quinta-feira, 29 de março de 2012

Comentários do Evangelho

1. "O perigo da leitura fundamentalista..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Podemos dizer que os Judeus eram fundamentalistas em extremo e entendiam a escritura antiga ao Pé da Letra. Desta visão distorcida e equivocada dos Profetas e da Torá, é que vem o confronto com Jesus, que jamais contradisse uma só letra da escritura antiga, mas fazia dela uma releitura aplicando á sua vida, tornando-se ele próprio a Palavra Viva e a revelação mais clara da vontade de Deus, o mesmo Deus Javé ou o Deus da Aliança, Pai de Jesus Cristo.
Jesus interpretava a Lei e os Profetas mostrando em seu conteúdo o Deus que se revela e que busca o homem para salvá-lo e resgatá-lo em definitivo das Forças do Mal. Interpretar significa exatamente aplicar a Palavra de Deus escrita na Bíblia, nos dias de hoje, na minha vida e na vida da comunidade, se não houver essa interpretação, corre-se o risco de ser fundamentalista e isso acontece quando não se faz a hermenêutica.
Jesus mostra com palavras e obras á sua relação direta com o Pai, que é o Deus da Aliança, o Deus de Moisés, o Deus de Abrão, Isaac e Jacó. Os Judeus julgam serem exímios conhecedores de Deus, apenas pelas escrituras, são eles os interpretadores oficiais e não admitem que nenhum outro o faça, muito menos Jesus, um simples Galileu. O que na verdade eles conhecem de Deus é o que dele escreveram os profetas e se falaram dos Patriarcas, conheciam na teoria, mas Jesus, o Filho Vivo de Deus está ali diante deles, mais do que conhecer a Deus, Ele provém de Deus, Ele é o Deus vivo...
Jesus nunca se preocupou em fazer sinais prodigiosos para superar os profetas ou os Patriarcas, pois estes apenas prepararam o caminho para aquele que haveria de vir, preliminarmente Deus se manifestou nesses Santos Homens, mas jamais com a perfeição com que se manifestou em Jesus Cristo, seu Filho. Todos os que o precederam anunciaram a Salvação e a libertação, Jesus é a Salvação e a Libertação, ele não mostra o caminho, mas ele é o caminho, ele não mostra a Verdade, ele é a Verdade, ele não mostra a Vida, ele é a Vida!
Jesus é a Escritura Viva de Deus, é o Verbo Encarnado, mas os Judeus fundamentalistas só o vêem como um intermediário, na linha dos Patriarcas e dos Profetas de Israel, valorizam a "casca" e menosprezam o fruto doce que está dentro dela, enfiam as mãos pelos pés e confundem o meio com o fim... Confusão típica de quem é fundamentalista e não consegue sentir em sua vida os efeitos maravilhosos da Graça operante e santificante que Jesus oferece mediante a Fé...
2. Conflito entre Jesus e os dirigentes judeus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Este texto de João é a conclusão, de modo contundente, do conflitante diálogo entre Jesus e os dirigentes judeus. Jesus convida-os a acolher a sua palavra, que dá a vida para sempre. Para eles isto é loucura. Argumentam que o próprio patriarca Abraão e os profetas morreram. Jesus reafirma sua filiação divina e sua igualdade com o Pai. Termina assumindo para si a revelação de Deus a Moisés no monte Sinai: "Eu sou".
O diálogo encerra-se tragicamente. Os judeus procuram matar Jesus por apedrejamento. Jesus não é realmente compreendido por eles, pois situa-se fora de seu esquema religioso e da ideologia do Templo.
Aos discípulos fiéis fica a certeza da participação na vida eterna, em Jesus.
Oração
Pai, coloca-me em sintonia com as palavras e o modo de pensar de teu Filho Jesus, para que eu possa compreender seus ensinamentos, sem deturpá-los.
3. TENSÃO ENTRE OS JUDEUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Concluindo o tenso diálogo com os judeus, Jesus mostra-se acolhedor: quem guardar sua palavra não provará a morte. É a promessa da eternidade. Contudo, não entendem a participação do próprio Abraão ou dos profetas na vida eterna. Voltam a interrogar sobre a identidade de Jesus. Jesus é aquele que, em sua vida e em sua morte, revela a glória do Pai. Ele é superior a Abraão e identifica-se com o Deus revelado no Sinai: "Eu Sou". E é quem conhece o Pai e cumpre sua palavra: vem trazer a liberdade e a vida aos homens e mulheres. Em vão: os judeus acusam-no de ter um demônio e pegam pedras para matá-lo por apedrejamento.

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