segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Comentário do Evangelho - A libertação do mal

Terrível a descrição que faz o evangelho da situação daquele homem. Tudo nele evoca a morte: cemitério, sepulcros, correntes, gritos, espíritos imundos, golpes, feridas... No final, vemo-lo sereno e em paz: senta-se junto a Jesus, como um caminhante exausto que por fim encontrou uma sombra que o protegesse. E o resto de sua vida – como a nossa se nos reconhecermos nele –, vai consistir já em anunciar a grande misericórdia que o Senhor teve com ele. 
 
 
      Jesus também manifestou seu poder além das fronteiras de Israel, fazendo os pagãos se beneficiarem da presença do Reino. O gesto de Jesus indicava aos discípulos os caminhos que teriam pela frente, no seu afã missionário. O evangelho deveria ser levado até os pagãos.
 
      O encontro com um homem possuído pelo espírito imundo não assustou Jesus. Impressiona seu alto grau de insociabilidade. Sua condição era apavorante! Porém, mesmo em terras estrangeiras, o espírito imundo reconheceu ser Jesus o Filho do Deus Altíssimo, que veio para atormentá-lo. E Jesus, como sempre, veio em socorro daquela pobre criatura, compadecido dela, para libertá-la de sua terrível escravidão.
 
      O pedido da legião de espíritos para entrarem na manada de porcos indica que seu lugar de moradia não é o ser humano, mas, sim, o mundo da impureza, simbolizado pelos animais impuros.
      Os porcos, porém, se lançam no mar, símbolo das forças incontroladas do mal, significando que, pela ação de Jesus, o poder do mal foi aniquilado. Liberto do poder do mal, o homem retomou a convivência social, para espanto de muitos.
 
      A reação do povo do lugar foi de rejeição a Jesus. Sua presença poderia arruinar a economia local. Eles o expulsaram para defender seus interesses. Porém, o homem liberto se encarregou de proclamar as grandes coisas que Jesus fez por ele.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, expulsa, com a força da tua palavra, o espírito do mal que insiste em manter a humanidade cativa do seu poder.

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