1. "Autenticidade dos escritos
Joaninos e aceitação da comunidade"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Qualquer leitor do Novo Testamento percebe que o evangelho de
João é totalmente diferente dos sinóticos. Considerando-se que os evangelhos são
frutos de uma experiência de vida das comunidades, conclui-se que a Comunidade
Joanina era atípica e as desconfianças eram muitas, falava-se em Gnosticismo,
por causa do modo de João escrever sobre Jesus, usando uma alta Cristologia que
realçava sua Divindade. O fato é que esse capítulo 21, que foi acrescentado ao
evangelho quando João já tinha morrido, atesta a autenticidade do evangelho, e
aceita no seio da Igreja essa comunidade Joanina, que tinha captado na essência
o que era o verdadeiro cristianismo.
A pergunta de Pedro a Jesus, "Senhor, e este, o que será dele?"
demonstrava a desconfiança que a Igreja Tradicional de Jerusalém tinha em
relação a essa comunidade. Era como se perguntasse, "Podemos confiar nessa
comunidade de João? O que será que vai acontecer com ela?".
A resposta de Jesus a Pedro "Que te importa se eu quero que
ele fique até que eu venha?", pode ser vista como uma alusão a autenticidade da
comunidade, que faz parte da Igreja e com ela permanecerá até a sua volta. Mas
não é só isso, o próprio texto traz uma razão muito simples para confirmar a
autenticidade do escrito Joanino: o autor era íntimo de Jesus, e na última ceia
estava com a cabeça recostada em seu peito (sinal de intimidade), portanto quem
viveu essa experiência tão íntima com Jesus amando-o e sentindo-se amado, pode
escrever com autoridade sobre Jesus, da mesma forma que Jesus fala do Pai,
porque com Ele está intimamente unido pelo Amor. E uma afirmação Joanina poderia
concluir essa reflexão "Deus é amor, só quem ama pode dizer que conhece a
Deus..."
Muito mais do que simplesmente comprovar a autenticidade do
escrito joanino, esse evangelho ensina que a única forma de conhecermos a Deus e
vivermos em comunhão com ele, para podermos falar dele com conhecimento de
causa, é Vivermos no Amor, exatamente como o evangelista João...
2. O
diálogo entre Pedro e Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Este texto do apêndice conclusivo do evangelho de João é
composto de duas partes: o diálogo entre Pedro e Jesus, sobre o discípulo que
Jesus mais amava (vv. 20-23) e a conclusão geral do autor (vv. 24-25). O diálogo
apresenta dois tipos de seguimento: Pedro, que negara conhecer Jesus no momento
de sua prisão, e o discípulo que Jesus amava, sempre presente e fiel, até ao pé
da cruz. A Pedro, reabilitado pela sua tríplice confissão de amor a Jesus, está
reservado o martírio (cf. 25 maio) e ao outro discípulo, a permanência no
amor.
Para suscitar a fé do leitor, o autor declara ser verdadeira
testemunha de todas as coisas narradas. E encerra, com uma frase com exagero
retórico helenístico, afirmando que Jesus fez ainda muitas outras coisas, que o
mundo não poderia conter os livros que as narrariam.
Oração
Pai, como o discípulo amado, desejo estar perto de Jesus e ser amado por ele. Seja o testemunho deste amor suficientemente forte para atrair muitos outros discípulos para ele.
Pai, como o discípulo amado, desejo estar perto de Jesus e ser amado por ele. Seja o testemunho deste amor suficientemente forte para atrair muitos outros discípulos para ele.
3.DISTINÇÃO ENTRE O MORRER E O
PERMANECER
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Nesta conclusão do Evangelho, o autor, que se identifica com "o
discípulo que Jesus mais amava", após a afirmação da primazia de Pedro, reafirma
o dom da vida eterna a este discípulo com a "permanência" após a morte. O texto
faz uma clara distinção entre o "morrer" e o "permanecer". A morte é passageira,
porém a permanência no amor, em Jesus e no Pai, é eterna. Para fortalecimento da
fé dos leitores, o autor garante que é testemunha de todas as coisas narradas. E
encerra com um gracioso exagero retórico helenístico, asseverando que Jesus fez
ainda muitas outras coisas que não estão escritas. A tradição identificou este
discípulo com João, irmão de Tiago e filho de Zebedeu. Contudo, pode-se pensar
que este Evangelho tenha sido elaborado em uma comunidade de discípulos deste
João.
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