sábado, 17 de agosto de 2013

Comentário do Evangelho - Um repúdio à marginalização

O Reino de Deus pertence, segundo este Evangelho e de acordo com Jesus, às crianças e aos que se parecem com as crianças. Assim os que têm o costume de brigar com as crianças, parem com isso! E os que se aproveitam delas e dos fracos para obter mais dinheiro, os exploradores, os escravizadores, os violentos, os que acreditam serem superiores, os que não querem levantar os olhos acima do horizonte, todos esses são como os discípulos, não chegam a compreender nada. E para nós resta recordar que precisamos ser como crianças: simples, inocentes, confiantes, para entrar no Reino.
    
     A atitude de Jesus de acolher as criancinhas, que eram apresentadas para que lhes impusesse as mãos e rezasse por elas, foi chocante para os discípulos. Estes as repeliam. A reação deles não foi motivada pelo receio de que estivessem esperando de Jesus um gesto mágico, nem eram movidos por ciúme ou por impaciência. Simplesmente, eram ainda incapazes de compreender o verdadeiro sentido do ministério de Jesus. A atitude do Mestre deveria ser bem considerada, para dela tirar as devidas lições.
 
     O gesto de impor as mãos sobre as criancinhas aconteceu quando Jesus estava a caminho de Jerusalém, onde se consumaria o seu ministério. Momento terrivelmente sério de sua vida! No entanto, pelo caminho, mostrava-se sempre pronto a deter-se para acolher os humildes, os doentes e quem carecia de sua misericórdia. Embora a situação fosse grave, os pequeninos continuavam a ocupar o mesmo lugar no seu coração. Gesto semelhante deveriam fazer os seus discípulos.
 
     Contrariando a mentalidade de seu tempo, Jesus repudiava a marginalização à qual as criancinhas eram relegadas. As que lhe foram apresentadas, tornaram-se símbolo das crianças de todos os tempos e lugares, as quais deverão ser tidas como modelo de atitude existencial dos discípulos do Reino. Estes devem primar pela humildade e pequenez diante de Deus, rejeitando toda atitude soberba e orgulhosa.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE
 
Oração
Espírito de pequenez diante de Deus, leva-me a ser humilde como as criancinhas, desprovido de soberba e de orgulho que me induzem a marginalizar o meu próximo.

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