sábado, 10 de dezembro de 2011


 "Eu nasci assim e cresci assim, vou viver assim..."
Esta afirmação, embora poética, e que foi trilha sonora da personagem principal de "Gabriela", obra do Romancista Jorge Amado, que depois foi levado para o cinema e a TV, também mostra a teimosia de quem não quer saber de mudar de vida. A gente só pensa em mudanças de vida quando as coisas não vão bem para o nosso lado. Quando tudo está bem, e estamos levando vantagem, ficamos muito bem acomodados e rejeitamos qualquer mudança, chegando a odiar quem vier com tal proposta.
Para os poderosos da Corte Palaciana de Herodes, e para os poderosos do sistema religioso daquela época, o normal seria manter o "Status Quo" dominavam a política, a economia e o sistema religioso, tinham muitos privilégios e regalias. Como é que alguém, vai querer abrir mão dessas vantagens, só se for maluco!
A pregação, primeiro de João Batista, e depois de Jesus Cristo, exige uma mudança de vida, do modo de pensar e de agir, na relação com as pessoas. Até hoje vigora esse pensamento: se as mudanças me trarão algum benefício ou privilégio, sou capaz de brigar e até de matar, por elas, mas se vai me subtrair alguma coisa, me trazendo perdas, principalmente materiais, e me tirando algum poder que detenho, do mesmo modo brigo e luto para que não aconteçam e a vida do irmão de nada vale, perto dos meus interesses.
Assim foi que os profetas do antigo testamento, o próprio João Batista e depois Jesus Cristo, todos foram mortos, porque seus pensamentos e ações não se afinavam com os dos poderosos daquele tempo.
O interesse em comum, a justiça e a igualdade de direitos é o fundamento do Reino de Deus, em meio a uma sociedade bastante corrompida nesse sentido, nossas comunidades cristãs devem estar muito "afinadas" com os pobres, os miseráveis, os que sofrem, os que nunca têm vez.
Certamente que esta postura poderá nos trazer grandes encrencas e perseguições, então se encham de alegria, pois estamos no caminho certo do discipulado onde o profetismo será sempre rechaçado pelos que não querem mudanças...

 Jesus reconhece em João Batista e nele próprio características comuns com Elias

No tempo de Jesus manifestavam-se expectativas messiânicas diferenciadas dentro do judaísmo. O messianismo mais antigo se estabelecia em torno da figura de Davi, e deixara profundas raízes entre o povo. A tradição apresentava Davi como rei ungido (messias ou cristo) poderoso que criara um grande império, alimentando com isto o orgulho nacionalista de Israel. Sob o jugo de outros impérios, sonhava-se, então, com um novo Davi. A tradição retinha também a figura de Moisés, libertador da opressão sob o Egito e legislador. Moisés reúne as características de profeta e messias libertador. E a figura carismática e popular de Elias, profeta do norte, entra também, tardiamente, nas expectativas messiânicas. Esta se baseia nos últimos versículos do profeta Malaquias (3,22-23), de acordo com a interpretação de alguns grupos de escribas. Elias caracterizara-se pela denúncia do rei Acab com suas infidelidades e injustiças. As expectativas messiânicas populares em torno de Elias poderiam significar a insatisfação com o poder teocrático em vigor entre os judeus. Jesus reconhece em João Batista e nele próprio características comuns com Elias. Reconhece, particularmente, que o fim violento de João Batista será também o seu fim.
Oração
Pai, desfaze tudo quanto me impede de reconhecer em teu Filho Jesus, despojado de qualquer ambição mundana, a manifestação de teu amor pela humanidade.

 A VINDA DE ELIAS

As expectativas messiânicas do tempo de Jesus mesclavam-se com uma série de elementos, dentre os quais, a crença que, por ocasião da vinda do Messias, o profeta Elias haveria de retornar. Era bem conhecida a história do profeta arrebatado aos céus, num carro de fogo. Por não ter morrido, como qualquer ser humano, difundiu-se a esperança de que Elias voltaria no fim dos tempos, indicando, assim, que a vinda do Messias estava próxima.
Jesus não negou esta tradição. Entretanto, ofereceu um pista para indicar que ela já se havia realizado na pessoa de João Batista. A ação precursora dele em relação a Jesus correspondia àquela de Elias, em vista do Messias vindouro. A conclusão era evidente: Jesus era o Messias esperado por Israel. Deveria, pois, ser aceito e acolhido como tal.
Entretanto, o Mestre não se adaptou aos esquemas messiânicos do povo. Se, por um lado, sua presença assinalava o fim de uma era, por outro, introduzia, na história humana, um tempo novo. Ele superou a agitação messiânica, propondo aos discípulos um ideal de fraternidade, fundado na misericórdia e no serviço desinteressado aos irmãos. Igualmente recusou-se a responder questões de curiosidade a respeito do dia do fim do mundo e do número dos que seriam salvos. Desta forma, rompeu com o messianismo popular, dando margem para que seus discípulos assumissem sua vida e sua missão com mais seriedade.
Oração
Senhor Jesus, não me deixes contaminar pelas preocupações escatológicas. Antes, que eu esteja sempre voltado para o compromisso de transformar o mundo pelo amor.

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