sexta-feira, 10 de maio de 2013

Comentário do Evangelho - Realidades na vida do Cristão


       Neste evangelho, com palavras consoladoras Jesus fala com seus discípulos sobre o “Provisório” e o “Permanente”, sobre o “Mortal” e o “Eterno”, sobre o “Passageiro” e o “Para sempre”. Realidades distintas mas que estão presentes na Vida do Cristão que professa sua Fé em Jesus Cristo. Vivemos em uma só dessas realidades, que é a terrena, com suas limitações e fragilidades, mas temos a outra em nós, a partir da Encarnação de Jesus e do derramamento do Espírito em Pentecostes, e que de certa forma o conteúdo dos evangelhos desse tempo pascal, nos prepara para essa grande celebração.
     A nossa realidade terrena não é descartável, como muitos cristãos imaginam, parece que a Vida de um Cristão consiste em ignorar e desprezar a natureza humana, aspirando somente as coisas da Vida Eterna que virá depois. Mas é ilusão pensarmos desta maneira, também na Vida de Fé não se pode “queimar etapas”, antes de nascermos, habitamos no Útero Materno o qual pensávamos que era permanente, mas um dia o deixamos para sermos inseridos em uma realidade e um mundo mais amplo. Mas o processo de gestação foi necessário e importante ao longo dos nove meses.
     A nossa Vida terrena nos prepara para a Vida Eterna, para essa Vida do Espírito que de certa forma já temos. No aprendizado de voo dos pássaros, primeiro os filhotes pulam para alcançar o alto, arriscam-se em pequenos voos próximos ao chão, até que um dia se projetam em um espaço maior, e ao perceber que o aprendizado chegou ao seu final, então mergulham no infinito em alturas inimagináveis, tarefa que conseguiram porque tiveram a paciência de exercitar-se em um aprendizado que custou alguns tombos com certeza.
     Os discípulos iniciaram assim o longo aprendizado, logo de início julgaram que tudo havia desmoronado pois ficaram privados da presença física de Jesus que havia morrido na cruz do calvário, entretanto toda aquela dor e tristeza haveria de se transformar em alegria, quando sentem que aquele Jesus morto na cruz estava ali entre eles, caminhando e ensinando-os como antes. A semente colocada nas profundezas da terra havia brotado e agora era deles a missão de cuidar dela com carinho e fazê-la transformar-se em uma grande árvore.
     Algo de novo e belo renasce das cinzas, uma Vida Nova e toda a amplidão de um Reino que supera qualquer Reino da Terra. A esperança e a alegria dos discípulos, não vinha de suas convicções ou ideais de Vida, mas do próprio Cristo Ressuscitado e caminhante que os acompanha. Valera a pena esperar, o sonho do Reino anunciado por Jesus se tornara uma realidade nas primeiras comunidades. É dessa Esperança Certeza que nossas comunidades cristãs do Segundo Milênio se alimenta...
 
 Diácono José da Cruz
 
ORAÇÃO
Pai, não permitas que jamais a tristeza e o pranto tomem conta do meu coração. E que a fé na Ressurreição seja, para mim, motivo de perene alegria
 


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