domingo, 12 de abril de 2015

Comentário do evangelho - Crer sem ver

 
O Evangelho de hoje nos apresenta dois relatos da aparição de Jesus aos seus discípulos. No primeiro (Jo 20, 19-23), os discípulos estão reunidos em Jerusalém, possivelmente na mesma sala onde realizaram a ceia de despedida. Os discípulos estão com medo, por isso, as portas estão fechadas. Seu líder foi morto e ainda foram acusados de terem roubado o corpo de Jesus. Em meio ao medo, Jesus aparece junto deles e lhes deseja a paz: "A paz esteja convosco!". Depois, Jesus mostrou-lhes as mãos e o lado do qual jorraram sangue e água e os discípulos se alegraram por verem o Senhor. Em seguida, Jesus renova o dom da paz repetindo a saudação: "A paz esteja convosco".

             A bem-aventurança de crer no Senhor Ressuscitado, sem tê-lo visto, diz respeito a todos os cristãos. Neste caso, o pré-requisito para se tornar bem-aventurado consiste em dar crédito ao testemunho de quem "viu" o Senhor, e anunciou que ele está vivo. A tradição cristã, ao longo dos séculos, foi se formando a partir do testemunho dos primeiros cristãos. Estes saíram pelo mundo inteiro para anunciar que o Senhor ressuscitou, testemunhando o fato, não só com palavras, mas também com a vida. O testemunho de fé - palavra e vida - da comunidade é a única forma de ter acesso ao Senhor. Só por este caminho é que se chega a Jesus.

             Como consequência, cada cristão deve estar convicto de que é mediação da experiência do Ressuscitado, para todas as pessoas com quem se defronta. Quando o cristão, realmente, assimila a dinâmica da ressurreição, e a deixa transformar sua vida, torna-se uma prova convincente de que o Senhor está vivo, e sua presença tem a força de mudar, radicalmente, a vida de quem o acolhe. Este é o testemunho que atrairá muitas pessoas para a fé.

             Assim, embora não vejamos Jesus ressuscitado com os nossos olhos, é possível acolhê-lo na fé, e testemunhar que ele, de fato, está no meio de nós.

Pe Jaldemir Vitório
 
      
Oração
Espírito de fé, tira de mim tudo o que me impede de acolher, com docilidade, a presença do Ressuscitado em minha vida e na de minha comunidade.

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