sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 10,1-12)


 
Naquele tempo, 10 1 saindo dali, ele foi para a região da Judéia, além do Jordão. As multidões voltaram a segui-lo pelo caminho e de novo ele pôs-se a ensiná-las, como era seu costume.2 Chegaram os fariseus e perguntaram-lhe, para o pôr à prova, se era permitido ao homem repudiar sua mulher.3 Ele respondeu-lhes: "Que vos ordenou Moisés?"4 Eles responderam: "Moisés permitiu escrever carta de divórcio e despedir a mulher."
5 Continuou Jesus: "Foi devido à dureza do vosso coração que ele vos deu essa lei;6 mas, no princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. 7 Por isso, deixará o homem pai e mãe e se unirá à sua mulher; 8 e os dois não serão senão uma só carne. Assim, já não são dois, mas uma só carne.9 Não separe, pois, o homem o que Deus uniu."10 Em casa, os discípulos fizeram-lhe perguntas sobre o mesmo assunto.11 E ele disse-lhes: "Quem repudia sua mulher e se casa com outra, comete adultério contra a primeira. 12 E se a mulher repudia o marido e se casa com outro, comete adultério."
                   
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Uma mudança de mentalidade

Jesus recorda neste trecho que a lei de Moisés (Dt 24,1-3) tentava proteger os direitos da mulher, mesmo concedendo vantagem ao homem. Os fariseus querem "conseguir uma prova contra ele, Jesus". Apresentam-lhe a questão, partindo de Moisés, supondo que Jesus negue a lei. Jesus aceita o desafio. Refere-se ao Gênesis e ao Deuteronômio. Reporta-se ao projeto original de Deus (Gn 1,27) que busca a igualdade entre os cônjuges e a entrega total e duradoura que une. "Ninguém separe o que Deus uniu", diz Jesus. Cônjuge vem de conjugar, significa "unir sob um jugo", apegar-se e aderir.


      O Reino anunciado por Jesus visava restabelecer entre os seres humanos as relações primitivamente queridas por Deus. O pecado havia contaminado a humanidade, pervertendo-lhe as relações. Era preciso reverter este quadro em todos os níveis.
 
      No âmbito familiar, era preciso superar a mentalidade divorcista, onde o marido se sobrepunha à esposa, podendo despedi-la quando lhe conviesse. A situação da esposa, nestas circunstâncias, era de grande instabilidade. Ela jamais podia estar certa da profundidade dos laços matrimoniais. Por qualquer motivo, o marido tinha o direito de despedi-la.
 
     Jesus foi buscar nas primeiras páginas das Escrituras o pensamento de Deus a respeito do matrimônio, anterior à Lei mosaica divorcista. O homem e a mulher foram criados em vista do matrimônio que os uniria de modo tão profundo, a ponto de fazer dos dois uma só carne. Trata-se de uma união espiritual onde os esposos se mútuo assumem, fazendo suas existências se interpenetrarem inseparavelmente. Só Deus pode ser o autor da união conjugal, assim entendida. E, quando Deus une, nenhum ser humano pode se arvorar o direito de desfazer sua obra. Deus une para sempre.
 
      Quem adere ao Reino é chamado a refazer seus esquemas mentais. E não se deixar levar pela dureza de coração, mas sim pelos desígnios de Deus.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Senhor Jesus, leva-me a ter o mesmo pensar do Pai e a refazer meus esquemas mentais contaminados pelo pecado.

Santo do dia - Santos Romão e Lupicino – Irmãos peregrinos

Os irmãos, apaixonados pelos Padres do deserto, fundaram mosteiro baseado nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano
 
      Santos Romão e Lupiciano - Irmãos peregrinosSão Romão entrou para a vida religiosa com 35 anos, na França, onde nasceram os dois santos de hoje. Ele foi discernindo sua vocação, que o deixava inquieto, apesar de já estar na vida religiosa. Ao tomar as constituições de Cassiano e também o testemunho dos Padres do deserto, deixou o convento e foi peregrinar, procurando o lugar onde Deus o queria vivendo.
 
       Indo para o Leste, encontrou uma natureza distante de todos e percebeu que Deus o queria ali.
 
       Vivia os trabalhos manuais, a oração e a leitura, até o seu irmão Lupicino, então viúvo, se unir a ele. Fundaram então um novo Mosteiro, que se baseava nas regras de São Pacômio, São Basílio e Cassiano.
 
      Romão tinha um temperamento e caminhada espiritual onde com facilidade era dado à misericórdia, à compreensão e tolerância. Lupicino era justiça e intolerância. Nas diferenças, os irmãos se completavam, e ajudavam aos irmãos da comunidade, que a santidade se dá nessa conjugação: amor, justiça, misericórdia, verdade, inspiração, transpiração, severidade, compreensão. Eles eram iguais na busca da santidade.
 
      O Bispo Santo Hilário ordenou Romão, que faleceu em 463. E em 480 vai para a glória São Lupicino.
 
Santos Romão e Lupicino, rogai por nós!

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 9,41-50)


 
Naquele tempo, disse Jesus: 9 41 "Quem vos der de beber um copo de água porque sois de Cristo, digo-vos em verdade: não perderá a sua recompensa. 42 Mas todo o que fizer cair no pecado a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que uma pedra de moinho lhe fosse posta ao pescoço e o lançassem ao mar! 43 Se a tua mão for para ti ocasião de queda, corta-a; melhor te é entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para a geena, para o fogo inextinguível 44 45 Se o teu pé for para ti ocasião de queda, corta-o fora; melhor te é entrares coxo na vida eterna do que, tendo dois pés, seres lançado à geena do fogo inextinguível 46 47 Se o teu olho for para ti ocasião de queda, arranca-o; melhor te é entrares com um olho de menos no Reino de Deus do que, tendo dois olhos, seres lançado à geena do fogo, 48 onde o seu verme não morre e o fogo não se apaga. 49 Porque todo homem será salgado pelo fogo. 50 O sal é uma boa coisa; mas se ele se tornar insípido, com que lhe restituireis o sabor? Tende sal em vós e vivei em paz uns com os outros".
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Não ser ocasião de pecado


Jesus fala de escândalos contra os "pequeninos que crêem". Na Bíblia, quando se diz que alguém foi motivo de escândalo, significa que ele levou alguém a errar. Na etimologia da palavra, do grego skandalon,  significa "obstáculo" ou "armadilha" para derrubar alguém. Jesus diz que este obstáculo podem ser as mãos ou os pés. Fala em arrancar os olhos, cortar as mãos ou os pés, significando a gravidade da perda da fé.

 
     O discípulo do Reino, no exercício de sua missão, deve ser muito cauteloso para não se tornar ocasião de pecado para quem está dando os primeiros passos na fé. O pecado, neste caso, consistiria em refutar Jesus e se recusar a aderir ao Reino anunciado por ele. E os próprios discípulos, agindo de forma inconsiderada, corriam o risco de se tornarem culpados deste fracasso e serem julgados por isso.
 
     As atitudes inconsideradas do discípulo em missão podiam ser muitas. Eles corriam o risco de serem intransigentes e impacientes, não respeitando o ritmo próprio de cada pessoa no seu processo de adesão a Jesus. Não estavam livres do espírito farisaico, que os levava a ser extremamente severos e exigentes com os recém convertidos, esvaziando as exigências quando se tratava de si mesmos.
 
     Com a liberdade adquirida junto a Jesus, podiam ter atitudes chocantes para os pequeninos, ainda atrelados a antigos esquemas, que só com dificuldade deixavam-se permear pela novidade do Reino. Levados por um espírito corporativista, podiam ceder à tentação de selecionar, com critérios humanos, os novos discípulos, excluindo pessoas predispostas para o Reino, mas que não satisfaziam suas exigências.
 
     A denúncia de Jesus contra esta mentalidade foi violenta. Se o discípulo não se desfizesse desta visão deturpada, corria o risco de ver-se lançado no inferno.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, não permita que eu seja ocasião de pecado para os pequeninos que se aproximam de ti e querem se fazer discípulos do teu Reino.

Santo do dia - São Gabriel das Dores – Jovem sacerdote da Congregação dos Passionistas

 Grande devoto da Virgem Maria, São Gabriel das Dores foi dócil ao deixar tudo e assumir sua vocação.
 
     Nascido a 1838 em Assis, na Itália, dentro de uma família nobre e religiosa, recebeu o nome de batismo Francisco, em homenagem a São Francisco.
 
     Na juventude andou desviado por muitos caminhos, e era dado a leitura de romances, festas e danças. Por outro lado, o jovem se sentiu chamado a consagrar-se totalmente a Deus, no sacerdócio ministerial. Mas vivia ‘um pé lá, outro cá’. Ou seja, nas noitadas e na oração e penitência.
 
     Aos 18 anos, desiludido, desanimado e arrependido, entrou numa procissão onde tinha a imagem de Nossa Senhora. Em meio a tantos toques de Deus, ouviu uma voz serena, a voz da Virgem Maria, que dizia que aquele mundo não era para ele, e que Deus o queria na religião.
 
     Obediente a Santíssima Virgem, na fé, entrou para a Congregação dos Padres Passionistas. Ali, na radicalidade ao Evangelho, mudou o nome para Gabriel, e de acordo também com a sua devoção a Nossa Senhora, chamou-se então: Gabriel da Dores.
 
     Antes de entrar para a Congregação, já tinha a saúde fraca, e com apenas 23 anos partiu para a glória, deixando o rastro da radicalidade em Deus.
 
     Em meios as dores, São Gabriel viveu o santo Evangelho.
 
São Gabriel das Dores, rogai por nós!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 9,38-40)

Naquele tempo, 9 38 João disse-lhe: "Mestre, vimos alguém, que não nos segue, expulsar demônios em teu nome, e lho proibimos". 39 Jesus, porém, disse-lhe: "Não lho proibais, porque não há ninguém que faça um prodígio em meu nome e em seguida possa falar mal de mim. 40 Pois quem não é contra nós, é a nosso favor".
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - A favor de Jesus


Os discípulos estavam preocupados porque uma pessoa expulsava demônios em nome de Jesus e não era do seu grupo. Para eles isto era um abuso e devia ser proibido. A intolerância dos discípulos revelava o desejo de controlar a missão e evitar qualquer concorrência. Talvez considerassem a missão exclusividade deles e não admitissem a participação de outros. O Mestre expressa uma atitude de profunda tolerância para com o o homem exorcista. Era lógico: se o homem expulsou o demônio em nome de Jesus é porque tinha alguma comunhão com ele. Seria impossível que em seguida fosse falar mal do Mestre.  Logo, podia livremente fazer o bem em nome de Jesus.
 
 
       Os discípulos eram ciosos de sua condição de executadores privilegiados da missão de Jesus. Quiçá, tivessem a tentação de formar um grupinho seleto e fechado para novas adesões. Daí sua irritação quando viram alguém expulsar demônios, no nome de Jesus, sem ser explicitamente do grupo dos doze.
 
       Jesus tenta alargar-lhes os horizontes e fazê-los perceber que existem agentes do Reino, onde menos se espera. Se alguém realmente realiza uma ação taumatúrgica, invocando o nome de Jesus, está proclamando, de maneira patente, sua condição de discípulo, mesmo não fazendo parte do grupo dos doze. O discipulado, portanto, estende-se para além do grupinho inicial, num raio muito mais amplo.
 
       O grupo primitivo, de certo modo, devia funcionar como semente de um movimento tendente a crescer e a se tornar, de certa forma, incontrolável. O protesto dos discípulos, em última análise, era motivado pela incapacidade de manter sob controle a propagação dos benefícios do Reino. Jesus não tinha objeções de que a coisa fosse assim. Antes, é assim mesmo que deveria ser.
 
       O surgimento de novos discípulos e dispensadores do Reino não podia ser motivo de tristeza e preocupação. Quanto mais se multiplicasse o número de discípulos, melhor. Assim, o Reino poderia chegar a um número sempre maior de pessoas, recuperando-lhes a vida.
 
 Pe. Jaldemir Vitório
 Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, possa eu alegrar-me com a multiplicação de seus discípulos, através dos quais o Reino vai espalhando seus frutos na história humana.

Santo do dia - São Porfírio – O primeiro bispo de Gaza

 Ele nos deixou um testemunho de fé e caridade, que precisam ter uma ressonância dentro e fora da Igreja
 
       Nascido do ano de 353 em Tessalônica da Macedônia, Porfírio foi muito bem formado pelos seus pais, numa busca de piedade e vontade de Deus. Com 25 anos foi para o Egito, onde viveu a austeridade. Depois, seguiu para a Palestina, vivendo como eremita por 5 anos. Devido a uma enfermidade seguiu para Jerusalém, onde se tratou.
 
       São Porfírio percebia que faltava algo. Ele tinha herdado uma grande fortuna, e já tendo discípulos – que vendo a ele seguir a Cristo, também quiseram seguir nosso Senhor nos passos dele – ele ordenou que esses discípulos fossem para Tessalônica e vendessem todos os bens. Ele então, pôde dar tudo aos pobres.
 
       Ele estava muito doente, mas através de uma visão, o Senhor o curou. Mais tarde, passou a trabalhar para ganhar o ‘pão de cada dia’, sempre confiando na Divina Providência.
 
       O Patriarca de Jerusalém o ordenou sacerdote, e depois Bispo em Gaza, tendo grande influência politica e na religiosidade de todo o povo. Por meio do Espírito Santo e das autoridades, conseguiu que os templos pagãos fossem fechados, e os ídolos destruídos. Não para acabar com a religiosidade, mas para apontar a verdadeira religião: Nosso Senhor Jesus Cristo, único Senhor e Salvador.
 
       Faleceu no século V, deixando-nos esse testemunho: nossa fé, nossa caridade, precisam ter uma ressonância dentro e fora da Igreja, para a glória de Deus e Salvação de todas as pessoas.

 
São Porfírio, rogai por nós!

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 9,30-37

 
9 30 Tendo partido dali, atravessaram a Galiléia. Não queria, porém, que ninguém o soubesse. E ensinava os seus discípulos: “O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e ressuscitará três dias depois de sua morte”. Mas não entendiam estas palavras; e tinham medo de lho perguntar. Em seguida, voltaram para Cafarnaum. Quando já estava em casa, Jesus perguntou-lhes: “De que faláveis pelo caminho?” Mas eles calaram-se, porque pelo caminho haviam discutido entre si qual deles seria o maior. Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: “Se alguém quer ser o primeiro, seja o último de todos e o servo de todos”. E tomando um menino, colocou-o no meio deles; abraçou-o e disse-lhes: “Todo o que recebe um destes meninos em meu nome, a mim é que recebe; e todo o que recebe a mim, não me recebe, mas aquele que me enviou”.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Quem é o maior?

       Os discípulos de Jesus deixaram-se contaminar pela busca de grandeza. Por isso, discutiam para saber quem, dentre eles, seria o maior. Mas o ponto de partida deste debate revelava um equívoco.

     Pensavam na grandeza do Reino que Jesus inauguraria e na possibilidade de ocupar posições de destaque junto ao monarca. De antemão, esses discípulos faziam a partilha dos futuros cargos disponíveis. Jesus, porém, deu um basta a estas considerações indignas de quem quer ser seu um discípulo.
 
       O ensinamento de Jesus centra-se no tema do serviço, bem característico do Reino. A grandeza do discípulo está em sua capacidade de colocar-se a serviço do próximo. Ocupa o primeiro lugar quem se predispõe a servir a todos, sem distinção, vivendo a condição de servo, de maneira plena.
 
       A quem é reticente no servir e não prima pela generosidade, estão reservados os últimos lugares no Reino. Portanto, se os discípulos quisessem realmente disputar os primeiros lugares, que o fizessem motivados por um ideal elevado e não por ambições mesquinhas, sem sentido para quem vive a dinâmica do Reino.
 
       Os discípulos tinham em Jesus um exemplo consumado de servidor do Reino. Sua vida definia-se como serviço generoso e gratuito às multidões oprimidas e atribuladas de tantas maneiras. Bastava que se espelhassem no Mestre.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Senhor Jesus, não permitas que eu me lance na busca das grandezas deste mundo. Que eu busque, antes, a grandeza do serviço generoso, e gratuito.

Santo do dia - Santa Valburga – A grande abadessa

Ao lado de seus irmãos, foi uma das grandes evangelizadoras da Alemanha e exemplo de santidade para muitos
 
     Santa Valburga nasceu no ano de 710. Era filha de São Ricardo, rei dos Saxões do Oeste. Santa Valburga tinha dois irmãos: o bispo Vilibaldo e o monge Vunibaldo. Durante uma peregrinação com seu pai, mãe e irmãos aos Lugares Santos, Santa Valburga retirou-se numa abadia. E foi ali que descobriu a beleza do chamado de Deus, consagrando-se inteiramente ao Senhor. Seu pai veio a falecer durante a viagem de volta dessa peregrinação.
 
     Em 748, foi enviada por sua abadessa à Alemanha, junto com outras religiosas, para fundar e implantar mosteiros e escolas entre populações recém-convertidas. Na viagem, uma grande tempestade foi aplacada pelas preces de Valburga, por ela Deus já operava milagres. Naquele país, foi recebida e apoiada pelo bispo Bonifácio, seu tio, que consolidava um grande trabalho de evangelização, auxiliado pelos sobrinhos missionários. Designou a sobrinha para a diocese de Eichestat onde Vunibaldo havia construído um mosteiro em Heidenheim e tinha projeto para um feminino na mesma localidade. Ambos concluíram o novo mosteiro e Valburga eleita a abadessa.
 
     Após a morte do irmão, ela passou a dirigir os dois mosteiros, função que exerceu durante dezessete anos. Nessa época transpareceu a sua santidade nos exemplos de sua mortificação, bem como no seu amor ao silêncio e na sua devoção ao Senhor. As obras assistenciais executadas pelos seus religiosos fizeram destes mosteiros os mais famosos e procurados de toda a região. Valburga se entregou a Deus de tal forma que os prodígios aconteciam com frequência. Os mais citados são: o de uma luz sobrenatural que envolveu sua cela enquanto rezava, presenciada por todas as outras religiosas e o da cura da filha de um barão, depois de uma noite de orações ao seu lado.
 
     Morreu no dia 25 de fevereiro de 779 e seu corpo foi enterrado no mosteiro de Heidenheim, onde permaneceu por oitenta anos. Mas, ao ser trasladado para a igreja de Eichestat, quando de sua canonização, em 893, o seu corpo foi encontrado ainda intacto. Além disso, das pedras do sepulcro brotava um fluído de aroma suave, como um óleo fino, fato que se repetiu sob o altar da igreja onde o corpo foi colocado. Nesta mesma cerimônia, algumas relíquias da Santa foram enviadas para a França do Norte, onde o rei Carlos III, o Simples, havia construído no seu palácio de Atinhy, uma igreja dedicada a Santa Valburga.
 
     O seu culto, em 25 de fevereiro, se espalhou rápido, porque o óleo continuou brotando. Atualmente é recolhido em concha de prata e guardado em garrafinhas distribuídas para o mundo inteiro. Os devotos afirmam que opera milagres.
 
Santa Valburga, rogai por nós!

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 9,14-29)

 
9 14 Depois que João foi preso, Jesus dirigiu-se para a Galiléia. Pregava o Evangelho de Deus, e dizia: 15 "Completou-se o tempo e o Reino de Deus está próximo; fazei penitência e crede no Evangelho." 16 Passando ao longo do mar da Galiléia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. 17 Jesus disse-lhes: "Vinde após mim; eu vos farei pescadores de homens." 18 Eles, no mesmo instante, deixaram as redes e seguiram-no. 19 Uns poucos passos mais adiante, viu Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão, que estavam numa barca, consertando as redes. E chamou-os logo. 20 Eles deixaram na barca seu pai Zebedeu com os empregados e o seguiram. 21 Dirigiram-se para Cafarnaum. E já no dia de sábado, Jesus entrou na sinagoga e pôs-se a ensinar. 22 Maravilhavam-se da sua doutrina, porque os ensinava como quem tem autoridade e não como os escribas. 23 Ora, na sinagoga deles achava-se um homem possesso de um espírito imundo, que gritou: 24 "Que tens tu conosco, Jesus de Nazaré? Vieste perder-nos? Sei quem és: o Santo de Deus!
25 Mas Jesus intimou-o, dizendo: "Cala-te, sai deste homem!" 26 O espírito imundo agitou-o violentamente e, dando um grande grito, saiu. 27 Ficaram todos tão admirados, que perguntavam uns aos outros: "Que é isto? Eis um ensinamento novo, e feito com autoridade; além disso, ele manda até nos espíritos imundos e lhe obedecem!" 28 A sua fama divulgou-se logo por todos os arredores da Galiléia. 29 Assim que saíram da sinagoga, dirigiram-se com Tiago e João à casa de Simão e André.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Importância da Fé


Um homem levou a Jesus seu filho, que estava com um "espírito mudo", dizendo que os discípulos não tinham conseguido
 expulsá-lo. O menino ficava agitado
por causa do demônio.
Jesus afirmou que "tudo é possível
ao que crê".
"Eu creio", disse o homem,
e confessou sua fé insuficiente.
Jesus expulsou o demônio
Em casa, os discípulos perguntaram por que eles não tinham conseguido expulsar o demônio. Jesus respondeu que aquele tipo de demônio só se expulsava com oração
.
 
        No tempo da vida terrestre de Jesus de Nazaré, as enfermidades, sobretudo aquelas de origem psíquica, como parece ser o caso do evangelho de hoje, que não se sabia a causa nem tampouco era conhecido um tratamento adequado e eficaz, eram atribuídas a um espírito impuro, uma forma de designar o mal. Ora, o mal é o que prejudica o ser humano; é o que desfigura nele a imagem de Deus. O mal impede de falar bem e de bem falar; o mal distorce o sentido da palavra e a palavra que dá sentido a todas as coisas.
 
        A cena parece, num primeiro momento, apresentar o fracasso dos discípulos, pois eles não conseguiram livrar o menino de seu mal. Mergulhado numa geração sem fé, o ser humano busca num poder externo a solução de seus problemas. Aqui, o tratamento passa pela coerência da palavra, que faz a pessoa sair de si e abrir-se para a fé e que transforma a vida não importa de quem seja. Para todos que empreendem um combate contra o mal, não há outro meio para vencê-lo senão pela oração. Quando nos defrontamos com o limite e o impossível, a súplica a Deus se torna “poder”.
 
Carlos Alberto Contieri, sj
 
ORAÇÃO
Pai, reforça minha fé, de modo a me predispor a ser beneficiado por teu filho Jesus, por meio do qual tua misericórdia chega até a mim.

Santo do dia - São Sérgio – Monge eremita

Conduzido pelo Espírito Santo, São Sérgio realizou um grande trabalho de evangelização e não se intimidou com a perseguição aos cristãos
 
     São Sérgio,  Monge eremita - Celebramos neste dia a santidade de vida do monge Sérgio que chegou ao martírio devido seu grande amor a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo. São Sérgio vivia no deserto enquanto os cristãos estavam sendo perseguidos e entregando a vida em sacrifício de louvor.
 
       Certa vez o santo monge e intercessor foi movido pelo Espírito Santo para ir à Cesareia, onde lá ele encontrou no centro da praça a imagem de Júpiter, que era considerado como o maior dos deuses entre os pagãos. Diante da imagem os sacerdotes pagãos acusavam os cristãos e os condenavam, com o motivo de serem eles os culpados da omissão dos deuses diante das necessidades do povo.
 
      Encorajado por Deus, São Sérgio levantou-se para denunciar as mentiras e anunciar no poder do Espírito Santo o Evangelho. Depois de fazer um lindo trabalho de evangelização, São Sérgio foi preso e no século IV partiu para a Glória.
 
São Sérgio, rogai por nós!

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Mateus 5,38-48)




Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: 5 38 "Tendes ouvido o que foi dito: ‘Olho por olho, dente por dente’. 39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra. 40 Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa. 41 Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil. 42 Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado. 43 Tendes ouvido o que foi dito: ‘Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo’. 44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem. 45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. 46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? 47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito”.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Perfeitos como o Pai Celeste



Como é a proposta de Jesus para superar a vingança? Jesus propõe uma atitude nova, diferente, com o objetivo de eliminar pela raiz o círculo da violência. A resistência ao ofensor ou inimigo não deve ser feita com as mesmas armas usadas por ele, mas através do comportamento que o desarme. Essa é a grande novidade trazida por Jesus -o mandamento do amor - a essência do cristianismo que consiste em amar e perdoar não só aos amigos, mas também aos inimigos.
 
 
      O modelo de perfeição apresentado por Jesus a seus discípulos visava preservá-los da mediocridade em que viviam tantas pessoas religiosas da época. Satisfeitas consigo mesmas, julgavam ter alcançado toda a perfeição possível a um ser humano. Em geral, tais pessoas estão sempre a um passo da soberba e, se auto comparando com as demais, julgam-se superioras a todas.
 
      Tendo Deus como modelo de perfeição, o discípulo não é exortado a ser tornar um outro deus e sim a ter sempre diante de si as virtudes próprias de Deus, deixando-se guiar por elas. Com isso, estará em condições de cultivar ideais mais elevados, sem correr o risco de se tornar mesquinho. Por outro lado, haverá de cultivar sempre a humildade, ao tomar consciência do quanto está longe da perfeição divina. Deixar-se dominar pelo desânimo seria uma atitude inconveniente ao discípulo, uma vez que desconfia de sua capacidade pessoal de seguir adiante. Isto não corresponde ao desejo de Jesus.
 
      A busca da perfeição, inspirada em Deus, acontece na obediência ao mandato de Jesus. Entretanto, ela será infrutífera se o discípulo pretender alcançá-la por própria iniciativa, excluindo qualquer ajuda.
 
      A perfeição é uma ação de Deus no coração do discípulo. Quanto maior for sua docilidade, tanto mais o Espírito poderá conformá-lo como o modo de ser divino.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Pai, cria em mim um coração dócil ao Espírito, modelando-o segundo o teu modo de ser, e coloca-me no caminho da verdadeira perfeição.

Santo do dia - São Policarpo – Bispo da Igreja primitiva

 Discípulo de São João, Policarpo testemunhou o amor a Cristo com sua própria vida
 
       O santo deste dia é um dos grandes Padres Apostólicos, ou seja, pertencia ao número daqueles que conviveram com os primeiros apóstolos e serviram de elo entre a Igreja primitiva e a Igreja do mundo greco-romano.
 
       São Policarpo foi ordenado Bispo de Esmirna pelo próprio São João, o Evangelista. De caráter reto, de elevado saber, amor à Igreja e fiel à ortodoxia da fé, era respeitado por todos no Oriente.
 
       Com a perseguição aos cristãos, o santo Bispo de 86 anos, escondeu-se até ser preso e levado para o governador, que pretendia convencê-lo de ofender a Cristo. Policarpo, porém, proferiu estas palavras: “Há oitenta e seis anos sirvo a Cristo e nenhum mal tenho recebido dele. Como poderei rejeitar Àquele a quem prestei culto e reconheço como meu Salvador”.
 
       Condenado à morte no estádio da cidade, ele próprio subiu na fogueira e testemunhou para o povo: “Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o Vosso Nome adorável seja glorificado por todos os séculos”. São Policarpo viveu o seu nome – poli=muitos, carpo=fruto – muitos frutos”, que foram regados com suor, lágrimas e, no seu martírio no ano de 155, regado também com sangue.
 
São Policarpo, rogai por nós!

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Mateus 16,13-19)


                 
Naquele tempo, 16 13 chegando ao território de Cesaréia de Filipe, Jesus perguntou a seus discípulos: "No dizer do povo, quem é o Filho do Homem?" 14 Responderam: "Uns dizem que é João Batista; outros, Elias; outros, Jeremias ou um dos profetas". 15 Disse-lhes Jesus: "E vós quem dizeis que eu sou?" 16 Simão Pedro respondeu: "Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo!" 17 Jesus então lhe disse: "Feliz és, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas meu Pai que está nos céus. 18 E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela. 19 Eu te darei as chaves do Reino dos céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus".
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Fé e missão

 
      A missão de liderança confiada a Pedro exigiu dele uma explicitação de sua fé. Antes de assumir o papel de guia da comunidade, foi preciso deixar claro seu pensamento a respeito de Jesus, de forma a prevenir futuros desvios.
 
      Se tivesse Jesus na conta de um messias puramente humano, correria o risco de transformar a comunidade numa espécie de grupo guerrilheiro, disposto a impor o Reino de Deus a ferro e fogo. A violência seria o caminho escolhido para fazer o Reino acontecer.
 
      Se o considerasse um dos antigos profetas reencarnados, transformaria a Boa-Nova do Reino numa proclamação apocalíptica do fim do mundo, impondo medo e terror. De fato, pensava-se que, no final dos tempos, muitos profetas do passado haveriam de reaparecer.
 
      Se a fé de Pedro fosse imprecisa, não sabendo bem a quem havia confiado a sua vida, correria o risco de proclamar uma mensagem insossa, e levar a comunidade a ser como um sal que perdeu seu sabor, ou uma luz posta no lugar indevido.
 
      Só depois que Pedro professou sua fé em Jesus, como o “Messias, o Filho do Deus vivo”, foi-lhe confiada a tarefa de ser “pedra” sobre a qual seria construída a comunidade dos discípulos: a sua Igreja. Entre muitos percalços, esse apóstolo deu provas de sua adesão a Jesus, selando o seu testemunho com a própria vida, demonstração suprema de sua fé. Portanto, sua missão foi levada até o fim.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Pai, consolida minha fé, a exemplo do apóstolo Pedro que, em meio às provações, soube dar, com o seu martírio, testemunho consumado de adesão a Jesus.

Santo do dia - Festa da Cátedra de São Pedro

      É com alegria que hoje nós queremos conhecer um pouco mais a riqueza do significado da cátedra, do assento, da cadeira de São Pedro que se encontra na Itália, no Vaticano, na Basílica de São Pedro. Embora a Sé Episcopal seja na Basílica de São João de Latrão, a catedral de todas as catedrais, a cátedra com toda a sua riqueza, todo seu simbolismo se encontra na Basílica de São Pedro.
 
    Fundamenta-se na Sagrada Escritura a autoridade do nosso Papa: encontramos no Evangelho de São Mateus no capítulo 6, essa pergunta que Jesus fez aos apóstolos e continua a fazer a cada um de nós: “E vós, quem dizei que eu sou?” São Pedro,0 em nome dos apóstolos, pode assim afirmar: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”. Jesus então lhe disse: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi nem a carne, nem o sangue que te revelou isso, mas meu Pai que está no céus, e eu te declaro: Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; eu te darei a chave dos céus tudo que será ligado na terra serás ligado no céu e tudo que desligares na terra, serás desligado nos céus”.
 
     Logo, o fundador e o fundamento, Nosso Senhor Jesus Cristo, o Crucificado que ressuscitou, a Verdade encarnada, foi Ele quem escolheu São Pedro para ser o primeiro Papa da Igreja e o capacitou pelo Espírito Santo com o carisma chamado da infalibilidade. Esse carisma bebe da realidade da própria Igreja porque a Igreja é infalível, uma vez que a alma da Igreja é o Espírito Santo, Espírito da verdade.
 
     Enfim, em matéria de fé e de moral a Igreja é infalível e o Papa portando esse carisma da infalibilidade ensina a verdade fundamentada na Sagrada Escritura, na Sagrada Tradição e a serviço como Pastor e Mestre.
 
     De fato, o Papa está a serviço da Verdade, por isso, ao venerarmos e reconhecermos o valor da Cátedra de São Pedro, nós temos que olhar para esses fundamentos todos. Não é autoritarismo, é autoridade que vem do Alto, é referência no mundo onde o relativismo está crescendo, onde muitos não sabem mais onde está a Verdade.
 
     Nós olhamos para Cristo, para a Sagrada Escritura, para São Pedro, para este Pastor e Mestre universal da Igreja, então temos a segurança que Deus quer nos dar para alcançarmos a Salvação e espalharmos a Salvação.
 
     Essa vocação é do Papa, dos Bispos, dos Presbíteros, mas também de todo cristão.
 
São Pedro, rogai por nós!

Meditação: A maior escravidão está no coração

  
    Eu tenho certeza de que o Senhor pode fazer
uma obra nova
na nossa vida.
Nós somos templos do Espírito Santo, consequentemente, existe, dentro de nós, a força de Deus.
     
      O ser humano é fundamentalmente bom, porque foi criado à imagem e semelhança do Senhor. Mas, além deste bem, que é o Paráclito, existe também uma má tendência dentro de nós, por isso vivemos uma batalha entre o bem e o mal.

      Papa Paulo VI já falava dessa luta que vivemos. Segundo ele, nós estamos em um constante campo de batalha; até quando dormimos ela continua. A partir do momento em que começarmos a confiar em nós mesmos e não em Deus, nós começaremos a perder essa luta. Em um campo de batalha, não podemos dormir no ponto, porque levamos um tiro. Então, temos de acordar para essa realidade de que nós estamos em combate. "Tudo me é perdido, mas nem tudo me convém" (1 Coríntios 6,12).

    Precisamos ter uma atitude de reflexão e repensar a nossa vida, porque é na conversão e na calma que está a nossa salvação. Eu digo isso, porque estamos diante de uma geração profundamente ansiosa e agitada. Muitas vezes, nós fazemos escolhas erradas, das quais nos arrependemos depois. Deus nos pede que saiamos do ativismo da nossa vida e da agitação para escutá-Lo e repensar a nossa vida.

     O laxismo é a mentalidade de fazer o que se quer e na hora que se quer. Hoje em dia, existem muitas pessoas perdidas, porque elas não têm raízes, princípios nem valores. Uma casa sem raiz qualquer vento derruba. Quem faz o que quer vai para onde não quer e colhe as coisas que não deseja.

      Quantas pessoas fazem más escolhas e colocam a culpa em Deus! Quantas se sentem machucadas pelas feridas emocionais, porque aqueles que elas mais amam são os que geram mais feridas nelas! Você já parou para pensar quantas feridas nós trazemos no coração? Por isso ninguém quer parar para refletir e acaba fugindo por medo de enfrentar a própria vida. As maiores formas de escravidão estão no coração.
 
      Devemos nos deixar ser amados pelos nossos familiares. O amor da família é capaz de retirar qualquer pessoa do inferno em que ela esteja vivendo. Nós só somos amados quando nos abrimos para viver esse amor. Fechar-se é sinônimo de ser infeliz, porque a felicidade não está no ter, mas no amor, no fato de amarmos e sermos amados.

      Amor atrai amor. A partir do momento em que começarmos a amar, vamos encontrar um ambiente amoroso ao nosso redor. As pessoas só mudam de vida quando se sentem valorizadas e amadas.

      Jesus Cristo quer nos libertar de todo o cativeiro emocional e afetivo que nos faz cair em tantos vícios.
 
Pe Adriano Zandona

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 8,34-9,1)

Naquele tempo, 8 34 Jesus, convocando a multidão juntamente com os seus discípulos, disse-lhes: "Se alguém me quer seguir, renuncie-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. 35 Porque o que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas o que perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salvá-la-á. 36 Pois que aproveitará ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder a sua vida? 37 Ou que dará o homem em troca da sua vida? 38 Porque, se nesta geração adúltera e pecadora alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras, também o Filho do homem se envergonhará dele, quando vier na glória de seu Pai com os seus santos anjos".
9 1 E dizia-lhes: "Em verdade vos digo: dos que aqui se acham, alguns há que não experimentarão a morte, enquanto não virem chegar o Reino de Deus com poder".
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - O caminho da cruz

 
     O discipulado comporta três atitudes radicais. Tudo começa com a renúncia de si mesmo. É preciso abrir mão dos projetos pessoais e submetê-los às exigências do Reino. Romper com o próprio egoísmo, que faz o indivíduo girar em torno de si mesmo, e colocar o próximo e suas carências no centro de suas preocupações. Deixar de lado os preconceitos e formas de pensar que não estão de acordo com o projeto do Reino. Positivamente, a renúncia do discípulo supõe aceitar a liberdade própria do Reino, que lhe descortina um horizonte infinito de possibilidades de amar e fazer o bem.
 
     O passo seguinte consiste em tomar a sua cruz. Ou seja, ser capaz de enfrentar as conseqüências de sua opção, sem se intimidar ou deixar arrefecer o entusiasmo inicial. A cruz do discípulo é a cruz do testemunho verdadeiro de sua fé que, ao defrontar-se com a iniquidade, provoca reações de hostilidade, cujo ápice é a morte cruel e violenta. É também a cruz do desprezo, rejeição, zombaria e exclusão, por causa da fidelidade ao Reino e pela coragem de não pactuar com as solicitações do mal.
 
     Por fim, o discípulo está em condições de aceitar o convite siga-me. E fazer do caminho de Jesus seu próprio caminho e do projeto de Jesus seu próprio projeto. Quem perde a própria vida, acaba encontrando a verdadeira vida, a que Jesus tem para oferecer.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, confirma em mim o desejo de deixar tudo para te seguir e encontrar a vida verdadeira que tu tens para oferecer.

Santo do dia - São Pedro Damião – Doutor da Igreja

 São Pedro Damião acreditava que a renovação de qualquer instituição passa, primeiramente, pela renovação pessoal
 
      São Pedro Damião, Bispo e Doutor da Igreja.  Nasceu em Ravena, Itália no ano de 1907. Marcado desde cedo pelo sofrimento porque perdeu os seus pais, foi morar e viver com seu irmão. No amor e no acolhimento, São Pedro Damião pode discernir a sua vocação.
 
      Oração e penitência, algo que sempre acompanhou a vida de Pedro Damião; e algo que também precisa nos acompanhar constantemente.
 
      São Pedro Damião discerniu sua vocação à vida religiosa e entrou para a Ordem dos Camaldulenses, no mosteiro de Fonte Avellana, na Úmbria, onde religiosos austeros levavam vida de eremitas.
 
      Diante das regras e do que ele via e percebia, era preciso uma renovação a começar por ele. Ao se abrir a ação do Espírito Santo, ao ser obediente às regras, outros também foram se ajuntando a Pedro Damião, fundaram outros mosteiros e deram essa contribuição.
 
      A renovação de qualquer instituição passa pela renovação pessoal, e também é válido para os tempos de hoje. As reclamações, as acusações, as rebeliões nada renovam, mas a decisão pessoal, a abertura a Deus, isso sim, pode provocar, como provocou na vida e na história de São Pedro Damião, uma renovação.
 
      Deus pediu mais, e ele foi servir de maneira mais próxima a hierarquia da Igreja, sendo conselheiro de um Papa. Foi Bispo de Óstia, lugar perto de Roma, e também foi escolhido como Cardeal. Algo que marcou a sua história.
 
      São Pedro Damião, sua própria vida nos aconselha a oração, a penitência e ao amor que se compromete com a renovação dos outros, pois a partir da renovação pessoal, nós também ajudamos na renovação do outro e das instituições.
 
      A Igreja precisa ser renovada constantemente, para isso somos chamados a nossa renovação pessoal, a conversão diária. Peçamos a intercessão do santo de hoje que foi Bispo, Cardeal e Doutor da Igreja.
 
São Pedro Damião, rogai por nós!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 8,27-33)


8 27 Jesus saiu com os seus discípulos para as aldeias de Cesaréia de Filipe, e pelo caminho perguntou-lhes: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28 Responderam-lhe os discípulos: “João Batista; outros, Elias; outros, um dos profetas”. 29 Então perguntou-lhes Jesus: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Respondeu Pedro: “Tu és o Cristo”. 30 E ordenou-lhes severamente que a ninguém dissessem nada a respeito dele. 31 E começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem padecesse muito, fosse rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e pelos escribas, e fosse morto, mas ressuscitasse depois de três dias. 32 E falava-lhes abertamente dessas coisas. Pedro, tomando-o à parte, começou a repreendê-lo. 33 Mas, voltando-se ele, olhou para os seus discípulos e repreendeu a Pedro: “Afasta-te de mim, Satanás, porque teus sentimentos não são os de Deus, mas os dos homens”.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Tu és o Messias


No Evangelho de ontem (Mc 8,22-26) o cego não enxergou totalmente, de início. Só numa segunda tentativa, o homem enxergou perfeitamente. O mesmo acontece com Pedro e os outros discípulos. Dizendo que Jesus era o Messias, Pedro era como o cego curado pela metade. Reconhecia o Messias, mas sem a cruz! Jesus completa a cura da visão dele falando que era preciso que o Filho do Homem sofresse, carregasse a cruz, morresse
e ressuscitasse ao terceiro dia.

 
       A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada de formas variadas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus fosse uma espécie de revivescência destas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração.
 
       Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar seguro da exatidão do modo como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correta e convenceu Jesus. Ele, de fato, era o Messias.
 
       Entretanto, Jesus se sentiu na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correta compreensão de sua condição messiânica. Seu messianismo o faria confrontar-se com a rejeição por parte das autoridades e com a morte violenta. Mas, isto não seria tudo. Ele estava também destinado à ressurreição. O Messias Jesus enfrentaria a cruz.
 
       Os discípulos tiveram que fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento na sua concepção messiânica. As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, pois, na obrigação de refazer seus esquemas.
 
 Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, faz-me compreender que tu escolheste o caminho da cruz e do sofrimento para realizar a missão recebida do Pai.

Santo do dia - Beatos Francisco e Jacinta – Irmãos videntes de Fátima

 Os jovens receberam as mensagens de Nossa Senhora de Fátima e souberam viver suas dores, oferecendo tudo a Virgem.
 
       Beatos Francisco e JacintaNo ano de 1908, nasceu Francisco Marto. Em 1910, Jacinta Marto. Filhos de Olímpia de Jesus e Manuel Marto. Eles pertenciam a uma grande família; e eram os mais novos de nove irmãos. A partir da primavera de 1916, a vida dos jovens santos portugueses sofreria uma grande transformação: as diversas aparições do Anjo de Portugal (o Anjo da Paz) na “Loca do Cabeço” e, depois, na “Cova da Iria”. A partir de 13 de maio de 1917, Nossa Senhora apareceria por 6 vezes a eles.
 
       O mistério da Santíssima Trindade, a Adoração ao Santíssimo Sacramento, a intercessão, o coração de Jesus e de Maria, a conversão, a penitência… Tudo isso e muito mais foi revelado a eles pelo Anjo e também por Nossa Senhora, a Virgem do Rosário. Na segunda aparição, no mês de junho, Lúcia (prima de Jacinta e Francisco) fez um pedido a Virgem do Rosário: que ela levasse os três para o Céu. Nossa Senhora respondeu-lhe: “Sim, mas Jacinta e Francisco levarei em breve”. Os bem-aventurados vivenciaram e comunicaram a mensagem de Fátima. Esse fato não demorou muito. Em 4 de abril de 1919, Francisco, atingido pela grave gripe espanhola, foi uma das primeiras vítimas em Aljustrel. Suas últimas palavras foram: “Sofro para consolar Nosso Senhor. Daqui, vou para o céu”.
 
       Jacinta Marto, modelo de amor que acolhe, acolheu a dor na grave enfermidade, tendo até mesmo que fazer uma cirurgia sem anestesia. Tudo aceitou e ofereceu, como Nossa Senhora havia lhe ensinado, por amor a Jesus, pela conversão dos pecadores e em reparação aos ultrajes cometidos contra o coração imaculado da Virgem Maria. Por conta da mesma enfermidade que atingira Francisco, em 20 de fevereiro de 1920, ela partiu para a Glória. No dia 13 de maio do ano 2000, o Papa João Paulo II esteve em Fátima, e do ‘Altar do Mundo’ beatificou Francisco e Jacinta, os mais jovens beatos cristãos não-mártires.
 
Beatos Francisco e Jacinta, rogai por nós!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Meditação - As Etapas da conversão


  
   Quando cristãos retornam de algum retiro ou encontro de espiritualidade, alardeando que agora estão convertidos, é para se ficar sempre com um pé atrás. Digo isso porque muitas vezes, o coitado mal volta do retiro e já o engajam em alguma pastoral ou movimento dando-lhes mil e uma tarefas. O pior é quando, por conta desse  excessivo entusiasmo, são convidados a darem testemunho na assembleia...
 
       Testemunho como o de Pedro que um dia, cheio de entusiasmo disse a Jesus "Eu te seguirei Senhor por onde fores, jamais deixarei de estar contigo" mas naquele mesmo dia, que era a véspera de sua paixão, Jesus apagou o fogo de palha de Pedro, profetizando que naquela madrugada ele iria negá-lo por três vezes, antes que o galo cantasse. Pedro deve ter ficado indignado com essa previsão catastrófica do Mestre, que parecia não acreditar na sua fidelidade então manifestada.
 
       É que Jesus conhece o coração humano, sempre tão volúvel, que parece tão arrojado em um determinado momento, mas em outro se encolhe amedrontado diante de alguma ameaça. Jesus não reclama de Pedro ser assim, apenas lhe mostra que o caminho do discipulado não pode ser percorrido apenas no entusiasmo, pois a jornada é dura, espinhosa e meio complicada.
 
       Nada contra os nossos retiros e encontros de espiritualidade que são úteis e necessários sendo até colocados como obrigação aos ministros ordenados e religiosos, pela Lei da Igreja. O problema é pensar que a conversão já aconteceu, e a partir de agora vão poder vislumbrar um mundo totalmente novo quando na verdade, o mundo é o mesmo, as pessoas são as mesmas, e as situações também. O Novo na verdade, está dentro da pessoa... E um coração renovado renova também o olhar que ganha a luz da FÉ.
 
       A conversão verdadeira é toda um processo de muitas etapas nessa experiência com Jesus  Cristo, é portanto algo dinâmico em nossa vida, pois em cada decisão tomada ou atitude assumida diante de grandes ou pequenos acontecimentos,  vamos mostrando se estamos ou não sendo fiéis a nesse processo.
 
       O homem cego, curado por Jesus nesse evangelho, já tinha feito uma experiência inicial com ele, entretanto ainda não tinha uma visão clara dos acontecimentos, pois a sua visão espiritual confundia homens com árvores que andavam. O que houve? Jesus não teria feito direito os gestos para realizar a cura? Claro que não, é que o ser humano tem suas limitações e os efeitos da Graça Divina são como aquela chuvinha fina, que sem muito alarde, vai fecundando a terra mansamente fertilizando-a.
 
       Foi somente após mais uma experiência com Jesus que os olhos daquele homem começaram a enxergar perfeitamente. E onde é o lugar de quem tem uma nova visão da vida, das pessoas e dos acontecimentos? É na Comunidade que é a casa dos que crêem. Mas sempre lembrando que a FÉ é dom de Deus e é Jesus quem abre nossos olhos para vivermos essa realidade totalmente nova.
 
       Pertencer a uma comunidade, sentir-se Igreja com os demais irmãos e irmãs, não é uma decisão nossa, mas somos Igreja e Comunidade pelo impulso permanente do Espírito Santo. Não se trata de um simples "empurrãozinho" igual aquele que se dá para fazer um carro pegar n o tranco, a Força do Espírito é uma dinâmica em nossa Vida de Fé.
 
       Mas é um processo lento que começa em nosso Batismo e termina com a nossa morte, quando então, totalmente convertidos, Jesus nos mandará para nossa casa definitiva onde teremos a visão Beatífica de Deus. Que não se abata sobre nós o desânimo, se de vez em quando em nossa Vida de Fé, confundirmos árvores com homens... Nossas deficiências e limitações fazem parte desse processo!
 
Diácono José da Cruz

Evangelho do dia - (Marcos 8,22-26)

Naquele tempo, 8 22 Jesus e seus discípulos chegando a Betsaida, trouxeram-lhe um cego e suplicaram-lhe que o tocasse. 23 Jesus tomou o cego pela mão e levou-o para fora da aldeia. Pôs-lhe saliva nos olhos e, impondo-lhe as mãos, perguntou-lhe: "Vês alguma coisa?" 24 O cego levantou os olhos e respondeu: "Vejo os homens como árvores que andam". 25 Em seguida, Jesus lhe impôs as mãos nos olhos e ele começou a ver e ficou curado, de modo que via distintamente de longe.26 E mandou-o para casa, dizendo-lhe: "Não entres nem mesmo na aldeia".
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - A visão recobrada

      A cura do cego teve uma função simbólica na formação dos discípulos. Jesus estava para lhes revelar coisas importantíssimas, que exigiam grande lucidez para serem compreendidas e assimiladas. A cegueira espiritual poderia levá-los a não compreender as palavras do Mestre, ou então a deturpá-las. A experiência do cego correspondia à experiência que os discípulos deveriam também fazer.
 
      Jesus acolheu a súplica dos que conduziam o cego, pedindo-lhe para tocá-lo. O cego foi conduzido para um lugar afastado. E, ao cabo de um verdadeiro ritual, Jesus lhe restituiu a visão, passando o homem a ver todas as coisas, mesmo de longe, bem e claramente.
 
      Aos discípulos faltava esta visão perfeita, sendo ainda incapazes de captar a exata impostação do convite de Jesus para segui-lo. Sua compreensão de messianismo não se adequava àquela de Jesus. Eles esperavam que Jesus se manifestasse como messias rei, cheio de glória e poder. E, nem de longe, podiam imaginar o quanto o projeto de Jesus se distanciava deste modelo messiânico.
 
      Os olhos dos discípulos deveriam ser abertos por Jesus assim como o foram os olhos do cego. Continuar a caminhar como cegos seria uma imprudência. Suas vidas corriam o risco de terminar numa frustrante decepção.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, restitua em mim a visão para que eu possa ver claramente o caminho para onde tu me conduzes.

Santo do dia - São Conrado – Eremita Franciscano

 O santo de hoje viveu em Placência, na Itália, lugar onde casou-se também.
 
      Um homem de muitos bens, dado aos divertimentos e à caça. Numa ocasião de caçada, acidentalmente provocou um incêndio, prejudicando a muitas pessoas.
 
      Ele então fugiu, e a polícia prendeu um inocente, que não sabendo se defender, estava prestes a ser condenado e executado.
 
      Quando Conrado soube disso, se apresentou como responsável pelo incêndio e se propôs a vender todos os bens para reconstruir tudo o que o incêndio destruiu.
 
      A partir daí, ele e sua esposa começaram a fazer uma caminhada séria e profunda no Cristianismo, buscando a vontade de Deus.
 
      No discernimento dessa vontade, o casal fez o ‘voto josefino’. Ambos se consagraram a Deus para viverem o celibato. Ela foi para um convento e ele retirou-se para um alto monte vivendo por quarenta anos como um eremita. Na oração e na intimidade com Deus, se ofertou a muitos. A muitos que hoje causam prejuízos para si e para os outros.
 
São Conrado, rogai por nós!

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 8,14-21)

 

8 14 Aconteceu que os discípulos de Jesus haviam esquecido de levar pães consigo. Na barca havia um único pão. 15 Jesus advertiu-os: “Abri os olhos e acautelai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes!” 16 E eles comentavam entre si que era por não terem pão. 17 Jesus percebeu-o e disse-lhes: “Por que discutis por não terdes pão? Ainda não tendes refletido nem compreendido? Tendes, pois, o coração insensível? 18 Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais mais? 19 Ao partir eu os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos recolhestes cheios de pedaços?” Responderam-lhe: “Doze”. 20 E quando eu parti os sete pães entre os quatro mil homens, quantos cestos de pedaços levantastes? “Sete”, responderam-lhe. 21 Jesus disse-lhes: “Como é que ainda não entendeis?”
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Cuidado com a hipocrisia

 
O fermento é aqui sinal negativo de "fermentação”, que faz crescer a massa da cegueira e da incredulidade. Eles são cegos porque "não” querem ver e incrédulos porque não lhes interessa acreditar na doutrina de Jesus, pois isso os faria mudar de comportamento! E eles não querem. Mais do que isso: espalham essa má-vontade, querendo abalar a fé dos que queriam acreditar em Jesus. Infelizmente tiveram tantos seguidores que conseguiram que pedissem diante de Pilatos a morte de Jesus! Libertemo-nos das desculpas que nos damos, enganando-nos a nós mesmos para não seguir a Cristo!

    
       Jesus procurava precaver seus discípulos contra certas posturas farisaicas, indignas de um discípulo do Reino. Algumas correntes do farisaísmo haviam tomado rumos com os quais Jesus não estava de acordo. Eles eram vítimas do vedetismo, fazendo suas ações para terem o reconhecimento popular. Padeciam também da hipocrisia. Seu exterior não correspondia ao interior.
 
       Por isso, eram falsos quando davam demonstração de piedade. Eles tinham um apego exagerado às Escrituras, que eram interpretadas a seu bel prazer, mesmo falseando seu sentido e fazendo interpretações contrárias ao sentido da Lei. Os fariseus nutriam profundo desprezo por quem não era "perfeito" como eles. E acabavam formando um grupo hermético de pretensos puros e santos. Os discípulos de Jesus não estavam imunes de serem contaminados por este mau espírito, o fermento dos fariseus. Era preciso estar atento.
 
      Outra mentalidade contra a qual era preciso cuidar-se foi designada como o fermento de Herodes. Esse rei foi conhecido por sua megalomania, cruel violência, impiedade, tirania e arrogância. Todas estas são atitudes indignas dos discípulos do Reino, embora possam se deixar arrastar por elas.
 
      A conduta do discípulo é permeada pelo fermento de Jesus. É na contemplação do Mestre que os discípulos saberão como ser fiéis à sua fé.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, guarda-me do fermento do mundo que contamina meu coração e me impede de ser fermentado por ti e pelo teu Espírito.