segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Comentário do Evangelho - Uma falsa acusação

Os mestres dizem que Jesus está dominado por Belzebu, o chefe dos demônios. É Belzebu que dá poder a ele para expulsar demônios. Jesus os questiona: como Satanás vai expulsar
 a si mesmo?  Como o Reino de Satanás vai se dividir?
Se for assim, será destruído.
         
          Os milagres não tinham, por si mesmos, o poder de convencer as pessoas da condição messiânica de Jesus. Ao contemplá-los, as pessoas podiam fazer as mais contraditórias interpretações. Tudo dependia da maior ou menor sintonia com Jesus.
 
          Os mestres da Lei interpretavam as ações miraculosas de Jesus como instrumento da ação demoníaca na história humana. Jesus, na visão deles, estaria atuando com um força recebida de satanás. Daí sua capacidade de expulsar os demônios.
 
          Evidentemente, Jesus não podia se calar diante de uma interpretação tão destorcida de sua atividade. E partiu da acusação de seus adversários, para desmascarar a falsidade do ponto de vista deles. A ação miraculosa de Jesus consistia em aniquilar o poder de satanás sobre as pessoas. Bastava uma ordem sua para que os demônios deixassem livres aqueles a quem mantinham cativos. Jesus era o terror dos demônios.
 
         Sendo assim, não tem lógica dizer que a ação de Jesus tenha algo a ver com Belzebu. Esse não haveria de munir de poder contra si a quem poderia acabar com suas pretensões sobre as pessoas. Era preciso procurar em outro lugar a raiz do poder taumatúrgico de Jesus.
 
         Era pecaminosa a acusação de que Jesus agia em conluio com satanás. Tratava-se de uma verdadeira blasfêmia contra o Espírito Santo, por cuja força Jesus atuava.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Senhor Jesus, leva-me a reconhecer que na raiz de tua ação está o Espírito Santo trazendo libertação para a humanidade.

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