quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Meditação - Porta estreita



     A vida cristã não é possível para pessoas acomodadas e medíocres. É exigente. Jesus diz isto quando nos fala da porta estreita como caminho para a vida. Porta estreita é renunciar a algo que me parece prazeroso, mas de consequências negativas que podem prejudicar a mim ou a outras pessoas. Porta estreita pode ser fechar-me a propostas fascinantes mas que não são transparentes, ocultando corrupção, desvios, más intenções. Porta estreita pode ser renunciar a querer apenas me beneficiar, excluindo outras pessoas de participar de bens que Deus concedeu a todos. Porta estreita é manter-me em silêncio para não criticar nem julgar as pessoas com quem convivo. Jesus não fala de uma grande avenida. Ele próprio é o Caminho. Olhemos para sua prática e aprenderemos por onde devemos passar. Não mudemos de Caminho para não corrermos o risco de perder o endereço e assim, também nós nos perdermos. Nem nos deixemos fascinar pelas portas amplas e escancaradas. Elas podem ser atraentes, mas nos conduzir ao engano e não, a Deus.

Oração da manhã

Senhor, nós te agradecemos por este dia.
Abrimos nossas portas e janelas para que tu possas
Entrar com tua luz.
Queremos que tu Senhor, definas os contornos de
Nossos caminhos,
As cores de nossas palavras e gestos,
A dimensão de nossos projetos,
O calor de nossos relacionamentos e o
Rumo de nossa vida.
Podes entrar, Senhor em nossas famílias.
Precisamos do ar puro de tua verdade.
Precisamos de tua mão libertadora para abrir
Compartimentos fechados.
Precisamos de tua beleza para amenizar
Nossa dureza.
Precisamos de tua paz para nossos conflitos.
Precisamos de teu contato para curar feridas.
Precisamos, sobretudo, Senhor, de tua presença
Para aprendermos a partilhar e abençoar!
Amém!                     

Evangelho do dia (Lucas 13,22-30)

Naquele tempo, 13 22 sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e nelas ensinava. 23 Alguém lhe perguntou: "Senhor, são poucos os homens que se salvam?" Ele respondeu: 24 "Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão. 25 Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: 'Senhor, Senhor, abre-nos', ele responderá: 'Digo-vos que não sei de onde sois'.
26 Direis então: 'Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças'. 27 Ele, porém, vos dirá: 'Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores'. 28 Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora. 29 Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus. 30 Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os últimos".

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Quem se salvará?


 
    As exigências do Reino apresentadas por Jesus levou os discípulos a se perguntarem pelo número dos que seriam salvos. Imaginavam serem poucas as pessoas predispostas e fiéis ao projeto apregoado pelo Mestre. A dinâmica do Reino, como Jesus a entendia, rompia com os esquemas mundanos e só podia ser vivida por quem, de fato, se predispunha a enfrentar a cruz, como caminho necessário para a glória.
     A questão levantada pelos discípulos pareceu ser irrelevante para Jesus. Era inútil saber se os salvos seriam poucos ou muitos. Importava, sim, empenhar-se continuamente para, com a graça de Deus, entrar no Reino, através da porta estreita. Portanto, era tempo de refletir e tomar uma decisão sábia, para evitar o risco de ser deixado do lado de fora.
     A exclusão do Reino poderá ser uma experiência trágica. O choro e ranger de dentes expressam o desespero de quem desperdiçou a chance que lhe fora oferecida. A segurança fundada em elementos inconsistentes frustrar-se-á quando o cristão comparecer diante do Senhor. Ter comido e bebido na presença de Jesus e tê-lo visto ensinar nas praças não será suficiente para garantir a salvação. Jesus só reconhecerá como discípulo e salvará quem, como ele, tiver sido capaz de colocar-se a serviço do próximo, sem medo de perder tudo por causa do Reino.
          (Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE )

Oração
Senhor Jesus, que eu me esforce sempre para entrar no Reino pela porta estreita do serviço ao próximo e da disposição de perder tudo por causa de ti.

Santo do dia - Santo Afonso Rodrigues

     Diante da "galeria" de santos da Companhia de Jesus, voltamos o nosso olhar, talvez, para o mais simples e humilde dos Irmãos: Santo Afonso Rodrigues. Natural de Segóvia na Espanha, veio à luz aos 25 de julho de 1532.
     Pertencente a uma família cristã, teve que interromper seus estudos no primário, pois com a morte do pai, assumiu os compromissos com o comércio. Casou-se com Maria Soares que amou tanto quanto os dois filhos, infelizmente todos, com o tempo, faleceram. Ao entrar em crise espiritual, Afonso entrega-se à oração, à penitência e dirigido por um sacerdote, descobriu o seu chamado a ser Irmão religioso e assim, assumiu grandes dificuldades como a limitação dos estudos. Vencendo tudo em Deus, Afonso foi recebido na Companhia de Jesus como Irmão e depois do noviciado foi enviado para o colégio de formação.
     No colégio, desempenhou os ofícios de porteiro e a todos prestava vários serviços, e dentre as virtudes heróicas que conquistou na graça e querendo ser firme na fé, foi a obediência sua prova de verdadeira humildade. Santo Afonso sabia ser simples Irmão pois aceitava com amor toda ordem e desejo dos superiores, como expressão da vontade de Deus.
     Tinha como regra: "Agradar somente a Deus, cumprir sempre e em toda parte a Vontade Divina". Este santo encantador, com sua espiritualidade ajudou a muitos, principalmente São Pedro Claver quanto ao futuro apostolado na Colômbia. Místico de muitos carismas, Santo Afonso Rodrigues, sofreu muito antes de morrer em 31 de outubro de 1617.

Santo Afonso Rodrigues, rogai por nós!

terça-feira, 30 de outubro de 2012

CARTA MCC BRASIL – NOV – 20122 – 159ª. Pe Beraldo



“Declarareis  santo o quinquagésimo ano
e proclamareis a libertação de todos os habitantes do país.
 Será para vós um jubileu: cada um de vós poderá retornar
á sua propriedade, e voltar àsua família”  (Lv 25,10).

Muito amados irmãos e irmãs, leitores e leitoras habituais ou não, destas Cartas que desejo sempre missionarias,
       Depois de três anos de preparação, sempre girando em torno dos quatro eixos, a saber: experiência pessoal da fé, vivência comunitária, formação bíblico-teológica e compromisso missionário e seguindo o itinerário proposto para ação evangelizadora da Igreja no Brasil, isto é, pelo método VER-JULGAR-AGIR, chegamos ao ano do CELEBRAR. Aliás, a celebração que durou todo o ano e que, agora, se aproxima do seu ponto alto no Congresso Nacional do MCC, tem sua referência histórica na Semana Santa passada, pois foi na Semana Santa de 1962 que os Cursilhos começaram a acontecer no Brasil, aqui implantados por alguns sacerdotes e leigos da Missão Católica Espanhola. Ainda que importantes celebrações eclesiais aconteçam neste mês, será o Jubileu do MCC no Brasil o foco para estas nossas reflexões.
      A pergunta que não pode calar, assim como sua resposta, depois das celebrações jubilares, é a mesma que o Padre Sebastián Gayá-Riera, assomado à janela do Palácio Episcopal em Maiorca, bradou naquela manhã de agosto de 1948, na volta dos 700 jovens peregrinos a Santiago de Compostela: “E AGORA”? Continuaram, então, com redobrado entusiasmo, aqueles ”Cursillos” da Juventude da Ação Católica Espanhola, agora renovados e alicerçados em novas estruturas teológicas e pastorais, iniciando-se o primeiro Cursilho de Cristandade em janeiro do ano seguinte (1949).
      Com o mesmo entusiasmo, alegria e esperança daqueles inícios, tentemos também nós, uma resposta pós-jubileu. Uma resposta inspirada na sempre atual Palavra de Deus e nas orientações pastorais da Igreja no Brasil, que nos ajude a delinear para o MCC do Brasil um futuro coerente com seu carisma que é levar a pessoa ao encontro com Jesus Cristo e, assim, nela suscitar e fortalecer o compromisso de introduzir valores e critérios do Evangelho (evangelizar) nos ambientes de suas realidades familiares, profissionais, sociais, etc.

1. “Declarareis santo o quinquagésimo ano”. É, então, no espírito do quinquagésimo ano do povo eleito que o “declaramos santo”, o ano do nosso Jubileu. Ano que deve continuar na busca da santidade num tempo de santidade para um Movimento santo, isto é, um Movimento que tem sempre presente o carisma que o Espírito Santo um dia suscitou na Igreja. Um Movimento santo que se concretiza em cada um dos seus participantes. O primeiro eixo do nosso Tríduo preparatório para o Jubileu foi o da experiência pessoal da fé ou, seja, uma experiência de prática da santidade.  Quer dizer que, mais do que em outros tempos, é tempo de viver uma autentica espiritualidade encarnada na história pessoal e comunitária sempre a “partir de Jesus Cristo”[1]. “Santificai-vos e sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44). Um dia, escrevendo aos Efésios e, hoje, aos cursilhistas, o nosso Patrono São Paulo, refere-se à nossa escolha pelo Pai, através do Espírito Santo para a santidade: “Nele (em Cristo), Deus nos escolher, antes da fundação do mundo para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4)..

2. “Proclamareis a libertação para todos os habitantes do país”. Do mesmo modo, como nos idos dos tempos bíblicos, também, no MCC, de agora por diante, haveremos de “proclamar a libertação” de todas as amarras e cadeias. É urgente libertarmos o MCC e os cursilhistas de uma dimensão meramente individual e oportunista. Libertação para “todos os habitantes”, isto é, para todos os responsáveis e cursilhistas. Libertação das manchas ou nódoas que o possam poluir quando nele se introduzem “corpos estranhos”, sobretudo no conteúdo de suas mensagens que o desviam do seu carisma; libertação de outros métodos de evangelização – que, se são todos bons, não o são para o MCC) - pois o do MCC se caracteriza por ser o método querigmático-vivencial; libertação de algumas inúteis “criatividades” tanto de responsáveis quanto, muitas vezes da própria hierarquia, sobretudo de alguns sacerdotes, ao acrescentar inúmeros desvios em sua missão evangelizadora dos ambientes como se o MCC fosse “pau para toda obra” no contexto pastoral, etc..

3. “Será para vós um Jubileu”. O Jubileu é uma densa celebração, uma festa significativa que comemora o passado de algo de que estamos participando e vivendo no presente. Entretanto – e, de novo é urgente –, é necessário mirar o futuro. Mirar o futuro significa para toda a Igreja e, em particular para os movimentos e outras instituições eclesiais, ampliar os horizontes. É urgente, portanto, que MCC e todos os cursilhistas ampliem os horizontes de sua missão. O DAp chama a toda a igreja para uma “conversão pastoral e renovação missionária das comunidades”: “Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja. Nenhuma comunidade deve se isentar de entrar decididamente, com todas suas forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” (DAp 365). Portanto, também o MCC e os cursilhistas somos todos convocados para o compromisso com esta renovação missionária: de discípulos apenas, façamo-nos, também, autênticos missionários da Palavra pelo testemunho de nossas vidas, marcados por uma mentalidade missionária, presentes em “pequenas comunidades de fé” em nossos ambientes, sobretudo nos ambientes extra-eclesiais[2].

4. “Cada um de vós poderá retornar à propriedade e voltar para sua família”. Não há por que duvidar de que, no contexto do Jubileu de que estamos tratando, torna-se oportuno lembrar que "retornar à propriedade e voltar para sua família" significa para o MCC e para os cursilhistas nada mais do que a volta ao “primeiro amor[3], isto é, ao seu carisma original: Seria conveniente incentivar a alguns movimentos e associações que mostram hoje certo cansaço ou fraqueza e convida-los a renovar seu carisma original, que não deixa de enriquecer a diversidade com que o Espírito se manifesta e atua no povo cristão[4].  
Concluindo: que o estímulo brotado das celebrações jubilares da presença do MCC possa acompanhar-nos daqui por diante num clima de perseverança e de esperança, de fé e de alegria, tendo como nosso modelo Maria, a Mãe, discípula missionária, “Mãe do Verbo, Mãe da Fé e Mãe da Alegria”![5] 
Forte e carinhoso abraço fraterno do irmão e amigo no Senhor Jesus Cristo,

Evangelho do dia (Lucas 13,18-21)


Naquele tempo, 13 18 Jesus dizia ainda: "A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? 19 É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos".
20 Disse ainda: "A que direi que é semelhante o Reino de Deus? 21 É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada".

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - O grão de mostarda e o fermento


   


  A caminho de Jerusalém, Jesus alertou os discípulos a respeito do que estavam para enfrentar, servindo-se de duas pequenas parábolas. Assim, oferecia a seus seguidores elementos para interpretarem a paixão e a morte de cruz, e, também, os convidava a não nutrir falsas expectativas a respeito do Mestre.
     O grão de mostarda que, de insignificante, se torna uma árvore frondosa serve como símbolo das dimensões iniciais modestas do Reino anunciado e vivido por Jesus e o destino glorioso que lhe está reservado. Não é possível, portanto, atingir a glória, sem experimentar a derrota, a cruz e a morte. Seria ilusório esperar que Jesus implantasse o Reino de Deus, fazendo-o entrar na história humana de maneira esplendorosa, sem passar pelo crivo do sofrimento. Mas, também, a cruz não deveria levar os discípulos a perder suas esperanças. Ela era uma etapa necessária de um processo muito maior.
     A pitada de fermento usada por uma mulher para fermentar uma grande quantidade de farinha apontava para o modo como o Reino atuava na História. Sua dimensão pequenina e seu escondimento seriam compensados pela intensidade de seu efeito. O pré-requisito para atuar consistia em perder-se. Aí o Reino revelaria sua verdadeira grandeza. Não a que vem da imposição de si mesmo sobre as pessoas, mas a que as transforma por dentro.
                 (Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE)

Oração
Senhor Jesus, faze-me crescer na compreensão da dinâmica do Reino, cuja grandeza consiste em transformar a história humana, a partir de seu interior.

Santo do dia - Retistuta Kafka



     No dia primeiro de maio de 1894, nasceu Helene, filha de Anton e Maria Kafka, na cidade de Brno, atual República Checa. Naquele tempo, a região chamava-se Moravia, e estava sob o governo do imperador austríaco Francisco José. Em 1896, a família Kafka transferiu-se para Viena, capital do Império Austro-Húngaro.
     Helene concluiu os estudos e formou-se enfermeira, com o desejo de tornar-se religiosa. No início, conformou-se com a negativa dos pais, mas, ao completar vinte anos, ingressou na Congregação das Franciscanas da Caridade Cristã, agora com a bênção da família.
     Como religiosa, adotou o nome de irmã Maria Retistuta, o primeiro em homenagem a sua mãe e o segundo a uma mártir do século I.
     Mas logo recebeu o apelido carinhoso de "irmã Resoluta", pelo seu modo cordial e decidido e por sua segurança e competência como enfermeira de sala cirúrgica e anestesista. No hospital de Modling, em Viena, a religiosa tornou-se uma referência para os médicos, enfermeiras e, especialmente, para os doentes, aos quais soube comunicar com lucidez o amor pela vida, na alegria e na dor.
     Foram muitos anos que serviu a Deus nos doentes, para os quais estava sempre disponível. Em março de 1938, Hitler mandou o exército ocupar a Áustria. Viena tornou-se uma das bases centrais do comando nazista alemão. Irmã Restituta colocou-se logo contrária a toda aquela loucura desumana. Não teve receio de mostrar que, sendo favorável à vida, não apoiaria, jamais, o nazismo de Hitler, fosse qual fosse o preço.
     Por isso, quando os nazistas retiravam o crucifixo também das salas de cirurgia, ela, serenamente, o recolocava no lugar, de cabeça erguida, desafiando os nazistas. Como não se submetia e muito menos se "dobrava", os nazistas a eliminaram. Foi presa em 1942. E ela fez da prisão uma espécie de lugar de graça, para honrar o nome de sua consagração, ou seja, Restituta, aquela que foi restituída para Deus.
     Irmã Resoluta esperou cinco meses na prisão para morrer. Em 30 de março de 1943, foi decapitada. Para as franciscanas, mandou uma mensagem: "Por Cristo eu vivi, por Cristo desejo morrer". E na frente dos assassinos nazistas, antes que o carrasco levantasse a mão que a mataria, irmã Restituta disse ao capelão: "Padre, faça-me na testa o sinal da cruz".     
    O papa João Paulo II, em 1998, elevou irmã Maria Restituta Kafka aos altares para ser reverenciada pela Igreja como bem-aventurada. A sua festa litúrgica foi marcada para o dia 30 de outubro, data em que foi decretada a sua sentença de morte.


Retistuta Kafka, rogai por nós

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Evangelho do dia (Lucas 13,10-17)


Naquele tempo, 13 10 Estava Jesus ensinando na sinagoga em um sábado. 11 Havia ali uma mulher que, havia dezoito anos, era possessa de um espírito que a detinha doente: andava curvada e não podia absolutamente erguer-se. 12 Ao vê-la, Jesus a chamou e disse-lhe: "Estás livre da tua doença".
13 Impôs-lhe as mãos e no mesmo instante ela se endireitou, glorificando a Deus. 14 Mas o chefe da sinagoga, indignado de ver que Jesus curava no sábado, disse ao povo: "São seis os dias em que se deve trabalhar; vinde, pois, nestes dias para vos curar, mas não em dia de sábado". 15 "Hipócritas!", disse-lhes o Senhor. "Não desamarra cada um de vós no sábado o seu boi ou o seu jumento da manjedoura, para os levar a beber? 16 Esta filha de Abraão, que Satanás paralisava há dezoito anos, não devia ser livre desta prisão, em dia de sábado?" 17 Ao proferir estas palavras, todos os seus adversários se encheram de confusão, ao passo que todo o povo, à vista de todos os milagres que ele realizava, se entusiasmava.

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Livre da opressão


  

   A mulher doente, que Jesus encontrou numa sinagoga, em dia de sábado, era a imagem viva do ser humano oprimido. Ela vivia encurvada, sem poder erguer-se.
     Toda doença, na mentalidade da época, era entendida como resultado da ação do Demônio sobre o ser humano. Portanto, a doença crônica desta mulher era interpretada como um enorme fardo imposto sobre ela por forças demoníacas.
     A dupla opressão dessa criatura - mulher e doente - tocou a sensibilidade de Jesus, que tomou a iniciativa de curá-la, ou seja, libertá-la do poder do Demônio. Sem precisar ser solicitado, Jesus a resgatou das garras de Satanás, assumiu suas dores e se pôs a seu lado, na luta contra o inimigo da natureza humana
     A reação espontânea da mulher mostrou como tinha entendido perfeitamente o que lhe acontecera. Dando glória a Deus pelo benefício recebido, ela reconheceu que o próprio Deus havia agido nela, por meio de Jesus. Por conseguinte, este era o Messias esperado, portador da salvação prometida. Finalmente, o ser humano via-se livre do poder do Mal.
     A cura realizada por Jesus irritou o chefe da sinagoga. Esse valorizava tanto o repouso sabático a ponto de imaginar que, quem já sofria, há dezoito anos, de uma doença, podia esperar um pouco mais para ser curada. Bem outro foi o pensamento de Jesus!
                  (Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE)

Oração
Senhor Jesus, liberta-me do jugo que o pecado me impôs. Desta forma, me verei livre do peso que me mantém encurvado, impedindo-me de caminhar ereto para junto de ti.

Santo do dia - São Narciso



     O santo de hoje, São Narciso, foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade.
    Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.
     Eusébio narra que em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.
     Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. "Que me queimem vivo - disse o primeiro - se eu minto". "E a mim, que me devore a lepra", disse o segundo. "E que eu fique cego", acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde ia, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao deserto. Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado, pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.
     Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento.; por isso, foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor. Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119 anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de 212.

São Narciso, rogai por nós!

domingo, 28 de outubro de 2012

Reze com São Judas Tadeu: o santo das causas impossíveis

 

São Judas, designado por Tadeu (que significa o corajoso), é um dos Doze Apóstolos escolhidos por Jesus para o acompanhar na Sua vida pública. Irmão de S. Tiago Menor, primo de Jesus, seguiu o Divino Mestre de perto e depois do dia de Pentecostes dedicou-se à pregação do Evangelho na Judéia, Samaria, Mesopotâmia (hoje região do Iraque) e na Pérsia, aonde viria a morrer martirizado juntamente com o Apostolo São Simão.
Por causa da traição de Judas Iscariotes, o nome de Judas (que significa Deus seja louvado) veio a cair no opróbrio, votando os cristãos tal horror e desprezo por aquela designação que o termo Judas passou a ter, usavam como equivalente de traidor, criminoso, assassino, homem desprezível ou diabólico. Narra Santa Brígida que Nosso Senhor quis reparar tal estado de coisas e fazer justiça a nome tão belo e sublimemente usada por Seu primo materno. Numa aparição àquela famosa santa sueca, Jesus, num momento difícil, disse-Ihe: “para recorrer a São Judas Tadeu, pois ele queria ajudar os seus irmãos neste mundo”. Tornou-se conhecido na tradição cristã como o advogado das causas consideradas perdidas, desesperadas, angustiosas ou muito difíceis de resolver satisfatoriamente.
“Mas vós, caríssimos, edificai-vos mutuamente sobre o fundamento da vossa santíssima fé. Orai no Espírito Santo”. (Carta de São Judas 1,20)
 
Oração para se rezar nas situações difíceis:
Glorioso S. Judas, ilustre Apostolo e mártir de Jesus Cristo, resplandecente de virtudes e de milagres, fiel e pronto advogado dos que vos veneram e tem confiança em vós, vós sois o patrono e o poderoso auxílio nas situações difíceis. Por isso, eu recorro e recomendo-me a vós. Vinde em meu auxilio, eu vos suplico, com a vossa poderosa intercessão, pois obtivestes de Deus o privilegio de ajudar os que perderam toda a esperança. Dignai-vos baixar os vossos olhos sobre mim; a minha vida é uma vida de cruz, os meus dias, dias de angústia, e o meu coração um mar de amargura. Todos os meus caminhos estão cobertos de espinhos e quase não tenho um lugar de repouso. Não me abandoneis nesta triste situação. Não vos deixarei enquanto não me tiverdes atendido. Apressai-vos a socorrer-me. Ficar-vos-ei reconhecido o resto da minha vida, reverenciar-vos-ei sempre como meu patrono especial e prometo-vos espalhar o vosso culto e a força do vosso nome. Assim seja.
Louvor e Agradecimento:
Ó dulcíssimo Senhor Jesus, em união com o louvor celeste, inefável, com o qual a Santíssima Trindade se louva a si mesma e que se repercute sobre a vossa Humanidade bendita, sobre Maria, os Anjos e os Santos, eu Vos louvo, Vos exalto e Vos bendigo por todos os favores e por todos os privilégios que concedestes a S. Judas Tadeu, escolhendo‑o para vosso Apóstolo. Pelos seus méritos, peço-Vos que me concedais a Vossa graça e que, por sua intercessão, me fortifiqueis e me defendais da ação dos meus inimigos e na hora da morte. Assim seja. (3 Pai Nossos, 3 Ave Marias, 3 Glórias ao Pai).
 
Oração diária a S. Judas Tadeu:
Ó São Judas Tadeu, recordo-vos a felicidade que sentistes quando o bom Mestre vos ensinou, a vós e aos outros Apóstolos, a oração do Pai Nosso. Por essa alegria, peço-vos que me obtenha a graça de ser, até ao fim, um fiel discípulo do Salvador. (Pai Nosso).
 
Oração em honra de S. Judas Tadeu, Apóstolo:
Senhor Jesus, Tu escolheste S. Judas entre os teus Apóstolos e fizeste dele, para o nosso tempo, o Apóstolo das causas desesperadas. Agradeço-Te por todos os benefícios que me concedeste por sua intercessão e peço-Te que me concedas a Tua graça nesta vida para que possa participar um dia, na Tua glória, na alegria eterna. Amém
 

Evangelho do dia (Marcos 10,46-52)


Naquele tempo, 10 46 Jesus e seus discípulos chegaram a Jericó. Ao sair dali Jesus, seus discípulos e numerosa multidão, estava sentado à beira do caminho, mendigando, Bartimeu, que era cego, filho de Timeu. 47 Sabendo que era Jesus de Nazaré, começou a gritar: "Jesus, filho de Davi, em compaixão de mim!"
48 Muitos o repreendiam, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais alto: "Filho de Davi, tem compaixão de mim!" 49 Jesus parou e disse: "Chamai-o" Chamaram o cego, dizendo-lhe: "Coragem! Levanta-te, ele te chama."
50 Lançando fora a capa, o cego ergueu-se dum salto e foi ter com ele. 51 Jesus, tomando a palavra, perguntou-lhe: "Que queres que te faça?" "Rabôni", respondeu-lhe o cego, "que eu veja!" 52 Jesus disse-lhe: "Vai, a tua fé te salvou." No mesmo instante, ele recuperou a vista e foi seguindo Jesus pelo caminho.



- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!