quarta-feira, 4 de abril de 2012

Comentários do Evangelho


1. "Permanecer na Palavra"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Jesus está falando com um grupo de Judeus que a princípio acreditaram nele, entusiasmados pelas suas sábias palavras e pelos prodígios que realizava. Jesus os convida a darem um passo à frente: permanecer na Palavra que um dia acolheram... É aí que vem o grande desafio.
Às vezes as pessoas vagam de paróquia em paróquia, principalmente nos grandes centros urbanos, á, procura de padres que sejam pregadores de primeira. O que essas pessoas buscam? A palavra transformadora ou palavras bonitas e frases de efeito, buscam um evangelizador ou um exímio orador?
Claro que hoje em dia se exige um desempenho melhor dos nossos pregadores de celebrações, sejam eles sacerdotes, Diáconos ou Ministros Leigos, evidentemente nos estudos teológicos deve constar da grade curricular uma boa aula de comunicação, técnicas para aprimorar a oratória, postura, impostação da voz, pois a concorrência é muito grande e há pastores evangélicos que nesse particular são ótimos comunicadores.
Mas uma pregação, para ser boa, depende de como ela é acolhida, conheço sacerdotes que não têm muita eloqüência no falar, mas são sábios no pouco que dizem, pois o Espírito Santo não fica selecionando oradores para inspirá-los, não é esse o critério de Deus...
Quando não se acolhe interiormente a Santa Palavra, mas apenas a ouve como algo bonito e comovedor, acontece o que aconteceu com esse grupo de admiradores de Jesus: não percebem que a Palavra de Deus manifestada em Jesus é essencialmente Libertadora!
Em resumo, Jesus fala muito bem, prega muitas verdades, tem uma linha profética diferenciada e superior aos demais, entretanto, a pregação serve para o meu vizinho, pois em mim não há nada a ser mudado, está tudo muito bem... "Pertencemos a Tradição de Israel, somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém, não precisamos tanto assim da sua Palavra.
É o homem da pós modernidade "escritinho"! Aprecia o cristianismo, é capaz até de freqüentar a celebração dominical, vibra ao ouvir as leituras e a pregação (quando o pregador tem cultura e conhecimento teológico) entretanto, do jeito que entra ele sai, não sendo um crente sincero, mas apenas um admirador de Jesus e da sua Igreja.
E quando esse grupo de fervorosos Judeus que haviam manifestado uma certa queda por Jesus, perceberam que seus ensinamentos e o seu modo de viver, contrariava certas regrinhas e normas importantes do Judaísmo, passaram a rejeitá-lo e agora articulam sua morte.
E no final Jesus os chama de "Judeus de meia Pataca", porque se diziam descendentes de Abraão, mas não seguiam o seu exemplo de Homem Santo, temente a Deus e fiel na sua Fé, quem é realmente de Deus, jamais apóia as forças da morte e da violência...
Muitos cristãos há que, finda a celebração, guardam o seu cristianismo em uma das gavetas junto com a Bíblia, e vivem e pensam de um modo que contradiz tudo o que celebram aos domingos: aborto, pena de morte, desigualdade social, intolerância religiosa, opressão, exploração e violência. Filhos de Abraão ou Cristãos de meia tigela?
2. O sofrimento é caminho necessário para a salvação.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
O tom dramático e doloroso das narrativas dos últimos dias de Jesus, em Jerusalém, marca as celebrações da Semana Santa. Hoje temos o tema da traição de Judas na versão de Mateus.
A tradição da Paixão, elaborada na ótica da religião sacrifical do Primeiro Testamento, apresenta o sofrimento como caminho necessário para a salvação. Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi a plena manifestação do amor que liberta, removendo o sofrimento e promovendo a vida. Em consequência foi perseguido até a morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias que cooptam pessoas como Judas.
Oração
Pai, reforça minha comunhão com teu Filho Jesus, de forma que nenhuma atitude minha possa colocar em risco este relacionamento profundo propiciado por ti.
3. A TRAIÇÃO DE JUDAS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Hoje a liturgia nos apresenta a traição de Judas na versão de Mateus. O tom dramático e doloroso das narrativas dos últimos dias de Jesus, em Jerusalém, marca as celebrações da Semana Santa. A tradição da Paixão, elaborada na ótica da religião sacrifical do Primeiro Testamento, apresenta o sofrimento como caminho necessário para a salvação.
Contudo, atentos à prática de Jesus, vemos que sua vida foi a plena manifestação do amor que liberta, removendo o sofrimento e promovendo a vida. Em conseqüência, foi perseguido até a morte. Tanto o sofrimento das multidões de excluídos como o de Jesus resultam do sistema opressor sob controle de minorias, que cooptam pessoas como Judas.

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