1. "O Amor do Pai pelo Filho..."(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da
Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Estamos habituados a pensar no amor como um sentimento que nos
obriga a retribuir de alguma maneira ao amor de quem nos ama, e que tem suas
razões de ser. Olhamos para Jesus, o Filho de Deus e poderíamos nos perguntar,
que razões Jesus dá para que o Pai o ame...
Mil razões... Jesus merece ser amado pelo Pai, é Filho Fiel,
obediente, que prioriza a Vontade do Pai, que se move a partir do Pai, que se
aniquila, se rebaixa e se deixa esmagar, para cumprir toda a Vontade Daquele que
o enviou... Um Filho assim, que dá todas as razões para ser amado, todo mundo
queria ter um que fosse desse jeito. Sendo bom, fiel e justo, santo e perfeito,
Jesus pode contar com o Amor do Pai, que é sempre intenso e grandioso. Enfim,
podemos concluir com nossa lógica humana, que o Pai o ama porque Ele de fato é
bom, o Amor de Deus pelo Filho Jesus é real, concreto, verdadeiro, sem dúvida
alguma...
Neste evangelho, ao falar com seus discípulos sobre esse amor,
Jesus afirma algo que desnorteia a todos: Assim como o Pai me ama, eu também vos
amo! Assim,desse mesmo modo, do mesmo jeito, com a mesma intensidade . Que
motivos damos todos os dias para que Deus manifeste todo esse amor por cada um
de nós ? Certamente nenhum...
Mas há duas palavras chaves, duas recomendações de Jesus neste
evangelho, a seus discípulos de ontem e de hoje. Perseverar e ser constante no
amor de Cristo. Só há um modo de ser constante e perseverante neste amor: é
guardar os mandamentos que Jesus nos deu... Se antes, a perseverança e a
constância para com Deus, dizia respeito á observância da Lei, agora o amor é a
Lei...
Não somos amados porque somos bons, ou porque, de algum modo
damos motivos para que Deus nos ame. Não há razão para que Deus nos ame desse
jeito tão apaixonado... E o amor ao próximo, com essa mesma intensidade é a
maneira que o discípulo tem, de corresponder a este amor Divino.
2. O amor de Jesus por nós é o
mesmo amor do Pai por Jesus(O comentário do Evangelho abaixo é
feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
As memórias de Jesus, reunidas em cada um dos
evangelhos, trazem as marcas do estilo literário e da teologia de cada
evangelista. O evangelho de João, em particular, destaca-se, de modo admirável,
pelo realce que dá à filiação divina de Jesus e à sua revelação do Deus de amor
que comunica sua vida divina e eterna a todos que permanecem no amor de Jesus.
João escreve para suas comunidades e para nós, através dos tempos. Nós somos "o
discípulo que Jesus amava", que é mencionado algumas vezes em seu evangelho.
João nos leva a compreender que o amor de Jesus
por nós é o mesmo amor do Pai por Jesus. A fonte do amor é o amor entre o Pai e
o Filho. É um amor de tal plenitude que transborda, nos sendo comunicado pelo
dom do Espírito Santo, enviado pelo Pai e pelo Filho. Permanecer no amor de
Jesus é inserir-se nesta dinâmica de amor e vida entre o Pai e o Filho. Jesus
permanece no amor do Pai e isto significa que ele observa e cumpre o que o Pai
mandou. Não se trata de uma obediência cega, de um inferior a um superior, mas
de uma união amorosa de vontades. O amor que gera a vida proporciona a alegria.
Esta foi a alegria de Jesus, e ele deseja que também seja nossa.
O amor vivido em nossas comunidades é fruto da
nossa permanência em Jesus. É o amor transbordante que envolve a outros,
ampliando a comunidade de amor, em comunhão de vida eterna com Jesus e o
Pai.
Oração
Pai, completa a alegria que o Espírito Santo faz brotar em mim, pois estou disposto a permanecer unido a ti e a teu Filho, e a ser fiel aos teus mandamentos, apesar das adversidades.
Pai, completa a alegria que o Espírito Santo faz brotar em mim, pois estou disposto a permanecer unido a ti e a teu Filho, e a ser fiel aos teus mandamentos, apesar das adversidades.
3. FIRMES NO AMOR(O
comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta,
Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom
Total a cada mês).
O amor que Jesus nutriu por seus discípulos é reflexo do amor
que ele mesmo recebeu do Pai. Amor eterno, permanente, total, exclusivo. Amor
sem imposição ou pré-requisitos. Amor absolutamente gratuito. Foi assim que
Jesus amou os seus, tal como aprendera na escola do Pai.
A exortação que Jesus dirigiu aos seus - "Permaneçam no meu
amor!" - tem duas vertentes. A primeira refere-se ao relacionamento
Jesus-discípulo, a segunda, ao dos discípulos entre si.
O discípulo ama Jesus com o mesmo amor com que é amado por ele.
Aqui não há lugar para relacionamentos interesseiros, como os de muitos cristãos
que fazem consistir sua fé na busca contínua de favores divinos. Nem há lugar
para atitudes de temor, como acontece com quem se julga estar sempre a ponto de
ser punido por Deus. O puro amor a Jesus vai além dessas deturpações.
No relacionamento com os seus semelhantes, o discípulo oferece
amor idêntico ao que recebe de Jesus. Não exige nada em troca. Não procura
enquadrar o outro em seus esquemas preconcebidos. Não estabelece limites. Pelo
contrário, acolhe o outro como ele é, oferecendo-lhe o melhor de si,
possibilitando-lhe o crescimento, a fim de que possa realizar-se plenamente.
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