quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Comentário do Evangelho - Tu és o Messias


No Evangelho de ontem (Mc 8,22-26) o cego não enxergou totalmente, de início. Só numa segunda tentativa, o homem enxergou perfeitamente. O mesmo acontece com Pedro e os outros discípulos. Dizendo que Jesus era o Messias, Pedro era como o cego curado pela metade. Reconhecia o Messias, mas sem a cruz! Jesus completa a cura da visão dele falando que era preciso que o Filho do Homem sofresse, carregasse a cruz, morresse
e ressuscitasse ao terceiro dia.

 
       A pessoa de Jesus não se enquadrava nas categorias da época e era interpretada de formas variadas. Seu modo de ser austero e a maneira incisiva de sua pregação levavam alguns a confundi-lo com João Batista ou com Elias. Pensava-se que Jesus fosse uma espécie de revivescência destas figuras. A postura de Jesus era também identificada com as dos profetas do passado, cujas vidas pareciam servir-lhe de inspiração.
 
       Jesus quis saber a opinião dos discípulos a seu respeito, por não estar seguro da exatidão do modo como o consideravam. A resposta foi dada por Pedro, em nome do grupo, de maneira correta e convenceu Jesus. Ele, de fato, era o Messias.
 
       Entretanto, Jesus se sentiu na obrigação de oferecer aos discípulos pistas para a correta compreensão de sua condição messiânica. Seu messianismo o faria confrontar-se com a rejeição por parte das autoridades e com a morte violenta. Mas, isto não seria tudo. Ele estava também destinado à ressurreição. O Messias Jesus enfrentaria a cruz.
 
       Os discípulos tiveram que fazer um esforço gigantesco para introduzir o sofrimento na sua concepção messiânica. As expectativas em voga giravam em torno de um futuro Messias revestido de glória e poder. Jamais se esperava um Messias sofredor, como Jesus se proclamava ser. Os discípulos viram-se, pois, na obrigação de refazer seus esquemas.
 
 Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, faz-me compreender que tu escolheste o caminho da cruz e do sofrimento para realizar a missão recebida do Pai.

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