sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

EVANGELHO (Marcos 1,7-11)


1 7 Ele pôs-se a proclamar: "Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado.
8 Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo."
9 Ora, naqueles dias veio Jesus de Nazaré, da Galiléia, e foi batizado por João no Jordão.
10 No momento em que Jesus saía da água, João viu os céus abertos e descer o Espírito em forma de pomba sobre ele.
11 E ouviu-se dos céus uma voz: "Tu és o meu Filho muito amado; em ti ponho minha afeição."
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


"Um Mergulho no coração de Deus"
Quando foi a uma confraternização em um dia de muito calor, se lá tiver uma piscina é o primeiro lugar em que eu chego. Um mergulho e a gente sai da água renovado, revigorado e até parece com uma nova vida, tal é a força revitalizante da água. O nosso pecado e as forças do mal coloca em nós esse Fogo abrasador da carência de Deus, quando descartamos Jesus de nossa vida, nos sentimos abrasar. Podemos dizer que toda a humanidade estava assim...
E naquele dia, com Jesus a Velha Humanidade mergulhou e saiu das águas totalmente renovada, Batismo é renovação, é esse refazer-se que ocorre todo dia. Não é atoa que neste evangelho aparece em todo o seu esplendor sinais teofânicos. O céu que se abre, o Espírito que desce, a voz que declara solenemente "Tu és o meu Filho amado, em ti ponho a minha afeição..."
O Espírito de Deus não tinha onde pousar, como a pombinha que Noé soltou, para sondar se as águas do Dilúvio tinham abaixado, agora em Jesus de Nazaré, que solidário se fez nosso irmão, o Espírito desde e o envolve totalmente. A voz do Pai fala ao coração do Filho, e ecoa no fundo do coração de toda a humanidade "Tu és o meu Filho amado, em ti me alegro"
E o céu se abriu e nunca mais se fechou, os Querubins que Deus havia colocado á porta do paraíso, recolheram suas espadas de fogo e foram embora. Acabou a distância entre Deus e o Homem, Jesus nos abriu as portas para entrarmos com ele no coração de Deus, e lá fazermos morada eternamente...

Jesus recebe de João o Batismo
Terminado o tempo de convívio de Jesus com sua família, com seus discípulos e com as multidões, as primeiras comunidades de fé passaram a cultivar suas memórias, procurando compreender o alcance de sua mensagem e de sua prática. Estas memórias eram transmitidas por comunicação oral ou em fórmulas litúrgicas usadas no culto cristão. Em meados da década de sessenta, cerca de trinta e cinco anos após a crucifixão de Jesus, Marcos elabora seu evangelho compilando fontes dentre estas memórias. Na década de oitenta, Mateus e Lucas também elaboram seus evangelhos, em parte usando Marcos, e, cerca de dez anos depois, João elabora o seu, de maneira bastante original. Estas memórias tinham algumas referências predominantes: a) a pessoa de João Batista, como precursor; b) as palavras e atos de Jesus, com destaque nas parábolas e narrativas de milagres; c) a paixão, morte e ressurreição de Jesus. João Batista tem uma importância fundamental no início e no conteúdo do ministério de Jesus. Jesus, reconhecendo o valor do anúncio e do testemunho do Batista, se faz seu discípulo, aceitando seu batismo. Nesta ocasião se dá o reconhecimento celeste do homem Jesus como sendo o Filho amado, do agrado do Pai.
Oração
Senhor Jesus, que eu possa acolher-te como filho querido do Pai e, em ti, fazer a experiência de Deus.


 O FILHO AMADO
A cena do batismo revela o traço fundamental da identidade de Jesus: sua condição de Filho amado de Deus. Outro elemento importante desta identidade é oferecido pelo quadro trinitário no qual a revelação é feita. Do céu, o Pai se dirige ao Filho, e o Espírito Santo desce sobre ele, em forma de pomba. A origem divina de Jesus fica, assim, perfeitamente evidenciada. Ele provém do seio da Trindade, em cujo nome exercerá sua missão.
Daqui decorrem dois eixos da ação histórica de Jesus. Ela se desenrolará na mais absoluta fidelidade a Deus, refletindo-se nela o agir divino em favor da humanidade. Da fidelidade decorrerá a liberdade. Jesus não suportará que criatura alguma, nem mesmo as tradições religiosas se imponham em sua vida, de forma absoluta. Ele jamais suportou a tirania da Lei e dos costumes do povo quando, contrastavam com o projeto do Reino de Deus.
A pessoa e a ação de Jesus, sendo baseadas na fidelidade e na liberdade, suscitarão constantes conflitos. Apesar disto, como Filho amado, ele não abrirá mão do projeto traçado pelo Pai.
Oração
Senhor Jesus, que minha vida, a teu exemplo, seja fundada na fidelidade e na liberdade, que me fazem levar adiante a missão recebida do Pai.

Santa Rafaela Maria


Nasceu em Córdova, na Espanha, no ano de 1850. Juntamente com sua irmã de sangue, fundaram a Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus. Dedicadas à adoração ao Santíssimo Sacramento e ao cuidado das crianças, Santa Rafaela ocupou o cargo de Madre Superiora e sua irmã – co-fundadora – de ecônoma geral. Mas, no ano de 1893, a irmã de Santa Rafela foi partilhando com outras conselheiras a ponto de convencê-las de que sua irmã, Santa Rafaela Maria, por não ser apta na economia, também não poderia continuar governando a congregação. Diante daquele consenso, ela deixou o cargo e sua irmã o ocupou e foi superiora durante 10 anos.

Nos 22 anos de vida que restaram a essa grande serva de Deus, ela viveu na humildade, fazendo os serviços que davam a ela sempre com muito amor e obdediência na graça de Deus. Santa Rafaela Maria foi uma verdadeira adoradora diante do Santíssimo Sacramento. Ao falecer, em 1925, partiu para a glória. Não passou muito tempo, veio à luz toda a trama de sua irmã, que não foi reconhecida como santa.

Santa Rafaela Maria, rogai por nós !

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

EVANGELHO (João 1,43-51)


1 43 No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: "Segue-me".
44 (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.)
45 Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José".
46 Respondeu-lhe Natanael: "Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?" Filipe retrucou: "Vem e vê".
47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade".
48 Natanael pergunta-lhe: "Donde me conheces?" Respondeu Jesus: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira".
49 Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel".
50 Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta".
51 E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "A Superação de barreiras"
Essa experiência profunda com Jesus Cristo, o Filho de Deus, não acontece em um passe de mágica, Jesus não é como uma Jibóia, cobra que costuma hipnotizar o roedor, atraindo-o ao seu alcance para abocanhá-lo. Ao contrário, ele nos propõe, nos chama, mas sempre respeita as nossas decisões, afinal quer nos fazer livres e não escravos...
Na nossa Vida somos marcados por muitos preconceitos, de cor, de etnias, de raça, e até de religião, não podemos permitir que esses preconceitos nos impeçam de conhecer Jesus e de fazer com ele essa experiência tão necessária para descobrir quem somos, e encontrarmos a nossa realização como pessoa humana, Filhos e Filhas do Pai Eterno.
Natanael era um bom cristão, porém muito fechado em seu grupo, sua comunidade, sua igreja, costumava meditar a Palavra de Deus em baixo de uma Figueira, então isso significa que ele buscava a Deus de coração sincero e quando isso acontece, Jesus nos encontra primeiro, a iniciativa é sempre dele.
Filipe anunciou Jesus a Natanael, mas quando este soube da sua origem, Nazaré, colocou objeção para fazer a experiência. A Vila de Nazaré tinha de tudo e sua fama, nos meios religiosos, não era lá muito boa, era quase que impossível que de Nazaré viesse um Profeta poderoso.
Mas Natanael não se deixou prender a esse preconceito, aceitou o convite de Filipe "Vem e vê" e na comunidade Natanael conheceu Jesus e ali deu o seu testemunho, tornando pública a sua Fé "Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel..."
O texto mais uma vez evidencia a importância da Comunidade, como lugar teológico para se fazer a experiência de Deus manifestado em Jesus. Para tanto é necessário superar dificuldades, desafios e preconceitos, para se viver a comunhão em Cristo e com os irmãos e irmãs.
Quem não participa de uma comunidade cristã, porque não consegue superar os desafios e preconceitos para se viver a comunhão, nunca verá o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Só vê o Céu aberto quem aceita viver a comunhão com a Igreja Santa e Pecadora, vivendo o amor fraterno junto aos irmãos e irmãs.
O egoísmo fecha-NOS as portas do céu, e anula qualquer possibilidade de experimentar Deus em nossa vida.

Jesus chama discípulos
No quarto dia após a declaração de João Batista aos sacerdotes e levitas enviados de Jerusalém (Jo 1,19), Jesus completa o grupo de seus próprios discípulos, que já eram discípulos de João. Agora chama Filipe e Natanael. Filipe, André e Pedro eram de Betsaida, situada ao norte do lago da Galileia, em território de gentios, sob grande influência helênica. Filipe e André são nomes gregos. Percebe-se, assim, que em torno de João Batista reuniam-se gentios e judeus. Assim também vai sendo formado o discipulado de Jesus. Dessa maneira vai se estruturando o ministério de Jesus, caracterizado pela dimensão universalista do seu anúncio e de seu dom.
Oração
Pai, leva-me a conhecer, cada vez mais profundamente, a identidade de teu Filho Jesus, e a fazer-me discípulo dele, de modo a compartilhar sua missão.

SUPERANDO OS PRECONCEITOS
Os primeiros discípulos foram obrigados a superar a barreira dos preconceitos para poder acolher Jesus como Messias e se tornar seus seguidores. Natanael não podia aceitar que de Nazaré, cidade mal-afamada, pudesse sair algo de bom, muito menos um Messias. A pecha de nazaretano desdobrava-se num rosário de outras evocações tomadas como negativas. Ele era pobre, de família sem prestígio, um indivíduo sem expressão moral ou cultural. Enfim, um desclassificado.
Pela insistência de Filipe, Natanael se predispôs a ir ver Jesus. Seu preconceito contrastou com a idéia altamente positiva que Jesus tinha a respeito dele. Jesus considerava-o um israelita íntegro, sem dolo nem fingimento. Em outras palavras, um indivíduo em cuja palavra se podia inteiramente confiar. O próprio Jesus confiou nele e lhe fez uma solene revelação.
A atitude de Jesus deixou Natanael desarmado, levando-o a abrir mão de seus preconceitos. Numa atitude própria de discípulo, Natanael reconheceu Jesus como um Rabi, ou seja, mestre, digno de veneração e respeito. Reconheceu-o, também, como Filho de Deus, cuja origem superava as possibilidades humanas, fazendo dele mais do que um simples filho de José da Galiléia. Reconheceu-o, ainda, como Rei de Israel, o Messias que reavivaria a esperança no coração do povo. Logo, de Nazaré também podia sair coisa boa.
Oração
Senhor Jesus, eu me ponho diante de ti, sem preconceitos, desejando conhecer-te como o Messias de Deus.

São João Nepomuceno Neumann


São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu no ano de 1911. Ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom João. Ali, foi ordenado. Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São João pertenceu a congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e servir ao Senhor por amor aos irmãos.

O Espírito Santo pôde contar com ele também para o episcopado, ser um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na Filadélfia, foi construída através do seu serviço, do seu ministério episcopal.

São João Nepomuceno Neumann, modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta. Uma imagem, um reflexo do Bom Pastor.

Em 1960, ele partiu para a glória do Senhor.

São João Nepomuceno Neumann, rogai por nós!

Quarta - feira 04 de 2012

Evangelho (João 1,35-42)


1 35 No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos.
36 E, avistando Jesus que ia passando, disse: "Eis o Cordeiro de Deus".
37 Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.
38 Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?" Disseram-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?"
39 "Vinde e vede", respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido.
41 Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: "Achamos o Messias" (que quer dizer o Cristo).
42 Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: "Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas" (que quer dizer pedra).
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Quarta - feira 04 de 2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "Recontando a História..."
Eram dois catequizandos, André e um outro amigo, o catequista era João Batista, pessoa muito cativante, que falava com muita sabedoria sobre o Salvador, os catequizandos sentiam-se muito atraídos por ele, até que um dia, durante a catequese, João apontou para alguém que passava e disse com alegria e convicção "Eis o Cordeiro de Deus".
Nem houve festa de despedida, os dois alunos discípulos, na mesma hora foram atrás de Jesus que passava e de repente Jesus parou e perguntou "O que estão procurando?. O que os nossos catequizandos, terminada a primeira fase da catequese procuram? Será que a nossa catequese os deixa encantados por Jesus a ponto de querer conhecê-lo melhor?
Como catequista João foi aprovado com louvor, pois seus dois catequizandos, não só quiseram conhecer melhor a Jesus Cristo, mas foram morar com ele, isso é, sentiram-se despertos a viverem com ele em comunhão. Catequista e pregador autêntico jamais aponta para si mesmo, mas revela e anuncia Jesus Cristo, e deve fazê-lo de um modo que convença, que o discípulo catequizando sinta-se encantado pelo que ouve e vê...
Quando se faz essa experiência íntima com Jesus Cristo, no mais íntimo do nosso ser, é impossível não ser missionário, assim aconteceu com a mulher Samaritana, lembram-se? Ela foi correndo anunciar aos Samaritanos sobre Jesus e a experiência que com ele acabara de fazer, assim aconteceu com todos os que foram tocados pela graça Divina manifestada em Jesus, ontem e hoje...
Do Discipulado surge a missão, André vai anunciar ao irmão Simão, e o levou a Jesus, esse levar até Jesus tem um sentido teológico e retoma a essência do anúncio kerigmático: nosso anúncio deve levar as pessoas a Jesus, não para que a pessoa venha fazer parte do Fã Clube de Jesus de Nazaré, não para que ela seja agora mais um membro do nosso grupo ou da nossa Igreja...isso é apenas conseqüência...
Mas sim para tenham também elas uma experiência profunda com Aquele que nos renova e nos transforma, que nos faz ser outra pessoa. A História do Apóstolo Pedro, uma das colunas da nossa Igreja, começou naquele dia, quando tocado pelo anúncio de André, trocou um profundo olhar com o Mestre. E de Pedro tornou-se Cefas, que quer dizer Pedra.
Em nossas comunidades cristãs há histórias tão bonitas como esta, mas o que importa na reflexão é que possamos a todo momento recontar a nossa história, aumentando assim o nosso fervor, a nossa Fidelidade, o nosso amor e encanto por Jesus de Nazaré - Nosso Único Deus e Senhor. Jesus olhou profundamente para Pedro e agora olha também para cada um de nós... Amém...
 Os discípulos permaneceram com Jesus
Este é o terceiro dia da semana inaugural, no evangelho de João, iniciada com o testemunho de João Batista diante dos sacerdotes, levitas e fariseus enviados de Jerusalém. Dois discípulos de João passam a seguir Jesus: André e um outro discípulo, provavelmente o autor do evangelho, tradicionalmente atribuído a João, irmão de Tiago, ou o próprio leitor que é convidado a seguir Jesus. Conduzido por André, Pedro, seu irmão, também passa a seguir Jesus.
"Onde moras?... vinde e vede!" Os discípulos foram e permaneceram naquele dia com Jesus. O "mestre" não lhes comunicou uma doutrina, mas uma experiência de vida. Chegaram assim a vislumbrar a "casa do Pai". Ir e ver, o estar com Jesus, é fonte de experiência de Deus e nos move a nos comunicarmos com os irmãos, formando comunidades.
Oração
Pai, faze-me permanecer sempre junto a teu Filho Jesus, enviado por ti para realizar todas as nossas esperanças de salvação.
CONVIVENDO COM JESUS
João Batista deu-se conta da responsabilidade de levar também os seus discípulos a reconhecerem o Messias. Ao apontar para Jesus, declarando-o Cordeiro de Deus, sugeriu-lhes que seguissem o verdadeiro Mestre. Sua missão tinha sido cumprida. Então, os discípulos de João puseram-se a seguir Jesus.
João havia descrito o Messias vindouro com tons solenes. Sua descrição não correspondia bem à pessoa que os discípulos tinham diante de si. Por isso, manifestaram o desejo de saber onde Jesus habitava.
O núcleo da questão não consistia em conhecer a casa onde o Mestre morava. Isso era secundário! Importava mesmo saber quem era Jesus. E o conhecimento resultou da convivência. O contato, ao longo daquele dia, foi suficiente para que os discípulos de João descobrissem a identidade de Jesus e reconhecessem nele o Messias esperado.
O encontro com Jesus foi tão profundo que suas circunstâncias ficaram impressas na memória dos discípulos. Estes, então, apressaram-se a comunicar aos demais a experiência feita. A aceitação do convite vinde e vede e a fascinação, que daí resultou, provocaram uma reviravolta na vida dos discípulos. Doravante, não seriam mais os mesmos.
Oração
Senhor Jesus, que a convivência contigo possa ajudar-me a conhecer-te mais e a compreender melhor a missão que reservaste para mim
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Quarta - feira 04 de 2012


Santa Ângela de Foligno

Nasceu na Itália, no ano de 1248, em Foligno, próximo a Roma, numa família muito abastada. Mas, infelizmente, não vivia a maior riqueza, que é o amor a Deus. Dentro deste ambiente indiferente a Deus e à Igreja, amenina foi crescendo. Ela foi para o sacramento do matrimônio, teve vários filhos, mas, infelizmente, tanto os filhos e depois o esposo faleceram. Imagine como estava o coração dessa mulher! Mas, deixando-se levar por uma vida distante de Deus, entregava-se às festas, às vaidades, cada vez mais longe de Deus e dela mesma, até que sentiu o toque da misericórdia do Senhor. Ela tocou o seu vazio existencial. Foi quando recorreu à Virgem Maria e buscou o sacramento da reconciliação.

Ela tinha 40 anos quando se abriu para esse processo maravilhoso que se chama conversão. Numa peregrinação a Assis, ela fez uma profunda experiência com o amor de Deus. Doou todos os seus bens aos pobres, entrou para a família franciscana na ordem terceira, viveu uma vida reclusa e saía para peregrinações em Assis.

Santa Ângela foi instrumento de conversão a partir do momento em que se abriu e levou muito a sério sua vida de conversão.

Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!

terça - feira 03 de 2012

Evangelho (João 1,29-34)


1 29 No dia seguinte, João viu Jesus que vinha a ele e disse: "Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.
30 É este de quem eu disse: 'Depois de mim virá um homem, que me é superior, porque existe antes de mim'.
31 Eu não o conhecia, mas, se vim batizar em água, é para que ele se torne conhecido em Israel.
32 (João havia declarado: Vi o Espírito descer do céu em forma de uma pomba e repousar sobre ele.)
33 Eu não o conhecia, mas aquele que me mandou batizar em água disse-me: Sobre quem vires descer e repousar o Espírito, este é quem batiza no Espírito Santo.
34 Eu o vi e dou testemunho de que ele é o Filho de Deus".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor
!

terça - feira 03 de 2012


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


"O Cordeiro que tira o pecado do mundo..."
A proclamação oficial da Nova Páscoa, que não só irá mudar a vida e o destino do Povo de Israel, mas de toda humanidade, foi feita no deserto, ás margens do Rio Jordão, precisamente no momento em que, Aquele que iria fazer o Batismo definitivo de purificação, entra na fila dos pecadores para receber o Batismo de João "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo".
Em uma frase nesse testemunho maravilhoso, João Batista resume toda a missão salvívica de Jesus, há neste testemunho dois pontos relevantes: primeiro, o Cordeiro da nova páscoa realizará um sacrifício definitivo e único, propiciando não apenas uma libertação política de uma nação que era escravizada pela outra, mas de todo e qualquer mal que dominava o Ser Humano, é portanto, infinitamente superior ao Cordeiro Pascal cuja sangue marcou os batentes das portas dos Hebreus na noite em que passou o Anjo Exterminador.
Segundo, a libertação é plena e é dirigida a toda humanidade, ganhando a salvação um caráter universal. Sendo a Revelação uma auto-comunicação de Deus, é ele próprio no Espírito Santo que revela a verdade a João, o Batista a respeito de Jesus.
E o que esse texto altamente revelador tem a nos dizer, que implicações eles traz a nossa vida de cristãos neste início de um novo ano? Exatamente o reforço da nossa Fé que é genuinamente Cristocêntrica.
Há sempre um perigo que ronda a vida dos cristãos, atrelar a Salvação do Homem á Igreja Instituição, pois é Jesus Cristo quem Salva e não a Igreja que é um valioso instrumento enquanto canal da Graça Divina.
No período da Patrística, que vigorou 500 anos após o primeiro século do Cristianismo, os "Pais da Igreja" reconheceram que o "Logos" espalhou pelo Verbo Encarnado, as sementes do Reino em todas as Nações, Culturas e Religiões do mundo inteiro, portanto, mesmo fora do âmbito eclesial, quem fizer o bem por causa da Fé em Jesus Cristo, estará caminhando para a salvação, que é desejo de Deus a todos os homens. Por isso o sentido universalista da afirmação de João ao apontar Jesus "Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo"

 Ele é o Filho de Deus
No evangelho de João não encontramos a narrativa do batismo de Jesus. Cabe a João Batista dar o testemunho dele: "Eu vi o Espírito descer do céu... e permanecer sobre ele... é ele quem batiza com o Espírito Santo... Eu vi... e dou testemunho: ele é o Filho de Deus!". Ao escrever seu evangelho, João tem duas referências teológicas básicas: a preexistência e a filiação divina de Jesus. Estes dois temas, que estão presentes no Prólogo (Jo 1,1-18), reaparecem aqui, na fala de João Batista: "... antes de mim ele já existia...", "... ele é o Filho de Deus...". Em todo o evangelho Jesus é apresentado como Filho de Deus e não como filho de Davi.
O batismo de João, com a água, está associado ao batismo de Jesus, no Espírito Santo. Este Espírito sobre Jesus significa o endosso divino da proposta de João Batista, a conversão para a prática da justiça que remove o pecado no mundo, pela qual se entra em comunhão com Deus. Esta é o testemunho de Jesus e é sua proposta para nossa prática missionária.
Oração
Pai, tu enviaste Jesus com a missão de nos introduzir no Reino da fraternidade. Dá-me a graça de reconhecê-lo e fazer-me seguidor dele.

 O MESSIAS RECONHECIDO
A atividade frenética do Batista, às margens do Jordão, não o fez perder a consciência de sua missão. No afluxo de penitentes à procura do batismo, ele se deu conta da presença do Messias Jesus. Por isso, advertiu a multidão para a presença do Cordeiro de Deus, enviado para abolir o pecado do mundo.
A situação do batismo de Jesus estava carregada de evocações. Sua exclamação lembrava o cordeiro pascal. As águas do Jordão recordavam o mar Vermelho. A eliminação do pecado do mundo aproximava Jesus de Moisés, condutor do povo de Israel para a terra prometida. Tudo isso servia para alertar a multidão acerca da presença do Messias.
João só reconheceu Jesus, por que movido pelo Pai, uma vez que já tinha declarado, por duas vezes, não ter um conhecimento prévio do Messias. Para não se enganar na identificação do Messias, João colocou-se numa atitude de contínuo discernimento. Teria sido desastroso um falso reconhecimento e a conseqüente atribuição do título de Cordeiro de Deus à pessoa indevida. João, ao contrário, não titubeou quando viu Jesus diante de si. Seu testemunho foi firme, pois estava certo de não ter sido induzido ao erro. Diante dele, estava, realmente, o Filho de Deus. Foi o Pai quem lhe revelara a identidade do Filho, e o movera a reconhecê-lo publicamente.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a reconhecer tua presença libertadora de nossa humanidade, desejosa de salvação.

terça - feira 03 de 2012

Santa Genoveva
Santa Genoveva nasceu em Nanterre, próximo de Paris, na França, no ano de 422, dentro de uma família muito simples. Desde cedo, ela foi discernindo o chamado de Deus a seu respeito. Quando tinha apenas 8 anos, um bispo chamdo Dom Jermano estava indo da França para a Inglaterra em missão. Passou por Nanterre para uma celebração e, ao dar a bênção para o povo, teve um discernimento no Espírito Santo e chamou aquela menina de oito anos para a vida consagrada. A resposta dela foi de que não pensava em outra coisa desde pequenina.

Santa Genoveva queria ser totalmente do Senhor. Não demorou muito tempo, ela fez um voto a Deus para viver a virgindade consagrada. Com o falecimento dos pais, dirigiu-se a Paris para morar na casa de uma madrinha. Ali, vida de oração, penitência de oferta a Deus para a salvação das almas. Então, ela foi ficando conhecida pelo seu ardor, pelo seu amor e pelo desejo de testemunhar Jesus Cristo a todos os corações.

Incompreendida pelas pessoas, ela chegou ao ponto de de ser defendida pelo mesmo Bispo que a chamou para a vida de consagração. Em Paris, ela ficou gravemente enferma; na doença, na dificuldade, chegou a ficar 3 dias em coma. Mas, em tudo, entregava-se à vontade de Deus. E o seu coração ia se dilatando e acolhendo a realidade de tantos. Uma mulher de verdade.

Por causa da invasão do Hunos em várias regiões, chegou, em Paris, uma história que estava amedrontando toda gente: os Hunos estava chegando para invadir e destruir a capital. Não era verdade e ela o soube. Então, fez questão de falar a verdade para o povo. Eles a perseguiram e quiseram queimá-la como feiticeira. Mas a sua fidelidade a Deus sempre foi a melhor resposta.

Numa outra ocasião, de fato, os Hunos estavam para invadir e destruir Paris. Santa Genoveva chamou o povo para a oração e penitência; e não aconteceu aquela invasão. A sua fama de santidade e sua humildade para comunicar Cristo Jesus iam cada vez mais longe. Santa Genoveva ia ao encontro de povos, e a influência que tinha era para socorrer os doentes, os famintos, uma mulher de caridade, uma santa. Quantas jovens puderam ser despertadas para uma vocação de vigindade consagrada a partir do testemunho de santa Genoveva! Ela faleceu com quase 90 anos.

Santa Genoveva, rogai por nós!

Segunda Feira 02 de 2012

Evangelho (João 1,19-28)


1 19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: "Quem és tu?"
20 Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: "Eu não sou o Cristo".
21 "Pois, então, quem és?", perguntaram-lhe eles. "És tu Elias?" Disse ele: "Não o sou". "És tu o profeta?" Ele respondeu: "Não".
22 Perguntaram-lhe de novo: "Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?"
23 Ele respondeu: "Eu sou a voz que clama no deserto: 'Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías'".
24 Alguns dos emissários eram fariseus.
25 Continuaram a perguntar-lhe: "Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?"
26 João respondeu: "Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis.
27 Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado".
28 Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!

Segunda Feira 02 de 2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


"O Pregador não era credenciado..."
___Vocês já foram lá sondar aquele pregador que está soltando o seu vozeirão e atraindo o povo?
___Ainda não Senhor, mas ele é mais um desses loucos que pregam um Messias que está para vir...
___Não dá para facilitar hoje em dia, formem uma delegação e vão lá checar, se ele tem credencial para andar pregando por aí, falando do Messias.
___Sim Senhor, vamos até lá, o Messianismo é assunto nosso, só nós sabemos a história e temos em nossos arquivos a profecia....
Inquirido pela comissão investigatória, o Batista declarou logo de início que não era o Cristo.
__Menos mal ----- comentou um dos enviados - mas será que ele não é Elias? João negou.
Não era o Cristo Ungido e esperado por todos, e nem o grande profeta Elias, que iria voltar lá do céu para instaurar o novo Reino, portanto não estava ligado a Religião oficial, não tinha credencial para falar do tal Messias, mas como não havia muito o que fazer, a Comissão decidiu ir embora.
Um deles lembrou que não adiantaria dizer quem João não era; o "Pessoal lá de cima" não iria gostar da resposta. E voltaram a bombardeá-lo para saber quem era; se fosse alguém importante que dissesse logo, pois o Poder religioso precisava monitorar a sua pregação e conceder-lhe um alvará para continuar o trabalho.
Daí a comissão de Sacerdotes e Levitas, vindos de Jerusalém começaram a preocuparem-se quando João citou Isaias 40,3 se auto definindo como uma voz que clama no deserto "Preparai os caminhos do Senhor”.
Precisavam fazer aquele homem calar a boca, afinal ele era um pregador autônomo sobre o qual eles não tinham nenhum controle, e o povão andava o rodeando, pois não pregava a mesmice dos outros pregadores, mas falava de algo novo. Então pensaram em proibir-lhe de batizar e a melhor forma seria fazê-lo ver que não era credenciado para aquilo. Só o Cristo, Elias ou um dos Profetas que estavam para voltar, é que poderiam apresentar um rito novo de purificação. Lugar de se purificar era no templo...
E João aproveitou para dizer que, tudo o que se tinha de rito purificador, que tentava reaproximar o homem de Deus, passaram a ser velharias perto do novo Batismo que Alguém, muito maior que ele estava por fazer.
A comissão voltou até os poderosos e resolveram botar panos quentes em cima do assunto "Vamos esperar esse que ele está anunciando, parece que aí é que está o perigo que nós todos tememos..."
O Reino de Deus não está atrelado a nenhum poder ou instituição deste mundo, mesmo as religiosas, nossa Igreja, tal como João Batista, é apenas uma voz que anuncia a presença do Reino, é apenas um sinal desse Reino que é maior do que qualquer instituição. Aquele que todos nós anunciamos, é infinitamente maior que nós, e age em total liberdade e penetra nos corações que desejar, independente de Credo, conhecimento ou posição social da pessoa.
Precisamos saber bem disso, para não termos a tentação de sermos os "Donos" da Santa Palavra que anunciamos.

João cumpre sua missão

João desempenha um papel fundamental no plano salvífico de Deus. Ele rejeita qualquer título messiânico, Cristo, Elias ou profeta. João inaugura o batismo, sacramento de iniciação de nossa vida cristã. É o batismo da conversão à prática da justiça, para o perdão dos pecados. Seu anúncio, a partir do deserto, entra em choque frontal com o Templo de Jerusalém. Era neste que, segundo a Lei, se purificavam os pecados, mediante ofertas preceituadas. Com o seu batismo e seu anúncio João cumpre sua missão de "endireitar o caminho para o Senhor". Ele deixa a expectativa quanto à chegada de alguém que está entre nós e nós não o conhecemos, o qual superará o próprio João.
Oração
Pai, teu servo João Batista soube reconhecer o que esperavas dele, e conservou sua postura com extrema humildade. Torna-me teu servidor, nos mesmos moldes de João.

UMA DEFINIÇÃO DE IDENTIDADE
João Batista teve sua parcela de colaboração no projeto de Deus, com uma tarefa aparentemente simples: anunciar a chegada do Messias e predispor o povo para acolhê-lo. Contudo, defrontou-se com sérias dificuldades. A maior delas tocava sua identidade de Precursor. Sua figura ascética levava as pessoas a tomá-lo por Messias. Ele, porém, se esforçava para explicar não ser o Cristo, nem pretender sê-lo, reconhecendo-se apenas como uma voz clamando para que as pessoas se preparassem para a vinda do Messias.
João definia sua identidade confrontando-se com o Messias, que ele nem conhecia. Tinha consciência da superioridade daquele que viria depois dele. Por isso, na sua humildade, reconhecia não ser digno nem mesmo de curvar-se para desatar-lhe as correias das sandálias. Essa consciência mantinha-o livre da tentação de usurpar uma posição que não lhe pertencia.
O realismo de João não o impedia de realizar seu ministério com simplicidade. Ele não era um concorrente do Messias. Não agia por iniciativa própria; apenas fazia o que lhe fora pedido por Deus. Seu compromisso com ele impedia-o de extrapolar os limites do seu ministério. Sua figura só tinha importância por causa do Messias que estava para vir.
Foi a humildade de João que fez dele um grande homem, pois a verdadeira grandeza consiste em reconhecer a própria indignidade diante do Pai e colocar-se a serviço dele.
Oração
Senhor Jesus, ensina-me a servir ao Pai e a ti, com simplicidade de coração, reconhecendo minha pequenez.


Segunda Feira 02 de 2012


São Basílio Magno

Hoje, recordamos três nomes e três amigos em Cristo Jesus. Reconhecidos como luminários da Capadócia, região da Turquia, são eles: Gregório, seu irmão de sangue, São Basílio Magno e o amigo São Gregório Nazianzeno. Dois irmãos de sangue, três grandes amigos em Cristo Jesus.

São Basílio Magno nasceu no ano 4 d.C, em Cesaréia, dentro de uma família santa que buscava testemunhar, na própria vida e na formação dos filhos, o grande amor por Cristo e pela Igreja. Foi assim que, ajudado pelo pai, São Basílio Magno recebeu a primeira formação. Depois, passou por Constantinopla, chegando a estudar em Atenas e formar-se em retórica. A essa altura, mesmo tendo um coração bem semeado pelo Evangelho, ele começou a buscar glórias humanas. É importante percebermos isso na história dos santos. Eles não nasceram santos e não foram obrigados a ser santos; aceitaram este desafio, mesmo que houvesse, em algum período, um desvio. Mas a misericórdia do Senhor sempre nos dará uma nova change. Foi o que aconteceu com São Basílico.

Ao conhecer o amigo São Gregório Nazianzeno, São Basílio conheceu Cristo mais profundamente e retomou a amizade com Jesus. Ele, que já era muito culto, direcionou todo o seu potencial para Aquele que é a verdade, o Logus, o Verbo que se fez carne, Jesus Cristo, nosso Senhor e salvador. Retirou-se por um tempo dali e pôde viver uma vida de muita oração e penitência. Depois, foi inspirado a se aprofundar na vida eremítica e também na vida monástica. Visitou o Egito, Síria, Palestina e estudou ao ponto de, com seu amigo Nazianzeno, começar uma comunidade monástica.

Aconteceu que, diante da realidade na qual o Arianismo – heresia que afirmava que Jesus Cristo não é Deus – confundia muito as pessoas e ainda era apoida pelo imperador do Oriente chamado Valente. Enfim, que confusão doutrinal! Nesta altura, em Cesaréia, São Basílio, em 370 d.C. foi eleito bispo, sucessor de um dos apóstolos. Homem de caridade e de testemunho, ele pôde combater e ver a verdade vencendo o Arianismo. O imperador não colocava medo nesse homem cheio do Espírito Santo. São Basílio também tinha muitas obras, não era apenas um homem de palavras; cidades de caridade surgiram por meio dele.

Ainda padre, ele já era um testemunho reconhecido, uma autoridade não só pela Igreja, mas pela vida. São Basílio Magno deixou uma riqueza de escritos e, principalmente, a certeza de que amigo de Jesus, felizes nós seremos. Em 379 d.C., ele partiu para o céu e intercede por nós.

São Basílio Magno, rogai por nós!

Domingo 01 de janeiro 2012


EVANGELHO (Lc 2,16-21)


 Naquele tempo, 16os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura. 17Tendo-o visto, contaram o que lhes fora dito sobre o menino. 18E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam. 19Quanto a Maria, guardava todos estes fatos e meditava sobre eles em seu coração. 20Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito. 21Quando se completaram os oito dias para a circuncisão do menino, deram-lhe o nome de Jesus, como fora chamado pelo anjo antes de ser concebido.
– Palavra da Salvação.


Domingo 01 de janeiro 2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "SANTA MÃE DE DEUS, MARIA - JESUS, A PAZ QUE O MUNDO DESEJA"
Primeiro de ano é o “Dia Mundial da Paz” e talvez muitos se perguntem, o que adianta celebrar esta data se no mundo há ainda tanto ódio, conflito, guerras e mortes absurdas em um total desrespeito á vida? É bom entendermos que paz, não significa ausência de problemas, mas sim presença de Deus em nossa vida e nesse sentido, a paz que o homem tanto quer e sonha, já foi plantada em meio aos homens quando Jesus encarnou-se entre nós, através de Maria.
Na graça e salvação que Jesus nos trouxe tudo se renova só que precisamos compreender o agir de Deus que é diferente dos homens, a paz no mundo, da maneira como entendemos, só é possível se os poderosos das grandes nações fizerem um pacto de pararem com a guerra, com os conflitos e desentendimentos, essa paz dificilmente irá acontecer embora todos a desejemos com intensidade.
A paz é antes de tudo um dom, um presente, que em Jesus, Deus oferece ao homem; podemos aceitá-lo ou rejeitá-lo, e quando o aceitamos, deixamos de ser meros expectadores e começamos a fazer uma nova história, por isso o evangelho nos coloca os pastores como protagonistas. Eles poderiam ter ignorado a mensagem do anjo e permanecerem em suas pastagens o resto da noite, mas ao verem a luz e ouvirem o anúncio alegre, puseram-se á caminho de Belém, e ao encontrarem tudo como o anjo lhes havia informado, disseram a José e Maria o que lhes fora dito sobre o menino. O testemunho dos pastores ajudará José e Maria a compreenderem melhor a missão que lhes fora confiada. Mas a grande mudança acontece nos pastores, que se abriram e acreditaram na boa nova. E agora, todos se admiram ao ouvir aqueles homens, tido como mentirosos e brigões, cujo testemunho não valia nos tribunais. Agora, eles que são os últimos da sociedade, tornam-se os primeiros anunciadores da boa nova. Quanto a Maria, guardava todas essas coisas em seu coração. Muitas vezes, nos esquecemos facilmente das coisas que não conseguimos explicar, só guardamos em nós aquilo que é lógico e explicável.
A fé e a confiança em Deus nos leva a aceitar certos fatos, que a nossa lógica não explica, mas que sabemos ser o jeito de Deus agir. Maria se fez serva do Senhor, não era necessário Deus explicar tudo, a todo o momento, Deus não nos deve nenhuma explicação.
Deus se faz ouvir e se deixa ver, é uma experiência íntima e pessoal que nos leva a glorificá-lo e louvá-lo.
Por isso a criança deverá se chamar Jesus, Emanuel, Deus conosco. Ele é a paz, desejada e sonhada pela humanidade, dom que Deus coloca ao nosso alcance, mas ao mesmo tempo algo a ser conquistado, e que só se concretiza quando percebemos, como os pastores, que ele caminha conosco, como irmão e parceiro, na construção de um mundo novo.

 Maria Mãe de Deus
O ano litúrgico tem início com o tempo do Advento, a partir de fins de novembro, em preparação do Natal, antecipando-se ao ano civil. A comemoração de Maria, Mãe de Deus, hoje, 1o de janeiro, oitava do Natal, abre o ano civil. O filho de Maria é o Filho de Deus! Este menino, nascido no ventre de Maria, é participante da vida divina e eterna, comunicada aos homens e mulheres. Em uma única passagem em uma de suas cartas, Gálatas, Paulo faz alusão à mãe de Jesus, na qual se destaca a íntima relação entre a divindade e a nossa humanidade, representada por Maria: "Deus enviou seu Filho, nascido de mulher..." (segunda leitura). E pelo Espírito de Jesus que nos é dado, já somos filhos de Deus, ao qual chamamos, com carinho, Pai! A novidade de Jesus é a revelação da dignidade da criação, assumida na vida divina. Deus nos criou para a eternidade. Maria, mãe de Deus! Esta desafiante definição solene do Concílio de Éfeso (ano 431), sob o Papa Clementino, põe em relevo a perfeita união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarnação.
Com o título "mãe de Deus" a dimensão feminina de Maria fica associada à própria natureza divina e abre o espaço para a imagem de Deus Mãe. Podemos ver em Maria traços do rosto feminino e materno de Deus. O patriarcalismo tradicional das culturas antigas, particularmente e intensamente presente no Antigo Testamento, relega a figura da mulher e mãe à obscuridade. E isto se reflete na imagem de Deus, masculina, apenas Pai, revestido de poder. Nas devoções a Maria os fiéis buscam a dimensão materna, amorosa e carinhosa de Deus.
O projeto de Deus, do qual Maria participa, tem como característica essencial a grande novidade: Deus comunica a vida plena e liberta de todas as ilusões e opressões promovidas pelos poderosos da terra. É o Deus que entra em comunhão com as mulheres e os homens não em uma relação de poder, mas em uma relação de amor, amor este manifestado na humildade da encarnação, como um de nós, no meio de nós. É significativo que o menino nasça no anonimato e que o anúncio de seu nascimento se faça, pelos anjos, a um grupo de pastores, humildes trabalhadores que estavam em vigília guardando os rebanhos de seu patrão. Os pobres e pequeninos merecem a atenção prioritária de Deus. Eles vão às pressas ao encontro do recém-nascido. É o início da revelação do Deus que eleva os humildes. Os pastores retiram-se louvando e glorificando a Deus. Certamente vão comunicando sua alegria a outros. Pela encarnação conhecemos a face de Deus: Deus é o amor que se faz presente entre os pobres, abrindo-lhes as portas para que sejam participantes de sua própria Vida divina. Maria e José deram a seu filho o nome de Jesus, um nome comum em sua época, de acordo com o projeto de Deus de nos comunicar a vida eterna através da humildade da encarnação.
A presença de Jesus entre nós significa a presença da Paz no mundo. "O senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz" (primeira leitura). A Paz de Jesus é concedida a todos os povos e raças, sem exclusões, privilégios, ou eleições. É a paz interior que nos liberta da imagem de um deus opressor e acusador, animando-nos a tomar iniciativas na prática do amor e da justiça. É a paz exterior, a paz nos relacionamentos humanos, abolindo a ansiedade da riqueza e do poder e estabelecendo novos comportamentos de convívio, na misericórdia, na fraternidade, na solidariedade e na partilha. É a Paz da qual se excluem aqueles que, movidos pela ambição e pelo amor ao dinheiro, fazem a guerra, tornando-se loucos. Um ano novo é um convite a nos tornarmos homens e mulheres novos pela nossa adesão ao projeto de Deus de restaurar e santificar a vida, instaurando a paz na terra, a ser tecida no dia a dia, ao longo dos dias.
Oração
Pai, dá-me a luz do teu Espírito, para que, como Maria, eu possa compreender o desígnio de amor que tens para mim, e ser-lhe fiel.
 O MISTÉRIO DE DEUS EM MARIA

 
A figura de Maria foi toda envolvida pelo mistério de Deus. Ao aceitar ser a mãe do "Filho do Altíssimo", ela estabeleceu um relacionamento profundo com a divindade. Lenta e gradativamente, Maria foi compreendendo a real dimensão desta experiência, que exigiu dela empenho e discernimento.
A visita dos pobres pastores ao Menino Jesus, na gruta de Belém, ofereceu a Maria elementos de reflexão. Eles falavam do que lhes fora revelado sobre o recém-nascido, sua identidade e sua missão de Salvador, o Messias esperado. Sua origem divina evidenciava-se pela presença do Anjo do Senhor. Ele estava todo envolvido pelo mistério divino.
A história do Menino ligava-se radicalmente à existência de Maria. Foi com ela que o Pai havia contado para a gestação física de seu filho amado, que haveria de ser, também, filho dela. A vida de Maria, portanto, definia-se pela relação com o Pai e com o filho Jesus, redundando em serviço exclusivo a ambos.
Por que Deus escolheu aquela pobre mulher de Nazaré, para concretizar seu plano de amor em relação à humanidade? Nem mesmo Maria deve ter sabido dar uma resposta definitiva a esta questão. Por isso, ela guardava, no coração, todas as palavras dos pastores, tentando discernir o sentido e as exigências da presença de Deus em sua vida.
Oração
Senhor Jesus, que o Pai conte comigo, como contou com Maria, para que a salvação chegue a toda a humanidade.

Domingo 01 de janeiro 2012


Solenidade de Santa Maria Mãe de Deus

Oitavas de Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo. Que graça para nós começarmos o primeiro dia do ano contemplando este mistério da encarnação que fez da Virgem Maria a Mãe de Deus!

Este título traz em si um dogma que dependeu de dois Concílios, em 325 o Concílio de Nicéia, e em 381 o de Constantinopla. Estes dois concílios trataram de responder a respeito desse mistério da consubstancialidade de Deus uno e trino, Jesus Cristo verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

No mesmo século, século IV, já ensinava o bispo Santo Atanásio: "A natureza que Jesus Cristo recebeu de Maria era uma natureza humana. Segundo a divina escritura, o corpo do Senhor era um corpo verdadeiro, porque era um corpo idêntico ao nosso". Maria é, portanto, nossa irmã, pois todos somos descendentes de Adão. Fazendo a relação deste mistério da encarnação, no qual o Verbo assumiu a condição da nossa humanidade com a realidade de que nada mudou na Trindade Santa, mesmo tendo o Verbo tomado um corpo no seio de Maria, a Trindade continua sendo a mesma; sem aumento, sem diminuição; é sempre perfeita. Nela, reconhecemos uma só divindade. Assim, a Igreja proclama um único Deus no Pai e no Verbo, por isso, a Santíssima Virgem é a Mãe de Deus.

No terceiro Concílio Ecumênico em 431, foi declarado Santa Maria a Mãe de Deus. Muitos não compreendiam, até pessoas de igreja como Nestório, patriarca de Constantinopla, ensinava de maneira errada que no mistério de Cristo existiam duas pessoas: uma divina e uma humana; mas não é isso que testemunha a Sagrada Escritura. porque Jesus Cristo é verdadeiro Deus em duas naturezas e não duas pessoas, uma natureza humana e outra divina; e a Santíssima Virgem é Mãe de Deus.