segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Comentário do Evangelho - O Nascimento de Maria


O início do Evangelho de Mateus afirma que Jesus é descendente de Davi e de Abraão. Indicava a continuidade e fidelidade da promessa de Deus. Outro detalhe é a presença de quatro mulheres: Tamar, Raabe, Rute, a mulher que tinha sido esposa de Urias (Bateseba).
De Abraão a Cristo sucedem-se três grupos de catorze gerações cada. Esta precisão indica que só Jesus e não outro, é o ponto de chegada da promessa divina. Só ele é o messias.
O evangelista quer registrar que em toda esta história e através destas pessoas Deus se fez presente e atuante. Também Maria se encontra nesta lógica divina: “Jacó foi pai de José, marido de Maria, e ela foi a mãe de Jesus, chamado Messias”. Por que a descrição não segue como vinha sendo feita: “a” foi pai de “b”? Por que Maria, e não José, está na origem da geração de Cristo? – perguntamos. Isto se explica pelo próprio Evangelho quando afirma que Maria “concebeu um filho por obra do Espírito Santo”. A preocupação do evangelista é iluminar a verdadeira identidade de Jesus, descendente de Davi, de modo extraordinário, o Salvador, Emanuel, Deus-conosco, nascido virginalmente de Maria.

      Qual a expectativa de São Joaquim e Santa Ana, quando Maria nasceu?  A mesma de qualquer casal dos nossos tempos, uma alegria muito grande e um olhar cheio de esperança para o futuro daquela criança. Joaquim e Ana eram um casal como tantos outros em meio ao Povo de Israel, como bons Judeus, traziam na alma e no coração a esperança de uma libertação Messiânica e nem imaginavam que a criança que acabara de nascer iria ser extremamente importante naquele acontecimento extraordinário, que foi a vinda do Messias, predito nas escrituras e nos profetas.
 
      Pelo decorrer da história percebe-se que os Pais de Maria foram excelentes educadores e viviam com grande piedade e zelo a religião  de Israel. Hoje em dia os pais acham tão difícil educar um filho ou uma filha na Fé cristã, mas se tivermos a pretensão de mudar o mundo para melhor, é preciso dar a nossa contribuição na educação e formação religiosa dos filhos, Maria foi muito bem preparada pelos pais e por isso Deus se encantou com ela, com a sua ternura, com a sua Fé, com o seu modo de ser filha.  É bem verdade que em um primeiro momento as coisas não deram muito certo, mais ou menos entre 13 e 14 anos a menina apareceu grávida e já era noiva do José.  Acontecimentos inesperados ou às vezes desagradáveis acontece na vida de todas as famílias, a questão é, como as pessoas se portam diante desses fatos, é isso que vai demonstrar se a pessoa tem uma Fé verdadeira e madura.
 
      Tanta coisa poderia ter dado errado. José poderia rejeitar Maria para sempre, Os pais poderiam não entender o ocorrido, os parentes e vizinhança poderiam olhar com desdém para Maria, isso sem falar que José poderia denunciá-la ao sinédrio para ser julgada pelo pecado de adultério, e se condenada poderia morrer apedrejada em praça pública como dizia a Lei de Moisés.
 
      Por que e como as coisas deram então tão certas? Primeiro porque Deus estava no comando, era seu Plano de Salvação que estava em jogo naquele momento, segundo porque as pessoas envolvidas, Maria, José, os pais Joaquim e Ana, tiveram equilíbrio e acima de tudo uma confiança inabalável em Deus, sabendo ler nos acontecimentos á sua Santa e Soberana Vontade, não questionando, não duvidando, mas abrindo-se ao mistério de sua graça.
 
      Como faz falta ao homem de hoje essa confiança e abertura á Graça de Deus, esta serenidade e Fidelidade de Maria, José, Joaquim e Ana, quantos acontecimentos inesperados na vida de nossas famílias, que se compreendidos á luz da Fé marcariam o início de algo totalmente novo, porque o Espírito Santo que gerou no ventre de Maria o Verbo Divino, renova, restaura a tudo e a todos.
 
      A Família e a sua Vocação a Santidade é o melhor caminho para solucionar todos os graves problemas que levam a Humanidade a perder-se na miséria do pecado. Ontem, Joaquim e Ana, Maria, José, hoje nós cristãos, podemos sim, se o quisermos, darmos início a um mundo novo, a partir do nosso testemunho e comprometimento em construir esse Reino que um dia Jesus inaugurou...
 
Diácono José da Cruz
 
 ORAÇÃO
Pai, que a presença de teu Filho Jesus, na História, leve à plenitude a obra de tua criação, fazendo desabrochar, em cada coração humano, o amor para o qual foi criado.

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