terça-feira, 31 de dezembro de 2013

É tempo de deixar Deus mudar os planos

 

O Ano Novo vem aí e uma das muitas coisas que mais ouvimos, nesta época, é sobre a importância de uma revisão de vida. Esta capacidade de ‘fazer as contas’ do que aconteceu, traçar planos e metas para o ano que se aproxima é uma virtude de quem sabe administrar a vida.
 
Um cristão maduro deve fazer uma revisão de vida e traçar metas para 2014. Mas para quem tem fé não basta a maturidade humana de saber administrar a vida, fazendo revisões e traçando novos planos para 2014, é preciso também maturidade espiritual, que consiste em submeter todos os nossos sonhos à vontade de Deus, que sabe o que é melhor para nós.
 
 Muitos santos traçaram metas para sua vida, correram atrás da sua vocação, mas nenhum deles se opôs às mudanças de planos da Divina Providência ao longo de suas vidas. 
 
     Lembremo-nos de Francisco de Assis, que tinha uma vida cômoda e próspera, um futuro nobre com os negócios da família, até o dia em que abraçou um leproso. Outro exemplo claro disso vemos com Madre Teresa de Calcutá, que era religiosa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora de Loreto, lecionava em um colégio na Índia, até o dia em que o Senhor a impeliu a sair dos muros do colégio e ela se deparou com um moribundo, que lhe fitou os olhos e disse: “Tenho sede”. O próprio Papa emérito Bento XVI contou, em uma entrevista, que, com a morte de João Paulo II, ele fez planos para voltar à sua terra natal e, como um bom teólogo, dedicar-se aos estudos; até o dia em que entrou no Conclave e ouviu da Divina Providência: “Mudança de planos, Ratzinger”

“Um cristão maduro é aquele que sabe preferir o projeto de Deus ao seu!”

     Deus não muda os planos somente dos grandes homens e mulheres que são consagrados a Ele. É só você olhar para o ano que passou e perceber quantas coisas – boas e não tão boas – aconteceram na sua vida sem a mínima previsão ou sinal do céu. Quantas coisas fugiram ao seu controle e quantas outras você planejou, em 2012, mas nem sequer aconteceram em 2013? Tudo isso porque “estão meus caminhos tão acima dos Vossos caminhos e meus pensamentos acima dos Vossos pensamentos, quanto está o céu acima da terra” (cf. Is 55, 9).
 
     Portanto, um bom projeto de vida é aquele que tem metas, planos e sonhos a serem conquistados, mas, antes de tudo, um projeto que diz ‘sim’ aos planos da Divina Providência. Um cristão maduro é aquele que sabe preferir o projeto de Deus ao seu.
 
 
Quer ser feliz em 2014?
Tenha metas e objetivos a alcançar,
 mas não demore a dizer “sim” quando Deus lhe disser:
 “mudança de planos”.
 
 
Por Daniel Machado
Produtor do Destrave
 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Evangelho do dia - Lucas 2, 36 - 40

    

Havia também uma profetisa, chamada Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser. Ela era de idade avançada. Quando jovem, tinha sido casada e vivera sete anos com o marido. Depois ficara viúva e agora já estava com oitenta e quatro anos. Não saía do templo; dia e noite servia a Deus com jejuns e orações. Naquela hora, Ana chegou e se pôs a louvar Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a libertação de Jerusalém. Depois de cumprirem tudo conforme a Lei do Senhor, eles voltaram para Nazaré, sua cidade, na Galileia. O menino foi crescendo, ficando forte e cheio de sabedoria. A graça de Deus estava com ele.
 
- Palavra da Salvação!
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Dor e alegria tão juntas...

   

 
     No natal cantamos uma bela música que traz em um de seus versos essa afirmativa tão profunda "Dor e alegria tão juntas, nosso Deus conheceu..." Ali na porta do templo, o velho Simeão que aguardava com toda esperança, junto com seu povo, a chegada do Salvador, pode enfim contemplá-lo e vai fazer esta profecia tão solene, o menino será causa de muita alegria para muitos mais uma espada de dor irá traspassar o coração de Maria. Ninguém irá dizer a uma mãe no dia do batizado do seu filho, que ela vai sofrer muito na vida, por causa daquela criança. Simeão não era um velho agourento mais alguém que tem uma Fé bem madura, capaz de interpretar os acontecimentos da vida á luz da Revelação Divina onde o sofrimento e a dor não estão excluídos.
 
      Imaginar um cristianismo sem a cruz, sem dores e sofrimentos, sem incompreensões e perseguições, seria uma grande fantasia, é em meio as dores e tribulações desta vida que o reino vai se concretizando. Maria, que também vive uma Fé madura e responsável, não maldiz sua sorte, ao contrário renova o seu sim e segue em frente, sempre confiante no seu Deus.
 
      Cada vez ia ficando mais claro para os pais de Jesus o desígnio de Deus a respeito daquela criança. Confiaram sempre em Deus quando tudo vai bem e caminha para um final feliz, não é coisa tão difícil, mas confiar nele e renovar esta fidelidade mesmo quando há possibilidades de um grande fracasso e humilhação, aí é que se vê o tamanho da nossa Fé. Pois nenhum dos dois quis voltar atrás diante de certas revelações que iam acontecendo, sempre misteriosas como aquela profecia de Simeão ali na porta do templo, mas tocaram a vida em frente, voltaram a Nazaré onde o menino crescia em graça e sabedoria.
 
       Dor e alegria, decepções, contrariedades e realizações, fazem parte da nossa vida e o cristianismo não nos isenta dessa realidade. O importante é que a cada momento renovemos a nossa Fé e tenhamos confiança plena nas ações que Deus vai realizando em nossa vida pessoal e de comunidade, ainda que nem sempre as entendamos muito bem, pois a Fé não tem resposta para tudo...
 
Diácono José da Cruz
 
ORAÇÃO
Pai, dá-me a graça de ser piedoso e justo como as pessoas envolvidas no mistério da encarnação de teu Filho Jesus. Sejam elas para mim fonte de perene inspiração.

Santo do dia - São Rugero


Rugero nasceu entre 1060 e 1070, na célebre e antiga cidade italiana de Cane. O seu nome, de origem normanda, sugere que seja essa a sua origem.
 
     Além dessas poucas referências imprecisas, nada mais se sabe sobre sua vida na infância e juventude. Mas ele era respeitado, pelos habitantes da cidade, como um homem trabalhador, bom, caridoso e muito penitente. Quando o bispo de Cane morreu, os fiéis quiseram que Rugero ficasse no seu lugar de pastor. E foi o que aconteceu: aos trinta anos de idade, ele foi consagrado bispo de Cane.

      No século II, essa cidade havia sido destruída pelo imperador Aníbal, quando expulsou o exército romano. Depois, ela retomou sua importância no período medieval, sendo até mesmo uma sede episcopal. No século XI, mais precisamente em 1083, por causa da rivalidade entre o conde de Cane e o duque de Puglia, localidade vizinha, a cidade ficou novamente em ruínas.

      O bispo Rugero assumiu a direção da diocese dentro de um clima de prostração geral.

      Assim, depois desse desastre, seu primeiro dever era tratar da sobrevivência da população abatida pelo flagelo das epidemias do pós-guerra. Ele transformou a sua sede numa hospedaria aberta dia e noite, para abrigar viajantes, peregrinos e as viúvas com seus órfãos. Possuindo o dom da cura, socorria a todos, incansável, andando por todos os cantos, descalço. Doava tudo o que fosse possível e a sua carruagem era usada apenas para transportar os doentes e as crianças.

      Todavia esse século também foi um período conturbado para a história da Igreja. Com excessivo poder civil estava dividida entre religiosos corruptos e os que viviam em santidade. Rugero estava entre os que entendiam o episcopado como uma missão e não como uma posição de prestígio para ser usada em benefício próprio. Vivia para o seu rebanho, seguindo o ensinamento de são Paulo: "Tudo para todos".

      Por tudo isso e por seus dons de conselho e sabedoria, no seu tempo foi estimado por dois papas: Pascoal II e Celásio II. Para ambos, executou missões delicadas e os aconselhou nas questões das rivalidades internas da Igreja, que tentava iniciar sua renovação.

      Entrou rico de merecimentos no Reino de Deus, no dia 30 de dezembro de 1129, em Cane, onde foi sepultado na catedral. Considerado taumaturgo em vida, pelos prodígios que promovia com a força de suas orações, logo depois de sua morte os devotos divulgaram a sua santidade.

      No século XVIII, a cidade de Cane praticamente já não existia. A população se transferira para outra mais próspera, Barleta. Mas eles já cultuavam o querido bispo Rugero como santo. Pediram a transferência das suas relíquias para a igreja de Santa Maria Maior, em Barleta. Depois, foi acolhido na sepultura definitiva na igreja do Mosteiro de Santo Estêvão, atual Santuário de São Rugero. Os devotos o veneram no dia de sua morte como o bispo de Cane e o padroeiro de Barleta. Em 1946, são Rugero foi canonizado pela Igreja.
 
São Rugero, rogai por nós!

domingo, 29 de dezembro de 2013

Meditação: Sagrada Família

 A família mais santa que já houve na face da terra nos é apresentada em apuros. É que Jesus se encarnou entre nós para vivenciar problemas parecidos com aqueles pelos quais todas as nossas famílias passam. Nada de milagres e exceções, deixam-se apenas guiar pela Palavra de Deus.
 
 
        O projeto de Deus para a redenção de toda a humanidade tem como centro a encarnação do seu Filho como homem vivendo entre nós. Quis que seu amado Filho fosse o exemplo de tudo. Por isso ele foi acolhido no seio de uma verdadeira família. Uma humilde, boa e honrada família, ligada pela fé e os bons costumes. Ele escolheu, seus anjos agiram e a Sagrada Família foi constituída.

         Deus Pai enviou Jesus com a natureza divina e a natureza humana: o Verbo encarnado, trazendo a sua redenção para todos os seres humanos. Ou seja: a salvação do ser humano somente se dá através de Jesus, quem crer e seguir terá a vida eterna no Reino de Deus.

         Assim,Jesus nasceu numa verdadeira família para receber tudo o que necessitava para crescer e viver, mesmo sendo muito pobre. Teve o amor dos pais unidos pela religião, trabalhadores honrados, solidários com a comunidade, conscientes e responsáveis por sua formação escolar, cívica, religiosa e profissional. Maria, José e Jesus são o símbolo da verdadeira família idealizada pelo Criador.

         A única diferença, que a tornou a "Sagrada Família", foi a sua abnegação, a aceitação e a adesão ao projeto de Deus, com a entrega plena às suas disposições. Mesmo assim,não perderam sua condição humana, imprescindível para que todas as profecias se cumprissem.

         A família residiu em Nazaré até que Jesus estivesse pronto para desempenhar sua missão.

         Lá, Jesus aprendeu a andar, correr, brincar, comer, rezar, cresceu, estudou, foi aprendiz e auxiliar de seu pai adotivo, José, a quem amava muito e que por ele era muito amado também. Foi um filho obediente à mãe, Maria, e demonstrou isso já bem adulto, e na presença dos apóstolos, nas bodas de Caná, quando, a pedido de Maria, operou o milagre do vinho.

         Quando o Messias começou a trilhar os caminhos, aldeias e cidades, pregando o Evangelho, era reconhecido como o filho de José, o carpinteiro da Galiléia. Até ser identificado como o Filho de Deus aguardado pelo povo eleito, Jesus trabalhou como todas as pessoas fazem. Conheceu as agruras dos operários, suas dificuldades e o suor necessário para ganhar o pão de cada dia.

         Essa família é o modelo de todos os tempos. É exemplar para toda a sociedade, especialmente nos dias de hoje, tão atormentada por divórcios e separações de tantos casais, com filhos desajustados e todos infelizes. A família deve ser criada no amor, na compreensão, no diálogo, com consciência de que haverá momentos difíceis e crises formais. Só a certeza e a firmeza nos propósitos da união e a fé na bênção de Deus recebida no casamento fará tudo ser superado. Pedir esse sacramento à Igreja é uma decisão de grande responsabilidade, ainda maior nos novos tempos, onde tudo é passageiro, fútil e superficial.

         Esta celebração serve para que todas as famílias se lembrem da humilde Sagrada Família, que mudou o rumo da humanidade. Ela representa o gesto transcendente de Deus, que se acolheu numa família humana para ensinar o modo de ser feliz: amar o próximo como a nós mesmos. A Igreja comemora a festa da Sagrada Família em data móvel, no domingo após o Natal, ou, alternativamente, no dia 29 de novembro.

Evangelho do dia - Mateus 2, 13-15. 19-23

    

Depois que os magos se retiraram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito; e lá ficou até a morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. Quando Herodes morreu, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe, e volta para a terra de Israel; pois já morreram aqueles que queriam matar o menino”. Ele levantou-se, com o menino e a mãe, e entrou na terra de Israel. Mas quando soube que Arquelau reinava na Judeia, no lugar de seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Depois de receber em sonho um aviso, retirou-se para a região da Galileia e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado nazareno”.
 
- Palavra da Salvação!
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Uma família provada

   

   A Sagrada Família de Nazaré, apesar de sua relação privilegiada com Deus, em nada foi poupada dos infortúnios próprios dos seres humanos. Seria enganoso imaginá-la gozando de regalias inacessíveis a qualquer pessoa comum. Talvez, exatamente porque tão intimamente ligada a Deus, tenha sido posta à prova, de maneira tão dura.
 
     Já os fatos inerentes ao nascimento de Jesus comportaram motivos de aflição. É fácil de imaginar quanta angústia acarretaram a concepção misteriosa de Maria, a obrigação de se deslocar para Belém, quando o tempo de dar à luz estava se aproximando, a falta de lugar adequado para o parto e as condições precárias em que o menino Jesus nasceu.
 
     A fuga apressada para o Egito, para escapar da fúria homicida de Herodes, foi mais um sofrimento imposto à Sagrada Família. À perspectiva de morte somava-se a de ver-se obrigada a fugir para o estrangeiro, de maneira imprevista, como também, a de ter de voltar para Israel, a fim de não cair nas garras de Arquelau, sucessor de Herodes, devendo escolher, como lugar de moradia, a humilde e sem importância Nazaré.
 
     A Sagrada Família jamais esteve isenta de tribulações. Mas nem por isso desviou-se do caminho da fé e obediência a Deus. Sua fidelidade foi continuamente posta à prova. E, na provação, foi se consolidando. Desta forma, tornou-se modelo de família cristã que, experimenta as dificuldades da vida, sem se desviar dos caminhos de Deus.
 
 Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Pai, que a fidelidade demonstrada pela Sagrada Família de Nazaré seja exemplo para as famílias cristãs, cuja fé é provada em meio a tribulações.

Santo do dia - São Tomás Becket

 Em 1155, Henrique II, rei da Inglaterra e de parte da França, nomeou seu chanceler Tomás Becket. Oriundo da Normandia, onde nasceu em 1117, e senhor de grande riqueza, era considerado um dos homens de maior capacidade do seu tempo.
 
     Compararam-no a Richelieu, com o qual na realidade se parecia, pelas qualidades de homem de Estado e amor das grandezas. Ficou célebre a visita que fez, em 1158, a Luís VII, rei da França.
 
     Quando vagou a Sé de Canterbury, Henrique II nomeou para ela o chanceler. Tomás foi ordenado sacerdote a 1 de junho de 1162 e sagrado Bispo dois dias depois. Desde então, passou a ser a pessoa mais importante a seguir ao rei e mudou inteiramente de vida, convertendo-se num dos prelados mais austeros.
 
     Convencido de que o cargo de primeiro-ministro e o de príncipe da Inglaterra eram incompatíveis, Tomás pediu demissão do cargo de chanceler, o que descontentou muito o rei. Henrique II ficou ainda mais aborrecido quando, em 1164, por ocasião dos “concílios” de Clarendon e Northampton, o Arcebispo tomou o partido do Papa contra ele. Tomás viu-se obrigado a fugir, disfarçado em irmão leigo, e foi procurar asilo em Compiègne, junto de Luís VII.
 
     Passou, a seguir, à abadia de Pontigny e depois à de Santa Comba, na região de Sens. Decorridos quatro anos, a pedido do Papa e do rei da França, Henrique II acabou por consentir em que Tomás regressasse à Inglaterra. Persuadiu-se de que poderia contar, daí em diante, com a submissão cega do Arcebispo, mas em breve reconheceu que muito se tinha enganado, pois este continuava a defender as prerrogativas da Igreja romana contra as pretensões régias. Desesperado, o rei exclamou um dia: “Malditos sejam os que vivem do meu pão e não me livram deste padre insolente”. Quatro cavaleiros tomaram à letra estas palavras, que não eram sem dúvida mais que uma exclamação de desespero. A 29 de dezembro de 1170, à tarde, vieram encontrar-se com Tomás no seu palácio, exigindo que ele levantasse as censuras que tinha imposto. Recusou-se a isso e foi com eles tranquilamente para uma capela lateral da Sé.
 
     “Morro de boa vontade por Jesus e pela santa Igreja”, disse-lhes; e eles abateram-no com as espadas.
 
São Tomás Becket, rogai por nós! 

sábado, 28 de dezembro de 2013

Evangelho do dia - Mateus 2, 13 - 18

    

Depois que os magos se retiraram, o anjo do Senhor apareceu em sonho a José e lhe disse: “Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge para o Egito! Fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo”. José levantou-se, de noite, com o menino e a mãe, e retirou-se para o Egito; e lá ficou até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Do Egito chamei o meu filho”. Quando Herodes percebeu que os magos o tinham enganado, ficou furioso. Mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o território vizinho, de dois anos para baixo, de acordo com o tempo indicado pelos magos. Assim se cumpriu o que foi dito pelo profeta Jeremias: “Ouviu-se um grito em Ramá, choro e grande lamento: é Raquel que chora seus filhos e não quer ser consolada, pois não existem mais”.
 
 
-  Palavra da Salvação!
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - O Martírio dos Inocentes

 

     A presença de Jesus na história humana despertou a fúria de quem estava firmemente alicerçado num esquema de pecado, posto em xeque pela salvação oferecida à humanidade. A pregação de Jesus desmascarava a injustiça, punha a nu a perversidade dos opressores, revelava a fragilidade de sistemas fundados na opressão e na violência.
 
     A matança dos inocentes de Belém foi uma espécie de antecipação do futuro de Jesus e de seus discípulos. Um frágil recém-nascido foi suficiente para abalar a segurança do prepotente e violento Herodes. Sua decisão de eliminar as crianças da região onde nascera o Messias Jesus visava eliminar no seu nascedouro, tudo o que pudesse pôr em risco a segurança de seu reino. No coração do rei sangüinário não havia lugar para o amor.
 
     Herodes, em última análise, ousou desafiar o próprio Deus, de quem Jesus era Filho e recebera uma missão. Levantar-se contra o Messias correspondia a rebelar-se contra quem o enviou. Mas Deus não se deixou vencer por Herodes: salvou seu Filho pela ação previdente de José, que se pôs em fuga para o Egito, com o menino e sua mãe.
 
     Na vida de Jesus e de seus discípulos, a perseguição e a morte, por causa do Reino, seriam uma constante. Entretanto, como estão a serviço do Reino do Pai, podem contar com a vitória, uma vez que os prepotentes jamais prevalecerão.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Senhor Jesus, apesar das perseguições e da morte que deverei defrontar, ponho-me em tuas mãos e me consagro totalmente ao serviço do teu Reino.

Santo do dia - Os Santos Inocentes

A festa de hoje, instituída pelo Papa São Pio V, ajuda-nos a viver com profundidade este tempo da Oitava do Natal. Esta festa encontra o seu fundamento nas Sagradas Escrituras.
 
     Quando os Magos chegaram a Belém, guiados por uma estrela misteriosa, “encontraram o Menino com Maria e, prostrando-se, adoraram-No e, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes – ouro, incenso e mirra. E, tendo recebido aviso em sonhos para não tornarem a Herodes, voltaram por outro caminho para a sua terra. Tendo eles partido, eis que um anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: ‘Levanta-te, toma o Menino e sua mãe e foge para o Egito, e fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o Menino para o matar’. E ele, levantando-se de noite, tomou o Menino e sua mãe, e retirou-se para o Egito. E lá esteve até à morte de Herodes, cumprindo-se deste modo o que tinha sido dito pelo Senhor por meio do profeta, que disse: ‘Do Egito chamarei o meu filho’.
 
     Então Herodes, vendo que tinha sido enganado pelos Magos, irou-se em extremo e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e arredores, de dois anos para baixo, segundo a data que tinha averiguado dos Magos.
 
     Então se cumpriu o que estava predito pelo profeta Jeremias: ‘Uma voz se ouviu em Ramá, grandes prantos e lamentações: Raquel chorando os seus filhos, sem admitir consolação, porque já não existem’” (Mt 2,11-20) Quanto ao número de assassinados, os Gregos e o jesuíta Salmerón (1612) diziam ter sido 14.000; os Sírios 64.000; o martirológio de Haguenau (Baixo Reno) 144.000. Calcula-se hoje que terão sido cerca de vinte ao todo. Foram muitas as Igrejas que pretenderam possuir relíquias deles.
 
     Na Idade Média, nos bispados que possuíam escola de meninos de coro, a festa dos Inocentes ficou sendo a destes. Começava nas vésperas de 27 de dezembro e acabava no dia seguinte. Tendo escolhido entre si um “bispo”, estes cantorzinhos apoderavam-se das estolas dos cônegos e cantavam em vez deles. A este bispo improvisado competia presidir aos ofícios, entoar o Inviatório e o Te Deum e desempenhar outras funções que a liturgia reserva aos prelados maiores. Só lhes era retirado o báculo pastoral ao entoar-se o versículo do Magnificat: Derrubou os poderosos do trono, no fim das segundas vésperas. Depois, o “derrubado” oferecia um banquete aos colegas, a expensas do cabido, e voltava com eles para os seus bancos. Esta extravagante cerimônia também esteve em uso em Portugal, principalmente nas comunidades religiosas.
 
     A festa de hoje também é um convite a refletirmos sobre a situação atual desses milhões de “pequenos inocentes”: crianças vítimas do descaso, do aborto, da fome e da violência. Rezemos neste dia por elas e pelas nossas autoridades, para que se empenhem cada vez mais no cuidado e no amor às nossas crianças, pois delas é o Reino dos Céus. Por estes pequeninos, sobretudo, é que nós cristãos aspiramos a um mundo mais justo e solidário.
 
Santos Inocentes, rogai por nós!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Evangelho do dia - João, 20, 2 - 8

    


Ela saiu correndo e foi se encontrar com Simão Pedro e com o outro discípulo, aquele que Jesus mais amava. Disse-lhes: “Tiraram o Senhor do túmulo e não sabemos onde o colocaram”. Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo. Os dois corriam juntos, e o outro discípulo correu mais depressa, chegando primeiro ao túmulo. Inclinando-se, viu as faixas de linho no chão, mas não entrou. Simão Pedro, que vinha seguindo, chegou também e entrou no túmulo. Ele observou as faixas de linho no chão, e o pano que tinha coberto a cabeça de Jesus: este pano não estava com as faixas, mas enrolado num lugar à parte. O outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também, viu e creu.
 
- Palavra da Salvação!
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - O discípulo amado

Maria Madalena vai bem cedo, quando ainda é escuro, ao túmulo. Isto simboliza a crença de que as trevas apagaram a luz. Sua caminhada em direção ao túmulo significa as buscas das comunidades que anseiam a vida, mas que a procuram 
em lugar errado.
Já o "outro discípulo", João, o discípulo amado, viu o túmulo vazio e creu.
Quem ama acredita,
o amor dá créditos, gera a fé.


      A acolhida de Jesus e sua mensagem deram à comunidade de discípulos aos quais foi confiada a tarefa de levar adiante a missão do Mestre: estender, a toda humanidade, os benefícios da salvação. A convivência com Jesus como também o testemunho de seu modo de ser e de agir predispunham os corações dos discípulos para o aprofundamento da adesão a ele, explicitada no ato de fé.
 
      A profundidade do relacionamento com Jesus variava de discípulo para discípulo. Esta é uma dinâmica própria da realidade humana. A figura do discípulo amado evocava um tipo de relacionamento profundamente afetivo com o Senhor. Relacionamento de confiança, de entrega da própria vida nas mãos do Mestre, de comunhão de sentimentos, de transparência mútua. Não se tratava, porém, de uma escolha arbitrária de Jesus, privilegiando, indiscriminadamente, certas pessoas e marginalizando outras. Antes, foi este discípulo que se deixou amar por Jesus e soube corresponder ao amor que lhe fora oferecido. Todos os discípulos poderiam ter feito o mesmo.
 
      Ser discípulo amado, de certa forma depende do próprio discípulo, uma vez que o Mestre quer fazer morada no mais íntimo de cada um de seus seguidores. Deixar-se amar por Jesus comportava deixar-se plasmar e transformar por ele. Por isso, muitos se recusaram!
 
 Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Senhor Jesus, quero viver a experiência de ser amado por ti, a ponto de toda minha existência ser plasmada e transformada por tua presença em mim.

Santo do dia - São João Evangelista

O nome deste evangelista significa: “Deus é misericordioso”: uma profecia que foi se cumprindo na vida do mais jovem dos apóstolos. Filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, ele também era pescador, como Pedro e André; nasceu em Betsaida e ocupou um lugar de primeiro plano entre os apóstolos.
 
      Jesus teve tal predileção por João que este assinalava-se como “o discípulo que Jesus amava”. O apóstolo São João foi quem, na Santa Ceia, reclinou a cabeça sobre o peito do Mestre e, foi também a João, que se encontrava ao pé da Cruz ao lado da Virgem Santíssima, que Jesus disse: “Filho, eis aí a tua mãe” e, olhando para Maria disse: “Mulher, eis aí o teu filho”. (Jo 19,26s).
 
      Quando Jesus se transfigurou, foi João, juntamente com Pedro e Tiago, que estava lá. João é sempre o homem da elevação espiritual, mas não era fantasioso e delicado, tanto que Jesus chamou a ele e a seu irmão Tiago de Boanerges, que significa “filho do trovão”.
 
      João esteve desterrado em Patmos, por ter dado testemunho de Jesus. Deve ter isto acontecido durante a perseguição de Domiciano (81-96 dC). O sucessor deste, o benigno e já quase ancião Nerva (96-98), concedeu anistia geral; em virtude dela pôde João voltar a Éfeso (centro de sua atividade apostólica durante muito tempo, conhecida atualmente como Turquia). Lá o coloca a tradição cristã da primeiríssima hora, cujo valor histórico é irrecusável.
 
      O Apocalipse e as três cartas de João testemunham igualmente que o autor vivia na Ásia e lá gozava de extraordinária autoridade. E não era para menos. Em nenhuma outra parte do mundo, nem sequer em Roma, havia já apóstolos que sobrevivessem. E é de imaginar a veneração que tinham os cristãos dos fins do século I por aquele ancião, que tinha ouvido falar o Senhor Jesus, e O tinha visto com os próprios olhos, e Lhe tinha tocado com as próprias mãos, e O tinha contemplado na sua vida terrena e depois de ressuscitado, e presenciara a sua Ascensão aos céus. Por isso, o valor dos seus ensinamentos e o peso de das suas afirmações não podiam deixar de ser excepcionais e mesmo únicos.
 
      Dele dependem (na sua doutrina, na sua espiritualidade e na suave unção cristocêntrica dos escritos) os Santos Padres daquela primeira geração pós-apostólica que com ele trataram pessoalmente ou se formaram na fé cristã com os que tinham vivido com ele, como S. Pápias de Hierápole, S. Policarpo de Esmirna, Santo Inácio de Antioquia e Santo Ireneu de Lião. E são estas precisamente as fontes donde vêm as melhores informações que a Tradição nos transmitiu acerca desta última etapa da vida do apóstolo.
 
      São João, já como um ancião, depara-se com uma terrível situação para a Igreja, Esposa de Cristo: perseguições individuais por parte de Nero e perseguições para toda a Igreja por parte de seu sucessor, o Imperador Domiciano.
 
      Além destas perseguições, ainda havia o cúmulo de heresias que desentranhava o movimento religioso gnóstico, nascido e propagado fora e dentro da Igreja, procurando corroer a essência mesma do Cristianismo.
 
      Nesta situação, Deus concede ao único sobrevivente dos que conviveram com o Mestre, a missão de ser o pilar básico da sua Igreja naquela hora terrível. E assim o foi. Para aquela hora, e para as gerações futuras também. Com a sua pregação e os seus escritos ficava assegurado o porvir glorioso da Igreja, entrevisto por ele nas suas visões de Patmos e cantado em seguida no Apocalipse.
 
      Completada a sua obra, o santo evangelista morreu quase centenário, sem que nós saibamos a data exata. Foi no fim do primeiro século ou, quando muito, nos princípios do segundo, em tempo de Trajano (98-117 dC).
 
      Três são as obras saídas da sua pena incluídas no cânone do Novo Testamento: o quarto Evangelho, o Apocalipse e as três cartas que têm o seu nome.
 
São João Evangelista, rogai por nós! 

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Evangelho do dia - Mateus 10, 17 - 22


    

“Cuidado com as pessoas, pois vos entregarão aos tribunais e vos açoitarão nas suas sinagogas. Por minha causa, sereis levados diante de governadores e reis, de modo que dareis testemunho diante deles e diante dos pagãos. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em como ou o que falar. Naquele momento vos será dado o que falar, pois não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai falará em vós. O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais e os matarão. Sereis odiados por todos, por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será salvo.”

- Palavra da Salvação!
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Perseguição e sofrimento

 
O Evangelho de hoje diz que, aqueles que anunciam a Boa Nova são caluniados, perseguidos, julgados, maltratados, odiados, por causa do nome de Jesus. O diácono Estêvão foi um deles. Cheio do Espírito Santo, fortificado pela fé em Jesus, não temeu. Foi apedrejado e morto, repetindo as mesmas palavras de Jesus no alto da cruz: "Senhor, não lhes leves em conta este pecado..."
Testemunhar é dar a vida por Jesus. São Paulo dizia: "Trazemos sempre em nosso corpo os traços da morte de Jesus para que também a vida de Jesus se manifeste em nosso corpo. Estando embora vivos, somos a toda hora entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus apareça
em nossa carne mortal."
 
     O mistério da Encarnação de Jesus, manifestada em Maria e que se torna visível no Dia de Natal, isso é, do seu nascimento entre os homens, trouxe um fato novo na vida do Ser Humano.
 
     No Antigo Testamento o Espírito de Deus vinha sobre algumas pessoas especiais e fica com ela até o final da missão que Deus lhe havia dado, foi assim com os profetas, Juízes e Reis. Ao assumir a nossa frágil natureza humana, as ações Divinas se manifestam nas ações humanas e assim, nas pessoas que professam a sua Fé em Cristo Jesus, o Espírito de Deus o inspira, o que falar e o que fazer.
 
     Na vida de Santo Estevão, o Pró-Mártir, celebrado neste primeiro dia da Oitava do Natal, vemos claramente essa presença real do Espírito de Deus, em seu corajoso testemunho. “Por que não sereis vós que falareis, mas o Espírito do vosso Pai é que fala em vós”.
 
     O Espírito de Jesus, a sua fidelidade e submissão á Vontade do Pai, o seu louco amor pelo ser humano, levado até as últimas consequências, estará também, a partir da encarnação de Jesus, presente na vida de todo aquele que crê, pois só a Fé é suficiente para o testemunharmos, em Palavras e ações, como Santo Estêvão.
 
     E tudo isso, não em um mar de rosas, mas em meio as tribulações, ódio, julgamentos injustos, violência contra os discípulos. Prisões, divisão em famílias. Foi este o caminho percorrido até o fim pelo Mestre, é este também o caminho a ser percorrido pelo discípulo. Diz a palavra “Aquele que perseverar até o fim será salvo”. Naquele tempo a perseguição e a hostilidade aos cristãos vinham de dentro do próprio Judaísmo.
 
     Hoje não falta da parte da sociedade uma ferrenha hostilidade pelo Espírito Cristão. O testemunho cristão deve ser firme, autêntico em todos os momentos e circunstâncias de vida e que não tenhamos medo sobre o que falar e como agir. A nossa Fé nos diz que o Espírito do Senhor está em nós...
 
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – SP
 
Oração
Espírito de coragem perseverante, nas adversidades da vida, vem em meu auxílio, e ajuda-me para que não arrefeça a minha adesão a Jesus e ao Reino.

Santo do dia - Santo Estêvão

      Nos capítulos 6 e 7 dos Atos dos Apóstolos encontramos um longo relato sobre o martírio de Estêvão, que é um dos sete primeiros Diáconos nomeados e ordenados pelos Apóstolos. Santo Estêvão é chamado de Protomártir, ou seja, ele foi o primeiro mártir de toda a história católica. O seu martírio ocorreu entre o ano 31 e 36 da era cristã. Eis a descrição, tirada do livro dos Atos dos Apóstolos:
 
     “Estêvão, porém, cheio de graça e poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo. Levantaram-se então alguns da sinagoga, chamados dos Libertos e dos Cirenenses e dos Alexandrinos, e dos da Cicília e da Ásia e começaram a discutir com Estêvão, e não puderam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele falava. Subornaram então alguns homens que disseram: ‘Ouvimo-lo proferir palavras blasfematórias contra Moisés e contra Deus’.

   E amotinaram o povo e os Anciãos e Escribas e apoderaram-se dele e conduziram-no ao Sinédrio; e apresentaram falsas testemunhas que disseram: ‘Este homem não cessa de proferir palavras contra o Lugar Santo e contra a Lei; pois, ouvimo-lo dizer que Jesus, o Nazareno, destruirá este Lugar e mudará os usos que Moisés nos legou’. E todos os que estavam sentados no Sinédrio, tendo fixado os olhares sobre ele, viram o seu rosto como o rosto de um anjo”.
 
     Num longo discurso, Estêvão evoca a história do povo de Israel, terminando com esta veemente apóstrofe: ‘Homens de cerviz dura, incircuncisos de coração e de ouvidos, resistis sempre ao Espírito Santo, vós sois como os vossos pais. Qual dos profetas não perseguiram os vossos pais, e mataram os que prediziam a vinda do Justo que vós agora traístes e assassinastes? Vós que recebestes a Lei promulgada pelo ministério dos anjos e não a guardastes’.

     Ao ouvirem estas palavras, exasperaram-se nos seus corações e rangiam os dentes contra ele. Mas ele, cheio do Espírito Santo, tendo os olhos fixos no céu, viu a glória de Deus e Jesus que estava à direita de Deus e disse: ‘Vejo os céus abertos e o Filho do homem que está à direita de Deus’. E levantando um grande clamor, fecharam os olhos e, em conjunto, lançaram-se contra ele. E lançaram-no fora da cidade e apedrejaram-no. E as testemunhas depuseram os seus mantos aos pés de um jovem, chamado Saulo.

    E apedrejavam Estêvão que invocava Deus e dizia: ‘Senhor Jesus, recebe o meu espírito’. Depois, tendo posto os joelhos em terra, gritou em voz alta: ‘Senhor, não lhes contes este pecado’. E dizendo isto, adormeceu”.
 
Santo Estêvão, rogai por nós!

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Feliz Natal, irmãos decolores!!!!




O Natal de Jesus é o maior acontecimento da História humana; Deus se fez homem: é um mistério insondável que só o Amor de Deus pode explicar. Você já parou para meditar nisso? Deus se fez homem sem deixar de ser Deus! Ele mostra o quanto somos importantes e amados por Deus, que dispôs a deixar o céu e habitar a terra para a nossa felicidade e salvação. Além de tudo suportou a cruz por nós. Ninguém mais tem o direito de duvidar do amor de Deus por nós. "Deus amou tanto o mundo que enviou seu Filho para que todo aquele que Nele crer não pereça..." (João 3,16).
 
Mais uma noite de Natal se aproxima, mais um fim de ano que chega!  É momento de estar em família, de reunir aquela energia positiva para o novo que está chegando,  momento de refletir sobre tudo de bom (ou não) que realizamos no decorrer de todo esse ano que está acabando. É olhar para o próximo e saber retribuir um gesto de carinho e amor, é tempo de pensar que viver no egoísmo não te levará a lugar algum, é saber cultivar a caridade, o amor, o respeito em casa, no trabalho, na rua com qualquer um que seja. É olhar para si e saber admitir quando errou e que é hora de perdoar, de acreditar no poder de Deus e entender que Ele está no comando e o que quisermos, com todas as nossas forças e com muita fé,  chegará até nós...

Amigos decolores,


 Feliz Natal e um Ano Novo recheado de muita felicidade, amor, saúde, harmonia, paz e muito sucesso!

 

Evangelho do dia - Lucas 1, 67 - 79

    

Zacarias, seu pai, cheio do Espírito Santo, profetizou dizendo: “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e libertou o seu povo. Ele fez surgir para nós um poderoso salvador na casa de Davi, seu servo, assim como tinha prometido desde os tempos antigos, pela boca dos seus santos profetas: de salvar-nos dos nossos inimigos e da mão de quantos nos odeiam. Ele foi misericordioso com nossos pais: recordou-se de sua santa aliança, e do juramento que fez a nosso pai Abraão, de nos conceder que, sem medo e livres dos inimigos, nós o sirvamos, com santidade e justiça, em sua presença, todos os dias de nossa vida. E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo, porque irás à frente do Senhor, preparando os seus caminhos, dando a conhecer a seu povo a salvação, com o perdão dos pecados, graças ao coração misericordioso de nosso Deus, que envia o sol nascente do alto para nos visitar, para iluminar os que estão nas trevas, na sombra da morte, e dirigir nossos passos no caminho da paz”.
 
 
- Palavra da Salvação!
- Gloria a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Filho de Peixe, peixinho é...

 
Este cântico de Zacarias é louvor e profecia. Começa com uma aclamação litúrgica: “Louvemos o Senhor”. O hino divide-se em duas partes: a primeira recorda a ação de Deus na história do povo. A segunda parte anuncia o destino do menino João que será profeta de Deus Altíssimo. Zacarias recorda as promessas de Deus por meio dos profetas, da aliança e do juramento feito com Abraão. Diz também que o objetivo disto tudo é “que sejamos somente dele e façamos o que ele quer.
 
 
     Não se pode pensar em uma ação Divina isolada, que descarte o Ser Humano. Já vi longos e polêmicos debates sobre a ação do Espírito Santo em nossa vida. Ele não age a partir do “Nada”, nem faz cair de repente algo sobrenatural que despenca lá do céu sobre nossa cabeça. Seria muita ingenuidade uma Fé que pense nesses termos.
 
     O Velho Zacarias dá um show de bola, um verdadeiro espetáculo ali no templo, no dia em que levou o filho João para ser circuncidado. O texto afirma que Zacarias, seu pai, ficou cheio do Espírito Santo, ou seja, naquele exato momento tudo o que Zacarias acreditava e praticava em sua vida, veio á tona sob ação do Espírito Santo, ou seja, falava por ele mesmo, mas inspirado por Deus. O Espírito Santo o capacitou para dizer com palavras acertadas, tudo o que já era o sentido e a razão de sua vida: a Fé inabalável no Deus da Aliança e o cumprimento das Promessas feitas aos Patriarcas e anunciado pelos Profetas. A Profecia de Zacarias é consequência de toda uma vida vivida e voltada para Deus.
 
     Zacarias aprimora a mensagem que sempre ouviu e anuncia o sentido pleno da Libertação que Jesus iria trazer. Não inventa um Messias diferente, de uma outra linhagem que não fosse a de Davi, mas explicita que a Salvação será plena e não restrita a uma libertação política e social, que povoava a cabeça de muitas autoridades religiosas, e de uma parte do povo.
 
     Ora, João Batista, Filho de Zacarias, vem como Precursor, e tem a quem puxar, pois herdou do Velho Zacarias essa linhagem de Pregador diferente, que não anuncia o Messias que o Mundo quer, mas o Messias que Deus envia ao chegar a plenitude dos tempos.
 
     Em nossos tempos a Humanidade deseja ouvir um anúncio que fale de um Cristo da Pós Modernidade, muito mais na linha de um Super Herói, que na hora “H” vai intervir na História colocando as coisas em seus lugares. Um Cristo que não exige nada dos seus discípulos, mas que chama apenas para si, a responsabilidade de dar aos seguidores saúde, segurança e prosperidade. Zacarias transmite em sua pregação, um Messias que vai fazer parceria com os simples e os pobres e estes se alegram imensamente por serem lembrados por Deus, diferente do Sistema Excludente que os afastava de toda e qualquer decisão.
 
     Isso fica notório nas pessoas que dão início a todo esse processo da Obra da Salvação que irá beneficiar a toda humanidade: Zacarias e Isabel, José e Maria, e hoje os cristãos de nossas comunidades. Que sejamos fiéis e coerentes em nosso anúncio, como o foi Zacarias, anunciando o Cristo que o mundo precisa, e não o Cristo que o mundo quer...
 
Diácono José da Cruz
 
Oração
Pai, coloca-me, como João Batista, a serviço de teu Messias, Jesus Cristo, tornando-me teu profeta, anunciador da libertação a ser realizada em favor da humanidade.

Santo do dia - São Charbel Makhlouf


São Charbel Makhlouf nasceu a 8 de maio de 1828, em BiqáKafra, aldeia montanhosa do norte, ao pé dos cedros do Líbano. Seu nome de batismo: José Zaroun Makhlouf.
 
     Com 23 anos ele toma o nome de Charbel em memória do mártir do século segundo, foge de casa e refugia-se no mosteiro de Nossa Senhora de Mayfoug, da Ordem libanesa maronita. Um ano depois, transfere-se para o mosteiro de S. Maron de Annayam, da província de Jbail, verdadeiro oásis de oração e fé, a 1300 metros de altitude. Depois de seis anos de estudos teológicos, em Klifan, é ordenado sacerdote. Exerce, então, com muita edificação, as funções do seu ministério sagrado, juntamente com toda a sorte de trabalhos manuais. Após dezesseis anos de vida ascética, Charbel obtém autorização, em 1875, para se retirar ao eremitério dos Santos Pedro e Paulo, de Annaya. 
 
     Durante 23 anos (1875-1898), S. Charbel entrega-se com todas as forças da alma, à busca de Deus, na bem-aventurada e total solidão. Deus recompensa o seu fiel servidor, dando-lhe o dom de operar milagres, já em vida: afirma-se que os realizou não somente com cristãos, mas, também, com muitos muçulmanos.
 
     No dia 16 de dezembro de 1898, em Annaya, enquanto celebrava a Santa Missa, sofreu um ataque de apoplexia; levou-o à morte, no dia 24, Vigília da Festa de Natal. Tinha 70 anos de idade.
 
     Com o seu próprio punho, Pio XII assinou o decreto que dava início ao processo de beatificação do Padre Charbel, dizendo expressamente: “O Padre Charbel já gozava, em vida, sem o querer, da honra de o chamarem santo, pois a sua existência era verdadeiramente santificada por sacrifícios, jejuns e abstinências. Foi vida digna de ser chamada cristã e, portanto, santa. Agora, após a sua morte, ocorre este extraordinário sinal deixado por Deus: seu corpo transpira sangue, sempre que se lhe toca, e todos os que, doentes, tocarem com um pedaço de pano suas vestes constantemente úmidas de sangue, alcançam alívio em suas doenças e não poucos até se veem curados. Glória ao Pai que coroou os combates dos santos. Glória ao Filho que deixou esse poder em suas relíquias. Glória ao Espírito Santo que repousa, com suas luzes, sobre seus restos mortais para fazer nascer consolações em todas as espécies de tristezas”.
 
     No segundo domingo de outubro de 1977, dia 9, o Santo Padre Paulo VI canonizou solenemente, na Basílica de São Pedro, em Roma, o bem-aventurado Charbel Makhlouf, monge eremita libanês. Foi a primeira canonização, realizada pelo Papa, de um membro da Igreja do Rito Oriental, desde que o Vaticano traçara, há quatro séculos, nova orientação para as canonizações. Antes da canonização atual, os santos maronitas eram proclamados pelo Patriarca da Igreja maronita.
 
São Charbel Makhlouf, rogai por nós! 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Meditação - E o verbo se fez carne e habitou entre nós....

 

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, a glória que o Filho único recebe do seu Pai, cheio de graça e de verdade."  (Jo 1, 8)
 
   
     Nas quatro semanas do Advento a Igreja nos leva a meditar e preparar o coração para celebrar as duas Vindas de Jesus Cristo. As cores e símbolos da liturgia nos ajudam nisso. A Coroa do Advento com as quatro velas que vão sendo acendidas uma a cada semana nos preparam e ensinam.
 
        A vela vermelha significa a Fé que o Menino traz ao mundo; a certeza de que Deus está conosco, armou a sua tenda entre nós; “revestido de nossa fragilidade, Ele veio uma primeira vez para realizar o seu eterno plano de amor e abrir-nos o caminho da salvação”, diz um dos Prefácios do Advento.
 
        A vela branca a simboliza Paz; este Menino é o “Príncipe da Paz”, disse o profeta Isaias (11,1s). Quando o Seu Reino for implantado, “a justiça será como o cinto de seus rins, e a lealdade circundará seus flancos. Então o lobo será hóspede do cordeiro, a pantera se deitará ao pé do cabrito, o touro e o leão comerão juntos, e um menino pequeno os conduzirá; a vaca e o urso se fraternizarão, suas crias repousarão juntas, e o leão comerá palha com o boi.  A criança de peito brincará junto à toca da víbora, e o menino desmamado meterá a mão na caverna da áspide. Não se fará mal nem dano em todo o meu santo monte, porque a terra estará cheia de ciência do Senhor, assim como as águas recobrem o fundo do mar.” (Is 11, 5-8).
 
        A vela roxa (quase rosa) simboliza a alegria do Menino que chega para salvar. É a alegria mitigada pela cuidadosa vigilância do tempo da espera.
 
        A vela verde traz a simbologia da Esperança que o Deus Menino traz a todos os homens de todos os tempos e todos os lugares. “Sem Deus não há esperança”, disse há pouco o Papa Bento XVI na encíclia “Spe Salvi (Salvos pela Esperança); e “sem esperança não há vida”, concluiu o Pontífice. É esta esperança  de uma vida feliz aqui e no Céu que o grande Menino veio anunciar com sua meiga e frágil presença na manjedoura de Belém.
 
        A primeira vinda de Cristo mostra todo o amor de Deus por nós. Ninguém mais tem o direito de duvidar desse Amor. Ele deixou a glória do Céu, dignou-se assumir a nossa frágil humanidade, para nos levar de volta para o Céu; Ele aceitou viver a nossa vida, derramar as nossas lágrimas, comer nosso pão de cada dia… e, por amor puro a cada um de nós dar um mergulho nas sombras da morte para destruí-la.
 
“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio junto de Deus. Tudo foi feito por ele, e sem ele nada foi feito. Nele havia a vida, e a vida era a luz dos homens” (Jo 1, 1s).
 
        O amor de Deus não é o amor de novelas, com músicas românticas e palavras sensuais; é amor que se revela por fatos, atos, renúncia, sofrimento…  É amor que gera a vida.
 
        São João apresenta o Menino que vai chegar: “A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam… Ele era a verdadeira luz que, vindo ao mundo, ilumina todo homem. Estava no mundo e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam”. A Luz de Cristo resplandeceu nas trevas mas essas não a compreederam; as trevas fogem da luz, tem medo dela, porque a luz revela o erro. Quem faz o mal, pratica o crime, busca a calada da noite para que a luz não o denuncie. Por isso Jesus foi logo perseguido pelo cruel tirano Herodes Magno.
 
        Disse a Lumen gentium que “só Jesus Cristo revela o homem ao próprio homem”; Ele é “a luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”; é por isso que o Papa João Paulo II disse em sua primeira encíclica “Redemptor Hominis” que: “ o homem que não conhece Jesus Cristo permanece para si mesmo um desconhecido, um mistério inexplicável, um enigma insondável”.
 
        Sem Jesus Cristo o homem não sabe quem é, não sabe o que faz neste mundo, não sabe o sentido da vida, do sofrimento, da morte, da dor e das estrelas… é um coitado e um perdido como muitos filósofos ateus que se debateram em meio de suas trevas e acabaram arrastando muitos outros consigo para uma vida vazia e triste. Não foi à toa que muitos jovens suicidaram-se lendo o “Werther” de Goethe e a “Comédia Humana” de Balzac. Depois de ler “A Nova Heloisa” de Jean Jacques Rosseau uma jovem estourou os miolos em uma praça de Genebra e vários jovens se enforcaram em Moscou depois de ler “Os sete que se enforcaram” de Leonid Andreiv”. Só Jesus Cristo “é a Luz que ilumina todo homem que vem a este mundo”. Um dia Karl Wusmann, escritor francês, entre o revolver e o crucifixo, escolheu o crucifixo… e viveu. (J. Mohana, Sofrer e Amar).
 
        “Mas a todos aqueles que o receberam, aos que crêem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus.”
 
O Natal nos traz esta certeza e esta enorme alegria: somos filhos amados de Deus; que nos fez para Ele, por amor. Ele fez para nós as estrelas, o cosmos, as pedras , os rios, as montanhas, os animais, os peixes das águas e os pássaros do Céu,  o doce fruto da terra, o perfume das flores, a harmonia das cores e o mar que murmura o Seu Nome a cantar… Obrigado Senhor!

Prof. Felipe Aquino

Evangelho do dia - Lucas 1, 57 - 66

    

Quando se completou o tempo da gravidez, Isabel deu à luz um filho. Os vizinhos e os parentes ouviram quanta misericórdia o Senhor lhe tinha demonstrado, e alegravam-se com ela. No oitavo dia, foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. A mãe, porém, disse: “Não. Ele vai se chamar João”. Disseram-lhe: “Ninguém entre os teus parentes é chamado com este nome!” Por meio de sinais, então, perguntaram ao pai como ele queria que o menino se chamasse. Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome!” E todos ficaram admirados. No mesmo instante, sua boca se abriu, a língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. Todos os vizinhos se encheram de temor, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judeia. Todos os que ouviram a notícia ficavam pensando: “Que vai ser este menino?” De fato, a mão do Senhor estava com ele.
 
- Palavra da Salvação!
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do evangelho - A Salvação dispensa formalismos ...

É um grande acontecimento o nascimento de João, o precursor do Messias. Zacarias, que estivera mudo desde o anúncio do nascimento de seu filho, começou a falar. Tinha emudecido por não crer. Recuperou a fala quando o que Deus anunciou se cumpriu. Isto é para todos um grande sinal. Sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. João Batista recebeu de Deus a vocação de profeta e sua primeira profecia foi, abrir a boca do pai Zacarias. O profeta fala de Deus e faz com que os outros também falem.
 
      Nada pior que uma religião “enlatada” e totalmente fechada dentro do seu quadrado, onde a Instituição é maior que o Reino e a ação Divina fica restrita ao formalismo e ritualismo estabelecido. O nascimento de João Batista , o Precursor do Messias, mostra que Deus vai escrever certo por linhas tortas, seu modo de agir irá causar surpresa e admiração, pois não se submete aos caminhos humanos. Isabel, a Mãe de João Batista, já estava fora do contexto, pois era idosa e estéril, entretanto, Deus a coloca como “Sinal” da sua ação sobrenatural, para Maria Santíssima, em uma anciã idosa e estéril Deus sinaliza o futuro da humanidade. Na sociedade de hoje, os idosos são descartados do sistema...
 
      Na circuncisão do menino, que era o rito iniciático correspondente ao nosso Batismo, outra confusão armada, para se cumprir a Vontade de Deus... O costume e a tradição determinava que o nome tinha que ser familiar, preferencialmente em homenagem aos patriarcas da Família, avós, bisavós ou Tataravós. O nome de “João” era no mínimo esquisito e estranho, entretanto, a Bíblia está repleta desse rico simbolismo de se carregar no nome, aquilo que se irá ser, na missão cofiada por Deus, e João significa “Aquele que anuncia”.
 
      Na consulta ao Pai Zacarias, a confirmação de que se trata de uma ação Divina, pois ao escrever o nome do Filho em uma taboinha, comprova-se esse fato, a pessoa  missão e o nome do escolhido, não provém da boca do homem, isso é, da vontade humana, mas sim de Deus, Lembrando que foi também desta forma que Deus manifestou-se ao Povo sua Santa Lei, que Moisés gravou na pedra.
 
      E assim, o que era temor e estranheza, manifestada pelo povo, transforma-se em uma explosão de alegria, manifestada na Glória e Louvor de todos os que vivenciaram o fato. O Povo acolhe com incontida alegria a intervenção de Deus na História, contrastando com as autoridades religiosas, que o rejeitaram. No coração de todos aquela esperança viva de que algo novo estava para acontecer e que inicia-se naquele momento com o nascimento de João Batista, o anunciador por excelência dos tempos messiânicos que haviam chegado.
 
      Todos os dias, em grandes ou pequenos acontecimentos, Deus inicia algo novo no coração de quem crê e vive com sinceridade a sua Fé. Prestemos atenção porque o agir de Deus é sempre novo e surpreendente. Dentro e fora da comunidade ele continua agindo, em pessoas ou situações que nem sempre se enquadram em nossos padrões de espiritualidade.
 
Diácono José da Cruz
 
Oração
Pai, conta comigo para realizar o teu projeto, como contaste com João cujo nascimento foi revestido de gestos amorosos de tua providência.

 

Santo do dia - São João Câncio

 João nasceu em Kety, na diocese de Cracóvia, Polônia, em 1390; estudou na Cracóvia e foi ordenado sacerdote. Durante muitos anos foi professor da Universidade de Cracóvia; depois foi pároco de Ilkus. À fé que ensinava uniu grandes virtudes, sobretudo a piedade e a caridade para com o próximo, tornando-se um modelo insigne para seus colegas e discípulos.
 
     Enquanto nas regiões vizinhas pululavam as heresias e os cismas, o bem-aventurado João ensinava na Universidade de Cracóvia a doutrina haurida da mais pura fonte, e explicava ao povo com muito empenho, em seus sermões, o caminho da santidade, confirmando a pregação com o exemplo da sua humildade, castidade, misericórdia, penitência e todas as outras virtudes próprias de um santo sacerdote e de um zeloso ministro do Senhor. Ao longo do dia, uma vez cumprido o seu dever de ensinar, dirigia-se diretamente à igreja, onde durante muito tempo se entregava à oração e à contemplação diante de Cristo na Eucaristia.
 
     Tanto nas pequenas como nas grandes adversidades, João teve sempre em mente algo de bem superior ao prestígio, à carreira e ao bem-estar materiais: “Mais para o alto!” repetia sempre. Em todas as circunstâncias, só tinha Deus no seu coração, só tinha Deus na sua boca.  Morreu em Cracóvia, com a idade de oitenta e três anos, no ano de 1473.
 
São João Câncio, rogai por nós!

domingo, 22 de dezembro de 2013

Evangelho do dia - Mateus 1, 18 - 24

    

Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente. Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: “José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados”. Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: “Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus conosco”. Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa.
 
- Palavra da Salvação!
- Glória a vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - A obra do Espírito Santo

 
    O texto fala do nascimento de Jesus, realçando a figura de José, “homem que fazia sempre o que era direito”. Não só às pessoas com quem se relacionava, como Maria, mas em relação a Deus. Sabia ouvir e se deixar guiar por Deus, mesmo se nem tudo lhe fosse claro. O pedido de Deus era que recebesse Maria como sua esposa. Devia, portanto, assumir Jesus , como filho. Perante a sociedade Jesus deveria ser reconhecido como filho de José, filho do carpinteiro, embora fosse Filho de Deus. José assumiu: “fez tudo o que o anjo do Senhor havia mandado”.

     A perícope evangélica da concepção virginal de Jesus tem sido objeto de controvérsia. As interpretações são desencontradas tanto por desconhecermos elementos fundamentais para compreendê-la, o que não acontecia com as comunidades primitivas, quanto por projetarmos nossos preconceitos sobre o texto bíblico.
 
     O Evangelho detém-se na soleira do mistério insondável de Deus, numa atitude de respeito e reverência, sem se importar com especulações de caráter anatômico ou fisiológico. Só lhe interessam os elementos teológico-espirituais deste dado da fé da Igreja.
 
     Jesus não entra na História como resultado do esforço humano de construir a própria salvação. Ele tem sua origem em Deus, em quem toda a sua existência está alicerçada.
 
     Sua origem evoca o relato da criação, no Gênesis, onde tudo existe pela vontade soberana de Deus. Jesus, e com ele a salvação da humanidade, é a derradeira obra divina.
 
     Jesus é o dom de Deus a ser acolhido pela humanidade. Torna-se, portanto, inútil qualquer esforço humano de construir a salvação pelas próprias mãos. O ser humano só pode salvar-se por obra de Deus. Qualquer outro caminho estará fadado ao fracasso.
 
    A referência ao Espírito Santo aponta para um tipo de ação inefável e misteriosa de Deus em relação à mãe do Messias. O mesmo Espírito Santo, instrumento da ação divina desde os primórdios da Criação, fez-se também presente quando do nascimento do Messias Jesus. A esta força divina é que se deve sua presença no mundo.
 
Pe. Jaldemir Vitório 
 
Oração
Pai, ajuda-me a contemplar sua ação maravilhosa em relação à concepção de teu Filho Jesus. Que eu reconheça nela tua oferta gratuita de salvação para toda a humanidade.

Santo do dia - Santa Francisca Xavier Cabríni

 Chamada por Pio XII de “heroína dos tempos modernos”, Santa Francisca nasceu em Sant’Angelo de Lódi, na Lomabardia, Itália, em 1850. Última dos 13 filhos de Agostinho Cabríni e Estela Oldini, recebeu no batismo o nome de Maria Francisca, ao qual mais tarde ajuntou o de Xavier, pelo seu amor e veneração ao apóstolo das Índias.
 
      Aos 11 anos fez voto de castidade. Seguiu a carreira do magistério com as religiosas Filhas do Sagrado Coração de Jesus, em Arluno, terminando-a aos 18 anos. Sentindo vocação divina, pretendeu entrar para essa Congregação religiosa, mas foi recusada por falta de saúde.
 
     Exerceu durante dois anos o cargo de professora primária em Vidardo e durante três anos dedicou-se na sua terra à instrução religiosa da juventude e ao tratamento dos enfermos e daqueles que eram atingidos pela peste. Aos 23 anos tentou mais uma vez ser religiosa nas Filhas do Sagrado Coração, mas de novo obteve uma negativa.
 
     Após isso, Santa Francisca transladou-se à “Casa da Providência” em Codogno, a fim de a reformar, pois estava em franca decadência. Fez a profissão em 1877 e a partir disso, em meio a grandes tribulações e sofrimentos, ela encontrou as sete primeiras companheiras de sua futura Obra.
 
     Três anos mais tarde, fundou uma nova Congregação religiosa. A 10 de novembro de 1880 alojou-se, com sete companheiras, num desmantelado Convento franciscano, onde, a 14 do mesmo mês, deu princípio ao novo Instituto, com a inauguração de uma capela em honra ao Sagrado Coração de Jesus. Um mês mais tarde, a sua Obra recebia a aprovação episcopal. Francisca contava então 30 anos.
 
     Enquanto se dedicava com as companheiras à educação das meninas e à catequização dos rapazes, foi compondo as regras do seu Instituto, obra de prudência sobre-humana, que recebeu aprovação episcopal em 1881 e a definitiva da Santa Sé em 1907. Em 1884, com 7 anos de vida, a Obra já contava com cinco casas.
 
     Em 1887, partiu para Roma onde, a princípio, só encontrou dificuldades e portas fechadas até que, com fé, simplicidade e perseverança, Santa Francisca obteve a autorização do Cardeal Vigário para construir uma escola gratuita para pobres fora da Porta Pia e um asilo infantil na Sabina, em Aspra.
 
     O problema da emigração italiana para a América do Norte preocupava o então Bispo de Placença, Mons. Scalabrini, que pediu à serva de Deus algumas das suas religiosas para irem socorrer aqueles desamparados. Mas a virtuosa fundadora não se decidia a responder, pois pensava nas Missões do Oriente. Foi então consultar o Papa Leão XIII que, após ouvir Francisca, concluiu: “Não ao Oriente mas ao Ocidente”. E desde esse momento ficou decidida a sua partida para Nova Iorque, a qual veio realizar pela primeira vez em 1889.
 
     Quase aos 40 anos de idade, começa uma série ininterrupta de viagens, percorrendo a América inteira, transpondo a cavalo a Cordilheira dos Andes, sendo por toda parte conhecida como a“Mãe dos emigrados”. Ia de casa em casa, a procura da ovelha perdida, do enfermo e da criança ignorante. Lutou  contra a fome, as enfermidades e a própria morte.
     Em 1912 fez a sua última viagem de Roma a Nova Iorque. A santa fundadora das Missionárias do Sagrado Coração morreu em Illinois, perto de Chicago, a 22 de dezembro de 1917, com 67 anos de idade. Igual era o número das casas que então deixara fundadas e que em 1938 subiam a mais de 100, com cerca de 4.000 religiosas.
 
     A fama das suas virtudes e os prodígios por ela operados fizeram que logo após a morte se começasse o processo da sua beatificação, que veio a se realizar em 1938. Foi canonizada pelo Papa Pio XII a 7 de julho de 1946.
 
Santa Francisca Xavier Cabríni, rogai por nós!