sexta-feira, 29 de março de 2013

Comentário do Evangelho - O Rei ultrajado



     A paixão revelou a dignidade real de Jesus, embora, tenha havido uma radical contradição entre a interpretação de Jesus e a dos seus inimigos e algozes.
     Ao ser interrogado por Pilatos, Jesus respondeu: "Eu sou rei", depois de fazer a autoridade romana concluir, por si mesma: "Tu o dizes!"
     A soldadesca insana ultrajou Jesus, servindo-se de mímicas burlescas próprias de uma investidura real: colocaram-lhe uma coroa de espinhos na cabeça, vestiram-no com um manto de púrpura. A seguir, prostraram-se, ironicamente, diante dele, saudando-o como rei dos judeus.
     Por ordem de Pilatos, foi preparada uma inscrição, em três línguas, para ser afixada sobre a cabeça de Jesus, indicando a causa da condenação: "Jesus nazareno, rei dos judeus". Alertado a mudar o teor da inscrição, Pilatos apelou para a sua autoridade: "O que escrevi, está escrito". O evangelista observa que muitos judeus leram a inscrição, por ter sido Jesus crucificado perto da cidade.
     O Mestre, porém, tinha consciência de que seu Reino não era deste mundo, e estava estruturado de maneira diferente. Fundava-se na fraternidade, na justiça, na partilha, no perdão reconciliador. Os reinos deste mundo não serviam de modelo para Jesus fazer os discípulos entenderem o que se passava com o seu Reino. Por conseguinte, nem Pilatos nem os judeus tinham condições de compreender em que sentido Jesus era rei.

 Pe. Jaldemir Vitório
Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica
Oração
Pai, confirma minha condição de discípulo do Reino instaurado por Jesus na história humana, fazendo-me acreditar sempre mais na força da justiça e do amor.

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