sábado, 7 de setembro de 2013

Comentário do Evangelho - O poder de dar e proteger a vida

 
Os fariseus seguiam a lei ao pé da letra. Em vez de ajudar o homem, parecia que era o homem que tinha sido feito para a Lei. Para Jesus, o importante é a vida, a libertação da opressão. Debulhar algumas espigas para matar a fome não era ir contra a Lei, mas atender a uma necessidade vital. Jesus lhes lembra a atitude de Davi em situação semelhante, ao comer o pão sagrado e o dividir com os companheiros. Na verdade, as autoridades judaicas agiam de má-fé para incriminá-lo. O ódio cega as pessoas. Só a humildade lhes permite voltar a ter paz. 
 
       Uma vez mais o descanso sabático está no centro da controvérsia. Os fariseus, pelos dados que o Novo Testamento nos oferece, se tornaram legalistas: trata-se, pura e simplesmente, de cumprir um a um os preceitos da Lei. É bastante provável que o sentido da Lei tenha ficado esquecido, como ficou esquecido o amor de Deus que permanece velado atrás da letra da Lei. A pergunta de alguns dentre os fariseus é esta: "Por que fazeis o que não é permitido em dia de sábado?" (v. 2).
 
       Segundo Jesus, no dia de sábado é exigido fazer o bem e salvar a vida (vv. 8-9). Jesus responde recorrendo a um episódio de Davi (1Sm 21,1-10). O que justificou a atitude de Davi foi a fome e a necessidade de manterem a vida em boas condições (cf. Lc 6,3-4). O exemplo de Davi ilustra a argumentação de Jesus contra os fariseus e em favor dos discípulos. "O Filho do Homem é Senhor também do sábado" (v. 5), isto é, o sábado, dia de se lembrar da misericórdia de Deus, é tempo privilegiado da manifestação do seu poder, poder de dar e proteger a vida, poder de libertar da escravidão do mal.
 
Carlos Alberto Contieri, sj
 
ORAÇÃO
Pai, torna-me sensato na prática das exigências religiosas, para eu buscar, em primeiro lugar, o que realmente é do teu agrado e está a serviço da vida, cuja fonte és tu.

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