quinta-feira, 17 de maio de 2012

1. "Tristezas e alegrias, Luzes e sombras..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A vida de todo discípulo de Jesus não é diferente das demais pessoas, ela é cheia de altos e baixos, "Um dia chove, outro dia faz sol", como cantou o poeta Chico Buarque de Holanda, um dia resplandece como uma manhã belíssima, mas logo mais a tarde vêm as nuvens negras com raios e relâmpagos. Na Vida de Fé esse dualismo também está presente, e Jesus está dizendo aos discípulos que será sempre assim: um pouco de tempo e me vereis, mais um pouco e não me vereis, e outro pouco e tornareis a me ver...
A gente queria só luz, alegria, entusiasmo, sucesso, em nossa vida de Fé, na vida em comunidade, mas não é assim, desde o começo Jesus deixou bem claro. Os discípulos não entenderam e nós também não. Então Jesus, que conhece o homem profundamente, todos os pensamentos e sentimentos humanos, vai dizer que ao final, toda a angústia e tristeza dos discípulos vai se transformar em alegria eterna.
Há no mundo uma falsa alegria, que hoje poderíamos dizer, provocada pelo consumismo, pelo sucesso, prestígio e poder, na verdade as alegrias terrenas são legítimas mas não podem substituir na vida dos discípulos aquela que é a Verdadeira alegria e que um dia se tornará plena. A suposta "ausência" de Jesus, a partir da sua Ascensão, é preenchida totalmente pelo Espírito que acompanha a Igreja neste tempo do Kairós até a Parusia.
Em suma, Ver ou não ver Jesus, sentir sua presença em nossa vida ou não, é uma contingência humana por conta das nossas limitações, Deus está sempre presente na ação Trinitária em cuja vida de comunhão somos envolvidos, mas que não nos arrebata desse Vale de Lágrimas, onde é preciso caminhar e Crer, alimentando em nós essa esperança, de que o Senhor caminha conosco, falando e agindo, como fez um dia junto aos seus discípulos.
2. A promessa do Espírito é Verdade e Amor
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Uma das características do evangelho de João é o uso da repetição didática de palavras ou frases. A afirmação sobre o ver e o não ver Jesus é repetida três vezes, e a dificuldade de entendimento dos discípulos fica patente.
Jesus já mencionara a sua partida, causando receios e tristeza nos discípulos que já vinham experimentando as ameaças do poder religioso do Templo e das sinagogas. Jesus os confortara com a promessa do Espírito que é Verdade e Amor. Agora esclarece que ele próprio voltará a estar presente entre os discípulos. Dentro de pouco tempo os discípulos não mais verão (theôreite - visão sensível) Jesus. Com mais um pouco de tempo eles o perceberão (opsesthe) em sua presença que foge aos sentidos.
De início os discípulos se entristecem com a morte de cruz e a ausência de Jesus. Mas logo se alegrarão com a presença do Espírito e do próprio Jesus, percebendo que a todos é concedido o dom da vida eterna, o que renova a face da terra, gerando um mundo novo.
Oração
Pai, que o meu testemunho de vida cristã seja tal, que as pessoas possam "ver" Jesus nas minhas palavras e nos meus gestos de amor ao próximo.
3. PERMANECER EM JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Em seqüência ao anúncio de sua partida, Jesus confirma a continuidade de sua presença entre os discípulos com o sugestivo jogo de palavras sobre o pouco tempo que resta para não mais vê-lo e mais um pouco em que será visto de novo. A dinâmica do dom da vida eterna, em João, segue a seguinte trajetória: a Palavra, o Filho, que estava em Deus se faz carne e habita entre nós; é glorificado em sua missão vivificante e libertadora, comunicando a vida eterna, como enviado do Pai; e volta ao Pai. Ao contrário dos sinóticos, João não fala de uma outra "volta" de Jesus ao mundo, mas sim no "permanecer nele". Serão os discípulos que o verão de novo, agora glorificado pelo Pai. O verão dentro de um pouco mais de tempo, ao permanecerem nele, e ele e o Pai nos discípulos. O permanecer em Jesus, unidos em comunidade e fazendo a vontade do Pai, significa, já, a alegria de participar da glória de Jesus, em comunhão de vida eterna com o Pai.

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