sábado, 22 de março de 2014

Comentário do evangelho - Pai pródigo

 

         O capítulo quinze do Evangelho de São Lucas nos apresenta uma das páginas mais belas de toda a Sagrada Escritura: a beleza do relato de um pai. Eu até gosto de chamar esse pai de  ”pai pródigo”, porque é um pai cujo coração esbanja amor, misericórdia, bondade e ternura para com seus filhos e, esse mesmo pai tem dois filhos, um mais velho e um mais novo e a história você conhece.
 
          O fato é que quanto mais o tempo passa tanto mais se torna atual essa mensagem evangélica, porque, no meio de nós, somos, muitas vezes, como este filho que reclama do pai o direito de viver a vida, como nós queremos viver. No entanto, se não vamos à radicalidade de deixar tudo, vamos aos poucos dando brechas e ficando indiferentes a Deus e à Sua mensagem. Afinal de contas, existe um mundo que nos provoca, existe um mundo que nos chama para fora, existe um mundo que vai nos puxando aos poucos dos braços do Pai. Nós não queremos conscientemente dizer: ”Ah, eu rejeitei meu Pai”. Não, mas temos um sonho de autonomia, de independência, de viver a vida com os nossos próprios olhos. E, nisso, nós, muitas vezes, vamos viver  no “mundão” de meu Deus.
 
          Sabem, convivendo com os colegas de trabalho, convivendo com as pessoas no mundo em quem nós vivemos, isso pode despertar em nós aquele desejo de ser igual a todo mundo. Os filhos de Deus, os filhos da Igreja,  o povo de Deus, muitas vezes, se cansam de ser de Deus, se cansam de levar essa vida e, assim, caem na velha tentação de que existe um mundo melhor, de que existe mais vida vivendo longe de Deus, vivendo as coisas de Deus do seu jeito.
 
          Quando nós partimos para esse mundo de meu Deus, vivemos para viver o nosso egoísmo, para vivermos a vida do jeito que achamos que tem de ser. Nós não percebemos porque o mundo vai nos sugando aos poucos, o mundo vai nos puxando com o “pezinho”, com o “dedinho”, com a “mãozinha” e, aos poucos, nós somos inteiros  sugados pelo modo que ele [mundo] vive.
 
          Quanta saudade de Deus existe no coração de muitos de nós! Saudade de uma vida de mais oração, de mais entrega, de mais escuta à vontade de Deus, porque estamos longe, distantes d’Ele. No Evangelho de hoje, o filho mais novo venceu seu orgulho e reconheceu, depois de cair em um profundo abismo e em uma profunda miséria, que tinha abandonado a casa do pai, que era melhor ser um simples empregado lá do que viver comendo as lavagens de porco do mundo.
 
          Quantos filhos de Deus partiram no mundo e não voltaram, quantos filhos de Deus estão vivendo no mundo imersos na sujeira, mas, devido ao orgulho, ao ressentimento e à mágoa, preferem ficar por lá. Hoje, o Pai é tão bom que Ele não só está de braços abertos, mas Ele está batendo de porta em porta, esse Pai é tão misericordioso, que Ele vai às ruas, às avenidas, a qualquer lugar, e não tira a liberdade dos Seus, mas diz: ”O Pai está aqui de braços abertos, não deixe que o mundo acabe com a sua vida”, porque Deus Pai o ama e o quer de volta! Seja a mão misericordiosa do Pai para ir bater à porta dos corações de muitos que estão desgarrados para entender que o Pai está esperando por todos!
 
Homilia - Portal Canção Nova

ORAÇÃO
Pai, coloca-me no caminho da vida, banindo todo egoísmo que me afasta de ti, e não permitindo que eu jamais duvide de teu amor.

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