quarta-feira, 27 de junho de 2012

Comentários do Evangelho


1. “Os Frutos não mentem...”
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O que caracteriza e dá identidade a uma laranjeira são, evidentemente as laranjas colhidas dos seus galhos, a Videira a mesma coisa, sabemos que na parreira iremos encontrar os deliciosos cachos de uva, já um espinheiro nada vai dar além de espinhos, também não se pode esperar algum fruto de uma moita de urtigas. Este raciocínio é óbvio demais, entretanto, é essa comparação que Jesus faz para falar com os discípulos sobre o perigo dos falsos profetas de ontem, e dos falsos cristãos de hoje, que além de nada produzirem de bom, ainda contaminam a comunidade com suas ideologias aparentemente cristãs, mas que trazem incertezas, intrigas e divisões.
Os que ocupam cargos de coordenações dentro da grande Eclesia, ou mesmo nos nossos movimentos, tão importantes na evangelização da pós modernidade, podem sim, ter segundas intenções naquilo que fazem. É preciso ter cautela pois é fácil identificar a autenticidade dessas lideranças, pelos seus frutos. Nos dias de hoje em nossas comunidades o grande pecado ainda são as divisões e aí os tais Falsos Profetas são os principais articuladores.
Podemos atualizar este evangelho e filtrar melhor certas conversas e conselhos. Lideranças que se preocupam excessivamente só com a sua pastoral ou Movimento, não dando muita importância a comunhão com a paróquia como um todo. Pessoas que defendem de unhas e dentes os interesses da SUA comunidade, contra o bem comum de toda a paróquia. Pessoas que fazem duras críticas a outras lideranças, e tentam ainda colocar o povo de Deus contra os Ministros ordenados, tornando a público suas falhas e pecados.
Pessoas que querem dominar a tudo e a todos, brigando com quem quer que seja, para defender seu ponto de vista, sempre acreditando e dizendo que só quer o melhor para a paróquia. Os frutos de quem semeia tanta discórdia, inimizada e intriga, logo vem, e são azedos e intragáveis. As ações do agente de Pastoral autêntico, ao contrário, sempre promovem a união e comunhão de vida, sempre valoriza as demais pessoas e usa de misericórdia e compreensão com quem errou.
Os frutos dessa ação são doces e saborosos, portanto, Jesus pede neste evangelho, para não dar ouvido a quem parece ser tão bonzinho, mas que no fundo é cordeiro disfarçado de Lobo...
2. Os bons frutos
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Esta advertência, bastante contundente, contra os falsos profetas, como alguém pouco conhecido que vem de fora da comunidade, permite que se pense que, em sua origem, ela tenha sido pronunciada contra os fariseus, com sua doutrina enganosa. João Batista, em sua pregação dirigida aos fariseus e saduceus, já havia usado a metáfora da árvore e seus frutos. "Produzi fruto digno de arrependimento... toda árvore que não produzir bom fruto será cortada e lançada ao fogo" (Mt 3,8.10). Mateus incorpora esta advertência no Sermão da Montanha, neste bloco de orientações internas para as comunidades de discípulos.
Percebe-se que havia nas comunidades de Mateus alguns problemas de comportamento. As duas metáforas, a dos lobos vestidos de ovelhas e a da árvore e seus frutos, são advertências sobre as falsas aparências que ocultam a realidade. Não são as solenes profissões de fé ortodoxa, ou as palavras agradáveis que importam, mas sim a autenticidade e veracidade da conduta.
Os verdadeiros profetas que anunciam a presença de Deus no meio do povo dão frutos de serviço, acolhida, respeito, compaixão e promoção da vida, tecendo os laços do amor e da paz entre os povos.
Oração
Pai, dá-me o discernimento necessário para perceber quem, revestido de pele de cordeiro, pode levar-me a arrefecer meu entusiasmo por ti e por teu Reino.
3. FALAR E AGIR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O discípulo do Reino sabe compaginar, perfeitamente, palavra e ação. Sua vida decorre de sua pregação, a ponto de seu testemunho de vida ser o melhor atestado da veracidade de suas palavras. Caso contrário, atuaria na comunidade como um falso profeta. A falsidade, neste caso, poderia acontecer de duas formas. A primeira consistiria em desconectar vida e pregação. A outra se dá, quando alguém cultiva uma virtude aparente, sem consistência. É o que se chama hipocrisia. Por fora, dá mostras de ser virtuoso, quando, de fato, é um grande perverso.
A comunidade cristã não está isenta de ver-se às voltas com pessoas deste tipo. Jesus alertou os discípulos e lhes indicou um critério para verificar a autenticidade das palavras do pregador cristão: observar se ele as pratica. De nada valem suas palavras bonitas, bem expressadas e convincentes, se não são vividas por quem as anuncia. Será preciso acautelar-se de tais pregadores, pois dizem, mas não fazem. Se, pelo contrário, a vida do pregador cristão corresponde à sua pregação, aí sim, será prudente dar-lhe ouvidos, pois "toda árvore boa só dá bons frutos".
Com este critério, os discípulos estavam aptos para precaver-se dos lobos infiltrados na comunidade.
Oração
Espírito de sinceridade, faze com que minha vida seja sempre mais coerente com minha fé e minhas palavras.

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