segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 A  "Equipe de Resgate"

Nos grandes centros Urbanos é cada vez mais comum a atuação das equipes de Resgate, que se incumbe de atender pessoas vítimas de acidentes, conduzindo-os para o Hospital mais próximo, às vezes a operação se torna sensacionalista na grande mídia, envolvendo Helicópteros e veículos especiais com recursos dos Paramédicos.
A equipe de resgate é solicitada principalmente nos casos em que a pessoa a ser atendida está impossibilitada de se locomover. O que teria tudo isso a ver com o evangelho dessa Segunda Feira? E que na narrativa de São Lucas, a "Equipe de Resgate"  roubou a cena principal que caberia ao Paralítico, pois Jesus elogiou o dinamismo da Fé dos quatro irmãos que, mesmo enfrentando obstáculos quase que intransponíveis, conseguiram colocar o Paralitico diante de Jesus, para que a cura fosse possível.
O que temos na reflexão é na verdade um retrato do quotidiano das comunidades de Lucas e das nossas também, onde sempre existirão irmãos e irmãs que precisam constantemente ser carregados... e se considerarmos a paralisia, que nos impede de caminhar, como efeito do nosso pecado, podemos afirmar que "Comunidade é lugar de Carregarmos e sermos Carregados", pois o deixar-se carregar também é uma virtude do evangelho, quando reconhecemos que precisamos do irmão para viver bem a nossa vida de Fé. Os que dão mais trabalho são os prepotentes que não têm a humildade de serem carregados...
E o que é que nos leva a carregar e a permitir que também nos carreguem, quando necessário? Exatamente o desejo de fazer a experiência com Jesus Cristo na Vida em Comunidade, pois não é possível fazer experiência profunda de Jesus se não vivermos em comunhão com os irmãos e irmãs da comunidade.
Comunidade é também por excelência lugar do perdão e da misericórdia manifestadas no Amor de Deus presente em Jesus, tomemos como exemplo o Filho Pródigo, que quando deixou a casa e foi para longe, não se deu conta do gande amor que o Pai lhe tinha, somente ao voltar para casa é que fez essa experiência e descobriu que o Pai o amava tanto.
Os Escribas e Fariseus que aparecem nesse evangelho estão entre os prepotentes, auto-suficientes que não conseguem enxergar a relação com Deus senão na ótica da Lei, não conhecem, e parece que não querem conhecer a misericórdia Divina presente e revelada em Jesus Cristo, Aquele que é capaz sim, de perdoar pecados.
Nossas comunidades correm igual risco quando não fazem a experiência da misericórdia na relação entre irmãos, que atuam nas pastorais, movimentos, ministérios e outras associações de caráter eclesial. O que realmente liberta as pessoas e fazem caminhar, livres da paralisia, não são as normas e obrigações religiosas da nossa Igreja, mas sim o amor, a ternura e a misericórdia com que são acolhidas em nossas comunidades. Isso requer um grande esforço, às vezes até sobre humano, como fez essa "Equipe de Resgate" , demonstrando uma Fé que age, caminha e vai à luta para viver essa comunhão com Jesus na vida em comunidade, pois há muitas "paredes" e "telhados" nas relações cristãs, a serem superadas no âmbito da nossa Igreja.

 O infinito amor do Pai.

A fama de Jesus espalhou-se, logo no início de seu ministério. Ao ensinar, em Cafarnaúm, já se encontravam entre os ouvintes fariseus e mestres da lei, olheiros vindos de Jerusalém. As ações de Jesus manifestam o infinito amor do Pai. Jesus (Filho do Homem) desmonta a autoridade da classe sacerdotal e dos escribas "na terra", onde ele está presente como Filho de Deus. As ideologias que usam o nome de Deus para respaldar poderosos neste mundo estão esvaziadas. O perdão é fruto não do poder, mas sim do amor misericordioso.
Quem é amado passa a ter consciência de que está libertado da acusação de pecador que o humilha, deprime e exclui. O sinal de que se está livre da paralisia do pecado é a liberdade, é o levantar-se e o agir amoroso e solidário com a comunidade.
Oração
Pai, teu poder divino manifestou-se, de modo admirável, no ministério de Jesus. Torna-me também beneficiário deste poder que me abre para o amor misericordioso.

 VIMOS COISAS MARAVILHOSAS

A vinda de Jesus foi recebida de diferentes modos pelas pessoas. Os fariseus e os mestres da Lei suspeitavam de tudo que ele fazia. Perdoar os pecados parecia-lhes uma blasfêmia, pois, no entender deles, isto era prerrogativa de Deus. Igualmente, o dom de curar. Jesus, porém, não se deixava intimidar por eles. Embora os deixasse escandalizados, não se omitia de perdoar os pecados e de curar.
Pelo contrário, o povo sofredor acolhia Jesus com entusiasmo, por reconhecer, em sua ação, a presença de Deus. A cena do paralítico introduzido na casa pelo buraco, aberto no telhado, revela a fé em Jesus que animava o povo. E esta fé foi tamanha, que Jesus curou o paralítico, sem que o milagre fosse solicitado.
Na atitude do enfermo, o Mestre pôde captar todas as suas carências e vir-lhe ao encontro. E a primeira necessidade daquele homem, na perspectiva de Jesus, consistia em ser perdoado de seus pecados. A cura da paralisia era secundária em relação à deficiência espiritual. Daí ter vindo em segundo lugar. Em todo o caso, o enfermo recebeu tudo quanto precisava para viver de maneira digna, e voltou para casa totalmente refeito.
O povo, especialmente quem se beneficiava da misericórdia de Jesus, reconhecia as maravilhas operadas por Deus e o louvava pelo que fazia por meio de seu Filho.
Oração
Senhor Jesus, faze-me contemplar e reconhecer as maravilhas operadas por ti e, por tudo isso, glorificar o Pai.

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