quinta-feira, 27 de outubro de 2011

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


1. "No Terceiro dia terminarei meu trabalho..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Até os Fariseus, que tiveram sua conduta muitas vezes censurada por Jesus, sabem que ele corre perigo de morte e o alertam sobre Herodes. Tudo por causa da sua linha profética, que o torna incômodo, porque o profeta fiel á sua missão, não fala o que o mundo quer ouvir, não fala para agradar as pessoas, e também por outro lado, não tem medo de falar tudo o que se refere à Verdade Divina. E uma qualidade primordial de um profeta: não fala para fazer média ou com segundas intenções, para tirar proveito dos seus ouvintes, como alguns pregadores de hoje em dia, que falam muito, mas não dizem nada... Isso é, só fazem barulho...
Em sua resposta onde chama Herodes de Raposa, alguém que usa sua astúcia para o mal, Jesus deixa claro que tem uma missão a cumprir, um trabalho a fazer, e que nada irá detê-lo, mesmo sabendo que em Jerusalém sua vida será tirada. Jesus não é alguém "marcado para morrer" e a sua vida é uma desgraça e uma fatalidade... O que nele está em evidência é a sua total fidelidade á missão de Salvar a Humanidade, missão esta que terá pleno êxito...
Muito séria e atual a exortação sobre Jerusalém, pois aí a gente pode se enxergar nesse evangelho, pois a Jerusalém é a nossa Igreja, onde por excelência o Reino deve ser sinalizado, o lugar do acolhimento, da convivência fraterna, da comunhão, lugar do encontro de Deus manifestado em Jesus, com os Homens, lugar onde a Vida do irmão está em primeiro lugar, lugar do amor que se doa, que se ajuda, que se compreende, que é solidário e busca sempre a justiça.
Com um perfil assim, legado pelo próprio Senhor Jesus, a nossa Igreja nunca será simpática aos olhos do mundo e de algumas instituições. Os profetas da pós modernidade, pregam sempre o contrário do que prega a Igreja. Ninguém pense que a Igreja será vitoriosa no confronto com o mundo; Jesus não se saiu vitorioso em Jerusalém, ao contrário, passou pelo vexame de uma morte humilhante e vergonhosa, entretanto, ao terceiro dia completou sua obra com a Ressurreição.
Que a nossa Igreja, que percorre a mesma estrada de Jesus e dos profetas, não se curve, não se submeta ás Forças contrárias ao Reino, ainda que venha o fracasso, ainda que a Igreja seja ridicularizada, pois haverá um "Terceiro Dia", o Dia do Senhor, o Dia da Verdade, o dia em que Deus "dará o troco" aos que não acreditaram, aos que o combateram...

2. Jesus, consciente de sua missão profética
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Jesus com frequência advertia os chefes religiosos judeus que rejeitavam o reino de justiça e amor que ele próprio anunciava, sofrendo, em resposta, ameaças e perseguição.
Alguns fariseus vieram avisar Jesus: "Parte e vai-te daqui, porque Herodes quer te matar". Herodes havia executado João Batista, temendo sua grande influência sobre o povo, e Jesus cuja prática assemelhava-se à de João, estava também ameaçado. Contudo, o que aqueles fariseus pretendiam era intimidar Jesus para que se afastasse, fugindo de seu território, e assim se verem livres dele.
Jesus, porém, sabia que o perigo maior residia nestes próprios chefes religiosos, particularmente na cúpula sacerdotal do templo de Jerusalém, o que fica sub-entendido no recado que dá àqueles fariseus. Jerusalém, que também havia sido convidada à conversão, é a cidade que mata os profetas, e Jesus, consciente de sua missão profética pressente que será este também seu próprio fim.
Oração
Pai, predispõe-me, pela força do teu Espírito, a acolher a salvação que teu Filho Jesus me oferece, fazendo-me digno deste dom supremo de tua bondade.

3. SEM MEDO DOS PREPOTENTES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

É interessante notar como alguns fariseus tenham ido avisar Jesus a respeito das intenções assassinas de Herodes. A hostilidade deles contra o Mestre, e as contínuas controvérsias entre eles, leva-nos a suspeitar de suas reais intenções. À primeira vista, tem-se a impressão de que os fariseus queriam proteger Jesus das tramas do facínora Herodes. Este já havia eliminado João Batista. Agora, queria eliminar também Jesus. Quiçá desejassem evitar complicações com os romanos, supondo-se ser Jesus deveras um revolucionário, um sublevador da ordem. Contudo, a notória hipocrisia dos fariseus recomendava pôr em xeque suas boas intenções. Não conseguiram, porém, enredar o Mestre nesta trama.
Jesus sabia serem eles emissários de Herodes, com quem pactuavam. Por isso, mandou-os de volta com um recado para aquela "raposa" política.
Apesar das ameaças, o Mestre levaria em frente sua missão, sem se intimidar com a prepotência e a arrogância de Herodes. O conselho mal-intencionado dos fariseus jamais haveria de demovê-lo do caminho traçado pelo Pai. Sua missão só chegaria ao fim, quando o Pai assim o determinasse. Seria inútil querer detê-lo, servindo-se de malícia ou de astúcia.
Foi vão o projeto assassino de Herodes contra Jesus. Este "privilégio" caberia a Jerusalém, a Cidade Santa, que se tornou assassina dos enviados de Deus. A morte de Jesus seria mais uma demonstração da vocação desta cidade: ser assassina dos profetas.

OraçãoEspírito de firmeza e determinação, fortalece minha fé, de modo a predispor-me para enfrentar e vencer todas as forças contrárias à minha decisão de ser fiel ao projeto do Pai.


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