segunda-feira, 23 de julho de 2012

Comentários do Evangelho


1. “Show da Fé”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O evangelho nos mostra de onde vem a Fé enquanto espetáculo, de milagres assombrosos que atraem cada vez mais “clientes” que trazem o seu rico Dízimo, pagando prá ver se é mesmo verdade tais milagres. Foram os mestres da lei e Fariseus que pediram a Jesus a realização de um sinal. E se Jesus aceitasse o desafio e fizesse tal prodígio, esses Doutores da Lei e Fariseus já iam comercializá-lo e garantir a ele sucesso e prestígio. Jesus se tornaria um produto valioso nas mãos desses gananciosos, qualquer semelhança com as ricas igrejas da pós-modernidade, é mera coincidência, pois há ainda hoje multidões que buscam, não a Jesus, o Filho de Deus, nosso Senhor e Salvador em quem nossas vidas são transformadas, mas apenas os milagres que ele realiza, tal como os Doutores da Lei e Fariseus.
Os milagres que Jesus fez por aquele tempo, e que hoje também, de acordo com os desígnios de Deus, ainda continua fazendo, são apenas sinais e não podem ser maiores e mais importantes que o Reino, pois as profecias anunciavam que o Messias viria para curar as enfermidades, ressuscitar os mortos, e libertar os cativos, abrir os olhos aos cegos, fazer andar os paralíticos, mas tudo isso não como fim, mas como meio e apontam para aquele que é o maior de todos os milagres: a Ressurreição!
O milagre é a antecipação da Vida Nova em sua plenitude, por isso Jesus coloca como prefiguração da ressurreição o fato do Profeta Jonas permanecer três dias no ventre de uma baleia, mas não foi isso que converteu os habitantes de Nínive, mas sim o fato de ouvirem e darem créditos á sua pregação e a partir daí terem feito a penitência buscando a conversão sincera.
Jesus supera e é maior do que todos os Porta-Vozes do Antigo Testamento, ele não é mais um emissário de Deus, ele é o próprio Deus, encarnado na história dos homens. Então a conclusão do evangelho é óbvia: quanto mais milagres eu suplico e exijo de Deus, menos compromisso tem na vivência da minha Fé. Pois um Cristão comprometido com a Palavra de Deus, e os valores do evangelho, não fica muito a espera do milagre, mas o faz acontecer!
2. A fé na presença de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Esta passagem foi apresentada de maneira mais breve pelo evangelho de Marcos, antes de Mateus. Lá é feita a referência ao judaísmo, simplesmente, como "esta geração", e Jesus, sumariamente, nega o pedido de sinal. Em Mateus a referência é feita com a expressão "uma geração perversa e adúltera". Aos escribas e fariseus que lhe falam, Jesus apresenta o "sinal do profeta Jonas". E, em seguida explica o sinal: "o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra". A tradição judaica sabia que depois de três dias e três noites nas entranhas de um peixe grande, Jonas foi vomitado por ele em terra firme. Temos aqui uma interpretação pós-pascal, da tradição de discípulos de origem judaica, aplicando esta imagem à sepultura e ressurreição de Jesus.
A fé na presença de Jesus ressuscitado nas comunidades que vivem o amor dispensa quaisquer outros sinais.
Oração
Pai, dá-me simplicidade de coração para reconhecer que Jesus é teu Filho, enviado ao mundo para nos salvar. E que jamais eu exija sinais além dos que ele já realizou.
3. A RECUSA DO MESSIAS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O pedido dos escribas e fariseus tinha como objetivo exigir de Jesus as credenciais da condição divina de sua missão. Que sinais haveriam de convencê-los, considerando os inúmeros milagres já realizados? Existiria um, diante do qual os adversários do Mestre deveriam curvar-se e reconhecer sua condição messiânica? Não!
Sendo uma "geração má e adúltera", eles careciam das disposições mínimas para captar os apelos de Deus, expressos nas palavras e gestos do Messias Jesus. Faltava-lhes sintonia com o projeto divino. Portanto, não estavam em condições de interpretar, de maneira conveniente, os milagres de Jesus, e deles tirar as devidas conseqüências.
Embora se defrontassem com quem era "maior do que Jonas" e "maior do que Salomão", mostravam-se inferiores aos habitantes de Nínive e à rainha do Sul. Estes, apesar de pagãos, tiveram sensibilidade para perceber a veracidade da pregação do profeta, e a sublimidade da sabedoria do grande rei, e dar ouvido a um e a outro.
Os escribas e fariseus, ao invés, mesmo presenciando feitos superiores àqueles do passado, permaneciam fechados em sua incredulidade, recusando-se a acolher o Messias Jesus. Seu destino seria um julgamento severo, por serem, evidentemente, responsáveis por essa obstinada falta de fé. Eles mesmos se fechavam para a salvação!
Oração
Espírito de bondade e fidelidade, tira do meu coração tudo quanto me impede de reconhecer, no testemunho de Jesus, os sinais de sua condição divina.

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