sexta-feira, 4 de novembro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


1. "Pensando no futuro, abriu mão da sua gorda comissão..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Este administrador desonesto teve duas atitudes que mereceram elogios de Jesus, pensou no futuro e foi capaz de abrir mão da sua comissão sobre a venda de produtos, se projetarmos a reflexão na esperança escatológica, podemos afirmar que o caminho para essa plenitude passa pelas perdas, e de fato o próprio Jesus vai dizer "Quem perder a sua vida por causa de mim, vai ganhá-la".
O Administrador sabia que iria perder o emprego, tinha que se garantir, e a forma que encontrou foi conquistar amigos baixando drasticamente o valor da dívida, é bom informar os leitores que na verdade ele não reduziu preço algum, apenas abriu mão da sua comissão, uma perda momentânea que iria representar um ganho futuro, até mais valioso, quem sabe um deles poderia lhe dar um novo emprego, ou um abrigo em sua casa por gratidão.
O evangelho não incentiva a sua desonestidade, mas a sua astúcia em tomar decisão certa no momento certo, coisa que os Filhos da Luz nem sempre o fazem. Muitos cristãos se entregam e confiam plenamente em Jesus Cristo, entretanto, não abrem mão de seus caprichos e de um egoísmo terrível que chega a sufocar, atuam na comunidade onde aparentemente nada ganham, porém, esperam sempre algo em troca, prestígio, sucesso, poder de decisão e outras coisas mais que contrariam o evangelho.
Os bens materiais e tudo mais que possuímos, incluindo-se os carismas, habilidades e talentos devem sempre ser colocados a disposição do outro na comunidade, de maneira prazerosa, generosa, de modos que cause alegria interior. Quando o mau uso do nosso carisma resulta em mágoas e revoltas, intrigas e ressentimentos, é sinal de que embarcamos no trem do Imediatismo que a pós modernidade nos apresenta: queremos ganhar agora e já, e nem nos damos conta de que o Futuro poderá ser bem amargo, se persistirmos nesse caminho...

2. O lucro e a acumulação de riquezas é a contradição do Reino de Deus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Esta parábola, exclusiva de Lucas, parte da imagem de um homem rico e um administrador corrupto, ambos envolvidos com a ambição das riquezas. Pode-se entender que a esperteza do administrador estava em manipular o dinheiro injusto acumulado pelo homem rico, favorecendo aqueles que se tornariam seus amigos. Lucas tem consciência de que toda riqueza acumulada é injusta. Assim sendo o restabelecimento da justiça se faz pela partilha destas riquezas. Uma sociedade submissa e regida pelo mercado que visa o lucro e a acumulação de riquezas é a contradição do Reino de Deus, que é fraternidade e partilha, no empenho em que todos tenham vida plena.

OraçãoPai, torna-me esperto em relação às coisas do Reino, e sempre misericordioso no trato com o meu semelhante, pois é assim que alcançarei a comunhão contigo.

3. APRENDENDO DE UM ESCÂNDALO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Um autêntico caso de corrupção ofereceu a Jesus a chance de ensinar aos discípulos, mediante uma parábola, a importância de ser esperto em relação ao Reino de Deus.
Naquele tempo, os gerentes de propriedades alheias agiam com muita liberdade, sem um controle imediato. O patrão confiava na responsabilidade do empregado. Este era recompensado pelo que produzia: quanto mais os bens se multiplicavam, tanto maior era o seu salário.
O Evangelho fala de um administrador que, agindo com irresponsabilidade e imprudência, estava desperdiçando os bens que lhe tinham sido confiados. Quando o patrão começa a cobrá-lo por isso, esse administrador arquiteta um plano para garantir seu futuro e sua segurança. Com uma ação fraudulenta, busca granjear a benevolência dos devedores, prejudicando o patrão. Uma vez despedido, teria quem se sentisse na obrigação de recebê-lo, como sinal de gratidão.
Comparando com o Reino, os discípulos são instruídos a serem tão hábeis e espertos como o administrador desonesto. Este, no trato com as coisas humanas, obstinou-se em buscar caminhos para alcançar os seus objetivos. Do mesmo modo, o discípulo do Reino, com relação às realidades celestes, deve ter claro o fim a ser atingido e a maneira mais conveniente de fazê-lo. Neste caso, basta ser obstinado na prática da misericórdia.

OraçãoEspírito que leva a ser esperto nas coisas de Deus, faze-me sempre mais hábil na prática da misericórdia, único meio de se obter a salvação.

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