terça-feira, 12 de novembro de 2013

Meditação - Formação da comunidade

  
        Parece que nas comunidades de Lucas havia agentes de pastoral, ministros, coordenadores e cooperadores, que estavam querendo agradecimento pelo trabalho que faziam. Tinha um que dizia assim "Ingratos, fiz tanto por essa comunidade, e nunca me deram um presente sequer, nem um muito obrigado". Outros mais otimistas pensavam "Faço muito por essa comunidade, com a melhor das boas intenções, espero que algum dia alguém reconheça a minha dedicação e amor".
 
          Havia ainda os daquele tipo "Donos do Pedaço", que pensavam: "Nossa como sou importante nessa comunidade, até o Padre me respeita e pede a minha opinião, o pessoal da pastoral não sai da porta da minha casa, parece que sem mim a coisa não funciona, claro que o pessoal gosta muito de mim e isso é uma forma de agradecer pelos incontáveis serviços que já prestei e ainda continuo prestando a eles, por isso ninguém me contraria e todos acatam o que eu falo, acho que sou líder nato, é carisma e dom que recebi..."
 
          Naquele tempo tinha muitos servos e servas inúteis, fazendo o que simplesmente deveriam fazer, mas em compensação arrotando vantagens, esnobando talentos, buscando elogios, apoio e prestígio. Mas isso não seria tão grave se a coisa não voltasse até contra Deus.
 
         "Deus é testemunha do quanto eu amo esta comunidade e faço por ela, por isso sou abençoado e não acontecem desgraças na minha vida, como o vizinho aí do lado, que nunca pôs os pés na igreja".
E finalmente o tipo inconformado "Olha Deus, que decepção, me doei tanto para a comunidade e agora o Senhor me manda essa doença? Dei ao Senhor os melhores anos da minha vida e é isso que ganho em retribuição? Se soubesse disso, teria caído na gandaia e aproveitado a vida" ( Esse aqui acha que não aproveitou a vida, porque trabalhou o tempo todo na comunidade).
 
           Bom, enfim eis aí o evangelho de hoje, que mostra as avessas do que fazemos, pensamos e somos, em servir os irmãos com o nosso carisma, fazendo o melhor e dar o melhor de si, é servir o próprio Jesus que está nele, e então o nosso servir, que aparentemente parece um grande altruísmo, nada mais é do que gratidão, pela entrega total de sua vida na cruz do calvário. Devemos tudo a Ele, e não o contrário...
 
          O qualificativo INÚTIL, empregado nesse evangelho, justifica-se porque, quando se espera recompensa, gratidão ou qualquer outra coisa das pessoas a quem servimos, a ação prestada não serviu para NADA, pois todos os nossos carismas e talentos não nos pertencem mas sim a Deus, e daí, aplica-se um velho e conhecido ditado: Só estamos fazendo favor, com o chapéu alheio...
 
Diácono José da Cruz

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