terça-feira, 30 de setembro de 2014

Comentário do Evangelho - Serenidade, a marca do Discípulo

 
     Há uma virtude que é essencial em um Discípulo: a serenidade! Jesus está na reta final da sua missão que terá o ponto culminante em Jerusalém e enviou à frente, pelo caminho, seus discípulos. Já se faz tarde e é preciso pensar em uma pousada para dar continuidade no dia seguinte à  caminhada. Samaria seria o ponto de parada e os discípulos incumbidos dessa providência, Tiago e João, enfrentam a hostilidade de Samaritanos, que se recusam a receber como hóspede um homem que vai para Jerusalém, pois Judeus e Samaritanos não se davam, eram como duas torcidas de dois grandes times, em dia de clássico, cada um por um caminho senão a briga era inevitável e o ódio explodia.
 
     Tiago e João ficam indignados e perguntam a Jesus se este não quer que eles roguem uma boa praga sobre aqueles ingratos, fazendo chover fogo do céu em suas cabeças... Pronto! Perderam a serenidade diante da rejeição  a Jesus! Em nossas comunidades sempre há os defensores ferrenhos da Igreja, da Verdade, do Bispo e do Padre, se alguém falar alguma coisa contra a religião, já querem partir para a ignorância. Uma vez presenciei um membro de comunidade, que se atracou com um Espírita, por causa da devoção a Nossa Senhora Aparecida. Já vi também na fábrica, pessoas perderam a amizade por causa de discussões religiosas. Se o Cristão perder a serenidade, diante das contrariedades, a missão vai por água abaixo, pois perde-se o foco da mesma...
 
     Lucas nos apresenta Jesus determinado, decidido, resoluto a cumprir a missão que terá o seu desfecho em Jerusalém, nada mais o irá deter, muito menos aquela rejeição dos Samaritanos, que também, juntamente com toda humanidade, irão ser Salvos pela sua obra. Discípulo que não aguenta as contrariedades, que perde a estribeira diante de fatos como este, demonstra não ter maturidade suficiente na Fé, agindo sob o impulso da paixão, em um fanatismo que destrói a essência de qualquer religião.
 
     Samaritanos também se salvam; os que hoje rejeitam o evangelho, os que atacam a nossa Igreja, os que ridicularizam com as coisas Sagradas da nossa Igreja, inclusive os Ministérios, também poderão ser salvos, pois, responder rejeição com rejeição, ódio com ódio, preconceito com preconceito, jamais será digno de um cristão porque contradiz o Mandamento maior do Amor, que a tudo perdoa, compreende e dialoga. Em nenhum momento de sua vida Jesus odiou os que o rejeitaram e o condenaram a morte, ao contrário, do alto da cruz, agonizante, pediu ao Pai que os perdoasse, porque não sabiam o que estavam fazendo. O equilíbrio na Fé nos permite estarmos sempre abertos ao diálogo com o “diferente”. O nosso querido Papa Francisco vem fazendo isso com grande maestria. Vamos imitá-lo!
 
Diácono José da Cruz
 
ORAÇÃO
Pai, livra-me de ser levado por impulso e pelas paixões ao me deparar com quem se recusa a acolher a mensagem do Reino. Que a minha mansidão possa conquistá-lo para ti.
 

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