1. "RENASCIDOS NO
ESPÍRITO"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
Quando se capricha na reforma de uma casa antiga, mudando
totalmente sua fachada, costuma se dizer que ela ficou como nova, a esse
respeito, lembro-me também do tempo em que a compra de um sapato novo era
onerosa e a gente optava por levar o velho ao sapateiro, que colocava meia sola,
passava uma tinta, dava um brilho e quando ia buscar, era como se fosse um
sapato novo, e um último exemplo, um dos carros que tive foi uma Brasília, que
em certa ocasião mandei fazer uma reforma caprichada e ao sair com ela da
oficina, dizia orgulhoso que ficou “novinha” em folha. Nesses três casos, a
palavra NOVA é apenas força de expressão, pois a casa, o sapato e a Brasília,
continuaram velhos, apenas com aparência de novos. O que o Espírito de Deus
realiza em nós, não é uma reforma de fachada, não somos uma casa velha
reformada, mas nele somos recriados, renascidos e renovados, passando a ser
realmente novas criaturas, porque estamos em Cristo (1 Cor 5, 17-21).
Quando o homem toma conhecimento dessa verdade, fica confuso
como Nicodemos, que perguntou a Jesus como é que podia um homem, sendo já velho,
nascer de novo, e se era necessário entrar novamente no útero materno. Nas
leituras da missa da vigília, e do domingo de Pentecostes descobrimos que esse
renascimento e essa renovação não dependem do homem, mas é iniciativa de Deus.
Quando celebramos Pentecostes estamos na verdade celebrando o renascimento de
todo gênero humano, a renovação de toda humanidade, onde o homem, consciente e
crente desta renovação, se une a seu Deus e aos irmãos em comunhão perfeita, na
Igreja, que é o Povo da Nova Aliança, a Assembléia ou a reunião dos que crêem e
vivem segundo o Espírito, vivenciando um amor que se traduz em serviço, impelido
pelos carismas.
Igreja não é um grupo fechado e particular que têm
exclusividade sobre o Espírito Santo, monopolizando seus dons e carismas, o
Espírito é derramado sobre todos e não canalizado para alguns em particular como
pensam algumas correntes religiosas. Todos os textos que ilustram essa Festa de
Pentecostes, da missa da Vigília e da própria Festa, não deixam margem para
dúvidas a esse respeito. “Derramarei o meu Espírito sobre todo ser humano” –
(Joel 3, 1) “todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em
outras línguas, conforme o espírito os inspirava. Moravam em Jerusalém, judeus
devotos de todas as nações do mundo, quando ouviram o barulho, juntaram-se á
multidão e cada um os ouvia falarem em sua própria língua” (Atos 2, 4-5) Através
do seu Espírito que é único, Deus se comunica com todos os homens no pluralismo
de valores, de culturas e religiões, em uma única linguagem!
No espírito descobrimos que somos todos iguais embora queiramos
parecer diferentes. Se atendêssemos aos apelos do Espírito, derrubaríamos por
terra todas as barreiras que nos separam e homens de todas as nações, culturas e
religiões, iriam se dar as mãos e em uma única voz cantariam um único louvor, ao
único e verdadeiro Deus, reunidos em uma única Igreja que já não seria mais este
ou aquele templo, esta ou aquela denominação religiosa, mas sim as entranhas do
homem. Eis aí algo esplendido que Pentecostes nos revela: nascemos de novo e nos
renovamos porque Deus em seu Espírito Santo, entra em nós. “Nossos ossos estavam
secos, nossa esperança havia acabado , texto que em Ezequiel 17, mostra não só a
situação de um povo, que tinha perdido a sua identidade de povo de Deus, mas da
própria humanidade, que sem Deus não consegue sonhar, ou esperar nada de bom,
mas só tem pesadelos, e neste mesmo texto vemos a maravilhosa profecia “Porei em
vós o meu Espírito para que vivais... E os anciãos voltarão a sonhar, e os
jovens profetizarão” isso significa que todos, jovens e velhos poderão esperar
algo novo, uma nova e feliz realidade.
Essa possibilidade se concretizou ao anoitecer daquele dia,
quando Jesus soprou sobre a comunidade dos discípulos, concedendo-lhes o dom da
paz e o seu próprio Espírito. Precisamente ali surgiu a nova humanidade, em uma
Igreja que na força do Espírito Santo perdeu o medo, abriu suas portas que
estavam fechadas e saiu em missão para anunciar a todos os homens essa verdade,
que o Espírito do Senhor nos renovou, que em todos os homens, a graça é maior e
mais abundante que o pecado. E quando todo homem olhar para dentro de si e tomar
consciência dessa verdade, de que é uma Igreja ambulante porque o Senhor habita
nele em Espírito, então passará a produzir os frutos doces e saborosos da
caridade, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, lealdade e
mansidão. Você já fez essa experiência? (Domingo de Pentecostes)
José da Cruz é Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP
E-mail cruzsm@uol.com.br
2. Jesus renova a comunicação de sua
paz.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
As festas religiosas, nas religiões primitivas em culturas de
economia agrícola, como acontecia em Canaã, eram associadas ao tempo de
colheitas, ao longo do ano. Assim acontecia com as festas da Páscoa, dos Ázimos
e de Pentecostes, celebradas no Templo de Jerusalém. A festa da Páscoa, que
antecipa o primeiro dia dos Ázimos, era celebrada no começo da colheita do trigo
(14o dia do mês de Nisã - geralmente em Abril) e a festa de Pentecostes
celebrada sete semanas (cinquenta dias) depois.
João, no seu evangelho, após a crucifixão de Jesus na véspera
de um sábado, apresenta os grandes eventos do primeiro dia da semana que se
inicia. Este dia, o da ressurreição, bem delimitado no evangelho de João, começa
com a ida de Maria Madalena ao túmulo de Jesus, de madrugada. Encontrando o
túmulo vazio, avisa a Pedro e João, que correm para constatá-lo (cf. 8 abr.). Ao
anoitecer deste mesmo dia, os discípulos estão reunidos com as portas fechadas,
o que indica o temor que os tomava diante da execução de Jesus pelos judeus.
Jesus entra e se põe no meio deles. De imediato lhes comunica a paz, a eles que
estavam perturbados. Aquele que fora crucificado se apresentava vivo entre eles,
o que é motivo de grande alegria, ainda mais quando Jesus renova a comunicação
de sua paz. Soprando sobre eles, comunica-lhes o Espírito Santo. É o Espírito de
Amor que liberta do pecado e une a todos formando um só corpo (segunda leitura)
na diversidade, na fraternidade, no serviço e na compaixão. É o Espírito que
renova a face do mundo inundando-o de amor e paz.
Lucas, na passagem paralela a esta, em seu evangelho, não
menciona o dom do Espírito com o sopro de Jesus. É em Atos dos Apóstolos que
será feita, com um grande realce, a narrativa do dom do Espírito Santo, com uma
teofania caracterizada por grandes sinais espantosos, como acontecimento que
ocorre na festa judaica de Pentecostes (primeira leitura). Tal narrativa
contrasta com a simplicidade da narrativa de João, bem como com o clima de
perseguição aos discípulos, que nela transparece. Trata-se de uma narrativa
teológica a fim de vincular o movimento de Jesus aos judeus cristãos de
Jerusalém, que continuaram frequentando o Templo até sua destruição, no ano 70,
e as sinagogas, das quais foram expulsos na década de 80.
As narrativas da ressurreição e as aparições sucessivas
exprimem uma realidade que as antecede. São a confirmação da condição humana e
divina de Jesus que, em toda sua vida, revelou o amor libertador e vivificante
de Deus, que a todos comunica sua vida divina e eterna.
Oração
Pai, que o teu Espírito Santo me recrie inteiramente, de modo a banir para longe de mim todo medo e toda insegurança que me impedem de dar testemunho do teu Reino.
Pai, que o teu Espírito Santo me recrie inteiramente, de modo a banir para longe de mim todo medo e toda insegurança que me impedem de dar testemunho do teu Reino.
3. RECEBEI O ESPÍRITO
SANTO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O dom do Espírito Santo foi um elemento fundamental na
experiência missionária dos primeiros cristãos. Com a ascensão do Senhor, eles
se viram às voltas com uma tarefa descomunal: levar a mensagem do Evangelho a
todo o mundo. A missão exigiria deles inculturar a mensagem, fazendo o Evangelho
ser entendido por pessoas das mais variadas culturas. Deveriam ser capazes de
enfrentar dificuldades, perseguições e, até mesmo a morte, por causa do nome de
Jesus. Muitos problemas proviriam dos judeus, pois a ruptura com eles seria
inevitável, dada a intransigência da liderança judaica para com a comunidade
cristã que tomaria um rumo considerado inaceitável. Sem dúvida, não faltariam
problemas dentro da própria comunidade, causados por partidarismos, falsas
doutrinas e atitudes incompatíveis com a opção pelo Reino.
Os discípulos eram demasiado fracos para, por si mesmos, levar
a cabo uma empresa tão grande. Jesus, porém, concedeu-lhes o auxílio necessário
ao comunicar-lhes o Espírito Santo. Fortalecidos pelo Espírito, eles não se
intimidaram, antes, cumpriram, com denodo, o ministério da evangelização.
O dom de Pentecostes renova-se, cada dia, na vida da Igreja. O
Espírito, ontem como hoje, não permite que os cristãos cruzem os braços diante
do mundo a ser evangelizado.
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