segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Comentário do Evangelho - Guias cegos

 
Os escribas eram os que conheciam bem a Lei e as pessoas a quem o povo recorria quando não sabia o que fazer. Os fariseus faziam parte do grupo que pretendia ser dos puros, vivendo a religião judaica em toda a sua integridade. Uns e outros acabavam fazendo da religião uma forma de vida que os separava de seus irmãos. Os primeiros porque explicavam, mas não se sentiam obrigados a viver. E os segundos porque se sentiam superiores e separados de seus irmãos. A uns e a outros Jesus os chama de hipócritas.
Hoje Jesus teria algo a nos dizer?
 
    
     No intuito de precaver os seus discípulos, Jesus alertava-os quanto ao modo de viver incoerente dos mestres da Lei e dos fariseus. Estes, na ilusão de estarem vivendo uma vida modelar, comportavam-se como cegos que querem ser guias dos outros cegos. A incompatibilidade da pretensão deles manifesta-se de muitas maneiras.
 
     Pensando ser os autênticos intérpretes da Palavra de Deus, acabavam por desencaminhar as pessoas, impedindo-as de entrar no Reino dos Céus. Insistiam nos detalhes da Lei, mas descuravam o fundamental. Preocupados com a exterioridade, não permitiam que a vontade de Deus penetrasse, realmente, em seus corações.
 
     Resultado: ao invés de serem portadores de salvação, acabavam sendo motivo de condenação tanto para os judeus quanto para os pagãos, convertidos ao judaísmo por sua ação proselitista. O fanatismo dos convertidos tornava-os merecedores de duplo castigo.
 
     Outra atitude equivocada dos mestres da Lei e dos fariseus consistia em confundir as pessoas, por meio de uma casuística estéril, levando-as a se afastarem da vontade de Deus. É pura perda de tempo fazer distinções capciosas em torno do mandamento divino se, no fundo do coração, a pessoa não tem a intenção de pautar sua vida por ele. Este tipo de casuísmo é resultado de uma cegueira insensata.
 
Pe. Jaldemir Vitório
 
Oração
Espírito de clarividência, sê meu guia seguro no caminho da fidelidade ao Reino, precavendo-me contra quem, indevidamente, quer arvorar-se em líder.

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