terça-feira, 17 de setembro de 2013

Comentário do Evangelho - Tocado pela dor

Jesus condoeu-se ao ver aquela mulher. Não lhe restava nada na vida. Estava viúva e seu único filho estava ali morto a caminho do cemitério. No fundo, ela também estava morta. E não só sob o ponto de vista afetivo – visto que não lhe restava família. Estava morta sob o ponto de vista social porque naquela sociedade uma mulher, sem um homem (pai, esposo ou filho) que defendesse seus direitos, não valia nada. Mas Jesus se coloca ao lado da vida. Então onde reinava a morte Jesus fez com que se apresentasse a vida e a esperança.
    
 
    O sofrimento da pobre viúva tocou fundo o coração de Jesus, a ponto de fazê-lo interromper seu caminho rumo à cidadezinha de Naim, situada nos arredores de Nazaré.
 
        O texto evangélico refere-se a dois cortejos: o cortejo alegre do Messias e o cortejo fúnebre do filho de uma viúva da cidade. Com o Mestre, iam os discípulos e uma grande multidão. É fácil de imaginar o clima que reinava entre eles. Sentiam-se empolgados pela presença de Jesus, por suas palavras e seus gestos poderosos. As pessoas contemplavam-no, esperançosas. Vendo-se abandonadas por todos, finalmente parecia que uma esperança despontava em seu horizonte. Era como se uma luz começasse a brilhar!
 
         Na direção contrária seguia o enterro de um jovem, acompanhado por sua mãe e por "muita gente da cidade". A situação da mãe era lastimável. A morte do filho único deixava-a desesperada. Quem haveria de socorrê-la em suas necessidades? Quem haveria de defendê-la contra os prepotentes? Para ela, era como se sua única luz tivesse extinguido!
 
        O encontro com Jesus reverteu essa situação. O Mestre ressuscitou o jovem e o restitui à sua mãe, ao passo que o cortejo fúnebre entrou no clima de empolgação dos que seguiam o Mestre. Chegaram até a pensar que ele fosse o profeta Elias de volta para o meio do povo para trazer-lhe salvação. De fato, ele era o Messias cheio de compaixão pelos sofrimentos da humanidade.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Pai, torna-me sensível ao sofrimento e à dor de cada pessoa que encontro no meu caminho. Que a minha compaixão se demonstre com gestos concretos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário