quinta-feira, 7 de junho de 2012

Comentários do Evangelho


1. CORPUS CHRISTI - O ALIMENTO NOVO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Entre tantas tarefas sublimes que a vocação de ser mãe confere às mulheres, há uma em especial: a alimentação que vai desde a amamentação no peito, até a idade em que se atinge o uso da razão, onde a criança é totalmente dependente da mãe, para se alimentar. O ato de alimentar um filho requer grande amor e paciência, não só entre os seres humanos, mas também entre os animais, possivelmente seja esse o ato que mais expressa o amor materno, pois sem ele simplesmente a vida não se desenvolve.
Na ótica de alguns profetas Deus é Mãe e uma das particularidades que evidencia esse amor maternal, é a proteção e assistência que Deus dá ao seu povo na travessia do deserto, sobretudo quando sacia a sua fome e sede. Sem alimento e sem água não se caminha e não se chega a lugar algum. Ao desesperado Elias, profeta que fugia da fúria da Rainha Jezabel, após ter derrotado a divindade Baal, em baixo de uma árvore, sobre uma pedra onde o mesmo tinha adormecido por causa do desânimo e do cansaço, o anjo de Deus lhe servirá Pão e água, com a advertência “Levanta-te e come, o caminho é longo!”
O maná e as codornizes, bem como a água que jorrou da pedra, para alimentar e fortalecer a caminhada do povo, o pão e a água que revigorou Elias na sua caminhada de quarenta dias pelo deserto, até o Monte Horeb onde se encontrou com Deus, viria a ser uma prefiguração do verdadeiro e novo alimento.
Caminhar é imperativo cristão de quem vive segundo a Fé e que por isso mesmo têm consciência de que é peregrino nesse mundo, há no livro de canto pastoral uma música que aprofunda o sentido da caminhada “Se caminhar é preciso, caminharemos unidos!”, em meio a essa reflexão sobre a caminhada, não posso deixar de citar meu pai, que gostava de repetir um provérbio italiano “Manjare manjare, camina sempre!” Nosso caminho não tem fim, o infinito é o nosso tempo, há entre nós um sinal de que já chegamos, embora ainda estejamos a caminho.
Esse sinal é precisamente a Eucaristia onde Cristo Jesus, mais do que nos dar um novo alimento, vai além e faz algo que escandaliza os Fariseus e Saduceus: oferece-se a si próprio em alimento, ao dizer “Quem come a minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele”. Comer a carne de Jesus e beber o seu sangue, só será possível se houver um sacrifício, no ritual judaico um animal morria para expiar pecados, um animal morria para render ação de graças e gratidão a Deus, mas sacrificar uma vida humana seria a maior das loucuras, contudo há nesse gesto algo muito mais do que simples heroísmo, pois nele o amor atingirá a sua plenitude “Prova de amor maior não há, que doar a vida pelo irmão”.
Eucaristia, o Corpo e Sangue de Cristo presente na hóstia consagrada, Deus se oculta em um pedaço de pão, em um ato supremo de amor, deu a sua vida para que isso fosse possível, e ao descer do céu na forma de pão, trouxe o céu para nós. No ato de alimentar-se humano, o alimento se transforma em parte integrante do nosso ser biológico, a partir do metabolismo, no ato de alimentar-se com a Eucaristia, algo extraordinário acontece: nos transformamos no corpo de Cristo, afirma Paulo na segunda leitura de hoje.
Somos o Corpo e Sangue de Cristo, nos divinizamos, a transubstanciação, de certa forma, se prolonga em todo o nosso ser, e ao nosso redor naquele momento, os anjos se ajoelham em adoração. Grande mistério, que nossos sentidos não alcançam, a não ser pela fé!
Sublime Sacramento, o maior de todos os tesouros da terra! Olhemos com ternura para a Hóstia consagrada, que nos alimenta e nos conforta, que nos inspira a caminharmos todos juntos como irmãos, pois só assim iremos romper as fronteira da morte “Quem come desse pão viverá eternamente!”.
2. Jesus, pão que dá a vida
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
A celebração do Corpo e Sangue de Cristo é uma retomada da última ceia de Jesus com os discípulos, já celebrada na semana santa. Os momentos de festa e comemoração são celebrados, na alegria, com uma refeição. Assim a ceia de Jesus, na qual ele se apresenta como o pão que dá a vida e o vinho que alegra a todos. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus inaugura uma nova celebração, a celebração do banquete do Reino de Deus. É a Eucaristia, a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, em comunhão com Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.
Oração
Senhor Jesus, possa a Eucaristia recordar-me sempre que pertenço ao povo redimido por ti e a caminho da casa do Pai.
3. O CORPO DE CRISTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A Festa de Corpus Christi foi instituída pelo papa Urbano IV em 11 de agosto de 1264, em vista de destacar a dimensão sacramental que a tradição romana associou à última ceia de Jesus, já celebrada na semana santa.
A ceia é um momento de alegria, partilha e comunhão. Descartando a manducação do cordeiro pascal, Jesus apresenta-se como o pão que dá a vida, e o vinho que alegra a todos, inaugurando a nova celebração do Reino de Deus. A Eucaristia é a celebração da comunidade viva, animada pelo Espírito, unida em torno de Jesus, empenhada em cumprir a vontade do Pai, que é vida para todos.

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