terça-feira, 22 de novembro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "O Templo e tudo o mais, vai passar..."
Lembro de uma música cantada pelo Nelson Ned, que foi sucesso nos anos 70, onde o refrão dizia "Pois tudo passa, tudo passará, e nada fica, nada ficará..." A transitoriedade de todas as coisas dessa vida é colocada em destaque nesse evangelho". Nada por aqui é definitivo, mesmo aquilo que parece ser. Naquele tempo, alguém dizer que o templo seria destruído e que não ia ficar pedra sobre pedra, era uma afronta ao  poder religioso, pois o templo era sagrado, nele Deus se manifestava, talvez não fosse tão belo e imponente como o primeiro templo, aquele que Salomão construiu, mas era o centro religioso, político e econômico para os Judeus.
Antes de 11 de Setembro de 2001, quem ousaria afirmar que  as Torres Gêmeas do World Trade Center em Nova Iorque seria totalmente destruídas pelos terroristas? Não que Deus aprove o ato suicida, que dizimou milhares de vida, mas esse fato se insere perfeitamente nos "sinais" que Jesus menciona nesse evangelho, quando as pessoas o interrogaram para saber quando iria acontecer a destruição do templo.
Primeiro muitos virão no nome do Senhor dizendo "Sou Eu", e aqui não se refere apenas a falsos pregadores no âmbito estritamente religioso, mas de instituições ou pessoas que se colocam no lugar de Deus, e quando dizem que o tempo está próximo, se referem logicamente ao tempo do seu domínio e triunfo, tudo será destruído, menos o seu reinado ou império. Oh que grande ilusão! Quantos reinos e impérios não ruíram, e continuam a  ruir.
Reino contra reino, nação contra nação, terremotos e cataclismas, fomes e doenças terríveis, sinais espantosos no céu. Tudo isso não é nenhuma novidade e já acontece faz tempo. O que importa é que esses acontecimentos ou sinais, como chama o evangelho, falam alto da vulnerabilidade humana, onde todos os projetos e empreendimentos, por mais grandiosos que sejam, não são definitivos. Tudo vai passar... No final só o Reino de  Deus será permanente, eterno e definitivo. Ele está sendo gestado por todos os que crêem em Cristo, e colocam o amor autêntico em suas relações com as pessoas e com a natureza. E o amor não passará!

 A presença atual do Filho do Homem
Iniciando com a admiração de algumas pessoas diante da beleza do Templo, Lucas apresenta o "discurso "escatológico" sobre a destruição de Jerusalém (cap. 21). Todo poder tem como arma a ostentação, desde as pirâmides dos faraós até as torres da atual capital econômica do Império.
A ostentação do Templo levava as pessoas a admirarem, se curvarem e se submeterem. Porém, toda ostentação terá seu fim, pedra por pedra, torre por torre. A palavra de Jesus sobre a destruição do Templo, além de sua associação a um fato histórico acontecido, tem o sentido do abandono da antiga doutrina emanada do Templo para dar lugar à novidade de Jesus.
O advento de falsos profetas ou de guerras e abalos telúricos não são sinais da proximidade do fim. Antes, os discípulos devem despertar para a presença atual do Filho do Homem, na pessoa de Jesus, transformando o mundo por sua palavra e sua prática amorosa.
Oração
Pai, teu Filho Jesus é sinal de tua presença no meio da humanidade. Que eu saiba acolhê-lo como manifestação de tua misericórdia, e só nele colocar toda a minha segurança.

 UMA FRÁGIL BELEZA
O discurso sobre o fim do mundo revela a fragilidade das realidades humanas. Nem mesmo o Templo, construído para ser a habitação de Deus no meio do povo, estaria à salvo da destruição.
A constatação de Jesus a respeito da destruição do Templo expressa o destino das realidades humanas: "Não ficará pedra sobre pedra". O fim de tudo é a sua ruína. Experiência dolorosa, que será acompanhada de tentativas de engano: muitos se apresentarão como messias, anunciando a chegada de fim. Guerras e revoluções, terremotos e epidemias, prodígios e sinais no céu revelarão, também, essa chegada. Mas, ao contrário do que diziam os falsos profetas, Jesus afirma que "não será ainda o fim".
O Mestre assegura isso, com a linguagem apocalíptica da época. Não lhe interessa, porém, inculcar em seus ouvintes os sentimentos dos quais esta linguagem estava carregada. Ele quer tão-somente conscientizar a comunidade acerca da importância de dedicar-se às coisas impossíveis de serem destruídas: a fé e o amor. Quando tudo tiver chegado ao fim, apenas estas duas realidades subsistirão. Só elas podem oferecer segurança e levar o discípulo a superar o medo terrificante que o confronto com a escatologia provoca. A beleza sólida da fé e do amor permanecerão, mesmo quando tudo o mais se tiver reduzido a escombros. Isto porque são obras de Deus.
Oração
Espírito de fé e de amor, livra-me de centrar minha vida no que é passível de destruição, e faze-me testemunhar a fé e praticar o amor.

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