quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Domingo 01 de janeiro 2012

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO


 "SANTA MÃE DE DEUS, MARIA - JESUS, A PAZ QUE O MUNDO DESEJA"
Primeiro de ano é o “Dia Mundial da Paz” e talvez muitos se perguntem, o que adianta celebrar esta data se no mundo há ainda tanto ódio, conflito, guerras e mortes absurdas em um total desrespeito á vida? É bom entendermos que paz, não significa ausência de problemas, mas sim presença de Deus em nossa vida e nesse sentido, a paz que o homem tanto quer e sonha, já foi plantada em meio aos homens quando Jesus encarnou-se entre nós, através de Maria.
Na graça e salvação que Jesus nos trouxe tudo se renova só que precisamos compreender o agir de Deus que é diferente dos homens, a paz no mundo, da maneira como entendemos, só é possível se os poderosos das grandes nações fizerem um pacto de pararem com a guerra, com os conflitos e desentendimentos, essa paz dificilmente irá acontecer embora todos a desejemos com intensidade.
A paz é antes de tudo um dom, um presente, que em Jesus, Deus oferece ao homem; podemos aceitá-lo ou rejeitá-lo, e quando o aceitamos, deixamos de ser meros expectadores e começamos a fazer uma nova história, por isso o evangelho nos coloca os pastores como protagonistas. Eles poderiam ter ignorado a mensagem do anjo e permanecerem em suas pastagens o resto da noite, mas ao verem a luz e ouvirem o anúncio alegre, puseram-se á caminho de Belém, e ao encontrarem tudo como o anjo lhes havia informado, disseram a José e Maria o que lhes fora dito sobre o menino. O testemunho dos pastores ajudará José e Maria a compreenderem melhor a missão que lhes fora confiada. Mas a grande mudança acontece nos pastores, que se abriram e acreditaram na boa nova. E agora, todos se admiram ao ouvir aqueles homens, tido como mentirosos e brigões, cujo testemunho não valia nos tribunais. Agora, eles que são os últimos da sociedade, tornam-se os primeiros anunciadores da boa nova. Quanto a Maria, guardava todas essas coisas em seu coração. Muitas vezes, nos esquecemos facilmente das coisas que não conseguimos explicar, só guardamos em nós aquilo que é lógico e explicável.
A fé e a confiança em Deus nos leva a aceitar certos fatos, que a nossa lógica não explica, mas que sabemos ser o jeito de Deus agir. Maria se fez serva do Senhor, não era necessário Deus explicar tudo, a todo o momento, Deus não nos deve nenhuma explicação.
Deus se faz ouvir e se deixa ver, é uma experiência íntima e pessoal que nos leva a glorificá-lo e louvá-lo.
Por isso a criança deverá se chamar Jesus, Emanuel, Deus conosco. Ele é a paz, desejada e sonhada pela humanidade, dom que Deus coloca ao nosso alcance, mas ao mesmo tempo algo a ser conquistado, e que só se concretiza quando percebemos, como os pastores, que ele caminha conosco, como irmão e parceiro, na construção de um mundo novo.

 Maria Mãe de Deus
O ano litúrgico tem início com o tempo do Advento, a partir de fins de novembro, em preparação do Natal, antecipando-se ao ano civil. A comemoração de Maria, Mãe de Deus, hoje, 1o de janeiro, oitava do Natal, abre o ano civil. O filho de Maria é o Filho de Deus! Este menino, nascido no ventre de Maria, é participante da vida divina e eterna, comunicada aos homens e mulheres. Em uma única passagem em uma de suas cartas, Gálatas, Paulo faz alusão à mãe de Jesus, na qual se destaca a íntima relação entre a divindade e a nossa humanidade, representada por Maria: "Deus enviou seu Filho, nascido de mulher..." (segunda leitura). E pelo Espírito de Jesus que nos é dado, já somos filhos de Deus, ao qual chamamos, com carinho, Pai! A novidade de Jesus é a revelação da dignidade da criação, assumida na vida divina. Deus nos criou para a eternidade. Maria, mãe de Deus! Esta desafiante definição solene do Concílio de Éfeso (ano 431), sob o Papa Clementino, põe em relevo a perfeita união entre a divindade e a humanidade, revelada na encarnação.
Com o título "mãe de Deus" a dimensão feminina de Maria fica associada à própria natureza divina e abre o espaço para a imagem de Deus Mãe. Podemos ver em Maria traços do rosto feminino e materno de Deus. O patriarcalismo tradicional das culturas antigas, particularmente e intensamente presente no Antigo Testamento, relega a figura da mulher e mãe à obscuridade. E isto se reflete na imagem de Deus, masculina, apenas Pai, revestido de poder. Nas devoções a Maria os fiéis buscam a dimensão materna, amorosa e carinhosa de Deus.
O projeto de Deus, do qual Maria participa, tem como característica essencial a grande novidade: Deus comunica a vida plena e liberta de todas as ilusões e opressões promovidas pelos poderosos da terra. É o Deus que entra em comunhão com as mulheres e os homens não em uma relação de poder, mas em uma relação de amor, amor este manifestado na humildade da encarnação, como um de nós, no meio de nós. É significativo que o menino nasça no anonimato e que o anúncio de seu nascimento se faça, pelos anjos, a um grupo de pastores, humildes trabalhadores que estavam em vigília guardando os rebanhos de seu patrão. Os pobres e pequeninos merecem a atenção prioritária de Deus. Eles vão às pressas ao encontro do recém-nascido. É o início da revelação do Deus que eleva os humildes. Os pastores retiram-se louvando e glorificando a Deus. Certamente vão comunicando sua alegria a outros. Pela encarnação conhecemos a face de Deus: Deus é o amor que se faz presente entre os pobres, abrindo-lhes as portas para que sejam participantes de sua própria Vida divina. Maria e José deram a seu filho o nome de Jesus, um nome comum em sua época, de acordo com o projeto de Deus de nos comunicar a vida eterna através da humildade da encarnação.
A presença de Jesus entre nós significa a presença da Paz no mundo. "O senhor volte para ti o seu rosto e te dê a paz" (primeira leitura). A Paz de Jesus é concedida a todos os povos e raças, sem exclusões, privilégios, ou eleições. É a paz interior que nos liberta da imagem de um deus opressor e acusador, animando-nos a tomar iniciativas na prática do amor e da justiça. É a paz exterior, a paz nos relacionamentos humanos, abolindo a ansiedade da riqueza e do poder e estabelecendo novos comportamentos de convívio, na misericórdia, na fraternidade, na solidariedade e na partilha. É a Paz da qual se excluem aqueles que, movidos pela ambição e pelo amor ao dinheiro, fazem a guerra, tornando-se loucos. Um ano novo é um convite a nos tornarmos homens e mulheres novos pela nossa adesão ao projeto de Deus de restaurar e santificar a vida, instaurando a paz na terra, a ser tecida no dia a dia, ao longo dos dias.
Oração
Pai, dá-me a luz do teu Espírito, para que, como Maria, eu possa compreender o desígnio de amor que tens para mim, e ser-lhe fiel.
 O MISTÉRIO DE DEUS EM MARIA

 
A figura de Maria foi toda envolvida pelo mistério de Deus. Ao aceitar ser a mãe do "Filho do Altíssimo", ela estabeleceu um relacionamento profundo com a divindade. Lenta e gradativamente, Maria foi compreendendo a real dimensão desta experiência, que exigiu dela empenho e discernimento.
A visita dos pobres pastores ao Menino Jesus, na gruta de Belém, ofereceu a Maria elementos de reflexão. Eles falavam do que lhes fora revelado sobre o recém-nascido, sua identidade e sua missão de Salvador, o Messias esperado. Sua origem divina evidenciava-se pela presença do Anjo do Senhor. Ele estava todo envolvido pelo mistério divino.
A história do Menino ligava-se radicalmente à existência de Maria. Foi com ela que o Pai havia contado para a gestação física de seu filho amado, que haveria de ser, também, filho dela. A vida de Maria, portanto, definia-se pela relação com o Pai e com o filho Jesus, redundando em serviço exclusivo a ambos.
Por que Deus escolheu aquela pobre mulher de Nazaré, para concretizar seu plano de amor em relação à humanidade? Nem mesmo Maria deve ter sabido dar uma resposta definitiva a esta questão. Por isso, ela guardava, no coração, todas as palavras dos pastores, tentando discernir o sentido e as exigências da presença de Deus em sua vida.
Oração
Senhor Jesus, que o Pai conte comigo, como contou com Maria, para que a salvação chegue a toda a humanidade.

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