terça-feira, 30 de outubro de 2012

CARTA MCC BRASIL – NOV – 20122 – 159ª. Pe Beraldo



“Declarareis  santo o quinquagésimo ano
e proclamareis a libertação de todos os habitantes do país.
 Será para vós um jubileu: cada um de vós poderá retornar
á sua propriedade, e voltar àsua família”  (Lv 25,10).

Muito amados irmãos e irmãs, leitores e leitoras habituais ou não, destas Cartas que desejo sempre missionarias,
       Depois de três anos de preparação, sempre girando em torno dos quatro eixos, a saber: experiência pessoal da fé, vivência comunitária, formação bíblico-teológica e compromisso missionário e seguindo o itinerário proposto para ação evangelizadora da Igreja no Brasil, isto é, pelo método VER-JULGAR-AGIR, chegamos ao ano do CELEBRAR. Aliás, a celebração que durou todo o ano e que, agora, se aproxima do seu ponto alto no Congresso Nacional do MCC, tem sua referência histórica na Semana Santa passada, pois foi na Semana Santa de 1962 que os Cursilhos começaram a acontecer no Brasil, aqui implantados por alguns sacerdotes e leigos da Missão Católica Espanhola. Ainda que importantes celebrações eclesiais aconteçam neste mês, será o Jubileu do MCC no Brasil o foco para estas nossas reflexões.
      A pergunta que não pode calar, assim como sua resposta, depois das celebrações jubilares, é a mesma que o Padre Sebastián Gayá-Riera, assomado à janela do Palácio Episcopal em Maiorca, bradou naquela manhã de agosto de 1948, na volta dos 700 jovens peregrinos a Santiago de Compostela: “E AGORA”? Continuaram, então, com redobrado entusiasmo, aqueles ”Cursillos” da Juventude da Ação Católica Espanhola, agora renovados e alicerçados em novas estruturas teológicas e pastorais, iniciando-se o primeiro Cursilho de Cristandade em janeiro do ano seguinte (1949).
      Com o mesmo entusiasmo, alegria e esperança daqueles inícios, tentemos também nós, uma resposta pós-jubileu. Uma resposta inspirada na sempre atual Palavra de Deus e nas orientações pastorais da Igreja no Brasil, que nos ajude a delinear para o MCC do Brasil um futuro coerente com seu carisma que é levar a pessoa ao encontro com Jesus Cristo e, assim, nela suscitar e fortalecer o compromisso de introduzir valores e critérios do Evangelho (evangelizar) nos ambientes de suas realidades familiares, profissionais, sociais, etc.

1. “Declarareis santo o quinquagésimo ano”. É, então, no espírito do quinquagésimo ano do povo eleito que o “declaramos santo”, o ano do nosso Jubileu. Ano que deve continuar na busca da santidade num tempo de santidade para um Movimento santo, isto é, um Movimento que tem sempre presente o carisma que o Espírito Santo um dia suscitou na Igreja. Um Movimento santo que se concretiza em cada um dos seus participantes. O primeiro eixo do nosso Tríduo preparatório para o Jubileu foi o da experiência pessoal da fé ou, seja, uma experiência de prática da santidade.  Quer dizer que, mais do que em outros tempos, é tempo de viver uma autentica espiritualidade encarnada na história pessoal e comunitária sempre a “partir de Jesus Cristo”[1]. “Santificai-vos e sede santos, porque eu sou santo” (Lv 11,44). Um dia, escrevendo aos Efésios e, hoje, aos cursilhistas, o nosso Patrono São Paulo, refere-se à nossa escolha pelo Pai, através do Espírito Santo para a santidade: “Nele (em Cristo), Deus nos escolher, antes da fundação do mundo para sermos santos e íntegros diante dele, no amor” (Ef 1,4)..

2. “Proclamareis a libertação para todos os habitantes do país”. Do mesmo modo, como nos idos dos tempos bíblicos, também, no MCC, de agora por diante, haveremos de “proclamar a libertação” de todas as amarras e cadeias. É urgente libertarmos o MCC e os cursilhistas de uma dimensão meramente individual e oportunista. Libertação para “todos os habitantes”, isto é, para todos os responsáveis e cursilhistas. Libertação das manchas ou nódoas que o possam poluir quando nele se introduzem “corpos estranhos”, sobretudo no conteúdo de suas mensagens que o desviam do seu carisma; libertação de outros métodos de evangelização – que, se são todos bons, não o são para o MCC) - pois o do MCC se caracteriza por ser o método querigmático-vivencial; libertação de algumas inúteis “criatividades” tanto de responsáveis quanto, muitas vezes da própria hierarquia, sobretudo de alguns sacerdotes, ao acrescentar inúmeros desvios em sua missão evangelizadora dos ambientes como se o MCC fosse “pau para toda obra” no contexto pastoral, etc..

3. “Será para vós um Jubileu”. O Jubileu é uma densa celebração, uma festa significativa que comemora o passado de algo de que estamos participando e vivendo no presente. Entretanto – e, de novo é urgente –, é necessário mirar o futuro. Mirar o futuro significa para toda a Igreja e, em particular para os movimentos e outras instituições eclesiais, ampliar os horizontes. É urgente, portanto, que MCC e todos os cursilhistas ampliem os horizontes de sua missão. O DAp chama a toda a igreja para uma “conversão pastoral e renovação missionária das comunidades”: “Esta firme decisão missionária deve impregnar todas as estruturas eclesiais e todos os planos pastorais de dioceses, paróquias, comunidades religiosas, movimentos e de qualquer instituição da Igreja. Nenhuma comunidade deve se isentar de entrar decididamente, com todas suas forças, nos processos constantes de renovação missionária e de abandonar as ultrapassadas estruturas que já não favoreçam a transmissão da fé” (DAp 365). Portanto, também o MCC e os cursilhistas somos todos convocados para o compromisso com esta renovação missionária: de discípulos apenas, façamo-nos, também, autênticos missionários da Palavra pelo testemunho de nossas vidas, marcados por uma mentalidade missionária, presentes em “pequenas comunidades de fé” em nossos ambientes, sobretudo nos ambientes extra-eclesiais[2].

4. “Cada um de vós poderá retornar à propriedade e voltar para sua família”. Não há por que duvidar de que, no contexto do Jubileu de que estamos tratando, torna-se oportuno lembrar que "retornar à propriedade e voltar para sua família" significa para o MCC e para os cursilhistas nada mais do que a volta ao “primeiro amor[3], isto é, ao seu carisma original: Seria conveniente incentivar a alguns movimentos e associações que mostram hoje certo cansaço ou fraqueza e convida-los a renovar seu carisma original, que não deixa de enriquecer a diversidade com que o Espírito se manifesta e atua no povo cristão[4].  
Concluindo: que o estímulo brotado das celebrações jubilares da presença do MCC possa acompanhar-nos daqui por diante num clima de perseverança e de esperança, de fé e de alegria, tendo como nosso modelo Maria, a Mãe, discípula missionária, “Mãe do Verbo, Mãe da Fé e Mãe da Alegria”![5] 
Forte e carinhoso abraço fraterno do irmão e amigo no Senhor Jesus Cristo,

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