quarta-feira, 12 de março de 2014

Comentário do Evangelho - Um pedido inútil

       Jesus percebeu a armadilha que lhe preparavam, ao exigir dele uma demonstração extraordinária de poder como pré-requisito para a conversão. Deu-se conta de que havia má vontade por parte de seus interlocutores, pois não estavam dispostos a se converterem, mesmo diante do milagre mais espetacular. Aliás, os milagres realizados por Jesus seriam mais que suficientes para revelar quem ele era e, assim, suscitar a fé no coração de quem os presenciava. A dureza de coração dos seus adversários,
 porém, tornava-os cegos.
 
 
       Os ouvintes do Mestre foram confrontados com dois fatos do passado, nos quais transluzia boa vontade e desejo de deixar-se instruir e, por conseguinte, de converter-se. O primeiro corresponde à atitude pronta dos ninivitas, diante da pregação de Jonas. Embora não conhecessem o pregador estrangeiro que os convocava para a penitência e a conversão, deram ouvido às suas palavras, e se converteram, desde o maior até o menor.
 
       O segundo refere-se à visita da rainha de Sabá ao sábio rei Salomão, em Jerusalém. Logo que teve notícia da sabedoria desse monarca de Israel e de sua capacidade de desvendar todo tipo de enigma, a rainha empreendeu uma viagem para encontrá-lo e deixar-se instruir por ele. Nada foi suficientemente forte para demovê-la de seu propósito, nem mesmo uma viagem extenuante ao estrangeiro.
 
       Quanto aos contemporâneos de Jesus, apesar de tê-lo consigo, nenhum valor davam à sua pregação.
 
Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
 
Oração
Pai, torna-me dócil e sensível para acolher as palavras de Jesus, sem exigir sinais espetaculares como pré-requisito para aderir a ele.

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