Nesta  vida tudo é discutível e negociável à exceção da morte, que irá nos acontecer  mais cedo ou mais tarde, sendo que a morte nos trará o juízo de Deus. É uma  verdade que não gostamos nem de pensar mas que somos convidados pela palavra de  Deus a pensarmos naquele primeiro momento, em que estaremos diante de Deus,  após a morte.
           Sabemos  que haverá um julgamento e isso significa que Deus espera algo de cada um de  nós e poderíamos até afirmar que temos uma meta a ser alcançada, uma missão a  ser cumprida e nesse caso, a primeira coisa a ser feita é estarmos disponíveis  para Deus, mesmo que não nos julguemos capazes para isso, como tantos  vocacionados da Sagrada Escritura.
          A  nossa Fé deverá ser inabalável, mesmo que algo dê errado, pois como simples  mortais, estamos sujeitos as imprevisibilidades desta vida que são aqueles  acontecimentos que não esperamos, e que podem nos atingir ou a alguém do nosso  relacionamento, como aqueles galileus, que se envolveram em um conflito com os  soldados de Pilatos no templo de Jerusalém e foram brutalmente assassinados, ou  como aquele grupo de trabalhadores que morreram tragicamente na queda de uma  torre que estava sendo construída. Em minha paróquia, há duas semanas celebrei  o batismo de 11 crianças, e o Pai de uma delas, que estava na celebração, na  terça feira foi vítima de uma acidente de trabalho e veio a falecer e eu fiz as  ezéquias na terça feira a noite, dois dias depois de celebrar com ele o Batismo  de sua filhinha.
          Não  é Deus que provoca esses acontecimentos, para punir e castigar os pecadores,  como podem pensar algumas correntes religiosas, o massacre dos galileus foi um  ato de violência contra a vida, a mando de Pilatos, e a queda da torre, pelo  menos naquele tempo, não foi nenhum atentado terrorista, mas um acidente de trabalho,  aliás, que também merece uma reflexão, pois os acidentes de trabalho acontecem  por causa de alguma falha humana ou alguma condição insegura. Porém, Deus  consente estes fatos porque respeita a liberdade humana, mas a partir da  tragédia, nos ensina alguma verdade que serve para a nossa edificação.
          Sobre  tudo o que ocorre no mundo de hoje, guerras, conflitos, chacinas, execuções,  crimes hediondos até contra crianças, falamos e ouvimos muitos discursos  inflamados, desde o simples cidadão até as altas celebridades que nos grandes  meios de comunicação promovem debates acirrados, ao lado de uma imprensa  sensacionalista onde indignados jornalistas gritam palavras de ordem, dando-se  a impressão de que, por conta disso, grandes mudanças irão ocorrer. Mas ao final,  tudo continua como antes até que aconteça a próxima tragédia, para sacudir a  opinião pública.
          Jesus  não entra nessa onda, não declarou guerra contra Pilatos, que era o que muitas  lideranças queriam, e nem arquitetou alguma severa punição para aplicar aos  responsáveis pela queda da torre. De investigação e denúncias, o povo já está  saturado, porque no final da história, os culpados sempre ficam impunes.
          Jesus  aproveita o fato para nos alertar sobre a urgência da nossa conversão, que se  inicia quando mudamos a nossa mentalidade em relação a Deus, ele não é aquele  que abençoa dando saúde e bens materiais a quem lhe obedece, e que faz cair a  desgraça na cabeça de quem não o aceita, pois se fosse assim, não ocorreriam  tragédias na vida de um cristão.
          Ele  quer que concentremos nossa atenção no presente, percebendo a cada minuto á sua  vontade a nosso respeito, fazendo o reino acontecer a partir de pequenos gestos  de amor e de solidariedade em nosso quotidiano, porque se deixarmos esta vida  passar em branco, sem nos darmos conta de que temos uma missão a cumprir,  frutificando segundo a palavra e a graça de Deus, iremos nos surpreender ao  final, porque seremos semelhantes a uma árvore seca e improdutiva justo na hora  da colheita.
          Nesta vida Deus nos fertiliza todos os dias com a sua graça e a sua  santa palavra dando-nos todas as condições para produzirmos bons frutos. Só  depende de nós! E não precisa dizer o que vai acontecer com a árvore seca, que  não dá nenhum fruto... 
Diácono José da Cruz
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
ORAÇÃO
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.
Pai, que a minha vida seja uma contínua busca de comunhão contigo, por meio de um arrependimento sincero e de minha conversão urgente para ti.
 
 
 
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