segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Comentário do Evangelho - Jesus anuncia a a boa nova

Jesus chegou à sinagoga de Nazaré, depois de sua prova no deserto, segundo a narração de Lucas. A cena comunica a síntese e o modelo da pregação de Jesus. De início, as pessoas ficam surpresas com o anúncio e a declaração de Jesus como Messias. “Todos começaram a elogiá-lo”.
 
Em seguida, veio a dúvida: “Não é ele o filho de José?” Segue-se a rejeição: “todos na sinagoga ficaram com muita raiva”. E, acabam por tentar um homicídio: “arrastaram Jesus para fora da cidade e o levaram até o alto do monte onde a cidade estava construída, para o jogar dali abaixo”. O texto conclui dizendo que “ele passou pelo meio da multidão e foi embora”. Em tão pouco tempo, o povo manifesta diferentes reações. Acolhe, reprova, condena, tenta eliminar!

       O texto de Isaías, lido por Jesus numa assembleia litúrgica na sinagoga de Nazaré, possibilitou-lhe explicitar o sentido de sua presença e de sua missão, na Terra. O profeta falava de um Ungido do Senhor, enviado com uma missão bem precisa junto aos marginalizados deste mundo. Por meio deles, os pobres ouviriam a Boa Nova da libertação, os angustiados seriam consolados, os presos anistiados, os cegos voltariam a enxergar e os oprimidos ver-se-iam livres da opressão. Estas categorias de pessoas são a síntese da humanidade sofredora, carente de misericórdia.

       Ao anunciar que a profecia estava se cumprindo naquele momento, Jesus proclamava que, mediante o seu ministério, iniciava-se, para os pobres, aflitos, presos, cegos e oprimidos, o Reino da definitiva libertação. Sua missão consistia em ser a presença libertadora do Pai junto às vítimas do egoísmo humano. Doravante, descortinou-se para elas a possibilidade de reconquistar a dignidade de seres humanos, e de superar a situação a que estavam relegadas.
       Efetivamente, ao longo de seu ministério, os pobres receberam de Jesus mostras de benevolência: sentiam-se acolhidos e amados por ele. Assim, a profecia tornava-se realidade, mas também deve continuar a ser realizada na vida dos discípulos de Jesus. Também estes, como o Mestre, devem ser, para os pobres, mediação da misericórdia divina.
 Pe. Jaldemir Vitório

Oração: Espírito de benevolência para com os pobres, que eu seja, a exemplo de Jesus, mediação da misericórdia divina para quem carece de libertação.



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