1. "Se o mundo vos
odeia..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A Palavra "mundo" é largamente empregada pelo evangelista João,
mas às vezes com sentido diferente, neste evangelho por exemplo, mundo não é o
planeta ou a Obra da Criação, mas sim o mundo do mal, dos que deliberadamente se
opõe a Verdade que Deus revelou em Jesus. Odiar é o contrário do Amar, o amor
quer a Vida do outro e a sua alegria, o Ódio quer a morte e a destruição daquele
que é odiado.
O homem quer um Deus forte e poderoso, um ser de moral
irrepreensível, seguidor da lei de Moisés, um Deus que privilegie os justos e
santos, e que castigue implacavelmente os injustos e pecadores. Um Deus que
continue a ter uma raça escolhida, exemplo de pessoas boas, sinceras, e que por
isso mesmo são sempre abençoadas com longa vida, e bens materiais. Um Deus que
se valorize e que não se misture com os míseros mortais.
O primeiro problema na relação da comunidade judaica
tradicional com Jesus, Ele não atende essa expectativa e ainda por cima, se
relaciona com pessoas que nem de longe fazem parte da "raça escolhida e Nação
Santa". Mas o que provocou o ódio e a rejeição a Jesus por parte dos Judeus
tradicionais foi ele ter se apresentado como Filho de Deus, o grande esperado e
não havia outro.
Os seguidores autênticos de Jesus o imitam em tudo, ensinam
suas palavras, realizam as mesmas obras, ou seja, dão continuidade á Missão de
Jesus tornando-se assim a prova inequívoca de que Jesus ressuscitou, está vivo e
caminha com eles. Quem odeia a alguém, quer ver esse alguém morto, esmagado e
destruído para sempre, e alguém que lembre4 essa presença, só fará aumentar o
ódio dos seus opositores.
Na pós-modernidade essa rejeição e esse ódio por Jesus, seu
evangelho e seu reino, continua. Muda-se a referência, os Judeus conservadores o
odiavam porque ele não correspondia ao modelo de Messias que eles acreditavam, a
partir de suas tradições e da escritura, já o homem da pós-modernidade quer um
Jesus que seja á sua imagem e semelhança, adequado a um estilo de vida que
privilegie a busca de prazer, de realização pessoal, em um egocentrismo
exacerbado onde o homem é o deus de si mesmo.
Qualquer postura, pensamento ou atitude que contrarie tudo
isso, irá atrair ódio e rejeição. O discípulo de Jesus sempre navega contra a
correnteza!
2. O ódio
rejeição do amor
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Após o tema do amor, João, fazendo um contraste, apresenta,
agora, o tema do ódio do mundo. Trata-se do ódio dos poderosos deste mundo. Os
discípulos que dão testemunho de amor e da libertação no mundo são odiados por
aqueles que, assenhoreando-se do poder, usufruem das estruturas injustas nas
quais o amor é abolido.
O amor suscita o ódio daqueles que rejeitam este amor. O
primeiro a ser odiado pelos donos do poder foi o próprio Jesus. Em decorrência,
os discípulos, escolhidos e identificados com ele, também são odiados. Suas
palavras serão vigiadas e os discípulos serão perseguidos. A advertência reflete
as perseguições aos cristãos da parte da sinagoga, no fim do primeiro
século.
O ódio surge da ambição da acumulação de bens e poder, a qual
se faz às custas da liberdade e do sacrifício da maioria do povo. Aqueles que
retêm em suas mãos o poder econômico, militar, político ou religioso, para
gozarem de privilégios pessoais ou de grupo, odeiam e exterminam aqueles que
ameaçam seu status. Porém, os discípulos, em comunhão com Jesus, perseveram
destemidamente na construção do mundo novo possível, na justiça, na liberdade e
no amor.
Oração
Pai, faze-me forte para enfrentar o ódio e a perseguição do mundo, sem abrir mão de minha fidelidade a ti e a teu Reino, a exemplo de Jesus.
Pai, faze-me forte para enfrentar o ódio e a perseguição do mundo, sem abrir mão de minha fidelidade a ti e a teu Reino, a exemplo de Jesus.
3. VENCENDO O ÓDIO E A
OPRESSÃO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Marcado pelo forte contraste do dualismo, o Evangelho de João,
após o tema do amor, apresenta-nos, agora, o tema do ódio do mundo. O "mundo"
significa a criação de Deus sob o domínio dos poderosos, ricos e opressores.
Após a criação, Deus viu que tudo era bom. Contudo, esta criação foi submetida à
opressão. Os discípulos que dão testemunho de amor e libertação são odiados por
aqueles que, assenhoreando-se do poder, usufruem das estruturas injustas nas
quais o amor é abolido. Ser do mundo é inserir-se no sistema opressor que
garante os privilégios, as riquezas e o poder de uma minoria, e o relativo
bem-estar dos que a ela se submetem. Estes julgam estar salvando suas vidas. Os
discípulos foram escolhidos do meio do mundo, e não são do mundo. Não ser do
mundo é libertar-se do sistema opressor e desumano que gera miséria e morte. É
perder sua vida para encontrá-la na adesão ao projeto de Jesus, instaurador da
justiça e restaurador da vida plena. É uma missão que encontrará resistência e
adversidades da parte de alguns, mas, em contrapartida, terá acolhida e adesão
de muitos.
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