sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "A seriedade de um testemunho..."

 
Hoje em dia em alguns movimentos é muito comum um recém convertido dar testemunho para a assembléia sobre aquilo que Deus realizou em sua vida. Se isso é algo muito bonito, e que ajuda na conversão de outros irmãos e irmãs, há também o perigo da pessoa que vê e ouve o testemunho, não saiba interpretá-lo corretamente e fique parado na pessoa, na sua atitude, no seu jeito de ser, alguém renovado e convertido. Eis aqui um perigo...
Na minha experiência pastoral, quantos casais e pessoas já vi darem na assembléia, por ocasião de um retiro ou de uma celebração, belíssimos testemunhos de vida, mas depois...um belo dia tiveram uma recaída e o tombo foi mais feio que da primeira vez, casais exemplares que se separam, membros fiéis que abandonam a comunidade e vão para outra igreja cristã, por conta disso, aqueles irmãos ou irmãs novos na caminhada da fé, e que tinham essas pessoas ou casais como referência, na maioria das vezes acabam caindo junto e lá se vai um belo testemunho e uma bonita conversão por água abaixo...
Assim ocorreu com muitos Judeus no tempo de Jesus que sempre estavam, em confronto com ele, no evangelho joanino, tinham suas tradições religiosas e seus "Monstros Sagrados" entre eles Moisés, veneravam os grandes profetas entre eles o mais importante que foi João Batista,  o único que chegou a apontar para o anunciado em sua profecia. Entretanto, não conseguiram enxergar além, que os santos homens do antigo testamento, todos eles prefiguravam Jesus que haveria de vir, que o próprio João Batista apontou o Messias aos seus discípulos e a todo povo que o rodeava ás margens do rio Jordão.
Jesus Cristo é o centro da Aliança e podemos dizer de toda Sagrada Escritura, se o Novo Testamento é Cristocêntrico, o Antigo é preparação para o novo. Jesus não trouxe a Luz, Ele é a Luz, Jesus não apontou um caminho, Ele é o caminho, Jesus não apresentou uma Verdade, Ele é a Verdade!
As suas obras e o seu agir, ontem e hoje em nossas comunidades, dão testemunho dele próprio e do Pai que o enviou. Jesus é o centro da nossa missão, do anúncio e do evangelho, nada nem ninguém, até mesmo uma instituição, poderá ocupar esse lugar no Cristianismo.
As pessoas têm que se encantar, não conosco, mas com o Jesus que nós anunciamos, elas têm que aderir ao evangelho e os seus valores riquíssimos, e não á nossa pessoa ou o nosso jeito de ser, pois, sujeitos á concupiscência da carne, pode ser que um dia as decepcionemos, e se nós as direcionamos á Cristo elas não se abalarão, porque sua graça, dom e santidade superam e muito o nosso frágil cristianismo...

João Batista testemunhou a verdade

O evangelho de João narra que João Batista, logo no início de seu ministério "em Betânia, do outro lado do Jordão", foi interrogado por enviados das autoridades de Jerusalém (Jo 1,19-28). João Batista testemunhou a verdade, perante eles. Ele era o precursor de alguém que viria, maior do que ele. João é o princípio da salvação para aqueles que acolhem o compromisso decorrente de seu batismo. Porém o testemunho de João é limitado em relação à grandiosidade da novidade de Jesus. Todos os evangelistas reconhecem a importância de João como fundamento do ministério de Jesus. Porém insistem em mostrar como Jesus supera quaisquer expectativas humanas. A prova da autenticidade de Jesus, de sua filiação divina e de sua missão, são suas próprias ações de comunicação da vida. O Pai é o Deus da vida e a vida que se comunica na plenitude do amor é a obra de Deus. A comunicação da vida se faz sentir em contraste maior quando ela se faz aos oprimidos, explorados e excluídos, libertando-os, restaurando sua dignidade, sua capacidade de agir com autonomia gerando comunidades abertas e solidárias onde se vive a fraternidade na alegria e na paz. O próprio amor com que Jesus se comunicou com todos testemunha em seu favor.
Oração
Pai, reconheço Jesus como manifestação de tua imensa misericórdia pela humanidade. Dá-me tua luz para que eu o acolha como Messias salvador.

 O TESTEMUNHO MAIOR

O testemunho de João, embora necessário, deveria ser substituído por um testemunho maior, a ser oferecido pelas obras realizadas por Jesus. O conteúdo do anúncio de João era verdadeiro. O Messias seria maior do que ele. O batismo no Espírito Santo, que haveria de introduzir, superaria o batismo na água, praticado por João. O Messias seria a presença do juízo de Deus na história humana. Entretanto, seria insuficiente contentar-se com estas pistas e pensar que tudo estivesse resolvido. João era uma lâmpada ardente e brilhante que encantou a muito. Mas era preciso ir adiante.
O desafio consistia em reconhecer em Jesus a realização do que fora anunciado por João e recebê-lo como o enviado do Pai. Tratava-se de ultrapassar os limites da esperança e acolher o Messias como o cumprimento das promessas divinas. Jesus apresentou, em seu favor, as obras que estava realizando por mandato do Pai. Nelas seria possível detectar a presença da salvação na história humana. Fazia-se necessário, porém, superar os preconceitos contra Jesus e contra Deus, e discernir a ação divina na ação de seu enviado.
Contentar-se com a pregação do Precursor, sem chegar ao Messias, corresponderia a ficar no meio do caminho e não atingir a meta apontada pelo próprio João. Quem o ouvia e se deixava tocar por sua pregação, deveria também topar com Jesus.
Oração
Senhor Jesus, que a conversão e a penitência me preparem para reconhecer em ti o enviado do Pai e a realização das esperanças humanas.

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