sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Comentário do Evangelho - O amor pelos sofredores

"Ficaram calados.” Se em algum momento de nossa vida ficamos calados, sem reação e sem resposta diante de uma pergunta como a que faz Jesus no evangelho de hoje, estamos necessitando de uma boa sacudidela. Se em algum momento de nossa vida nos sentirmos incapazes de colocar o ser humano acima de qualquer lei, estamos necessitando de uma conversão profunda. Estamos necessitando que Jesus nos pegue pela mão e nos cure de uma grave
enfermidade da alma.

       Ao se deparar com um ser humano sofredor, Jesus deixava de lado os casuísmos legais e se antecipava para curá-lo. Até mesmo a Lei do repouso sabático era olvidada. Ele não se perguntava se era, ou não, sábado, quando tomava a decisão de curar alguém. Pouco lhe importava saber se era permitido ou proibido curar naquele dia. Seu único propósito era socorrer quem estava atribulado pelos sofrimentos e aliviá-lo.

      É preciso entender em que se fundamenta a liberdade de Jesus diante da tradição religiosa. No caso do repouso sabático, ele o entende na perspectiva da intenção original de Deus, quando o instituiu. O Deuteronômio relaciona esse repouso com a escravidão egípcia: "Lembra-te (Israel) de tua escravidão no Egito, donde o Senhor te libertou, com mão forte e braço estendido. Por isso, o Senhor manda-te guardar o sábado." Descansar no sábado era, pois, uma forma de preservar a dignidade humana contra a aviltamento da opressão e da escravidão. Era a celebração da libertação, obra da misericórdia divina.

     Para Jesus, a cura do hidrópico encaixava-se perfeitamente bem no contexto do sábado. Aquele infeliz estava sendo libertado, pela bondade de Deus, de uma situação de escravidão, recuperando sua dignidade menosprezada.

      Se fariseus e mestres da Lei ficaram chocados com a ação de Jesus, o Pai, sem dúvida alguma, a tinha como um gesto muito acertado.

Pe. Jaldemir Vitório


Oração
Espírito de sensibilidade para com os sofredores, que nada me impeça de ajudar os que sofrem. Antes, que eu demonstre por eles um amor eficaz.


 

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