segunda-feira, 31 de março de 2014

Evangelho do dia - (João 4,43-54)

 
Naquele tempo, 4 43 "passados os dois dias, Jesus partiu para a Galiléia. 44 (Ele mesmo havia declarado que um profeta não é honrado na sua pátria.)  45 Chegando à Galiléia, acolheram-no os galileus, porque tinham visto tudo o que fizera durante a festa em Jerusalém; pois também eles tinham ido à festa. 46 Ele voltou, pois, a Caná da Galiléia, onde transformara água em vinho. Havia então em Cafarnaum um oficial do rei, cujo filho estava doente. 47 Ao ouvir que Jesus vinha da Judéia para a Galiléia, foi a ele e rogou-lhe que descesse e curasse seu filho, que estava prestes a morrer. 48 Disse-lhe Jesus: "Se não virdes milagres e prodígios, não credes".
49 Pediu-lhe o oficial: "Senhor, desce antes que meu filho morra!" "50 Vai, disse-lhe Jesus", o teu filho está passando bem! O homem acreditou na palavra de Jesus e partiu. 51 Enquanto ia descendo, os criados vieram-lhe ao encontro e lhe disseram: "Teu filho está passando bem". 52 Indagou então deles a hora em que se sentira melhor. Responderam-lhe: "Ontem à sétima hora a febre o deixou". 53 Reconheceu o pai ser a mesma hora em que Jesus dissera: "Teu filho está passando bem". E creu tanto ele como toda a sua casa. 54 Esse foi o segundo milagre que Jesus fez, depois de voltar da Judéia para a Galiléia.

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Servir sem preconceitos

Esse foi o segundo milagre que Jesus fez depois de ter ido da Judéia para a Galileia. O primeiro sinal de Jesus aconteceu no casamento em Caná, quando transformou água em vinho. No texto está o segundo sinal, também em Caná. A palavra Caná quer dizer “adquirir”. Jesus está adquirindo para Deus um povo. No primeiro sinal faltava vinho, no segundo falta vida. Nos dois sinais Jesus transforma carência de vinho e de vida em abundância. Em ambos os sinais o resultado é aumento de fé para os discípulos e adesão do pagão e sua família a Jesus. Os sinais despertam a fé.

       O ministério de Jesus não foi contaminado por preconceito de espécie alguma, dentre aqueles comuns na sua época. A cura do filho do funcionário do rei ilustra esta atitude característica do Mestre.
 
       Quem se dirigiu a Jesus, pedindo-lhe a cura do seu filho, foi um funcionário do rei Herodes Antipas. Sem dúvida, tratava-se de um pagão, a serviço dos romanos, sob cuja dominação estava o povo judeu. Era bem conhecida a ojeriza dos judeus pelos romanos. Estes representavam o que havia de pior, e deviam ser evitados. Portanto, esperava-se de Jesus um gesto firme de recusa à solicitação daquele funcionário: para os pagãos, a morte.
 
       Este gesto, porém, não era o parâmetro das ações do Mestre. Seu olhar desvia-se dos elementos exteriores, para se fixar no coração daquele pai suplicante. Quando encontra fé e sinceridade, Jesus jamais se recusa a atender a um pedido, de quem quer que o faça. Sem fé, nada feito. Foi o que aconteceu em Nazaré, sua cidade natal, onde não realizou nenhum milagre por causa da incredulidade de seus habitantes.
 
       Toda a vida de Jesus, culminada na morte e ressurreição, foi um serviço prestado à humanidade, sem distinções, nem privilégios. É suficiente acercar-se de dele, com a mesma predisposição do funcionário pagão, cuja súplica foi prontamente atendida.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Espírito de fé, concede-me a confiança necessária que me permita ser atendido por Jesus, quando a ele eu suplicar.

Santo do dia - São Benjamim

 

Nasceu no ano de 394 na Pérsia e, ao ser evangelizado, começou a participar da Igreja ao ponto de descobrir sua vocação ao diaconato.
 
       Serviu a Palavra e aos irmãos na caridade, chamando a atenção de muitos para Cristo.
 
       Chegou a ser preso por um ano, sofrendo, e se renunciasse ao nome de Jesus, seria solto. Porém, mesmo na dor, na solidão e na injustiça, ele uniu-se ainda mais ao Cristo crucificado.
 
       Foi solto com a ordem de não falar mais de Jesus para ninguém, o que era impossível, pois sua vida e seu serviço evangelizavam.
 
       Benjamim foi canal para que muitos cegos voltassem a ver, muitos leprosos fossem curados e assim muitos corações duvidosos se abriram a Deus.
 
       Foi novamente preso, levado a público e torturado para que renunciasse à fé. Perguntou então ao rei, se gostaria que algum de seus súditos fosse desleal a ele. Obviamente que o rei disse que não. E assim o diácono disse que assim também ele, não poderia renunciar à sua fé, a seu Rei, Jesus Cristo.
E por não renunciar a Jesus, foi martirizado. Isso no ano de 422.
 
São Benjamim, rogai por nós!

domingo, 30 de março de 2014

Meditação: A luz que é CRISTO

O Jesus Cristo na cruz irradia a luz no céu sobre
      
    Eis um evangelho longo e denso, riquíssimo em significado, no mesmo estilo da Mulher Samaritana, que não se tratou apenas de um acontecimento rotineiro á beira de um poço, o desse domingo vai nessa linha, inserido no rito de admissão dos catecúmenos.  Antigamente, os catecúmenos que iam ser admitidos como novos cristãos, passavam ao longo da quaresma por toda uma catequese e uma prova do seu testemunho de vida dentro e fora da comunidade, poderíamos dizer que o catecismo não ficava só na teoria, mas era exigida uma prática, uma postura de quem era realmente cristão e essa experiência de um encontro com Jesus era radicalmente transformadora: a Mulher Samaritana tornou-se outra, o cego curado por Jesus também se torna outra pessoa e a mudança de vida foi tão séria, que na comunidade não o reconheceram.
 
          A narrativa apresenta a linguagem preferida do evangelista João: o antagonismo entre Luz e Trevas. Trevas, que  lembra sempre o caos, conforme relato do Gênesis, “No princípio as trevas cobriam a face do abismo...”, mas o Deus Criador transforma o Caos em Cosmos estabelecendo uma ordem harmoniosa na natureza, por isso as trevas tem essa conotação com as forças do mal a ponto do  Diabo ser chamado de “Príncipe das Trevas” em um dos sinóticos. Em Jesus Cristo,  Deus oferece aos homens a Luz Verdadeira, que sempre brilhou desde o princípio e que jamais será tragada pelas trevas, Deus nunca ofereceu as trevas, mas esta é uma possibilidade na vida do homem, que tem o livre arbítrio. Deus coloca somente a Luz, os que a rejeitam é porque fizeram a sua opção pelas trevas.
 
          Note-se que a iniciativa da cura é de Jesus. Ele viu um homem cego de nascença, os descendentes de Adão nasceram em pecado, mas agora, o Verbo Encarnado, a Luz do Mundo, vai remodelar o homem, configurando-o à imagem e semelhança do Pai, o mesmo barro de argila, do qual foi feito o primeiro homem, será agora utilizado para recriar toda humanidade. O rosto de Jesus, é a primeira imagem que esse cego irá contemplar, em Jesus ele se encontra e encontra o próprio Deus, em Jesus a Luz do mundo, o homem não precisará mais esconder-se dos olhos de Deus. É a Humanidade recriada, vivendo uma nova aurora radiante, é o caos da existência humana, que em Jesus se torna Cosmos.
 
          O cego que recupera a vista é também a experiência cristã de Judeus convertidos ao cristianismo, e que têm, a partir do conhecimento de Jesus, uma nova postura diante da vida e das pessoas. Muda-se o parâmetro, agora não é mais o cumprimento da lei que traz a salvação, mas Crer em Jesus de Nazaré, tornar-se seu seguidor. Mas não há espaço para esse totalmente Novo, no meio das Velhas Tradições, as trevas insistem em ser maior que a luz e tentam dominá-la, não há lugar na comunidade judaica, para quem pensar diferente do que diz a Lei e os Profetas, já não há mais lugar, os estreitos horizontes de uma religião fechada em si mesmo, tornam-se estreitos demais para quem conheceu Jesus. Vinho novo da graça de Deus requer barril novo, inverte-se o quadro, quem pensava enxergar torna-se cego, e quem era cego começa a Ver.
 
          Pertencemos todos a uma sociedade onde somos levados a enxergar com os olhos da ciência, da pura razão. A Fé é antes de tudo um conhecimento de outras realidades que estão inseridas na vida do homem precisamente a partir do mistério da encarnação. Deus se revela e se manifesta na História Humana em acontecimentos reais de todos os dias da nossa vida, a Vida de Fé está intimamente ligada ao existir de cada homem.
 
          Mas o homem arrogante e prepotente olha com desconfiança para a Fé, que constrói algo de novo ainda nesta vida, a partir de uma esperança escatológica.
 
          A Palavra Fé soa como algo embolorado e ultrapassado, quase incompatível com a Vida da Pós Modernidade. Sem essa experiência, o homem caminhara a esmo, e jamais encontrará um rumo e um sentido para sua vida, andará sempre às apalpadelas, tateando aqui e ali, tentando encontrar algo que faça sentido e o que o leve a realizar-se como pessoa humana.
 
          É a cegueira espiritual, mil vezes pior e mais terrível que a deficiência visual, Jesus é a Luz, Nele sabemos quem somos e para onde estamos caminhando.
 
          Em nossos tempos, marcados por tantos pontos escuros, e luzes tênues, que não conseguem iluminar o caminho de ninguém, as nossas comunidades precisam resgatar cada Batizado como um Iluminado, como eram chamados os neo-batizados nos primeiros séculos do cristianismo. É preciso que o nosso testemunho seja idêntico ao do cego curado, a cada celebração Eucarística, em comunhão com os irmãos e irmãs da comunidade, possamos reafirmar a nossa Fé, prostrando-se diante daquele que é a Luz, e dizendo, com todas as fibras do nosso coração: “Eu Creio Senhor”.
 
Diácono José da Cruz

Evangelho do dia - (João 9,1-41 ou 1.6-9.13-17.34-38)


Naquele tempo, 9 1 "caminhando, viu Jesus um cego de nascença. 2 Os seus discípulos indagaram dele: "Mestre, quem pecou, este homem ou seus pais, para que nascesse cego?" 3 Jesus respondeu: "Nem este pecou nem seus pais, mas é necessário que nele se manifestem as obras de Deus. 4 Enquanto for dia, cumpre-me terminar as obras daquele que me enviou. Virá a noite, na qual já ninguém pode trabalhar. 5 Por isso, enquanto estou no mundo, sou a luz do mundo". 6 Dito isso, cuspiu no chão, fez um pouco de lodo com a saliva e com o lodo ungiu os olhos do cego. 7 Depois lhe disse: "Vai, lava-te na piscina de Siloé (esta palavra significa emissário)". O cego foi, lavou-se e voltou vendo.
8 Então os vizinhos e aqueles que antes o tinham visto mendigar perguntavam: "Não é este aquele que, sentado, mendigava?" 9 Respondiam alguns: "É ele". Outros contestavam: "De nenhum modo, é um parecido com ele". Ele, porém, dizia: "Sou eu mesmo". 10 Perguntaram-lhe, então: "Como te foram abertos os olhos?" 11 Respondeu ele: "Aquele homem que se chama Jesus fez lodo, ungiu-me os olhos e disse-me: ´Vai à piscina de Siloé e lava-te. Fui, lavei-me e vejo´". 12 Interrogaram-no: "Onde está esse homem?" Respondeu: "Não o sei".
13 Levaram então o que fora cego aos fariseus. 14 Ora, era sábado quando Jesus fez o lodo e lhe abriu os olhos. 15 Os fariseus indagaram dele novamente de que modo ficara vendo. Respondeu-lhes: "Pôs-me lodo nos olhos, lavei-me e vejo". 16 Diziam alguns dos fariseus: "Este homem não é o enviado de Deus, pois não guarda sábado". Outros replicavam: "Como pode um pecador fazer tais prodígios?" E havia desacordo entre eles. 17 Perguntaram ainda ao cego: "Que dizes tu daquele que te abriu os olhos?" "É um profeta", respondeu ele. 18 Mas os judeus não quiseram admitir que aquele homem tivesse sido cego e que tivesse recobrado a vista, até que chamaram seus pais. 19 E os interrogaram: "É este o vosso filho? Afirmais que ele nasceu cego? Pois como é que agora vê?" 20 Seus pais responderam: "Sabemos que este é o nosso filho e que nasceu cego. 21 Mas não sabemos como agora ficou vendo, nem quem lhe abriu os olhos. Perguntai-o a ele. Tem idade. Que ele mesmo explique".22 Seus pais disseram isso porque temiam os judeus, pois os judeus tinham ameaçado expulsar da sinagoga todo aquele que reconhecesse Jesus como o Cristo. 23 Por isso é que seus pais responderam: "Ele tem idade, perguntai-lho". 24 Tornaram a chamar o homem que fora cego, dizendo-lhe: "Dá glória a Deus! Nós sabemos que este homem é pecador".
25 Disse-lhes ele: "Se esse homem é pecador, não o sei... Sei apenas isto: sendo eu antes cego, agora vejo". 26 Perguntaram-lhe ainda uma vez: "Que foi que ele te fez? Como te abriu os olhos?" 27 Respondeu-lhes: "Eu já vo-lo disse e não me destes ouvidos. Por que quereis tornar a ouvir? Quereis vós, porventura, tornar-vos também seus discípulos?" 28 Então eles o cobriram de injúrias e lhe disseram: "Tu que és discípulo dele! Nós somos discípulos de Moisés.
29 Sabemos que Deus falou a Moisés, mas deste não sabemos de onde ele é". 30 Respondeu aquele homem: "O que é de admirar em tudo isso é que não saibais de onde ele é, e entretanto ele me abriu os olhos. 31 Sabemos, porém, que Deus não ouve a pecadores, mas atende a quem lhe presta culto e faz a sua vontade.
32 Jamais se ouviu dizer que alguém tenha aberto os olhos a um cego de nascença. 33 Se esse homem não fosse de Deus, não poderia fazer nada". 34 Responderam-lhe eles: "Tu nasceste todo em pecado e nos ensinas?" E expulsaram-no. 35 Jesus soube que o tinham expulsado e, havendo-o encontrado, perguntou-lhe: "Crês no Filho do Homem?"
36 Respondeu ele: "Quem é ele, Senhor, para que eu creia nele?"37 Disse-lhe Jesus: "Tu o vês, é o mesmo que fala contigo!" 38 "Creio, Senhor", disse ele. E, prostrando-se, o adorou. 39 Jesus então disse: "Vim a este mundo para fazer uma discriminação: os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos". 40 Alguns dos fariseus, que estavam com ele, ouviram-no e perguntaram-lhe: "Também nós somos, acaso, cegos?"41 Respondeu-lhes Jesus: "Se fôsseis cegos, não teríeis pecado, mas agora pretendeis ver, e o vosso pecado subsiste".
 
 
 - Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Cegueira e visão

 
O Tempo da Quaresma já se vai adiantando, nossas práticas de fé vão amadurecendo na caminhada rumo à Páscoa. O tema luz/trevas é bastante acentuado no Evangelho de João. Neste mesmo sentido vai a cura do cego de nascença, ou seja, a contraposição entre cegueira e visão. João parte de um sentido experimental. Todos sabem o que são trevas (noite, escuridão) e o que é luz (dia, claridade), o que é ser cego e o que é enxergar. Porém, salta depressa para o sentido figurado: a luz é o Cristo em sua pessoa divina e humana; e, como tal, se torna salvação para o homem. A treva é o não-reconhecimento da pessoa salvadora de Jesus, e nisto consiste o maior de todos os pecados.
 
      As duas posturas diante dos sinais realizados por Jesus podem ser definidas como cegueira e visão. São a dos fariseus e a do cego de nascença. O incidente em torno da cura do cego revelou a cegueira dos fariseus e o alto grau de visão daquele que tinha sido curado. Tudo se define em torno da capacidade de confessar Jesus como o Messias, diante do testemunho de suas obras.
 
      Os fariseus, aferrados aos seus esquemas mentais, recusavam-se a admitir que realmente foi Jesus quem restituíra a visão ao cego de nascença. Eles raciocinavam assim: as Escrituras afirmam que o Messias, quando vier, haverá de curar os cegos. Como o milagre tinha sido operado em dia de sábado e o Messias, no pensar deles, seria fidelíssimo às leis religiosas do povo; e já suspeitando de Jesus, concluíram que ele não se encaixava na categoria de Messias.
      Embora não encontrassem explicação plausível para a cura do cego, não mudavam suas idéias a respeito de Jesus. Eles pensavam que Jesus não podia ser de Deus, pois era um pecador.
 
      O cego de nascença, porém, adquiriu tanto a visão física quanto a visão da fé. Tendo sido procurado por Jesus, e dando-se conta de tratar-se do Messias, prostrou-se diante dele, fazendo sua confissão de fé: "Eu creio, Senhor!"
 
      Só quem, de fato, "vê", pode fazer a experiência de fé; não quem se deixa enganar por falsos esquemas teológicos.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Pai, abre meus olhos para que eu reconheça Jesus como teu Messias Salvador. Livra-me da cegueira provocada por falsos raciocínios, mesmo com roupagem religiosa.

Santo do dia - São João Clímaco


Nasceu na Palestina em 579, dentro de uma família cristã que passou para ele muitos valores, possibilitando a ele uma ótima formação literária.
 
       Clímaco desde cedo foi discernindo sua vocação à vida religiosa. Diante do testemunho de muitos cristãos que optavam por ir ao Monte Sinai, e ali no mosteiro viviam uma radicalidade, ele deixou os bens materiais e levou os bens espirituais para o Sinai. Ali, com outros irmãos, deixou-se orientar por pessoas com mais experiência, fazendo um caminho pessoal e comunitário de santidade.
 
       Foi atacado diversas vezes por satanás, vivendo um verdadeiro combate espiritual.
 
       São João Clímaco buscou corresponder ao chamado de Deus por meio de duras penitências, pouca alimentação, sacrifícios, intercessões e participação nas Santas Missas.
 
       Perseverou até o fim da vida, partindo para a glória aos 70 anos de idade.
 
João Clímaco, rogai por nós!

sábado, 29 de março de 2014

Evangelho do dia - (Lucas 18,9-14)

 
Naquele tempo, 18 9 Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros: 10 “Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano. 11 O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: ‘Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. 12 Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros’. 13 O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ 14 Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado”.
 

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Humildade do publicano

         
          No nosso modo de nos relacionarmos com Deus existem duas maneiras, essas maneiras de nós nos relacionarmos com Ele é a maneira como nós dirigimos a nossa vida e também nos relacionamos uns com os outros. Nós, muitas vezes, podemos ser fariseus no nosso modo de proceder e assim também seremos no nosso modo de rezar. Nós nos achamos santos, justificados; achamos que somos bons, fazemos o que é correto; fazemos nossos deveres de casa, não fazemos extravagâncias, não cometemos grandes pecados.
 
          Por outro lado, olhamos ao nosso lado e vemos tanta gente pecadora, tanta gente maldosa, tanta gente cometendo coisas abomináveis. Nós não, nós estamos justificados e é assim que nós olhamos o mundo e as pessoas. Julgamos, condenamos e nos absolvemos, nos achamos o máximo, nos sentimos muitas vezes justificados por aquilo que fazemos e acaba que a nossa oração é assim também!
 
          Nós estamos sempre pedindo pelos pecadores do mundo, rezando por eles, por este, por aquele, pedindo: ”Senhor, converta fulano, converta sicrano”. E para nós pedimos: ”Senhor, conceda-me mais isso, conceda-me mais aquilo”. Às vezes, não entendemos por que a nossa oração não chega ao coração de Deus.
 
          Do outro lado um publicano, símbolo daquele que tem pecados, mas, reconhece seus pecados, reconhece a sua indignidade; muitas vezes tem até vergonha de entrar na Igreja, de se aproximar de nós que somos de Igreja, de tocar no padre, porque se sente tão pecador. Do lado de fora da Igreja, na sua casa, onde se encontra, rebate no peito e diz: ”Senhor, tende piedade de mim, porque eu sou muito, mais muito pecador”. Essa oração chega no fundo do coração de Deus, porque não é a oração de quem se justifica, mas, a oração de quem reconhece as suas misérias, de quem muitas vezes não tem forças para se levanta, mas ainda tem visão para reconhecer seus erros, seus pecados e suas misérias.
 
          Que Deus hoje nos conceda a humildade do publicano, que Deus nos conceda a humildade para sermos capazes de nos reconhecer como pecadores que nós somos e o tamanho de nossa fraqueza e de nossa miséria, para que clamemos do fundo do nosso coração: ”Senhor, tenha misericórdia e piedade de mim, porque eu sou pecador!”
 
Oração
Espírito de humildade, liberta-me da soberba, porque ela me afasta do Pai. E faze-me reconhecer, com humildade, minhas próprias limitações.

Santo do dia - São Constantino

 

Rei de uma região da Inglaterra, casou-se, mas não assumiu seriamente esta aliança, tanto que deixou a esposa para se dedicar às guerras militares. Nesta aventura de poder e fama, ele – como São Paulo – ‘caiu do cavalo’. Era pagão, converteu-se ao Cristianismo e assumiu seriamente o chamado à santidade.
 
       Entrou para um mosteiro irlandês e descobriu seu chamado ao sacerdócio. Junto com outro santo, percorreu muitas regiões da Inglaterra anunciando o nome de Jesus, que tem o poder de nos dar a vitória sobre o ‘homem velho’.
 
       Constantino foi martirizado no ano de 598, atacado por pagãos duros de coração ante o Evangelho.
 
São Constantino, rogai por nós!

sexta-feira, 28 de março de 2014

Evangelho do dia - (Marcos 12,28-34)

Naquele tempo, 12 28 achegou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, vendo que lhes respondera bem, indagou dele: "Qual é o primeiro de todos os mandamentos?" 29 Jesus respondeu-lhe: "O primeiro de todos os mandamentos é este: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor; 30 amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu espírito e de todas as tuas forças. 31 Eis aqui o segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Outro mandamento maior do que estes não existe". 32 Disse-lhe o escriba: "Perfeitamente, Mestre, disseste bem que Deus é um só e que não há outro além dele. 33 E amá-lo de todo o coração, de todo o pensamento, de toda a alma e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, excede a todos os holocaustos e sacrifícios". 34 Vendo Jesus que ele falara sabiamente, disse-lhe: "Não estás longe do Reino de Deus". E já ninguém ousava fazer-lhe perguntas.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - A primazia do Amor

O mestre da Lei quer por Jesus à prova. No Antigo Testamento há decálogos e leis que regulavam a conduta do israelita. A tradição rabínica possuía até 613 preceitos, 248 mandatos e 365 proibições. O mestre pergunta a Jesus qual é o mandamento mais importante. Jesus resume todos os mandamentos em dois, igualmente importantes e inseparáveis: o amor a Deus e ao próximo. Quem ama a Deus deve amar o filho de Deus, ou seja, o próximo. Tudo o mais é consequência. E diz mais: o amor ao próximo deve ser igual ao amor a si mesmo.
 
       É de se admirar que um escriba - mestre da Lei - tenha-se colocado diante de Jesus, na posição de discípulo. Os escribas eram reconhecidos como pessoas sábias. Por conseguinte, capazes de interpretar a Lei e descobrir-lhe sentidos novos. O povo consultava-os quando tinham dúvidas. Por sua vez, os escribas tinham consciência de sua posição elevada.
 
       O escriba, que sabia dar respostas a tantas questões complicadas, tinha, agora, sérias dúvidas a respeito de uma questão fundamental: qual ação humana mais agrada a Deus, e coloca o ser humano em comunhão com o Pai?
 
       A resposta de Jesus é como que o resumo de toda a Escritura: amar a Deus, consagrando-se totalmente a ele, e amar ao próximo como a si mesmo. Estes são os dois eixos da religião que agrada a Deus. Tudo o mais será complemento e terá valor relativo. É preciso dar primazia ao amor!
 
       A preocupação do mestre da Lei tinha sua razão de ser. Com muita facilidade, no caminho para Deus, o ser humano embrenha-se por atalhos, abandonando a estrada principal. Deixando de lado o caminho do amor a Deus e ao próximo, por mais que alguém se esforce, jamais alcançará a meta almejada. Só o caminho do amor pode levar-nos ao destino esperado: o Pai.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Espírito de conhecimento, conduze-me sempre pelo caminho do amor, o único que pode me levar até o Pai.

Santo do dia - São Guntrano


Guntrano teve muitos descaminhos, muitas opções erradas. Teve muitas mulheres e muitos filhos. Como todo ser humano buscou a felicidade, porém, em lugares errados.
 
           Um homem social, político e de grande influência, mas com o coração inquieto e desejoso de algo maior. Deu toda sua herança para um sobrinho e se decidiu a viver uma radicalidade cristã, ou seja, viver o chamado à santidade.
 
          Então, Guntrano passou a ouvir a Palavra de Deus e a acolher os conselhos dos bispos. Governou na justiça, a partir dos bons conselhos recebidos. Viveu a renúncia de si mesmo para abraçar a cruz e fazer a vontade de Deus. Faleceu com 68 anos, depois de consumir-se no amor a Deus e aos irmãos, sendo cristão na sociedade.
 
São Guntrano, rogai por nós!

quinta-feira, 27 de março de 2014

Evangelho do dia - (Lucas 11,14-23)




Naquele tempo, 11 14 Jesus expelia um demônio que era mudo. Tendo o demônio saído, o mudo pôs-se a falar e a multidão ficou admirada. 15 Mas alguns deles disseram: “Ele expele os demônios por Beelzebul, príncipe dos demônios”. 16 E para pô-lo à prova, outros lhe pediam um sinal do céu.
17 Penetrando nos seus pensamentos, disse-lhes Jesus: “Todo o reino dividido contra si mesmo será destruído e seus edifícios cairão uns sobre os outros. 18 Se, pois, Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Pois dizeis que expulso os demônios por Beelzebul. 19 Ora, se é por Beelzebul que expulso os demônios, por quem o expulsam vossos filhos? Por isso, eles mesmos serão os vossos juízes! 20 Mas se expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado a vós o Reino de Deus. 21 Quando um homem forte guarda armado a sua casa, estão em segurança os bens que possui. 22 Mas se sobrevier outro mais forte do que ele e o vencer, este lhe tirará todas as armas em que confiava, e repartirá os seus despojos. 23 Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha”.

- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor
!

Comentário do Evangelho - O Reino está entre nós


Um exorcismo e a expulsão de um demônio que era mudo causou admiração na multidão. A admiração era frequente diante dos milagres, mas não significava ainda, atitude de fé. Alguns até atribuem o exorcismo a um pacto com Belzebu! São os que têm reservas fundamentadas em dois aspectos: a dificuldade em compreender a origem e o poder de Jesus e a necessidade do sinal. Conhecendo seus pensamentos, Jesus fala da destruição da família e do país dividido. Diz ainda que quem não é a seu favor é contra ele e quem não o ajuda a reunir, ajuntar, está espalhando. Da pregação de Jesus, entendemos também que uniremos quando nos amamos e dividiremos quando nos apegamos a nós mesmos e não nos preocupamos com o próximo.
 
          A presença do Reino de Deus na história da humanidade revelava-se no poder de Jesus de expulsar os demônios, libertando todo ser humano desse poder opressor. Essa libertação significava a retomada do senhorio de Deus na vida de quem era dominado pelo maligno, possibilitando-lhe, novamente, a vivência do amor e da solidariedade.
     
          Jesus personificava o Reino de Deus na medida em que estava todo centrado no Pai, cujas obras buscava realizar. Em suas ações, revelava-se "o dedo de Deus" na vida de tantas pessoas privadas de sua dignidade.
 
          Contudo, isto não era evidente! Só quem estava sintonizado com Jesus tinha condições de perceber Deus agindo por meio dele. Caso contrário, corria-se o risco de interpretá-lo mal e fazê-lo objeto de falsas acusações.
 
          Foi o que aconteceu quando o acusaram de agir com o poder de Belzebu, o chefe dos demônios. Ou quando exigiam dele sinais sempre mais mirabolantes, como prova da autenticidade do seu messianismo.
 
           O fato de ser incompreendido não impedia Jesus de seguir adiante. Movia-o somente a consciência de dever ser fiel ao Pai. Por isso, não cessava de dar testemunho do amor que Deus derramava sobre a humanidade.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Pai, transforma-me em instrumento de teu amor misericordioso, a exemplo de Jesus. Por onde eu passar, possa ser testemunha de que teu Reino já chegou para nós.

Santo do dia - São Ruperto


O santo de hoje foi um grande apóstolo da Baviera, Alemanha.
 
        A pedido do rei, foi convidado a evangelizar a França, e fez este belo trabalho. Após ser eleito bispo, a corte da Baviera o chamou, convidando-o também a evangelizar aquelas terras. Juntamente com o apoio do rei pôde ter o apoio de muitos religiosos, inclusive de sua irmã, que também era consagrada.
 
        São Ruperto evangelizou a muitos, fazendo a Boa Nova chegar às altas autoridades, ao ponto do sucessor do rei já ser evangelizado. Antes de sua última Santa Missa, sua irmã ouviu sua oração de entrega: “Pai, em Tuas mãos eu entrego o meu espírito”. Em toda sua vida, e também na morte, viveu entregue a Deus.
 
São Ruperto, rogai por nós!

quarta-feira, 26 de março de 2014

Mandamentos da Lei de Deus



1. Amar a Deus sobre todas as coisas.
2. Não tomar seu santo nome em vão.
3. Guardar domingos e festas.
4. Honrar pai e mãe.
5. Não matar.
6. Não pecar contra a castidade (fidelidade).
7. Não furtar.
8. Não levantar falso testemunho.
9. Não desejar a mulher do próximo.
10. Não cobiçar as coisas alheias.

          Todos estes mandamentos têm sua centralidade no mandamento do amor. Recordamos ainda, os Bispos que, na Conferência de Aparecida, disseram sobre o discípulo: "Para ficar parecido verdadeiramente com o Mestre é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que Ele quis chamar seu e novo: "Amem-se uns aos outros, como eu os amei" (Jo 15,12).  Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser a característica de sua Igreja, comunidade discípula de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio, "todos reconhecerão que sois meus discípulos" (Jo 13,35)." (DAp 138)

Como vivo o mandamento do amor?

Evangelho (Mateus 5,17-19)


 
5 17 Disse Jesus aos seus discípulos: “Não julgueis que vim abolir a lei ou os profetas. Não vim para os abolir, mas sim para levá-los à perfeição. 18 Pois em verdade vos digo: passará o céu e a terra, antes que desapareça um jota, um traço da lei.  19 Aquele que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e ensinar assim aos homens, será declarado o menor no Reino dos céus. Mas aquele que os guardar e os ensinar será declarado grande no Reino dos céus”.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Santos Mandamentos de Deus

Para um verdadeiro judeu (e Jesus o era) cada mandamento da Lei era ocasião de um encontro com Deus porque, ao cumpri-lo, demonstrava a seu Senhor que ele era o primeiro em sua vida e que sua vontade, manifestada nas prescrições dessa Lei, passava por cima de tudo. Como para Jesus toda Lei se resume no mandamento do amor, é aí que nos convoca e nos convida a não considerar pouco importante "as letras miúdas” desse amor. Isso nos vai fazendo parecidos com ele.
 
        Nós olhamos para Nosso Senhor Jesus Cristo e vemos que muito daquilo que é a Sua pregação e a Sua mensagem do anúncio do Reino, por Ele proclamado, não têm muito a ver com aquelas pregações do Antigo Testamento, para muitos tidas como arcaicas, passadas e ultrapassadas, e assim por diante.
 
        É verdade que o ensinamento do Antigo Testamento é cercado dos conceitos culturais da época em que aquele povo vivia, de forma muito primitiva, pois foi o primeiro conhecimento da Lei e da manifestação de Deus à humanidade. Tudo começa de forma muito arcaica e devagar, até se chegar a um conhecimento mais amplo; mas isso não significa dizer que o que é velho, antigo, está ultrapassado e não tem mais sentido. É o contrário disso, o novo existe para dar sentido ao que é velho, é a continuidade e a plenitude deste; por isso Jesus diz que Ele não veio superar, nem para desprezar ou desconsiderar a antiga Lei. O Senhor veio para dar pleno cumprimento à Lei existente e nos ensinar que nenhum de nós pode deixar de obedecer a esses mandamentos e ensiná-los aos pequenos de forma errada.
 
        Precisamos entender que, no mundo confuso em que nós vivemos, inclusive no contexto da vivência da fé cristã, muitas religiões querem basear suas pregações e seus ensinamentos de acordo com o ensinado no Antigo Testamento. Religiões que não observam o domingo, mas o sábado; religiões em que os fiéis não podem comer carne de porco, não podem doar sangue; não podem fazer isso, não podem fazer aquilo. Religiões que pegam alguns ensinamentos do Antigo Testamento e querem levá-los ao pé da letra em razão da ignorância ou do desconhecimento do sentido do cumprimento da Lei [cf. Mt 5, 17].
 
        Jesus não está mais preocupado com as questões normativas da Lei, porque ela foi feita dentro de um contexto cultural de um momento, de uma época, como já disse. E tudo isso precisa ser entendido sob uma nova luz e quem traz uma nova luz, até mesmo para compreendermos as coisas antigas da Lei, é a vida que Jesus trouxe a nós. Por isso, nenhuma pregação do Evangelho pode ser deixada para trás sem levar em conta o Antigo Testamento.
 
        Você veja que em nossas Santas Missas dominicais sempre há uma leitura do Antigo Testamento, a qual será depois iluminada pelo Evangelho, por uma passagem daquilo que Jesus ensinou. Contudo, nenhum ensinamento do Antigo Testamento pode prevalecer, orientar ou estar acima da mensagem de Jesus [nos Evangelhos]. A Palavra de Jesus, por intermédio de Seu Evangelho, é quem nos traz salvação plena.
 
        Que sejamos atentos e sábios para não vivermos de preceitos antigos e vivermos a nossa fé de forma confusa. Quando conhecemos Jesus, nós conhecemos plenamente o coração do Pai.
 
 
ORAÇÃO
Pai, livra-me do perigo de reduzir minha obediência aos teus mandamentos à execução mecânica de gestos exteriores. Revela-me, cada vez mais profundamente, a tua vontade.

Santo do dia - São Bráulio

 

O santo de hoje, foi bispo de 631 a 651.
 
          Nasceu em uma família muito sensível à vontade do Senhor: uma irmã foi para a vida religiosa e tornou-se abadessa. Outro irmão foi para uma Abadia e outro, chegou a bispo.
 
          Depois de entrar para uma vida de oração e contemplação numa abadia, Bráulio conheceu em Sevilha Santo Isidoro, escritor e santo.
 
          Fecundo escritor e grande pastor, São Bráulio foi escolhido para bispo em Saragoça, participando ativamente em três Concílios de Toledo.
 
São Bráulio, rogai por nós!

terça-feira, 25 de março de 2014

Evangelho do dia - (Lucas 1,26-38)

Naquele tempo, 1 26 "no sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, 27 a uma virgem desposada com um homem que se chamava José, da casa de Davi e o nome da virgem era Maria". 28 Entrando, o anjo disse-lhe: "Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo". 29 Perturbou-se ela com estas palavras e pôs-se a pensar no que significaria semelhante saudação. 30 O anjo disse-lhe: "Não temas, Maria, pois encontraste graça diante de Deus. 31 Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. 32 Ele será grande e chamar-se-á Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi; e reinará eternamente na casa de Jacó, 33 e o seu reino não terá fim". 34 Maria perguntou ao anjo: "Como se fará isso, pois não conheço homem?" 35 Respondeu-lhe o anjo: "O Espírito Santo descerá sobre ti, e a força do Altíssimo te envolverá com a sua sombra. Por isso o ente santo que nascer de ti será chamado Filho de Deus. 36 Também Isabel, tua parenta, até ela concebeu um filho na sua velhice; e já está no sexto mês aquela que é tida por estéril, 37 porque a Deus nenhuma coisa é impossível". 38 Então disse Maria: "Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra". E o anjo afastou-se dela.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - Maria, cheia de graça

 
        A Igreja, refletindo sobre a mãe de Jesus, foi entendendo, pouco a pouco, toda a verdade desta figura singular. Neste processo, a Igreja chegou a professar que o pecado original, tendo marcado para sempre a história da humanidade, mas não lançou raízes no ser de Maria. Vivendo num mundo de egoísmo, ela não foi contaminada pelo pecado.
 
        Esta graça e privilégio, conferidos por Deus à mãe do Salvador, aconteceram por causa de Jesus Cristo. Deus preparou para receber seu Filho, que seria imune da culpa original, um ventre não corrompido pelo pecado. Maria, de certo modo, experimentou, por antecipação, o fruto da ação de seu filho Jesus, que viria ao mundo para salvar a humanidade do pecado. A mãe foi a primeira a tirar partido da missão do Filho. A santidade do Filho Jesus santificou todo o ser da mãe Maria, desde que fora concebida.
 
        A proclamação do anjo "Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo" fundamenta a total santidade de Maria. Sendo cheia de graça, nela não podia haver espaço para o pecado e para a infidelidade a Deus. E sua existência, desde o início, só podia ser total comunhão com Deus.

 
        Por outro lado, toda a vida de Maria foi marcada pela pessoa de Jesus, a quem estaria ligada desde o momento do anúncio da encarnação. A concepção imaculada é, pois, mais uma maravilha da graça de Deus na vida de Maria.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, que a contemplação da concepção imaculada de tua mãe desperte em mim o desejo de romper, definitivamente, com o pecado que maculou a humanidade.

Santo do dia - Anunciação do Senhor

 

Neste dia, a Igreja festeja solenemente o anúncio da Encarnação do Filho de Deus. O tema central desta grande festa é o Verbo Divino que assume nossa natureza humana, sujeitando-se ao tempo e espaço.
 
       Hoje é o dia em que a eternidade entra no tempo ou, como afirmou o Papa São Leão Magno: “A humildade foi assumida pela majestade; a fraqueza, pela força; a mortalidade, pela eternidade.”
 
       Com alegria contemplamos o mistério do Deus Todo-Poderoso, que na origem do mundo cria todas as coisas com sua Palavra, porém, desta vez escolhe depender da Palavra de um frágil ser humano, a Virgem Maria, para poder realizar a Encarnação do Filho Redentor:
 
       “No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem e disse-lhe: ‘Ave, cheia de graça, o Senhor é contigo.’ Não temas , Maria, conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus. Maria perguntou ao anjo: ‘Como se fará isso, pois não conheço homem?’ Respondeu-lhe o anjo:’ O Espírito Santo descerá sobre ti. Então disse Maria: ‘Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tu palavra’” (cf. Lc 1,26-38).
 
       Sendo assim, hoje é o dia de proclamarmos: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14a). E fazermos memória do início oficial da Redenção de TODOS, devido à plenitude dos tempos. É o momento histórico, em que o SIM do Filho ao Pai precedeu o da Mãe: “Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade” (Hb 10,7). Mas não suprimiu o necessário SIM humano da Virgem Santíssima.
 
       Cumprindo desta maneira a profecia de Isaías: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e o chamará Deus Conosco” (Is 7,14). Por isso rezemos com toda a Igreja:
 
       “Ó Deus, quisestes que vosso Verbo se fizesse homem no seio da Virgem Maria; dai-nos participar da divindade do nosso Redentor, que proclamamos verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Por nosso Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo”.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Evangelho do dia - (Lucas 4,24-30)

Vindo a Nazaré, disse Jesus: 4 24 “Em verdade vos digo: nenhum profeta é bem aceito na sua pátria. 25 Em verdade vos digo: muitas viúvas havia em Israel, no tempo de Elias, quando se fechou o céu por três anos e meio e houve grande fome por toda a terra; 26 mas a nenhuma delas foi mandado Elias, senão a uma viúva em Sarepta, na Sidônia. 27 Igualmente havia muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; mas nenhum deles foi limpo, senão o sírio Naamã”. 28 A estas palavras, encheram-se todos de cólera na sinagoga. 29 Levantaram-se e lançaram-no fora da cidade; e conduziram-no até o alto do monte sobre o qual estava construída a sua cidade, e queriam precipitá-lo dali abaixo. 30 Ele, porém, passou por entre eles e retirou-se.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - A dureza de coração


          A incredulidade provocou o ensinamento de Jesus. Este, por sua vez, incomodou. Na sinagoga de Nazaré, Jesus diz: "Eu afirmo a vocês que isto é verdade: nenhum profeta é bem recebido na sua própria terra". E ali, em sua terra natal, é rejeitado. Inclusive, é expulso da cidade e tentam matá-lo.
 
 
       A reação dos habitantes de Nazaré, diante da pregação de Jesus, foi de aberta rejeição. Foi tal o desprezo pelas palavras do Mestre, que eles decidiram eliminá-lo lançando-o de um precipício.
 
       É possível imaginar a decepção de Jesus, diante da rejeição de seus conterrâneos. Ele tentou compreender a situação, rememorando as experiências de profetas do passado que, rejeitados por seu povo, foram bem acolhidos pelos estrangeiros. Assim aconteceu com Elias: num tempo de seca e fome, beneficiou uma mulher estrangeira, da terra dos sidônios. O mesmo sucedeu com Eliseu: curou da lepra um general sírio, ao passo que, em Israel, essa doença vitimava muitas pessoas.
 
       A conclusão de Jesus foi clara: já que o povo de sua cidade insistia em não lhe dar atenção, ele sentiu-se obrigado a ir em busca de quem estivesse disposto a acolhê-lo. Aos duros de coração, no entanto, só restava o castigo.
 
       Longe de nós seguirmos o exemplo do povo de Nazaré. Jesus quer encontrar, em nós, abertura para acolhê-lo e disponibilidade para converter-nos. Ninguém é obrigado a aceitar este convite. Entretanto, fechar-se para Jesus significa recusar a proposta de salvação que ele, em nome do Pai, veio nos trazer.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Espírito de docilidade, abre meu coração para aceitar o convite à conversão, que Jesus me dirige, em nome do Pai.

Santo do dia - Santa Catarina da Suécia

 

Nasceu na Suécia, de família ligada aos reis. Sua mãe era Santa Brígida, que após o falecimento do esposo, se tornou uma peregrina até instalar-se em Roma.
 
       Catarina foi formada na Abadia de Bisberg, permanecendo ali até casar-se. Não demorou muito tempo e seu esposo veio a falecer. Tinha um coração rendido a uma intimidade profunda com Deus, abriu-se a uma consagração total e foi viver junto de sua mãe em Roma, onde permaneceram por 23 anos.
 
       Tornou-se Abadessa em Valdstena, onde permaneceu até sua morte em 1381.
 
Santa Catarina da Suécia, rogai por nós!

domingo, 23 de março de 2014

Evangelho do dia - (João 4,5-42 ou 5-15.19-26.39-42)



Naquele tempo, Jesus 4 5 chegou, pois, a uma localidade da Samaria, chamada Sicar, junto das terras que Jacó dera a seu filho José. 6 Ali havia o poço de Jacó. E Jesus, fatigado da viagem, sentou-se à beira do poço. Era por volta do meio-dia. 7 Veio uma mulher da Samaria tirar água. Pediu-lhe Jesus: "Dá-me de beber". 8 (Pois os discípulos tinham ido à cidade comprar mantimentos.) 9 Aquela samaritana lhe disse: "Sendo tu judeu, como pedes de beber a mim, que sou samaritana?" (Pois os judeus não se comunicavam com os samaritanos 10 Respondeu-lhe Jesus: "Se conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: 'Dá-me de beber', certamente lhe pedirias tu mesma e ele te daria uma água viva".11 A mulher lhe replicou: "Senhor, não tens com que tirá-la, e o poço é fundo... donde tens, pois, essa água viva? 12 És, porventura, maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu este poço, do qual ele mesmo bebeu e também os seus filhos e os seus rebanhos?" 13 Respondeu-lhe Jesus: "Todo aquele que beber desta água tornará a ter sede, 14 mas o que beber da água que eu lhe der jamais terá sede. Mas a água que eu lhe der virá a ser nele fonte de água, que jorrará até a vida eterna". 15 A mulher suplicou: "Senhor, dá-me desta água, para eu já não ter sede nem vir aqui tirá-la!"
16 Disse-lhe Jesus: "Vai, chama teu marido e volta cá". 17 A mulher respondeu: "Não tenho marido". Disse Jesus: "Tens razão em dizer que não tens marido. 18 Tiveste cinco maridos, e o que agora tens não é teu. Nisto disseste a verdade". 19 "Senhor", disse-lhe a mulher, "vejo que és profeta! 20 Nossos pais adoraram neste monte, mas vós dizeis que é em Jerusalém que se deve adorar".
21 Jesus respondeu: "Mulher, acredita-me, vem a hora em que não adorareis o Pai, nem neste monte nem em Jerusalém. 22 Vós adorais o que não conheceis, nós adoramos o que conhecemos, porque a salvação vem dos judeus. 23 Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão de adorar o Pai em espírito e verdade, e são esses adoradores que o Pai deseja. 24 Deus é espírito, e os seus adoradores devem adorá-lo em espírito e verdade". 25 Respondeu a mulher: "Sei que deve vir o Messias (que se chama Cristo); quando, pois, vier, ele nos fará conhecer todas as coisas". 26 Disse-lhe Jesus: "Sou eu, quem fala contigo". 27 Nisso seus discípulos chegaram e maravilharam-se de que estivesse falando com uma mulher. Ninguém, todavia, perguntou: "Que perguntas?" Ou: "Que falas com ela?" 28 A mulher deixou o seu cântaro, foi à cidade e disse àqueles homens: 29 "Vinde e vede um homem que me contou tudo o que tenho feito. Não seria ele, porventura, o Cristo?" 30 Eles saíram da cidade e vieram ter com Jesus.
31 Entretanto, os discípulos lhe pediam: "Mestre, come". 32 Mas ele lhes disse: "Tenho um alimento para comer que vós não conheceis". 33 Os discípulos perguntavam uns aos outros: "Alguém lhe teria trazido de comer?" 34 Disse-lhes Jesus: "Meu alimento é fazer a vontade daquele que me enviou e cumprir a sua obra. 35 Não dizeis vós que ainda há quatro meses e vem a colheita? Eis que vos digo: levantai os vossos olhos e vede os campos, porque já estão brancos para a ceifa. 36 O que ceifa recebe o salário e ajunta fruto para a vida eterna; assim o semeador e o ceifador juntamente se regozijarão. 37 Porque eis que se pode dizer com toda verdade: Um é o que semeia outro é o que ceifa. 38 Enviei-vos a ceifar onde não tendes trabalhado; outros trabalharam, e vós entrastes nos seus trabalhos". 39 Muitos foram os samaritanos daquela cidade que creram nele por causa da palavra da mulher, que lhes declarara: "Ele me disse tudo quanto tenho feito". 40 Assim, quando os samaritanos foram ter com ele, pediram que ficasse com eles. Ele permaneceu ali dois dia. 41 Ainda muitos outros creram nele por causa das suas palavras. 42 E diziam à mulher: "Já não é por causa da tua declaração que cremos, mas nós mesmos ouvimos e sabemos ser este verdadeiramente o Salvador do mundo".
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do Evangelho - O Dom de Deus

 
Com o evangelho de hoje estamos, certamente, diante de uma das páginas mais belas do evangelho. Aquela mulher samaritana, ao redor do poço de Jacó, nasceu para a fé em Jesus Cristo, como nós na fonte batismal fomos gerados para a vida de fé, a fim de vivermos como um povo consagrado ao Senhor.
 
        Jesus tornou-se o dom de Deus na vida da mulher que ele encontrou junto ao poço de Siquém. A descoberta do dom divino deu-se de maneira gradativa. A reação inicial da mulher foi de rejeição, fruto de preconceitos. Ela não podia compreender como um judeu tivesse a ousadia de dirigir-se a uma samaritana, dado a inimizade histórica entre estes dois grupos.
 
        O comentário de Jesus, diante desta negativa, despertou nela um certo interesse. A alusão à possibilidade de obter "água viva" suscitou um mal-entendido: a mulher entreviu a possibilidade de ver-se livre da obrigação de buscar água, naquele poço tão profundo.
 
        Assim, quando Jesus falou de uma água que jorra para a vida eterna, ela manifestou o desejo de obtê-la. Para isso, o Mestre colocou como condição que trouxesse consigo seu marido. Foi quando Jesus começou a penetrar na vida pessoal da samaritana, mostrando conhecê-la muito mais do que ela pensava.
 
        O Mestre manifestou seu interesse por aquela mulher desconhecida. A partir daí ela começou a se abrir para a fé. O tema da água foi substituído pela questão da adoração a Deus. De modo pedagógico e delicado, Jesus conduziu-a nos meandros da fé, a ponto de fazê-la compreender que tinha diante de si o Messias longamente esperado.
 
        Assim que ela acolheu o dom de Deus na pessoa de Jesus, tornou-se proclamadora de sua presença como Messias salvador. E muitos acreditaram, a partir do testemunho da mulher.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Pai, em Jesus, tu nos destes um dom precioso. Dá-me a graça de reconhecê-lo e acolhê-lo, cheio de fé, e deixar minha vida ser transformada por ele.

Santo do dia - São Turíbio de Mongrovejo

 De origem espanhola, nasceu no ano de 1538. Cresceu muito bem educado dentro de uma formação cristã e humana, estudou Direito e prestou muitos serviços nessa área, sempre buscando dar testemunho cristão no ambiente em que se encontrava.
 
       Turíbio ajudou até o rei Felipe, mas o chamado à vida dedicada ao Senhor, dentro do ministério sacerdotal, falou mais forte. Renunciou à sua profissão e, como sacerdote, foi escolhido bispo e enviado ao Peru. Era um homem apostólico.
 
       Deparou-se com muitas injustiças: indígenas oprimidos, pobres abandonados. Então ele, no anúncio e na denúncia, passou a ser respeitado e ouvido por muitos.
 
      Sem interesses e sem comungar com o poder opressor, ele deixou um marco para toda a América: de que o mundo precisa de santos, e isso só é possível na misericórdia, no amor, na verdade, no anúncio e na coragem de denunciar.
 
       Depois de uma grave enfermidade, faleceu em 1606.
 
São Turíbio, rogai por nós!

sábado, 22 de março de 2014

Evangelho do dia - (Lucas 15,1-3.11-32)


15 1 Aproximavam-se de Jesus os publicanos e os pecadores para ouvi-lo. 2 Os fariseus e os escribas murmuravam: Este homem recebe e come com pessoas de má vida! 3 Então lhes propôs a seguinte parábola: 11 “Um homem tinha dois filhos. 12 O mais moço disse a seu pai: ‘Meu pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai então repartiu entre eles os haveres. 13 Poucos dias depois, ajuntando tudo o que lhe pertencia, partiu o filho mais moço para um país muito distante, e lá dissipou a sua fortuna, vivendo dissolutamente. 14 Depois de ter esbanjado tudo, sobreveio àquela região uma grande fome e ele começou a passar penúria. 15 Foi pôr-se ao serviço de um dos habitantes daquela região, que o mandou para os seus campos guardar os porcos. 16 Desejava ele fartar-se das vagens que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. 17 Entrou então em si e refletiu: ‘Quantos empregados há na casa de meu pai que têm pão em abundância e eu, aqui, estou a morrer de fome!’18 Levantar-me-ei e irei a meu pai, e dir-lhe-ei: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; 19 já não sou digno de ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados’. 20 Levantou-se, pois, e foi ter com seu pai. Estava ainda longe, quando seu pai o viu e, movido de compaixão, correu-lhe ao encontro, lançou-se-lhe ao pescoço e o beijou. 21 O filho lhe disse, então: ‘Meu pai, pequei contra o céu e contra ti; já não sou digno de ser chamado teu filho’. 22 Mas o pai falou aos servos: ‘Trazei-me depressa a melhor veste e vesti-lha, e ponde-lhe um anel no dedo e calçado nos pés. 23 Trazei também um novilho gordo e matai-o; comamos e façamos uma festa. 24 Este meu filho estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado. E começaram a festa’. 25 O filho mais velho estava no campo. Ao voltar e aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. 26 Chamou um servo e perguntou-lhe o que havia. 27 Ele lhe explicou: ‘Voltou teu irmão. E teu pai mandou matar um novilho gordo, porque o reencontrou são e salvo’. 28 Encolerizou-se ele e não queria entrar, mas seu pai saiu e insistiu com ele. 29 Ele, então, respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que te sirvo, sem jamais transgredir ordem alguma tua, e nunca me deste um cabrito para festejar com os meus amigos. 30 E agora, que voltou este teu filho, que gastou os teus bens com as meretrizes, logo lhe mandaste matar um novilho gordo!’ 31 Explicou-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. 32 Convinha, porém, fazermos festa, pois este teu irmão estava morto, e reviveu; tinha se perdido, e foi achado’”.
 
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!

Comentário do evangelho - Pai pródigo

 

         O capítulo quinze do Evangelho de São Lucas nos apresenta uma das páginas mais belas de toda a Sagrada Escritura: a beleza do relato de um pai. Eu até gosto de chamar esse pai de  ”pai pródigo”, porque é um pai cujo coração esbanja amor, misericórdia, bondade e ternura para com seus filhos e, esse mesmo pai tem dois filhos, um mais velho e um mais novo e a história você conhece.
 
          O fato é que quanto mais o tempo passa tanto mais se torna atual essa mensagem evangélica, porque, no meio de nós, somos, muitas vezes, como este filho que reclama do pai o direito de viver a vida, como nós queremos viver. No entanto, se não vamos à radicalidade de deixar tudo, vamos aos poucos dando brechas e ficando indiferentes a Deus e à Sua mensagem. Afinal de contas, existe um mundo que nos provoca, existe um mundo que nos chama para fora, existe um mundo que vai nos puxando aos poucos dos braços do Pai. Nós não queremos conscientemente dizer: ”Ah, eu rejeitei meu Pai”. Não, mas temos um sonho de autonomia, de independência, de viver a vida com os nossos próprios olhos. E, nisso, nós, muitas vezes, vamos viver  no “mundão” de meu Deus.
 
          Sabem, convivendo com os colegas de trabalho, convivendo com as pessoas no mundo em quem nós vivemos, isso pode despertar em nós aquele desejo de ser igual a todo mundo. Os filhos de Deus, os filhos da Igreja,  o povo de Deus, muitas vezes, se cansam de ser de Deus, se cansam de levar essa vida e, assim, caem na velha tentação de que existe um mundo melhor, de que existe mais vida vivendo longe de Deus, vivendo as coisas de Deus do seu jeito.
 
          Quando nós partimos para esse mundo de meu Deus, vivemos para viver o nosso egoísmo, para vivermos a vida do jeito que achamos que tem de ser. Nós não percebemos porque o mundo vai nos sugando aos poucos, o mundo vai nos puxando com o “pezinho”, com o “dedinho”, com a “mãozinha” e, aos poucos, nós somos inteiros  sugados pelo modo que ele [mundo] vive.
 
          Quanta saudade de Deus existe no coração de muitos de nós! Saudade de uma vida de mais oração, de mais entrega, de mais escuta à vontade de Deus, porque estamos longe, distantes d’Ele. No Evangelho de hoje, o filho mais novo venceu seu orgulho e reconheceu, depois de cair em um profundo abismo e em uma profunda miséria, que tinha abandonado a casa do pai, que era melhor ser um simples empregado lá do que viver comendo as lavagens de porco do mundo.
 
          Quantos filhos de Deus partiram no mundo e não voltaram, quantos filhos de Deus estão vivendo no mundo imersos na sujeira, mas, devido ao orgulho, ao ressentimento e à mágoa, preferem ficar por lá. Hoje, o Pai é tão bom que Ele não só está de braços abertos, mas Ele está batendo de porta em porta, esse Pai é tão misericordioso, que Ele vai às ruas, às avenidas, a qualquer lugar, e não tira a liberdade dos Seus, mas diz: ”O Pai está aqui de braços abertos, não deixe que o mundo acabe com a sua vida”, porque Deus Pai o ama e o quer de volta! Seja a mão misericordiosa do Pai para ir bater à porta dos corações de muitos que estão desgarrados para entender que o Pai está esperando por todos!
 
Homilia - Portal Canção Nova

ORAÇÃO
Pai, coloca-me no caminho da vida, banindo todo egoísmo que me afasta de ti, e não permitindo que eu jamais duvide de teu amor.

Santo do dia - São Zacarias

 Filho de pai grego, residente na Calábria, foi eleito Papa em 741 e morreu em 752.
 
        Ao contrário do seu predecessor Gregório III, relativamente a Liutprando, rei dos Lombardos, julgou ser melhor partido inaugurar com ele relações amistosas. Concluiu assim um acordo bastante vantajoso, recuperando quatro fortalezas e vários patrimônios; estipulou também com ele uma trégua de trinta anos. Mas não conseguiu impedir os Lombardos de tirarem aos Bizantinos o exarcado de Ravena.
 
        Zacarias soube tornar favorável à Igreja romana o imperador Constantino V e recebeu mesmo territórios como dádiva. Em 747 aprovou a mudança de regime na França, com a proclamação de Pepino, o Breve.
 
        Foi bom administrador das terras da Igreja, as quais progrediram no seu tempo. Restaurou o palácio de Latrão e embelezou, no sopé do Palatino, a igreja de Santa Maria Antiga, onde se conserva ainda o seu retrato, pintado quando ele ainda vivia.
 
São Zacarias, rogai por nós!