelo Espírito Santo e com sabedoria, conseguiu demonstrar a beleza do seguimento de Jesus na sua Igreja. Incapaz de lhe responder, Maxêncio reuniu para a confundir os 50 melhores filósofos da província que, além de se contradizerem, curvaram-se para a Verdade e converteram-se ao Cristianismo, isto tudo para a infelicidade do terrível imperador.
 
     Maxêncio mandou os filósofos serem queimados vivos, assim como à sua mulher Augusta, ao ajudante de campo Porfírio e a duzendos oficiais que, depois de ouvirem Catarina, tinham-se proclamado cristãos. Após a morte destes, Santa Catarina foi provada na dor e aprovada por Deus no martírio, tendo sido sacrificada numa máquina com quatro rodas, armadas de pontas e de serras. Isto aconteceu por volta do ano 305. O seu culto parece ter irradiado do Monte Sinai; a festa foi incluída no calendário pelo Papa João XXII (1316-1334).
 
Santa Catarina de Alexandria, rogai por nós!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 21, 1 - 4


    

Ao levantar os olhos, Jesus viu pessoas ricas depositando ofertas no cofre. Viu também uma viúva necessitada que deu duas moedinhas. E ele comentou: “Em verdade, vos digo: esta viúva pobre deu mais do que todos os outros. Pois todos eles depositaram como oferta parte do que tinham de sobra, mas ela, da sua pobreza, ofereceu tudo que tinha para viver.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Nossas moedinhas ...

         Eu fiquei pensando seriamente nessas duas moedinhas da viúva, que foram depositadas no cofre do templo, e que, conforme o próprio Jesus, era tudo o que ela tinha,  provavelmente o dinheiro do pão e do leite. Aquelas moedinhas que “esquecemos” no console do carro, e que quando algum pedinte vem com a “Caixinha”  nos semáforos, a gente pega e dá. No nosso caso é sobra, no da viúva era um valor importante na sua modesta economia. Tem-se a impressão de que no dia seguinte a coitada ficou sem tomar café.
 
        Uma interpretação literal desse evangelho seria mais ou menos assim: você faz a sua compra do mês, mas em vez de levar para sua casa, leva na casa de alguém muito pobre, e você  só terá o dinheiro para compra no outro mês. Não é isso? Tirar da boca para dar aos outros.
 
        Mas notem que as duas moedinhas não foram dadas de esmola, mas era uma oferta dentro de uma celebração, então foram dadas a Deus, eis aí a diferença fundamental. Talvez a gente até pense que, agora ficou bem mais fácil de imitar a viúva, dar aquilo que para mim é essencial, para Deus. E por que será que Deus vai querer as nossas moedinhas? O que  nossas miseráveis ofertas vão acrescentar a grandiosidade de Deus?
 
        Nada! Então por que abrir mão daquilo que nos é essencial? Quando falamos de bens materiais, inclusive dinheiro, o que damos na verdade é o que sobra e até mesmo o nosso Dízimo, é o último valor que entra no nosso orçamento mensal “Posso dar que não vou me apertar!” pensamos sempre de maneira um tanto mesquinha. Quanto mais rico mais posso dar, mas sempre o que me sobra. Claro que dar em nome de Cristo é uma obra de caridade. Fiquem tranquilos...
 
        Em uma visão bem pastoral a reflexão é muito bonita. Há algo sim, que podemos dar a Deus na comunidade, algo precioso que nos é essencial, e que parece que ninguém tem sobrando... o tempo! É a primeira justificativa que damos quando somos convidados para “dar” algo essencial de nós,  em algum trabalho pastoral ou ministério “Ah estou sem tempo...”, as pessoas até já introduzem a conversa dizendo “Olha, se tiver um tempinho...”.
 
        Eis aí as nossas pequeninas moedinhas da pós-modernidade: nosso tempo. Para ouvir as pessoas, para visitar um doente, para visitar alguém que sumiu da comunidade, para ir consolar alguém que perdeu seu ente querido, para compartilhar meu conhecimento profissional em algum curso de formação.  Nesse sentido,  nossas pastorais são aquele cofre do templo,  onde ás vezes colocamos grandes fortunas, mas que está nos sobrando “Ah hoje eu não ia fazer nada mesmo...”.
 
        Porém, o que Jesus nos pede é uma doação verdadeira, dar um tempo em algum trabalho pastoral, para alguma pessoa, um tempo que vai nos fazer falta pela sua preciosidade, digamos assim, no meu justo descanso da tarde de um domingo, vou fazer algum trabalho pastoral. Deixamos de descansar no conforto de nossa casa, para nos doar a alguém. Será que tudo o que fazemos, na pastoral ou no ministério, não é apenas uma terapia ocupacional para “matarmos” o tempo que  está sobrando? A verdade é que as moedinhas da viúva nos fazem pensar nesse assunto...
 
Diácono José da Cruz
 
ORAÇÃO
Pai, dá-me um coração de pobre, capaz de partilhar até do que me é necessário, porque confio totalmente no teu amor providente.

Santo do dia - Santo André Dung-Lac e companheiros mártires


 Neste dia comemoramos a santidade dos 117 mártires vietnamitas que testemunharam seu amor a Cristo, tanto na vida como na morte. O Papa João Paulo II, em 1988, canonizou na verdade alguns, dos muitos ousados na fé, que se encontram entre o período de 1830 até 1870.
 
        O Vietnã conheceu a Boa-nova de Jesus Cristo no século XVI, e o acolheu em sua integridade: “Então, entregar-vos-ão à aflição, matar-vos-ão, sereis odiados por todos os pagãos por causa do meu nome…mas quem perseverar até o fim, este será salvo”. (Mt 24,9-13)
 
        Santo André Dung-Lac, era de família pobre, reconheceu a riqueza do Dom Sacerdotal e foi ordenado Padre em 1823; em meio às perseguições desejava ardentemente testemunhar Jesus Cristo com o martírio, pois dizia que “aqueles que morrem pela fé sobem ao céu”.
 
        Na Ásia, iniciou-se grande perseguição aos cristãos. De 1625 a 1886, os governantes tudo fizeram para despertar o ódio e a vingança contra a religião cristã e àqueles que anunciavam o Evangelho ou tornavam-se cristãos. Mas, quanto mais os perseguiam, mais aumentava o fervor dos cristãos. Esse período culminou com a morte de 117 santos: Sacerdotes, Bispos, pais de famílias, jovens, crianças, catequistas, seminaristas, militares. Todos estes mostrando a universalidade do chamado à Santidade com o próprio sangue.
 
Santo André Dung-Lac e companheiros mártires, rogai por nós!

domingo, 23 de novembro de 2014

Cristãos leigos: Discípulos do reino de Cristo

 
      A solenidade de Cristo Rei, no Brasil, também é comemorada como o Dia do Leigo. Os “leigos” são todos os batizados, que sem serem sacerdotes ordenados ou membros de Congregações e Institutos de Vida Consagrada, formam o imenso povo de Deus que é a Igreja.
 
      Os batizados em Cristo (“mergulhados” em Cristo) foram agraciados pelos dons da salvação e da vida nova, que Deus concede a todos os que acolhem na fé o seu Filho Jesus Cristo. Tornam-se, assim, “discípulos do reino de Cristo e de Deus”.
 
      Todos os batizados, enquanto vivem neste mundo e esperam a realização plena das promessas de Deus, são participantes da missão que Jesus Cristo confiou à sua Igreja: “vós sereis minhas testemunhas”.
 
      Por isso levam o nome de “cristãos”, para serem identificados com Cristo; e participam da missão de anunciar a todos o Evangelho, de muitas maneiras. São chamados também a conformar a própria vida aos ensinamentos do Evangelho de Cristo e a crescer na vida cristã, para produzir os frutos da fé.
 
       O papa Francisco, na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (“A Alegria do Evangelho”, nº 180), lembra que a vida cristã não se resume numa série fragmentária de “boas obras”, mas em abraçar a “proposta do Reino de Deus”: em outras palavras, em tornar-se discípulos do Reino de Deus ( Lc 4,43).
 
      Portanto, os batizados são chamados a abraçar em tudo o reino de Deus, tendo sempre diante de si o reino de Deus, como referência e critério maior para tudo o que fazem e pensam: “buscai em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt,6,33).
 
      Os cristãos leigos e leigas são os “missionários do reino de Deus no meio do mundo, onde vivem, trabalham, se relacionam e exercem suas múltiplas responsabilidades. Que o Espírito de Cristo os ilumine e fortaleça em sua missão!
 
Cardeal Odilo P. Scherer
Arcebispo de São Paulo

Evangelho do dia - Mateus 25, 31 - 46



    

“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, ele se assentará em seu trono glorioso. Todas as nações da terra serão reunidas diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos, à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei em herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! Pois eu estava com fome, e me destes de comer; estava com sede, e me destes de beber; eu era forasteiro, e me recebestes em casa; estava nu e me vestistes; doente, e cuidastes de mim; na prisão, e fostes visitar-me’. Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede, e te demos de beber? Quando foi que te vimos como forasteiro, e te recebemos em casa, sem roupa, e te vestimos? Quando foi que te vimos doente ou preso, e fomos te visitar?’ Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade, vos digo: todas as vezes que fizestes isso a um destes mais pequenos, que são meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: `Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar'. E responderão também eles: `Senhor, quando foi que te vimos com fome, ou com sede, como estrangeiro, ou nu, doente ou preso, e não te servimos?' Então o Rei lhes responderá: `Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!' Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - O Amor é o critério do julgamento

 
        Esta passagem sobre o julgamento final só é descrita por Mateus. Não aparece nos outros evangelhos. Mateus quer insistir sobre um aspecto da vivência cristã. Qual aspecto?
      No juízo se manifestará a verdadeira identidade da pessoa, a qual, aliás, o cristão já conhece desde agora: só o amor aos irmãos é o que dá ao homem consistência e salvação; só no amor aos irmãos se encontra concretamente o Senhor.
 
       Temos neste texto do evangelho de Mateus uma das páginas mais expressivas no sentido de indicar que a comunhão com os excluídos e oprimidos é a própria comunhão com Jesus e com Deus.
 
       Na solidariedade com os excluídos, os famintos, os sedentos, os sem teto, os nus, os doentes e os presos, encontramos com o próprio Jesus, realizando-se, assim, a sua "vinda na glória".
 
       A promoção da vida é a comunhão com Jesus em sua vida divina e eterna, em qualquer tempo e em qualquer povo. Desde a sua criação, os homens e as mulheres foram predestinados a participar da vida eterna, através da prática do amor e do serviço.
 
       Nas comunidades, o verdadeiro "pastor" é aquele que se dedica ao serviço em atender as necessidades de todos, estando atento a cada um. Quem se dedica ao cultivo da vida está vencendo a morte e promovendo a ressurreição.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
ORAÇÃO
Pai, coloca no meu coração um amor entranhado pelos que são teus preferidos. É por meio deles que chegarei a ti.
 

Santo do dia - São Clemente I - terceiro Papa que governou a Igreja Romana

 
Com grande alegria e veneração lembramos a vida do terceiro Papa que governou, no primeiro século, a Igreja Romana.
 
São Clemente I assumiu a Cátedra de Pedro, depois de Lino, Anacleto e com muito empenho regeu a Igreja de Roma dos anos 88 até 97. Sobressai no seu pontificado um documento de primeira grandeza, fundamental a favor do primado universal do Bispo de Roma: a carta aos Coríntios, escrita no ano de 96.
 
       Perturbada por agitadores presumidos e invejosos, a comunidade cristã de Corinto ameaçava desagregação e ruptura. São Clemente escreve-lhe então uma extensa carta de orientação e pacificação, repassada de energia persuasiva, recomendando humildade, paz e obediência à hierarquia eclesiástica já então definida nos seus diversos graus: Bispos, Presbíteros e Diáconos.
 
       Esta sua intervenção mostra que Clemente, para além de Bispo de Roma, sentia-se responsável e com autoridade sobre as outras Igrejas. E saliente-se que, nessa altura, vivia ainda o Apóstolo São João, o que nos permite concluir que o Primado não foi de modo algum uma ideia meramente nascida de circunstâncias favoráveis, mas uma convicção clara logo desde o início. Se assim não fosse, nunca São Clemente teria ousado meter-se onde, por hipótese, não era chamado.
 
     João, como Apóstolo de Cristo, era sem dúvida uma figura venerável. Mas era ao Bispo de Roma, como sucessor de São Pedro, que competia o governo da cristandade. Uma tradição, que remonta ao fim do século IV, afirma que São Clemente terminou sua vida com o martírio. Seu nome ficou incluído no Cânon Romano da Missa.
 
São Clemente I, rogai por nós!

sábado, 22 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 20, 27 - 40


    

Aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, os quais negam a ressurreição, e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a mulher para dar descendência ao irmão’. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. Também o segundo e o terceiro se casaram com a mulher. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. Na ressurreição, ela será esposa de qual deles?”. Jesus respondeu-lhes: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor 'o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó'. Ele é Deus não de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele”. Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: 'Mestre, tu falaste muito bem.' E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Lá vem os Saduceus com suas historinhas...

Os saduceus foram a Jesus porque queriam entender a questão da ressurreição. Jesus inicia fazendo uma correção. A ressurreição verdadeira consiste em passar a uma nova categoria, a de filhos de Deus. O matrimônio, após a morte, não permite gerar filhos. Tampouco se casa após a morte. Após a morte, "os que vivem, vivem para o Senhor", como diz São Paulo aos Romanos (Rm 14,8).

       Quem é que já não teve a tentação de imaginar o céu como uma continuidade dessa vida? A Vida Plena de comunhão com Deus comporta uma continuidade mas também uma descontinuidade: seremos nós mesmos, mas de um outro jeito! Nesta vida terrena as nossas relações, ao mesmo tempo em que nos aguça para o amor, também denuncia a nossa incapacidade de um amor total como o de Jesus, entretanto, ao atingirmos a plenitude do céu não haverá mais limites ou qualquer impossibilidade nesse sentido, porque estaremos em Deus e com Deus, que é a Plenitude da plenitude.
 
       O Céu é uma comunidade, estaremos em comunhão com as pessoas mas o elo dessa comunhão não será mais o nosso empenho e esforço, as relações serão perfeitas porque Deus mesmo será o nosso elo de comunhão, em Deus seremos Tudo em Todos.
 
       Então para que servem as nossas relações neste mundo, principalmente a vida conjugal apresentada neste evangelho? Exatamente para exercitarmos a vivência desta comunhão que jamais deve buscar a si mas ao outro, fazer o outro feliz, ao passo que o outro, deverá ter tomado a decisão de ser sempre feliz, independente se o outro irá fazê-lo feliz ou não pois no céu, para ser feliz não dependeremos mais uns dos outros, mas apenas de Deus e por isso, essa esperada e sonhada felicidade, já está de certo modo garantida em Jesus Cristo.
 
       Os Saduceus só conseguem imaginar o céu dentro de categorias humanas, se fosse assim, o céu de Deus não seria um lugar tão bonito e perfeito!
 
Diácono José da Cruz
 
ORAÇÃO
Espírito de imortalidade, reforça minha fé na ressurreição e minha esperança de encontrar-me com o Deus da vida eterna.

Santo do dia - Santa Cecília, exemplo de mulher cristã

 

Hoje celebramos a santidade da virgem que foi exaltada como exemplo perfeitíssimo de mulher cristã, pois em tudo glorificou a Jesus.
 
     Santa Cecília é uma das mártires mais veneradas durante a Idade Média, tanto que uma basílica foi construída em sua honra no século V. Embora se trate da mesma pessoa, na prática fala-se de duas santas Cecílias: a da história e a da lenda. A Cecília histórica é uma senhora romana que deu uma casa e um terreno aos cristãos dos primeiros séculos. A casa transformou-se em igreja, que se chamou mais tarde Santa Cecília no Trastévere; o terreno tornou-se cemitério de São Calisto, onde foi enterrada a doadora, perto da cripta fúnebre dos Papas.
 
     No século VI, quando os peregrinos começaram a perguntar quem era essa Cecília cujo túmulo e cuja inscrição se encontravam em tão honrosa companhia, para satisfazer a curiosidade deles, foi então publicada uma Paixão, que deu origem à Cecília lendária; esta foi sem demora colocada na categoria das mártires mais ilustres. Segundo o relato da sua Paixão Cecília fora uma bela cristã da mais alta nobreza romana que, segundo o costume, foi prometida pelos pais em casamento a um nobre jovem chamado Valeriano. Aconteceu que, no dia das núpcias, a jovem noiva, em meio aos hinos de pureza que cantava no íntimo do coração, partilhou com o marido o fato de ter consagrado sua virgindade a Cristo e que um anjo guardava sua decisão.
 
     Valeriano, que até então era pagão, a respeitou, mas disse que somente acreditaria se contemplasse o anjo. Desse desafio ela conseguiu a conversão do esposo que foi apresentado ao Papa Urbano, sendo então preparado e batizado, juntamente com um irmão de sangue de nome Tibúrcio. Depois de batizado, o jovem, agora cristão, contemplou o anjo, que possuía duas coroas (símbolo do martírio) nas mãos. Esse ser celeste colocou uma coroa sobre a cabeça de Cecília e outra sobre a de Valeriano, o que significava um sinal, pois primeiro morreu Valeriano e seu irmão por causa da fé abraçada e logo depois Santa Cecília sofreu o martírio, após ter sido presa ao sepultar Valeriano e Tibúrcio na sua vila da Via Ápia.
 
     Colocada diante da alternativa de fazer sacrifícios aos deuses ou morrer, escolheu a morte. Ao prefeito Almáquio, que tinha sobre ela direito de vida ou de morte, ela respondeu: “É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida”. Almáquio condenou-a a morrer asfixiada; como ela sobreviveu a esse suplício, mandou que lhe decapitassem a cabeça.
 
     Nas Atas de Santa Cecília lê-se esta frase: “Enquanto ressoavam os concertos profanos das suas núpcias, Cecília cantava no seu coração um hino de amor a Jesus, seu verdadeiro Esposo”. Essas palavras, lidas um tanto por alto, fizeram acreditar no talento musical de Santa Cecília e valeram-lhe o ser padroeira dos músicos. Hoje essa grande mártir e padroeira dos músicos canta louvores ao Senhor no céu.
 
Santa Cecília, rogai por nós!

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 19, 41 - 44


    


Quando Jesus se aproximou de Jerusalém e viu a cidade, começou a chorar. E disse: “Se tu também compreendesses hoje o que te pode trazer a paz! Agora, porém, está escondido aos teus olhos! Dias virão em que os inimigos farão trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados. Esmagarão a ti e a teus filhos, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste o tempo em que foste visitada”.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário ao Evangelho - O pranto de Jesus



        A contemplação da cidade santa de Jerusalém deixou Jesus comovido. Símbolo da presença de Deus no meio do povo, lugar de peregrinação dos fiéis de todos os cantos do mundo, evocação da longa história de amor do Senhor por Israel, Jerusalém tornara-se símbolo da obstinação de um povo sem disposição para ouvir os apelos de conversão que lhe eram dirigidos pelo Messias.

     O Templo fora transformado em casa de câmbio e lugar de exploração dos pobres. O culto estava longe de agradar a Deus, por se reduzir à mera exterioridade. O sacerdócio perdera sua característica própria, para se tornar objeto de disputa. Os peregrinos eram visto como meio de enriquecimento de um grupo de aproveitadores. Por isso, o Filho de Deus não reconhecia mais aquela cidade e o Templo como lugares de habitação de seu Pai.
 
     Os vaticínios de Jesus contra a cidade santa seguem os rumos da antiga pregação profética. Já Miquéias e Jeremias haviam anunciado a destruição de Jerusalém, por causa da idolatria que nela se instalara. E assim aconteceu, por obra do exército babilônico. Já as palavras de Jesus seriam realizadas pelas mãos do exército romano.
 
     O pranto do Mestre sobre Jerusalém foi um apelo quase desesperado à conversão. Se ela fosse capaz de compreender que estava sendo visitada pelo mensageiro da paz, haveria de ser solícita em converter-se. Mas isto estava escondido a seus olhos.
Pe. Jaldemir Vitório

Oração
Espírito que move à conversão, tira-me da letargia que me impede de dar ouvido a Jesus, e converter-me conforme os seus apelos.


 

Santo do dia - Santo Edmundo

Edmundo é um santo mais vivo na memória do povo da Inglaterra do que nos documentos históricos. Mesmo porque os registros trazem dados sobre o seu reinado e sua morte, enquanto sobre sua origem poucas são as informações.
 
     Sabemos apenas que Edmundo era cristão, filho do rei Alkmund, da Saxônia, que, posteriormente, teria sido adotado pelo rei das regiões da Inglaterra oriental, a Estanglia.

      Aos quatorze anos de idade, tornou-se o último rei daquele território. Era um tempo duríssimo para toda a Inglaterra, agredida, constantemente, pelos sanguinários bárbaros dinamarqueses que invadiam a saqueavam seus vilarejos. Esses bárbaros eram comandados por três irmãos: Halfdene, Ivarr e Ubba. Em suas investidas, além de saquear os povoados, exigiam um resgate para não destruírem as vilas.

      No ano de 869, os dinamarqueses irromperam uma grande invasão nos domínios do rei Edmundo. Para defender seu povo e o reino, ele reuniu seu pequeno exército e combateu os invasores, mais equipados e em maior número. Desse modo, ele acabou como prisioneiro de seus opositores.

      Os dinamarqueses ofereceram ao rei Edmundo a possibilidade de manter sua vida e a coroa caso renegasse a fé e se proclamasse vassalo. O rei rejeitou a proposta por duas vezes. Dessa maneira, selou seu destino. Morreu traspassado pelas flechas dos bárbaros pagãos no dia 20 de novembro de 870. O desaparecimento do rei Edmundo levou ao fim o reino da Estanglia. Mas a Inglaterra se fortaleceu sob seu nome, e o jovem rei morto tornou-se uma bandeira.

      Antes do final do século IX, as moedas cunhadas durante o seu reinado já eram chamadas "penny of Edmund". A sua veneração tornou-se o culto de maior devoção do povo inglês. Foi canonizado e proclamado padroeiro da Inglaterra, recebendo as homenagens dos devotos no dia de sua morte.

      As relíquias mortais de santo Edmundo foram sepultadas em Beadoricesworth, que hoje se chama Bury St. Edmund, na região de Cambridge. Atualmente, existe uma congregação de sacerdotes ingleses chamados Padres de Santo Edmundo.
 
Santo Edmundo, rogai por nós!

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 19, 1 - 10



    


Tendo entrado em Jericó, Jesus estava passando pela cidade. Havia ali um homem chamado Zaqueu, que era chefe dos publicanos e muito rico. Ele procurava ver quem era Jesus, mas não conseguia por causa da multidão, pois era muito baixo. Então ele correu à frente e subiu numa árvore para ver Jesus. Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima e disse: “Zaqueu, desce depressa! Hoje eu devo ficar na tua casa”. Ele desceu depressa, e recebeu Jesus com alegria. Ao ver isso, todos começaram a murmurar, dizendo: 'Ele foi hospedar-se na casa de um pecador!' Zaqueu pôs-se de pé, e disse ao Senhor: “Senhor, a metade dos meus bens darei aos pobres, e se prejudiquei alguém, vou devolver quatro vezes mais”. Jesus lhe disse: "Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. Com efeito, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido."

- Palavra da Salvação
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do evangelho -As etapas da salvação


O encontro de Zaqueu com Jesus mostra como a conversão acontece em etapas. De certo modo, esta revela como a salvação acontece na vida de quem se torna discípulo do Reino. 

 O primeiro passo consiste no desejo de ver Jesus. No caso de Zaqueu, o Evangelho não esclarece os motivos deste anseio. Sabemos, apenas, ter sido tão forte que nada deteve o homem até vê-lo realizado.

     O segundo passo exige a superação de todos os obstáculos. Para Zaqueu, um empecilho era sua baixa estatura. O problema foi resolvido: subiu numa árvore.

     O terceiro passo comporta deixar-se amar por Jesus, sem restrições nem desconfiança, abrindo-lhe as portas do coração. Zaqueu desceu depressa da árvore, para receber Jesus em sua casa, com alegria.

     O quarto passo é uma mudança radical de vida. Radical significa deixar de lado os esquemas e mentalidades antigos, para adequar-se às exigências do Reino. Isto não se faz com palavras ou com boas intenções, mas com gestos concretos. Zaqueu dispôs-se a dar metade de seus bens aos pobres e a ressarcir, quatro vezes mais, aquilo que havia roubado. Desta forma, ele provou que, realmente, a salvação tinha entrado em sua casa.

 Pe. Jaldemir Vitório

Oração
Espírito que gera conversão, toca o meu coração, abrindo-o para acolher a salvação e manifestá-la com gestos concretos de amor.

18 de Novembro - Dedicação das basílicas de S. Pedro e S. Paulo



O ano de 314 inaugura um novo capítulo na história da Igreja. Constantino, depois de haver restituído a paz à Igreja, quis assegurar-lhe o triunfo também exterior sobre as antigas divindades dos pagãos, multiplicando os edifícios do culto cristão. De Constantino a Justiniano nascem as grandes basílicas sob o modelo das basílicas civis.

        A basílica de Latrão (cuja dedicação é celebrada em 9 de novembro) e depois a basílica vaticana tornaram-se o sinal do triunfo do cristianismo. A dedicação da basílica de São Pedro foi feita pelo papa Silvestre (314-335), e a da basílica de São Paulo, pelo papa Sirício (384-399).

        A memória de sua dedicação não pretende tanto celebrar a finalização do edifício material, que se prolongou nos séculos com várias restaurações, quanto oferecer uma ocasião de refletir sobre a figura e a obra dos dois grandes apóstolos, Pedro e Paulo. Ambos os nomes e sobretudo sua obra de evangelização estão ligados à cidade de Roma, onde deram o supremo testemunho a Cristo com a efusão do próprio sangue.

        Roma compartilha com Jerusalém e com Antioquia o privilégio de ter hospedado Pedro durante a pregação. Em Roma Pedro teria vivido 25 anos antes de enfrentar o martírio.
 

       Sua pregação tinha por tema Jesus, a lembrança do tempo passado junto com ele: “Fomos testemunhas oculares da sua grandeza”, escreve na sua segunda carta, e “essa voz nós a ouvimos descer do céu enquanto estávamos com ele sobre o seu santo monte”.

       Sob o altar da confissão da basílica vaticana é conservado o túmulo de Pedro crucificado durante a perseguição desencadeada pelo imperador Nero. As escavações mandadas fazer por Pio XII debaixo da basílica permitiram identificar o lugar da sepultura do príncipe dos apóstolos. Nenhuma dúvida, ao contrário, quanto ao túmulo de são Paulo, guardado na basílica a ele dedicada. Quanto à realidade da pregação feita na Cidade Eterna, temos o testemunho direto na Carta aos Romanos.

Santo do dia - São Frediano

Frigianu ou Frigdianus, assim os registros antigos indicam seu nome, teria nascido na Irlanda, numa data desconhecida do século IV. Cristão e monge, teria saído de sua terra natal como peregrino e estudante, com destino a Roma. Mais tarde, existe a notícia de sua permanência na Itália, nos arredores da cidade de Luca, na Toscana, vivendo como ermitão.

        A presença do monge foi notada pela população tipicamente rural, sempre castigada pelas enchentes do rio Serchio que ladeava a cidade. A sua vida austera, de trabalho, oração e penitência, somada à sabedoria e cultura, logo se fizeram evidentes. Também sobressaia sua energia e liderança.

        O clero local e o povo decidiram que Frediano era o cidadão mais indicado para seu bispo. Possuía os dotes naturalmente sempre valorizados, e que, especialmente nesse período histórico tão tumultuado do país, eram essenciais. Foi eleito e consagrado bispo de Luca em 560. Certamente, um fato inusitado.

        Utilizou toda a ciência que possuía sobre matemática, engenharia, agricultura e hidrografia, para ajudar a população. As suas ações logo ganhavam fama de prodígio. O mais divulgado, e que o celebrizou, foi o que cita o desvio do curso do rio Serchio e do conseqüente beneficio causado a toda a zona rural de Luca. Segundo a tradição, Frediano traçou com um restelo o novo curso do rio, no qual, por meio de um prodígio, as águas se canalizaram imediatamente. Conduziu o rebanho de sua diocese com muito zelo e caridade. Sempre cuidando dos pobres, era incansável, na busca de esmolas para construir asilos, creches, hospitais, igrejas e mosteiros. O bispo Frediano morreu no dia 18 de março de 588.

        A partir de então, a fama de santidade de Frediano e o célebre episódio do rio Serchio expandiram-se e a sua devoção se fez ainda mais intensa. Foi até citada no livro "Diálogos", escrito pelo papa São Gregório Magno, seu contemporâneo. Também as congregações que se estabeleceram na sua basílica, em Luca, difundiram-lhe o culto.

        Depois, o impulso veio do fato de, em pleno período medieval, para evitar saques por parte dos piratas e invasores, o corpo de são Frediano ter sido sepultado num lugar escondido no cemitério da igreja. E ele só foi localizado por acaso, muitos meses depois, durante o sepultamento de uma jovem, que quase foi colocada onde era o seu túmulo.

        Tempos depois, sua obra floresceu na bem antiga e pequena comunidade monástica, os conhecidos "Cônegos de São Frediano", os quais o bispo Anselmo de Baggio, quando se tornou papa Alexandre II, indicou para dirigir o Mosteiro de São João de Luterano, em Roma.

        A sua festa ocorre no dia 18 de novembro, data que recorda o traslado das suas relíquias, no século XI, para a atual Basílica de São Frediano, em Luca.

São Frediano, rogai por nós!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Evangelho do dia - Lucas 18, 35 -- 43


    

Quando Jesus se aproximou de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmola. Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. Disseram-lhe: “Jesus Nazareno está passando”. O cego então gritou: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” As pessoas que iam à frente mandavam que ele ficasse calado. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Jesus parou e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: “Que queres que eu te faça?” O cego respondeu: “Senhor, que eu veja”. Jesus disse: “Vê! A tua fé te salvou”. No mesmo instante, o cego começou a enxergar de novo e foi seguindo Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo deu louvores a Deus.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Senhor, que eu veja!

A cura do cego de Jericó é carregada de simbolismo. No meio da multidão, mesmo cego, ele descobre Jesus. Depois, reconhece, com seu grito, o Messias. Isto contrasta com a cegueira dos discípulos que não conseguem dizer o mesmo. A cura que Jesus realiza devolvendo-lhe a visão é bastante significativa. Expressiva também é a confissão do cego, em três momentos. Primeiro reconhece o Messias. Depois chama Jesus de "Senhor". No terceiro momento, dá glória a Deus e segue Jesus. Estes três passos são um "itinerário de luz" para quem se converte. Ainda podemos pensar que para seguir Jesus é preciso estar com os olhos abertos, em constante discernimento. Depois, ter disposição para seguir Jesus e não outro caminho.

         Ao fazer a leitura do profeta Isaías, na sinagoga de Nazaré, Jesus identificou-se com o Messias, ungido pelo Espírito do Senhor, para "anunciar aos cegos a recuperação da vista". De certo modo, todo o seu ministério consistiu em ajudar a humanidade a superar a cegueira de que era vítima. Cegueira do egoísmo, que impede de reconhecer o semelhante como quem merece afeição. Cegueira da idolatria, que leva o ser humano a trocar Deus pela criatura e deixar-se tiranizar por ela. Cegueira do pecado, com suas mais diversas manifestações, cujo resultado é a desumanização da pessoa, reduzindo-a à mais terrível escravidão. 
 
 
        A súplica do cego de Jericó pode ser a de todo discípulo: "Senhor, que eu veja!" Sim, o discipulado exige a libertação de todo tipo de cegueira. Isto só pode ser obra de Jesus. É ele quem possibilita ao discípulo ter visão e discernimento para fazer as escolhas certas e optar pelos caminhos mais condizentes com as exigências do Reino.
 
        Contudo, o motor de tudo isto é a fé. No caso do cego de Jericó, foi a fé que o moveu a implorar misericórdia junto a Jesus. E, também, pela fé o discípulo é levado a buscar libertação junto a ele. Quanto mais profunda ela for, tanto mais apurada será a visão do discípulo, ou seja, maior será sua capacidade de "ver" o que Deus deseja dele.

Pe. Jaldemir Vitório
Oração
Espírito que faz recobrar a visão, abre meus olhos para que eu possa discernir, com clareza, os caminhos do Reino, e andar por eles, com determinação e segurança.


 

Santo do dia - Santa Isabel da Hungria

Vida breve, mas intensa. Filha de André, rei da Hungria, e de Gertrudes, nobre dama de Merano, queimou etapas atingindo a santidade em 24 anos, no decurso dos quais experimentou alegrias e dores com o ânimo de quem está sempre agradecida a Deus.

Noiva aos 4 anos, esposa aos 14, mãe aos 15 e viúva aos 20 anos — quando o marido, Luís IV, duque da Turíngia, morreu em Otranto, à espera de embarcar com Frederico II para a cruzada na Terra Santa. O seu matrimônio fora combinado, como ocorria entre as casas reinantes da Europa.

      Foi entretanto um matrimônio feliz sob todos os aspectos, a ponto de fazer exclamar a jovem esposa, com toda a sinceridade: “Se eu amo tanto uma criatura mortal, quanto não deverei amar ao Senhor!”. Amou a Deus com toda a alma, amou-o no próximo, destinando riquezas materiais e espirituais ao alívio dos infelizes.

      Teve três filhos, Hermano, Sofia e Gertrudes, em seis anos de vida conjugal. À morte do marido, Isabel retirou-se para Eisenach, depois para o castelo de Pottenstein e, finalmente, escolheu como residência uma modesta casa de Marburgo, onde erigiu, às próprias expensas, um hospital, reduzindo-se à pobreza. Vendeu até o dote para completar a obra. Para os pobres sempre havia lugar no hospital, e Isabel reservava para si os trabalhos mais humildes.

      Contra ela explodiram os maus humores reprimidos dos cunhados, que suportavam mal sua generosidade para com os pobres. Privaram-na por fim dos filhos e ela pôde viver plenamente o ideal franciscano de pobreza, ingressando na Ordem Terceira, obediente às diretrizes de um rigoroso confessor. À sua morte foi proclamada santa em altas vozes pelo povo. Isso a tal ponto, que o papa Gregório IX, em 1235, quatro anos depois da morte dela, inscreveu-a oficialmente no livro de ouro dos santos.

      Sob seu nome surgiram várias congregações. Na Alemanha, as mulheres que se dedicam ao cuidado dos doentes são chamadas simplesmente (mas não tão facilmente) “Elisabethinerinnen”.
 
Santa Isabel da Hungria, rogai por nós!