sábado, 19 de novembro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
"Lá vem os Saduceus com suas Historinhas..."
Quem é que já não teve a tentação de imaginar o céu como uma continuidade dessa vida? A Vida Plena de comunhão com Deus comporta uma continuidade, mas também uma descontinuidade: seremos nós mesmos, mas de outro jeito! Nesta vida terrena as nossas relações,  ao mesmo tempo em que nos aguça para o amor, também denuncia a nossa incapacidade de um amor total como o de Jesus, entretanto, ao atingirmos a plenitude do céu não haverá mais limites ou qualquer impossibilidade nesse sentido, porque estaremos em Deus e com Deus, que é a Plenitude da plenitude.
O Céu é uma comunidade, estaremos em comunhão com as pessoas, mas o elo dessa comunhão não será mais o nosso empenho e esforço, as relações serão perfeitas porque Deus mesmo será o nosso elo de comunhão, em Deus seremos Tudo em Todos.
Então para que serve as nossas relações neste mundo, principalmente a vida conjugal apresentada neste evangelho?  Exatamente para exercitarmos a vivência desta comunhão que jamais deve buscar a si, mas ao outro, fazer o outro feliz, ao passo que o outro, deverá ter tomado a decisão de ser sempre feliz, independente se o outro irá fazê-lo feliz ou não pois no céu, para ser feliz não dependeremos mais uns dos outros, mas apenas de Deus e por isso, essa esperada e sonhada felicidade, já está de certo modo garantida em Jesus Cristo.
Os Saduceus só conseguem imaginar o céu dentro de categorias humanas, se fosse assim, o céu de Deus não seria um lugar tão bonito e perfeito!

 O que permanece para a eternidade são as relações de amor
Os saduceus eram membros de um partido religioso-político que abrigava membros de famílias ricas de latifundiários. Ao contrário dos fariseus, eles não acreditavam na ressurreição e eram colaboracionistas com o poder romano.
Pela lei do levirato (Dt 25,5-10) o homem devia tomar como sua esposa a viúva de seu falecido irmão. Tal lei visava garantir que a família do falecido permanecesse na posse dos seus bens. Pelo direito de posse da mulher e por sua liberdade não havia nenhuma consideração. No caso anedótico proposto, a mulher casa-se com sete irmãos. O casamento e a mulher estão instrumentalizados em função da posse de bens. O que permanece para a eternidade são as relações de amor que constroem a vida, enquanto que os interesses econômicos o apego aos bens materiais se esvaecem.

Oração
Pai, és Deus da vida e Deus dos vivos, e queres todos os seres humanos em comunhão contigo para sempre. Ajuda-me a viver, já nesta vida, esta comunhão eterna.

 A VIDA SUPERA A MORTE
Ao questionar Jesus, os saduceus tinham a intenção de ridicularizar os fariseus, cuja fé na ressurreição dos mortos era bem conhecida, por ser uma crença propagada nos meios populares. Os saduceus queriam também conhecer a posição de Jesus, para saber de que lado se posicionava.
O ponto de partida da pergunta foi uma história um tanto grotesca, fundada numa teologia mal-enfocada. Supunha-se, erroneamente, que a ressurreição fosse a continuação pura e simples da vida terrena. Que a humanidade está envolvida por um determinismo cruel, estando todos os seres humanos fadados a idêntico destino eterno. Que a morte supera a vida, pois é para o sheol, lugar de trevas e sombra, que caminham todas as pessoas. Que Deus não tem o poder de interferir no destino eterno delas.
Jesus responde, estabelecendo uma distinção entre "este mundo" e o "outro mundo". O erro dos saduceus consiste em confundi-los. O ser humano está destinado a viver neste mundo, sem perder de vista o outro. Sendo Deus o Senhor da vida, pode doá-la tanto neste mundo quanto no outro. Entretanto, no mundo vindouro, a vida será vida plena, sem as limitações da vida terrena. Cessam, aí, as preocupações terrenas, como casar-se e dar-se em casamento, e desaparece, também, as ameaças da morte. A comunhão com o Pai torna-se penhor de vida eterna. A morte dá início, neste caso, a uma explosão de vida.

Oração Espírito vivificador, que a esperança na ressurreição dos mortos me faça viver neste mundo, sem perder de vista que meu destino é a vida plena, na comunhão com o Pai.

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