segunda-feira, 16 de junho de 2014

Meditação: Amor sem limites

 

       Todos os Cristãos têm plena consciência de que o Amor a Deus e ao próximo é a essência do cristianismo, afinal trata-se do Mandamento novo dado por Jesus. O problema está nos limites que colocamos no Amor e na intensidade do amor dependendo das pessoas. Amor que não é sem limites, não é cem por cento Cristão.
 
       O Amor deixado por Jesus tem a característica do Amor Sacrifical, foi com esse amor que ele amou a Igreja e deu por ela a própria vida. É um amor onde vamos morrendo aos poucos pelas pessoas as quais amamos. Por isso no evangelho de hoje ele dá o esclarecimento sobre a prática desse amor, para que não paire dúvida e ninguém se sinta no direito de corromper o sentido e o significado do Amor Cristão.
 
       Oferecer a outra face a quem feriu a primeira, ceder a capa a quem está pleiteando na Justiça a nossa túnica, andar dois mil passos a mais, dos quatro mil exigidos pela outra pessoa...são ações que estão dentro de um contexto social e religioso. Como entender e praticar esses valores do evangelho nos dias de hoje? “Se seguirmos ao pé da letra vamos fazer papel de trouxa”, poderá pensar alguém. O que está em jogo em todas essas ações é o Espírito de Vingança, muito forte no Antigo Testamento, como recomendava a Lei do Talião “Olho por olho por olho, dente por dente”.
 
       Quando alguém nos faz um mal, pensamos em vingança, aliás, a imagem de um Deus vingativo é muito forte em nós, por conta de uma catequese mais antiga. Principalmente quando acontece uma desgraça na vida de alguém que nos prejudicou, entendemos que foi uma ação divina para punir o sujeito, e assim nos sentimos vingados, porque o mal atingiu a vida do infeliz.
 
      É aí que Jesus inverte esse quadro e orienta para que nossas ações com o próximo que nos prejudicou, não sejam maldosas ou vingativas, exatamente por que somos imagem e semelhança de Deus e o Amor e o perdão deve ser a nossa última palavra. Coisa dificílima de acontecer e de se por em prática, e até mesmo nas nossas comunidades cristãs vemos trocas de ofensas e pequenas vinganças. Nos meios familiares até agressões e mortes acontecem, refletindo uma sociedade violenta.
 
      Os Cristãos são chamados a esse desafio, de irem além sendo capazes de manifestar perdão e misericórdia nos ambientes mais hostis. Deus conhece as nossas misérias e fraquezas, nossos instintos maldosos e vingativos, mas concede-nos a sua Graça, oferece o alimento da sua Palavra e da Eucaristia, para que sejamos realmente capazes de ir um pouco além no nosso jeito de amar as pessoas.
 
Diácono José da Cruz

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