sábado, 5 de janeiro de 2013

Carta do Pe Beraldo

Aquele que está sentado no trono disse:
 “Eis que faço novas todas as coisas”.
 Depois, ele me disse:
“Escreve, pois estas palavras são dignas de fé e verdadeiras”
(Ap 21,5)
Amado leitores e leitoras, saudando-os fraternalmente neste início de um novo ano, espero, com mais esta Carta,  “escrever-lhes palavras dignas de fé e verdadeiras”!

Notícia: sendo estas nossas Cartas dirigidas especialmente ao Movimento de Cursilhos de Cristandade do Brasil e aos seus participantes, comunico a todos que no próximo dia 10 de janeiro, no escritório do Movimento, em São Paulo, tomará posse a nova Coordenação Nacional eleita pela última Assembleia Nacional e cuja gestão será, de acordo com o Estatuto do MCC do Brasil no período de janeiro de 2013 a janeiro de 2016. É urgente, portanto, que todos peçamos a Deus que, pelo Espírito Santo, ilumine e fortaleça o novo Grupo Executivo Nacional do MCC para que, sensível aos sinais dos tempos, saiba orientar o Movimento em busca do seu carisma original e em  plena comunhão com a Igreja.  Referida esta importante notícia, passemos às nossas habituais reflexões.

Mais um ano na história da humanidade ficou para trás. Projetos traçados, não realizados; esperanças acalentadas, frustradas; sonhos sonhados, esfumaçados; “profecias” amplamente propagadas (e, infelizmente, por muitos acreditadas!), um fiasco... em fim, o mundo não acabou no dia 21 de dezembro! E segue a história o seu curso. Curso que, nos nossos tempos, se caracteriza pelas surpreendentes – ou nem tanto, sobretudo para os jovens – e aceleradas transformações e mudanças. Estamos já quase cansados de ouvir que já não se trata de uma época de mudanças e, sim, de mudança de época: mudanças radicais de mentalidade, de costumes, de posturas, de modos de relacionamento, etc.. Contudo e apesar de tudo, seguem - homens e mulheres -, desde sempre enredados nas mesmas perguntas nunca definitivamente respondidas: quem sou eu? donde vim? para onde vou?  Não obstante, há que se começar tudo de novo, pelo menos no calendário da sucessão dos tempos. E nós, seguidores de Jesus pelos caminhos da história, qual seria o ponto de partida para dar resposta a estas perguntas? Que olhar lançamos nós sobre esta mudança de época? Continuaremos na mesmice e na rotina de sempre?
Nosso olhar haverá de ser o olhar do próprio Deus, isto é, o olhar da fé. É “Aquele que está sentado no trono” que os diz: “Eis que faço novas todas as coisas”. Esta palavra é dirigida a todos os que creem, a todos convidando, neste início de ano, neste Ano da Fé, para uma renovação radical. “Fazer novas todas as coisas”, isto é, renovar-se mantendo acesa a chama da esperança. Como?

1. Renovar a mente ou, melhor diria, a mentalidade. A mentalidade é a determinante de nossas decisões e de nosso modo de agir, é maneira com que pensamos. Em outras palavras, renovar a mentalidade e iluminá-la com a Palavra significa converter-se. A cada novo dia, a cada manhã, a cada hora, a cada minuto... a Palavra é a única agente de transformação contínua para os que têm fé. Portanto, o fiel seguidor de Jesus, vai moldando a sua mentalidade à medida que a Palavra – Jesus – vai traçando para ele um novo projeto de vida.  Um novo projeto de vida para o ano que agora começa! Ouçamos São Paulo: “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos, renovando vossa maneira de pensar e julgar, para que possais distinguir o que é da vontade de Deus, a saber, o que é bom, o que lhe agrada, o que é perfeito” (Rm 12,2). Dessa forma, com nossa vida renovada e estimulada por um novo projeto, poderemos ser mais autênticas testemunhas de Jesus neste novo tempo da história!

2. Renovar suas opções fundamentais. Ou seja: redirecionar para aquele que é “O CAMINHO, a VERDADE e a VIDA” todos os seus planos para o novo ano. “Opção fundamental” significa renúncia a tudo o que se mostra como acidental, transitório ou secundário e, portanto, escolha do que é essencial, isto é, do seguimento incondicional de Jesus. Renovar nossa opção fundamental é optar pelo novo. Optar pelas “novas coisas” que Deus quer fazer por nós e conosco: “Eu lhes darei um só coração e infundirei neles um espírito novo. Extrairei do seu corpo o coração de pedra e lhes darei um coração de carne, de modo que andem segundo minhas leis, observem e pratiquem meus preceitos. Assim, serão meu povo e eu serei o seu Deus” (Ez 11,19-20). Renovar nossa opção fundamental é viver, a cada momento, uma vida nova. Em virtude da fé, esta vida nova plasma toda a existência humana segundo a novidade radical da ressurreição. Na medida da sua livre disponibilidade, os pensamentos e os afetos, a mentalidade e o comportamento do homem vão sendo pouco a pouco purificados e transformados, ao longo de um itinerário jamais completamente terminado nesta vida. A «fé, que atua pelo amor» (Gl 5,6), torna-se um novo critério de entendimento e de ação, que muda toda a vida do homem (cf. Rm 12,2; Cl 3,9-10; Ef 4,20-29; 2Cor 5,17). São palavras inspiradas do Papa Bento XVI na sua Carta “A Porta da Fé” proclamando o Ano da Fé (cf.PF 6).  
3. Renovar ou purificar seu olhar.  Iluminados pela fé, neste ano que começa, procuremos olhar com o olhar de Deus, as circunstâncias que tecem a realidade de nossa vida. Não há dúvida de que, apesar de tantas contradições do tempo presente, de tantas desilusões e, ainda, de tantos desesperos, o cristão, no início do ano, vê tudo com olhos de esperança. Ao dirigir-se aos Efésios, Paulo suplica ao Pai que lhes dê o “Espírito da sabedoria e da revelação...” desejando: “Que ele ilumine os olhos do vosso coração, para que conheçais a esperança à qual ele vos chama, a riqueza da glória que ele nos dá em herança entre os santos” (Ef 1, 17-18).
É bom iniciarmos um novo ano, lembrando o Ano da Fé proclamado por Bento XVI com a Carta “A Porta de Fé” e que, entre outras oportunas lembranças, assim se expressa no parágrafo 13:  Ao longo deste tempo, manteremos o olhar fixo sobre Jesus Cristo, «autor e consumador da fé» (Hb 12,2): n’Ele encontra plena realização toda a ânsia e anelo do coração humano. A alegria do amor, a resposta ao drama da tribulação e do sofrimento, a força do perdão face à ofensa recebida e a vitória da vida sobre o vazio da morte, tudo isto encontra plena realização no mistério da sua Encarnação, do seu fazer-Se homem, do partilhar conosco a fragilidade humana para a transformar com a força da sua ressurreição. N’Ele, morto e ressuscitado para a nossa salvação, encontram plena luz os exemplos de fé que marcaram estes dois mil anos da nossa história de salvação”.
Maria, é o primeiro dos “exemplos de fé” de que fala o Papa. Feliz coincidência, então, começar o ano com a Solenidade de Santa Maria, Mãe de Deus. Ainda com Bento XVI renovemos nossa confiança para um novo, abençoado e fecundo 2013: “À Mãe de Deus, proclamada “feliz porque acreditou” (cf.Lc 1,45), confiamos este tempo de graça”!

Concluo manifestando meu ardente desejo de que, pelos homens e mulheres de boa vontade em todo o mundo, o espírito do Dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal comemorado no primeiro  dia do ano, possa perdurar durante todo o ano de 2013!
            Meu abraço fraterno, com carinho, no amor “D’Aquele que está sentado no trono” e que “disse: “Eis que faço novas todas as coisas”,
Pe.José Gilberto Beraldo
Equipe sacerdotal do GEN

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