segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

sabado/ 17 Dezembro

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "Um Cristo enraizado na história humana..."

Os evangelhos, cada um com seu estilo e proposta, não nos apresentam um Jesus isolado em si mesmo, sem compromisso com o que veio antes, ou com o que veio depois, ao contrário, há um forte elo com o passado e com o presente, na própria contagem do tempo Jesus está no centro e de maneira misteriosa liga o passado, o presente e o futuro, o cromos aonde o Reino vai sendo construído e gestado. A esse respeito o próprio Jesus disse que não veio abolir a Lei, mas para mostrar o que de fato está em seu bojo, ocupando o lugar central...
Em Jesus toda promessa prometida a Abraão se realiza, há dois elementos divisores, o Rei Davi em quem prefigura a esperança messiânica (um tempo de sonhos e esperanças para o Povo da Promessa que via no ungido Davi a ação Divina), mas o outro elemento divisor é o Exílio da Babilônia, tempo de fracasso e humilhação, de esmagamento e perda total da identidade enquanto Povo da Aliança.
Nas pessoas mencionadas como elos da geração de Jesus, há grandes justos e grandes pecadores, inclusive Prostitutas, isso não para que fiquemos escandalizados, ao contrário, para que percebamos o quanto Deus nos ama permitindo que o Filho querido e amado fizesse parte dessa cadeia de gerações, das quais pela Fé nós o Povo da Igreja somos descendentes, nós que também somos grandes santos, mas grandes pecadores, nós que vivemos de euforias e triunfos, mas também fracassos.
O mais bonito é que se continuarmos essa geneanologia na Fé, ligando na linha do tempo e da história da Igreja, chegaremos a cada um de nós que um dia nascemos pelo Batismo, sendo Deus Jesus não teve princípio, nem meio e não terá fim, Nele, todos nós, os de hoje e os de ontem, os que ainda virão, vivendo na Fé, somos um só povo, que continuamos a acreditar nas promessas mas que temos também o privilégio de vê-las realizarem-se.

 Descendência davídica

A narrativa bíblica, no Primeiro Testamento, é pontuada com personagens que são elos para as cadeias de genealogias. As genealogias foram instrumento de afirmação da pureza racial no judaísmo que surgiu após o exílio. Serviam também para reivindicar estirpes sacerdotais e identificar vocações messiânicas. Elas foram elaboradas em uma seqüência ordenada em blocos de sucessão. Neste sentido, Mateus apresenta uma genealogia em três blocos: de Abraão a Davi, de Davi ao Exílio, do Exílio a José. Nelas destacam-se dois personagens maiores: Abraão e Davi.
Enquanto que em Mateus a genealogia descendente vai de Abraão a José, em Lucas a genealogia ascendente vai de José a Adão. No período entre Davi e o Exílio Mateus coloca a sucessão da realeza davídica, enquanto que Lucas segue outra ordem arbitrária. Lucas tem uma visão universalista da encarnação, menos atrelada à ideologia nacionalista davídica do judaísmo. Mateus inicia seu evangelho com esta genealogia no sentido de vincular Jesus à descendência davídica a partir da paternidade de José.
Oração
Pai, que a presença de teu Filho Jesus, na História, leve à plenitude a obra de tua criação, fazendo desabrochar, em cada coração humano, o amor para o qual foi criado.

 A HUMANIDADE DO MESSIAS

A genealogia de Jesus contém elementos importantes para a correta compreensão de sua identidade. Seu objetivo é mostrar a inserção de Jesus na história do povo de Israel e fazer sua presença, na história humana, ligar-se com a longa história da salvação da humanidade. Jesus, portanto, é apresentado como verdadeiro homem e não como um ser estranho, vindo do céu, não se sabe bem como.
A sucessão de gerações, que prepara a vinda do Messias Jesus, é um retrato da humanidade a ser salva por ele. Repassando a lista de nomes, encontramos gente de todo tipo: piedosos e ímpios, pessoas de comportamento correto e gente de vida não recomendável, operadores de justiça e indivíduos sem escrúpulos no trato com os semelhantes, judeus e estrangeiros, homens e mulheres. Todos eles formam o substrato humano no qual nasceu Jesus. Esta é a humanidade carente de salvação, para a qual ele foi enviado pelo Pai.
Jesus, porém, é apresentado como dom salvífico do Pai para a humanidade. O fato da concepção virginal aponta nesta direção. Quando a lista chega em José, diz-se que ele é o esposo de Maria da qual nasceu Jesus. A sucessão pela linha masculina é rompida, ficando implícito que o Pai de Jesus é o próprio Deus. Ou seja, a salvação não é obra do ser humano. Ela é oferecida pelo Pai por meio do Messias Jesus.
Oração
Senhor Jesus, que eu saiba reconhecer, em tua humanidade, a presença da salvação oferecida pelo Pai, como dom gratuito a todos nós.
Eis um evangelho que qualquer celebrante sente dificuldade na pregação, pode ser sacerdote, diácono ou ministro leigo, daí se fala do tempo do advento, repete-se algumas coisas que nos evangelhos são mais batidos, ou se repete um pouco o sermão do último domingo, inventando-se um "gancho" com esse monte de nome que Mateus cismou de colocar neste evangelho, e que não foi atoa, a mensagem é belíssima...

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