segunda-feira, 11 de abril de 2011

IRMÃO CURSILHISTA


Pe. SEBASTIÃO

Em 2006, Dom Dario confiou-me a honrosa missão de acompanhar, como assessor eclesiástico, o MCC da Diocese de Leopoldina. Confesso que nesses anos de convivência com nossos queridos amigos, irmãos e irmãs cursilhistas, tenho aprendido bastante. O espírito de serviço, a humildade e a  disponibilidade manifestados, não só durante os dias da realização de Cursilho, mas também presentes nos vários encontros,  servem para aprofundar e consolidar a confiança mútua e estreitar os laços de nossa amizade cristã.
  Participei pela primeira vez em 1972, de um  Cursilho de três dias e muitas outras vezes, como mensageiro ou confessor. Nesses meus quase 45 anos de sacerdócio, durante 40 anos trabalhei diretamente no ministério pastoral paroquial, servindo também simultaneamente nossa Igreja particular, como coordenador de pastoral, representante dos presbíteros, coordenador das várias  pastorais sociais, com especial destaque e uma identificação muito grande com as CEBs, Pastoral da Juventude e nossa querida Pastoral Operária.
O diálogo e a convivência com pessoas conscientes e engajadas na Igreja e no mundo do trabalho, com suas  lutas diárias por salários mais justos e dignos e suas preocupações com a  promoção dos direitos  humanos, em plena ditadura militar,  o contacto com diversos sindicatos e  mesmo como professor, trabalhador do ensino,  deixaram marcas profundas no meu ser, transformadas em rica fonte de espiri- tualidade.
Os Movimentos de Igreja, por sua vez, se bem orientados e acompanhados, podem ser também rico instrumento de conscientização cristã e evangelização. O que não pode acontecer é fechar-se cada um deles  no seu chamado carisma específico e esquecer-se de  que somos cristãos participantes de uma comunidade paroquial, com suas necessidades, desafios e prioridades pastorais. Que haja um grande esforço, tanto da parte dos leigos como principalmente do clero, para a tão necessária e imprescindível pastoral orgânica ou pastoral de conjunto. No mundo consumista e capitalista (capetalista) de hoje imperam o comodismo e o individualismo. E nós, onde estamos, como estamos caminhando?
O Documento de Aparecida, no número 11 ensina-nos: “A Igreja é chamada a repensar profundamente e a relançar com fidelidade e audácia sua missão nas novas circunstâncias latino-americanas e mundiais... Trata-se de confirmar, renovar e revitalizar a novidade do Evangelho arraigada em nossa história, a partir de um encontro pessoal e comunitário com Jesus Cristo, que desperte discípulos e missionários.”
De fato, somente acompanhando de perto, nesses últimos cinco anos, o MCC, pude descobrir e compreender melhor a sua importância e valor, como  importante meio e válido instrumento, despertando lideranças cristãs  e colaborando  na formação de novos discípulos missionários nas escolas vivenciais da fé.  E um de seus objetivos é exatamente a evangelização dos meios ambientes. Certamente que os três dias do decorrer de um Cursilho não são suficientes e não bastam para uma verdadeira formação cristã.  Há necessidade de acompanhamento, longo processo de formação  e incentivo para os novos cursilhistas em suas bases. Lembramos seu famoso tripé: oração, formação e ação.
As Assembleias Regionais e Nacionais são momentos fortes e decisivos na caminhada do Movimento em nosso Brasil. A proposta de um “relançamento” do MCC do Brasil,  interpelado pela Palavra de Deus, sinais dos tempos, recentes documentos do magistério, particularmente, DA e DGAE, visando ser instrumento mais adequado na busca da formação de discípulos missionários é a sua pronta resposta e desejo de fidelidade à Igreja.
Na Assembleia Nacional de 2008 foi apresentada e aprovada a proposta de um tríduo preparatório para o jubileu de ouro do MCC do Brasil. O ano de  2009 foi reservado ao   VER, através de uma pesquisa orientada:  encontro pessoal com Cristo, experiência de fé, vivência comunitária, formação bíblico-teológica e compromisso missionário. Em 1010, ao JULGAR: subsídio da Assembleia Nacional, Maria, modelo de discípulo missionário, São Paulo, peregrino da fé (DA nº 246-275; 164-183).  Em 2011, estamos trabalhando o AGIR:  Elaboração de um plano de pastoral participativo, seguimento de Cristo, formação integral e pequena comunidade como centro de irradiação. O ano próximo será dedicado ao  CELEBRAR e AVALIAR:  Primeiro Congresso do MCC do Brasil, celebrar os 50 anos do MCC no Brasil, compromisso no seguimento de Jesus Cristo, convivência fraterna, participação nas escolas vivenciais, atuação nos ambientes, ardor missionário, transformação dos ambientes, etc.
Em nossa Diocese, um desafio que temos pela frente é implantar o Cursilho específico para jovens, encontramos muitos jovens engajados no MCC, mas a experiência de um Cursilho  só para jovens, creio que será bem vinda e poderá ajudar bastante na evangelização da juventude. Outra proposta, apresentada particularmente  ao setor de Ubá, onde existe uma grande população operária, seria uma atuação mais eficiente do pré-cursilho junto aos nossos irmãos trabalhadores, atingindo sobretudo suas lideranças.
A animação, perseverança e engajamento dos cursilhistas  nas comunidades paroquiais, nos setores e núcleos, dependem muito de cada um, mas também, em boa parte, do apoio, acompanhamento e carinho de nossos padres que certamente não faltarão.
Conforme pode perceber, nosso caríssimo leitor, o MCC no Brasil encontra-se em fase de revisão e aprofundamento. O relançamento do MCC  “ad extra”, ou seja ao público e a todos, vai depender do testemunho vivo dos seus próprios membros, tornando o Movimento de Cursilhos mais significativo e que seja um referencial para a Igreja no Brasil, preocupada com a evangelização da cidade (Pastoral urbana), de acordo com o DA.

ABRAÇOS  D E C O L O R E S !!!!
a todos os companheiros dessa caminhada.


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