segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Domingo , 11 dezembro

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "A FORÇA DO TESTEMUNHO!"

Quando alguém em nosso meio se destaca, na arte, na cultura, na política ou no esporte, fazendo algo diferente e estando muito acima da média, logo se torna famoso e importante, e diante disso, somos aguçados pela curiosidade em conhecê-lo, saber quem é essa pessoa, como ela vive no seu dia a dia, onde mora e o que faz quando está longe do público.Mais ainda, o que ela pensa sobre certas coisas, qual a sua opinião diante de temas polêmicos. É isso que faz certos programas de TV, ou pela Internet, que mostra aos fãs como vivem seus ídolos. Alguns são bem autênticos e até cultivam valores positivos, que através de revistas, jornais ou programas de auditório, passam aos jovens ajudando-os a viver melhor. Mas há também aqueles que infelizmente, sendo uma referência negativa e em nada contribuem no exemplo que dão aos nossos jovens.
Quando João Batista apareceu no deserto, ele não veio do nada e nem caiu do céu, mas é alguém que fez uma opção de vida, porque se sentia enviado por Deus para uma missão especial: anunciar a todos que o Reino já tinha chegado e era preciso se tomar diante dele uma decisão.Sua pregação tão enérgica, o modo austero que vivia no deserto logo chamou a atenção, naquele tempo havia muitos pregadores do messianismo, anunciando o fim do mundo, não diferente de hoje, mas o Batista se destacava de todos porque não se colocava como modelo de uma nova religião ou seita, mas anunciava alguém que representava a verdadeira renovação espiritual que o homem precisava, ele não queria seguidores para si, mas preparava as pessoas para seguirem o verdadeiro Mestre e Profeta de Israel que era Jesus Cristo.
O seu testemunho firme e inequívoco logo preocupou os judeus, que mandaram os representantes da religião oficial para interrogá-lo, pois tinham medo que ele fosse o messias prometido. Mas o Batista logo desfez essa mentalidade distorcida á seu respeito, ao afirmar “Eu não sou o Messias!”. Pronto! Estava desfeito o equívoco, João não era o Messias, nem Elias e nem o profeta, causando mais expectativa nos seus Interlocutores, que querem saber quem o autorizou a pregar, pois precisam levar uma resposta aos poderosos e líderes religiosos. No fundo a questão que preocupa as lideranças religiosas é só uma: quem é esse Deus que enviou João Batista, sem que ele tivesse uma linhagem profética ou fosse a reencarnação de um profeta famoso, a religião da manipulação não admitia outra linha de pensamento.
Em uma sociedade marcada por tantas correntes religiosas e eclesiologias diferentes, por ideologias enlatadas e rotuladas, é proibido pensar e viver diferente, por isso, naquele tempo, o povo, cansado da religião dos holocaustos, dos ritos purificatórios , jejuns e preceito sabático, acorre para João, atraídos pela novidade que ele anuncia, novidade que já está no meio deles e que em breve iria se manifestar.
Quem fica parado é poste, quem fica na mesmice cria bicho como uma água parada, viver a religião significa antes de tudo renovar-se constantemente, uma renovação que só pode acontecer quando abrimos a porta da nossa vida para acolhermos o novo que é Jesus Cristo - Filho de Deus, enviado do Pai, e que sempre inverte a ordem estabelecida, para desespero dos que não querem mudanças, nem na ordem social econômica e muito menos na religiosa. Nenhuma comunidade cristã deve ser tão fechada, a ponto de não aceitar que Deus tenha seus “enviados” como João, que anuncia algo novo.
O batismo dado por João, feito com água, é apenas o primeiro passo de quem ouviu e aceitou esse anúncio, e cheio de alegria se prepara para receber quem já está no meio do povo, e que irá marcar para sempre o homem com o verdadeiro batismo, tornando-o filhos e filhas queridas de Deus.
Podemos nos perguntar diante de Deus, neste terceiro domingo do advento, se o nosso modo de viver e pensar são um testemunho firme como o de João ou, embora cristãos, não passamos de “Maria vai com as outras”, curvando-nos diante de tantos valores que o mundo coloca diante de nós como absolutos, e que por isso mesmo, acabam roubando em nossa vida, o lugar que só pertence a Deus. Enfim, que testemunho é o nosso?

 João cumpre sua missão de "endireitar o caminho para o Senhor"

 
João Batista desempenha um papel fundamental no plano salvífico de Deus. Ele rejeita qualquer título messiânico, Cristo, Elias, ou "o profeta". João inaugura o batismo, que está na origem do sacramento de iniciação de nossa vida cristã. É o batismo da conversão à prática da justiça pela qual os pecados são removidos. Seu anúncio, a partir do deserto, entra em choque frontal com o Templo de Jerusalém. Era neste que, segundo a Lei, se purificavam os pecados mediante os rituais preceituados, com ofertas e sacrifícios de animais. Com o seu batismo e seu anúncio João cumpre sua missão de "endireitar o caminho para o Senhor". Ele deixa a expectativa quanto à chegada de alguém que está entre nós e nós não o conhecemos, o qual superará o próprio João.
O evangelista João, neste seu texto, identifica o local onde João Batista batizava. Era em Betânia, em território da Peréia (diferente de Betânia próxima a Jerusalém, onde moravam Marta, Maria e Lázaro). A expressão "do outro lado do Jordão" indica o caráter gentílico desta região. O batismo de João tinha características originais e sua proclamação foi tão marcante que lhe mereceu o epíteto de "o Batista". Atraídas por sua mensagem, acorriam a João multidões vindas tanto do mundo gentílico como da Judéia e da própria capital, Jerusalém. Isto abalava a estabilidade, o prestígio e os interesses das elites religiosas de Jerusalém, pois seus fieis estavam em massa indo atrás de João Batista, abandonando os rendosos rituais do Templo.
Assim a cúpula central do poder teocrático envia inquisidores, sacerdotes e levitas, para auscultarem João. Mais tarde também esta mesma cúpula enviará outros inquisidores à Galiléia para espreitarem Jesus (Mc 7,1). Respondendo às perguntas dos que o questionavam, João rejeita qualquer messianismo. Identifica-se como cumpridor da profecia de Isaías em preparar o caminho do Senhor.
O seu batismo com água terá sua plenitude com aquele que vem depois dele. "Mas entre vós está alguém que vós não conheceis...". João o identificará como o que batiza com o Espírito Santo. Deus, ao enviar seu Filho concebido de Maria, eleva a humanidade à condição divina. Nascido de Maria, Jesus de Nazaré, junto de sua família, antes de iniciar seu ministério, permanece cerca de trinta anos entre homens e mulheres de seu tempo, os quais não reconheceram sua condição divina. Dando continuidade e pleno sentido ao anúncio de João, Jesus, no início de seu ministério se apresentará como aquele que é portador do Espírito, e que anuncia a boa nova aos pobres e vem libertar os oprimidos, fazendo brotar a justiça (primeira leitura).
É o Espírito da paz, que nos traz alegria e nos move à oração e ao amor para com nossos irmãos, em contínua ação de graças (segunda leitura). O Advento é o tempo de apurarmos nossa fé em reconhecer o Filho de Deus em Jesus, presente entre nós e em nosso próximo, hoje e sempre, comunicando-nos sua vida divina e eterna pelo amor.
Oração
Senhor Jesus, como João Batista, desejo colocar-me totalmente a teu serviço, dando ao mundo o testemunho de tua luz.

 TESTEMUNHO DA LUZ

A pessoa e a missão de Jesus é que definiram a identidade de João Batista. Este fora enviado por Deus para ser testemunho da luz. Mediante sua pregação, muitas pessoas teriam a chance de chegar à fé e serem iluminadas pela luz, que é Jesus. A atividade de João preparava a chegada de Jesus, predispondo as pessoas para recebê-lo.
O pressuposto de seu ministério era que a humanidade estava mergulhada nas trevas e, por isso, vagava errante pelo caminho do pecado e da injustiça. Se não lhes fosse oferecida uma luz, não teriam condições de superar esta situação. Entretanto, o Pai decidira resgatar o ser humano para a vida. E o fez, por meio de seu Filho Jesus, cujo ministério consistiria em ser luz para o ser humano, mostrando-lhe o caminho para o Pai.
João Batista compreendeu este projeto de Deus e se colocou a serviço dele. Sua condição de servidor do Messias estava arraigada em sua consciência. Não cedeu à tentação de pensar de si mesmo, além do que correspondia ao plano de Deus. Não lhe cabia nenhuma das identificações do Messias, em voga na teologia popular. Ele não era nem o Messias, nem Elias, nem algum dos profetas. Era, simplesmente, um servo de Deus e do seu Messias. Este título era suficiente para defini-lo. Tudo o mais não passava de especulação.
Oração
Senhor Jesus, como João Batista, desejo colocar-me totalmente a teu serviço, dando ao mundo o testemunho de tua luz.

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