quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "A Casa de Isabel"

Que profundidade e beleza nesse encontro entre Maria e Isabel, onde se nota nitidamente esse "Dar de Si" de Maria, que entre as duas era a mais importante, poderia ela esperar o nascimento de        João Batista e convidar Isabel para vir em sua casa comemorarem as maravilhas que Deus estava realizando nelas. Ao contrário, quem se faz Serva do Senhor torna-se servo dos irmãos e irmãs, por isso Maria sai de sua casa, esquece da Luz esplendorosa que Deus acaba de acender nela tornando-a a mais importante entre todas as mulheres da terra de todas as gerações, e humildemente vai á casa de Isabel com o propósito de a serví-la.
A casa de Isabel são as nossas comunidades onde no encontro e na comunhão de vida com os irmãos e irmãs, experimentamos aquela mesma alegria de Isabel que sente dentro de si a Esperança saltar de alegria. Nesse encontro nas celebrações, a esperança se refaz, a vida se renova e o sonho do Reino de Deus é alimentado pela Palavra e Eucaristia.
A Igreja proclama hoje o apelo para sermos todos discípulos e missionários, saindo para evangelizar e dar o testemunho do Cristo que trazemos em nosso coração, sendo sempre gestado entre tantas esperanças e sonhos bons. Não é uma contra ordem para abandonarmos a comunidade, mas sim para descobrirmos nela o sentido maior do Cristianismo que é o serviço na gratuidade e na alteridade, comunidade é o lugar do encontro de quem espera algo novo e traz em si esta esperança, comunidade é o lugar da relação "Eu - Tu" sem a qual o Reino não vai acontecer.
E dos nossos limites e fraquezas, dos fracassos e desencontros, como do ventre seco e estéril de Isabel, Deus em seu poder e com a sua graça faz de novo brotar a esperança, mas esse é um privilégio legado aos que crêem e servem, seguindo nos mesmos passos de MARIA e Isabel.

 Deus se faz humano

Lucas, com sua narrativa da visitação de Maria a Isabel, faz a articulação entre os anúncios do anjo Gabriel a Zacarias e a Maria e o nascimento dos meninos, João e Jesus. A antiga religião do Templo de Jerusalém, representada por Zacarias é ultrapassada pela nova realidade da presença divina no ventre de Maria. O menino, João, pula de alegria no ventre de Isabel, quando esta ouve a saudação de Maria. Isto significa que João reconheceu a presença e o senhorio de Jesus já quando ainda estavam ambos nos ventres de suas mães.
Destacando a passagem da antiga religião para a nova realidade presente em Jesus, Lucas também induz os discípulos de João Batista, que formavam um grupo autônomo em seu tempo, a se unirem ao movimento de Jesus.
Nas narrativas de infância de Jesus e na exaltação de uma mulher a sua mãe (Lc 11,27) por seis vezes Lucas destaca o ventre de Maria como o lugar do encontro entre o divino e o humano, na concepção e gestação de Jesus. Fica assim, em evidência, que a encarnação é o acontecimento salvífico, pelo qual, Deus fazendo-se humano, a humanidade é assumida na condição divina e eterna.
Oração
Pai, a exemplo de Isabel, anseio conhecer a verdadeira identidade de Maria que, na sua humildade, tornou-se o ser humano abençoado por excelência.

 BENDITA ENTRE AS MULHERES

A visita de Maria a Isabel revelou traços importantes da personalidade da mãe do Messias Jesus. Ao levantar-se e ir às pressas até a Judéia, para servir a uma parenta necessitada de sua ajuda, Maria demonstrou sua disponibilidade para servir, sem interpor nenhum obstáculo: viagem longa, caminho perigoso, sua gravidez. Muito menos, julgou que a condição de mãe do Messias a colocava numa situação de superioridade. Com toda simplicidade, ela se pôs a caminho, para servir.
A saudação de Isabel sublinhou o quanto Maria era querida por Deus. Era uma mulher abençoada e trazia, no ventre, um ser igualmente abençoado. Por conseguinte, portadora e penhor de bênçãos. Donde a alegria de João Batista, ainda no ventre materno, quando do encontro com a mãe de Jesus. Esta era bem-aventurada, sobretudo por ser mulher de fé, capaz de acreditar no cumprimento de tudo o que lhe fora dito da parte do Senhor.
As palavras de Isabel foram inspiradas. Explicitaram, perfeitamente bem, o que se passava com Maria. Talvez, a própria mãe de Jesus não compreendesse as reais dimensões de sua relação com Deus. Sua simplicidade a impedia de se ter em grande conta. Sua condição de mãe do Senhor não mudou a idéia que fazia de si mesma. A servidora de Deus estava ali para servir à parenta necessitada. Uma coisa implicava a outra.
Oração
Senhor Jesus, ajuda-me a compreender a bem-aventurança aplicada a Maria, que se fez servidora de Deus e dos irmãos.

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